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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - V

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Glória ou Hino de Louvor

O Glória deve cantado ou dito nos Domingos fora do Advento e da Quaresma, nas solenidades e nas festas. Seu texto antiqüíssimo não deve ser substituído por outro (cf. Instrução Geral do Missal Romano, 53). O costume, infelizmente disseminado em muitas paróquias, de substituir tal hino por um simples “canto de glória” encontra expressa proibição na Instrução Geral. Nem mesmo o famoso “canto de glória” com letra de louvor à Santíssima Trindade, que alguns afirmam ser suficiente, serve para ser executado nesse momento. O hino do Glória faz parte do Ordinário da Missa, e deve ser cantado ou dito integralmente, como está no Missal!

Na prática

1. Esqueça-se o folhetinho de Missa. Use-se o Missal.
2. Não se use “canto de Glória”. Diz-se o texto do Missal, quer rezado quer cantado, mas só ele e nada mais. Querem música? Cante-se o texto previsto no Missal, mas não “músicas de glória”.

Missa antiga: paz litúrgica e benefício para ambos ritos

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Entrevista com Dom Fernando Arêas Rifan

Por Alexandre Ribeiro

SÃO PAULO, terça-feira, 19 de maio de 2009 (ZENIT.org).- O bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (Campos, Brasil), Dom Fernando Arêas Rifan, considera que a permissão universal de Bento XVI para se celebrar a missa antiga (chamada também de missa tridentina) promove a paz litúrgica e beneficia tanto tradicionalistas como progressistas.

A Adminstração Apostólica São João Maria Vianney foi criada por João Paulo II em 2002. É uma diocese de caráter pessoal, não territorial, fundada após diálogo com fiéis tradicionalistas que eram numerosos na região.

Nesta entrevista a Zenit, Dom Fernando Rifan fala sobre o caráter sagrado da liturgia.

–Poderia explicar a diferença entre os termos “sagrado” e “profano”?

–Dom Fernando Arêas Rifan: Um dos motivos pelos quais nós conservamos e amamos a liturgia romana na sua forma antiga –que é chamada atualmente de forma extraordinária do rito romano–, é exatamente porque ela expressa bem o caráter sagrado da liturgia. Não que a outra não expresse, mas esta expressa de modo mais claro. Como, aliás, acontece com a diferença entre os vários ritos. Participei recentemente, ao lado de outros bispos, da Missa no rito maronita. O que os bispos mais admiraram foi o respeito e o caráter sagrado que se expressa naquele rito oriental. São modos de expressar a sacralidade, podemos dizer, o caráter vertical da liturgia, de nós para Deus, e não apenas o horizontal, que seria de homem para homem.

A liturgia é algo sagrado. Portanto, algo que nos fala de Deus. É interessante que qualquer pessoa sabe disso. Uma das coisas mais tocantes da história do Brasil foi aquela passagem da carta de Pero Vaz de Caminha, quando ele narra a primeira missa no Brasil. Ele conta que os portugueses chegaram, os padres formaram o altar, prepararam o órgão e começou a missa. Os índios foram chegando e começaram a imitar os gestos dos portugueses. Um detalhe interessante é que durante a missa chegou um outro grupo de índios. Um índio do primeiro grupo, que já estava ali, quando certamente interrogado por um índio do segundo grupo sobre o que estava acontecendo, apontou para a missa e apontou para o céu. Para mim este é o melhor comentário sobre a missa. Apontou para a missa e apontou para o céu: quer dizer, está-se passando a comunicação da terra com o céu. Está-se fazendo uma coisa sagrada. Esse caráter sagrado é que a gente não pode deixar perder na liturgia.

–Poderia dar exemplos de como se expressa o caráter sagrado?

–Dom Fernando Arêas Rifan: O latim, por exemplo, que nós conservamos na liturgia, mas não em tudo, já que as leituras e os cânticos são em português. O latim que se conserva na liturgia é exatamente para preservar o caráter sagrado, para que todo mundo sinta que ali se passa algo que não é comum no dia-a-dia. É algo diferente. Por isso que a língua é sagrada. Aliás, nas grandes religiões também se usa uma língua diferente. No rito maronita, por exemplo, a consagração é em aramaico. Não é a mesma língua que você fala. Até em outras religiões há uma língua sagrada. Não é a língua comum. Então a liturgia nessas religiões tem uma outra língua. Mesmo o Hino Nacional brasileiro não é no linguajar que se usa a cada dia. Mostra que ali há algo sagrado, é o hino da pátria. Não se precisa entender cada palavra. Precisa entender que é algo sagrado que acontece.

A língua, os gestos, as inclinações, as genuflexões, os símbolos, os panos, as toalhas, tudo tem de exprimir um caráter sagrado. Você não usa uma toalha qualquer. É uma toalha diferente. O espaço celebrativo é diferente. Os cânticos são diferentes. Então não se pode usar aquilo que é comum, profano. A não ser que seja santificado, digamos. O pão, por exemplo, você come; mas o pão eucarístico é diferente. É por isso, por exemplo, que existe o ofertório: a retirada de algo do uso comum que se coloca para uso litúrgico. Assim também com a bênção. Você consagra algo para uso mais sagrado. As vestes sacerdotais, o modo de falar. Outro exemplo: o sermão não é um discurso político, não é para ficar contando piada, não é algo reles. Você está ali para ouvir a palavra de Deus. O “terra a terra” você já ouve toda hora. Para que você precisa disso na Igreja?

–O que o senhor chama de “terra a terra” tem a ver com o termo “profano”?

–Dom Fernando Arêas Rifan: “Profano” vem do latim “pro fanum”, em frente ao templo, fora do templo, não sagrado. Por exemplo, a Igreja diz que o instrumento por excelência a ser usado na liturgia é o órgão de tubos. Ele tem um som que o nosso subconsciente já se acostumou como algo sagrado. A Igreja põe como modelo do canto religioso o canto gregoriano. Porque é um canto em que predomina a oração cantada. A oração de melodia com pouca coisa de harmonia e quase nada de ritmo. Nas músicas modernas, por exemplo, bem profanas, tem-se a predominância do ritmo sobre a melodia e sobre a harmonia. Isso já mostra o caráter profano da música. Ela pode ser boa em outro lugar. É como dizia o próprio cardeal Ratzinger: há muita gente que confunde a igreja com o salão paroquial. Há coisas que você pode fazer no salão paroquial, mas não na igreja. Eu, por exemplo, toco acordeão. Toco música popular. Mas não na igreja. Eu toco no salão paroquial, com as crianças, na quermesse, onde as crianças tocam pandeiro, tamborim. Na igreja é o órgão. É preciso que se ressalte bem o caráter religioso, sagrado, ou seja, a sacralidade na Igreja. Na liturgia há os tempos de silêncio, porque o silêncio é algo bem respeitoso. Na Igreja não se aplaude, como se aplaude em um comício. O silêncio é tão respeitoso que já diz tudo. Não precisa ficar aplaudindo.

Nós preferimos a liturgia tradicional por tudo isso. Mas em qualquer liturgia há que se guardar o caráter religioso, sagrado, e não cair na coisa profana. O próprio Papa João Paulo II lamenta isso na Encíclica Ecclesia de Eucharistia: “às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa” (n. 10). Ou, como disse Bento XVI na carta aos bispos apresentando o Motu Próprio Summorum Pontificum, em muitos lugares, não se atendo às prescrições litúrgicas, consideram-se “autorizados ou até obrigados à criatividade, o que levou frequentemente a deformações da Liturgia ao limite do suportável”. Palavra infelizmente verdadeira: liturgia levada ao limite do suportável! E o Papa acrescenta: “Falo por experiência, porque também eu vivi aquele período com todas as suas expectativas e confusões. E vi como foram profundamente feridas, pelas deformações arbitrárias da Liturgia, pessoas que estavam totalmente radicadas na fé da Igreja”.

–Há um renovado interesse pela liturgia tradicional?

–Dom Fernando Arêas Rifan: Muitos padres novos querem aprender a liturgia na forma antiga. Há dois anos eu participei de um congresso em Oxford, na Inglaterra, promovido por grupos locais, para ensinar aos padres a liturgia tradicional. Foi aberto pelo arcebispo de Birminghan. Na missa, ele falou: ‘vocês todos estão aqui para aprender a forma antiga do rito romano. Vocês vão voltar para suas paróquias e celebrar o rito normal, de Paulo VI, mas vão celebrar melhor, porque, aprendendo o rito tradicional, aprenderão mais sacralidade, a rezar com mais devoção, e isso vai ajudá-los’.

O Papa quis isso. Quando ele permitiu a missa tradicional para o mundo todo, na forma extraordinária do rito romano, ele quis exatamente isso: a paz litúrgica, que um beneficiasse o outro. O rito tradicional pode se beneficiar do rito novo na maior participação que este traz; por outro lado, o rito novo vai aprender com o rito antigo a característica de mais sacralidade.

Depois dessa paz litúrgica que o Papa quis entre os dois ritos, para que um beneficie o outro, tem havido muita procura por sacerdotes. Nós mesmos fizemos um DVD para ensinar o rito tradicional. Muitos padres têm aprendido, muitos bispos têm incentivado nas suas dioceses. Acho que isso é muito importante. Conservar a liturgia tradicional como forma de riqueza da Igreja, uma forma litúrgica de expressar os dogmas eucarísticos e o respeito. Não se trata de confronto, de briga, nada disso. É um modo da Igreja, legítimo, aprovado pela Igreja, sem causar nenhum detrimento à comunhão. Evita divisões. O Bispo local patrocinando a Missa no rito tradicional, colocando-a em suas igrejas com sacerdotes regulares e sob sua jurisdição, evita que alguns católicos caiam na tentação de querer ir buscá-la em grupos separados ou cismáticos. O Bispo poderá dizer: “Nós temos aqui, porque ir buscar a Missa no rito romano antigo em outro lugar?”

terça-feira, 19 de maio de 2009

Modelo de carta ao pároco ou reitor de igreja, pedindo Missas em latim nas duas formas

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“O Latim exprime de maneira palmar e sensível a unidade e a universalidade da Igreja.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo I. Discurso ao Clero Romano)



Reverendo Padre,

Rogamos a sua bênção!

A Missa no rito romano conforme o Missal de São Pio V (dita “Missa tridentina” ou “forma extraordinária do rito romano”) começa a ser celebrada de modo mais generoso Brasil afora.

Todavia, não é só a “Missa tridentina” que é celebrada em latim. Muitos não se dão conta, mas o rito reformado por Paulo VI e João Paulo II, que atualmente é o normativo na Igreja Latina, a Missa que normalmente temos nas nossas paróquias, também é em latim. Sim, pode-se celebrar a chamada “Missa nova” em latim. E o Papa vem pedindo que se o faça!

“A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as directrizes do Concílio Vaticano II: exceptuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano.” (Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 62)

Nesse sentido, peçamos aos Bispos a “Missa tridentina” em uma igreja da Diocese, mas também tenhamos a “Missa nova” celebrada, em cada igreja, ao menos uma vez por semana em latim. O idioma da Igreja Ocidental não deve ficar restrito à forma tradicional da Missa romana: o rito reformado, pós-Vaticano II, também deve valorizá-lo, conforme pede o Santo Padre.

Essa “Missa nova” em latim não precisa de autorização formal do Bispo, eis que é a Missa normativa no rito romano, é o mesmo rito romano reformado, atual, em uso, apenas com mudança da língua.

“A Missa se celebre quer em língua latina ou quer noutra língua, contanto que se usem textos litúrgicos que têm sido aprovados, de acordo com as normas do direito. Excetuadas as Celebrações da Missa que, de acordo com as horas e os momentos, a autoridade eclesiástica estabelece que se façam na língua do povo, sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo Sacrifício em latim.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Redemptionis Sacramentum, 112)

Basta que o senhor, Reverendo Padre, queira celebrá-la. A língua oficial para a celebração da Santa Missa e de todos os atos litúrgicos, no rito romano, em ambas as formas, tradicional (tridentina) e moderna (renovada), é o latim. O Concílio Vaticano II, ao contrário do que muitos pensam, não aboliu o uso do idioma latino, antes o incentivou.

“Salvo o direito particular, seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos latinos.” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 36, § 1)

Há, isso sim, uma permissão para que a Missa seja oferecida em vernáculo, i.e., nas línguas nacionais dos vários países. Pode-se, além disso, dizer determinadas partes da Missa em latim e outras em vernáculo.

“A Língua Latina é a língua própria da Igreja Romana.” (Sua Santidade, o Papa São Pio X. Encíclica Inter Pastoralis Officii)

“O uso da Língua Latina é um claro e nobre indício de unidade e um eficaz antídoto contra todas as corruptelas da pura doutrina.” (Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei)

“Que o antigo uso da Língua Latina seja mantido, e onde houver caído quase em abandono, seja absolutamente restabelecido. – Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso da Língua Latina nos sagrados ritos da Liturgia.” (Sua Santidade, o Papa Beato João XXIII. Encíclica Veterum Sapientia)

“Providencie-se que os fiéis possam juntamente rezar ou cantar em Língua Latina as partes do Ordinário que lhes competem.” (Concílio Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 54)

Em face do exposto, pedimos:

a) que V. Revma. celebre, em sua igreja, ao menos semanalmente, a Missa em latim segundo a forma ordinária (rito romano moderno, de 1970, de Paulo VI e João Paulo II, pós-conciliar);

b) que V. Revma. celebre, em sua igreja, se houver procura dos fiéis, ao menos quinzenalmente, a Missa em latim segundo a forma extraordinária (rito romano tradicional, tridentino, de 1962, de São Pio V e Beato João XXIII, pré-conciliar);

c) que, em certas solenidades e em alguns Domingos, algumas dessas Missas em latim, quer na forma ordinária, quer na extraordinária, sejam cantadas, para maior enlevo espiritual dos fiéis.

Estamos à disposição para indicar onde conseguir Missais para o altar e também para o povo, tanto na forma ordinária, quanto na extraordinária.

Novamente, suplicando a sua bênção,

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Aleluia! Exemplo de missa

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A missa cujo vídeo publico é a solene vigília pascal, celebrada pelo Mons. João S. Clá Dias, superior dos Arautos do Evangelho. É celebrada segundo a forma ordinária, versus populum, com copiosos trechos em latim. Um exemplo de solenidade, ortodoxia e amor pelas coisas sagradas.

domingo, 17 de maio de 2009

Ordenações de Legionários de Cristo

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Os Legionários de Cristo costumam ordenar seus sacerdotes em Roma, por um Cardeal amigo. No aniversário de 50 anos da Legião, o próprio Papa João Paulo II foi o Bispo ordenante, demonstrando seu afeto e amizade para com essa obra realmente de Deus.

Como em todas as Missas celebradas pelos legionários - sejam em latim (no rito novo que todos celebram, ou no tridentino de alguns), sejam em vernáculo -, as rubricas são rigorosamente observadas, e um senso de estética e de progressiva solenização é posto em prática.

Abaixo, flagrantes de algumas ordenações legionárias em vários anos: 2004, 2007, 2008... Uma delas, celebrada pelo Papa Bento XVI, não foi exclusivamente legionária.

Prestem atenção à mãe de um legionário de véu preto, na beleza das casulas e mitras, na solenidade dos acólitos de sobrepeliz e batina, nos sacerdotes que ajudaram a distribuir a Comunhão com sobrepeliz e estola por cima da batina, nos Bispos de veste coral assistindo a Missa, na humildade do Cardeal Norberto Rivera - que se ajoelha para receber a bênção dos neo-sacerdotes. Algumas ordenações foram em basílicas vaticanas, outras no Centro de Estudos Superiores da Legião em Roma.
































quinta-feira, 14 de maio de 2009

Coram Deo, versus populum e arranjo beneditino.

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,Durante a maior parte dos últimos dois milênios, na Igreja Latina, a Santa Missa foi celebrada estando o sacerdote voltado para o oriente, seja o oriente real ou litúrgico. É a chamada celebração ad orientem.

O oriente é, para nós da Igreja Latina, a direção em que se localiza Jerusalém, a cidade que é modelo do paraíso (chamado de Nova Jerusalém) e onde Nosso Salvador foi morto no madeiro da cruz. Também no oriente nasce o Sol e Jesus Cristo é o verdadeiro Sol pois é a luz do mundo. As igrejas, no passado, eram construídas voltadas para o oriente. As basílicas romanas, contudo, eram voltadas para o ocidente. Nelas, e em algumas outras, o sacerdote voltava-se para a congregação (versus populum) para celebrar. Na foto abaixo, vemos o Papa Pio XII celebrando a missa tradicional voltado para a congregação.

O oriente passou a ser antes o oriente litúrgico que o oriente real. Estando o sacrário, em geral, no fundo dos presbitérios, o sacerdote celebrava voltado para ele, volvendo-se para a congregação nas admonições e para a homilia, independentemente da arquitetura da igreja. Desde então, a maior parte das igrejas foi construída tendo o altar grudado a um retábulo, ambos no fundo da nave ou no fim do presbitério, como o belíssimo abaixo.

Depois do Concílio Vaticano II, essa forma de construção passou a ser proibida. Os novos altares deveriam estar no centro do presbitério e não mais grudados à parede. Não se sabe muito bem a razão, isso foi mal entendido. Belíssimos retábulos foram destruídos, tornados pó. Missas e mais missas passaram a ser celebradas com o padre voltado para a congregação, muitas vezes ficando de costas para o sacrário, onde se encontra Nosso Senhor sob as espécies consagradas.

Raríssimo altar pós-conciliar preparado para celebração ad orientem.

É importante ressaltar que houve uma mudança na norma de construção das novas igrejas, e jamais uma ordem para mudar o que já estava construído e, muito menos, uma indicação que os sacerdotes deveriam celebrar "voltados para o povo". Um pseudo-progressismo quer fazer entender que é mais adequado ao povo que o padre a eles esteja voltado. Ora, me parece muito mais igualitário que todos estejam voltados para o mesmo lado, que é o que geralmente ocorre na celebração ad orientem (ao oriente), também chamada coram Deo (na frente de Deus) ou versus Deum (voltado para Deus), em contraposição ao versus populum (voltado para o povo).

Papa celebrando coram Deo na Capela Sistina.

Infelizmente essa mudança se disseminou, e não há coisa mais difícil de se achar que missas segundo o missal de Paulo VI com orientação coram Deo. Essa tradição plena de significado (a união dos orantes voltados para o seu Deus, entre os outros já citados) se perdeu, remanescendo apenas nas celebrações da missa segundo o missal tridentino, o que concorre para grande confusão. Tanto a forma ordinária quanto a extraordinária do rito romano aceitam ambas as
configurações -- versus Deum ou versus populum. O Papa Bento XVI celebra coram Deo quando na Capela Sistina, a última missa de São Pio de Pietrelcina foi celebrada versus populum, conforme mostra o vídeo abaixo.


O Papa, para tentar retomar o sentido do oriente litúrgico, sem causar grandes reboliços, aventou uma forma nova de preparar o altar, chamada, em sua homenagem, de "arranjo beneditino", que consiste em colocar, na frente do altar, quando da celebração versus populum, seis candelabros com velas (sete, quando é o ordinário local) e uma cruz no centro, voltada para o celebrante. O celebrante, então, volta-se para o Crucificado enquanto oficia a Missa, sendo assim versus Deum. Ao mesmo tempo o povo o vê por trás da cruz, sendo assim também versus populum.


Esse arranjo é possível em todas as paróquias, e é recomendável que o adotem.

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