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domingo, 23 de maio de 2010

Arte e Arquitetura Sacra no UNIV Forum 2010

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Por Rafael Diehl

Entre o final do mês de maio e o início de abril, tive a oportunidade de participar do 43º UNIV Forum, um Congresso universitário promovido pelo Opus Dei todo ano em Roma, próximo à Semana Santa. Vários professores e estudantes se reuniram em palestras, conferências e debates sobre o tema “Pode o Cristianismo inspirar uma Cultura Global?”.

No dia 30 de maio, participei de um encontro cultural promovido pelo Prof. Ralf van Bühren (foto ao lado), que leciona Arte e Arquitetura na Pontifícia Universidade de Santa Cruz, em Roma. O encontro, intitulado “O que há de ‘cristão’ na arte e arquitetura sacra?” propunha-se a discutir o que sucede com a arte religiosa moderna, tendo em vista que antigamente havia certo acordo geral acerca dos elementos e critérios básicos da arte e arquitetura sacra cristãs. Também se perguntava se havia algum cânon de beleza cristão.

Em sua fala inicial, o Prof. Bühren comentou que há hoje uma grande discussão sobre o que pode ou não entrar em nossas igrejas. Então, explicou que a arte das igrejas não pode ser a imagem por si. Falou da importância da beleza para o homem, que é por ela levado à reflexão, e de que a verdadeira beleza é norteada por um aspecto moral. Esses seriam os critérios iniciais para se discutir o que pode ou não haver de arte em uma igreja.

O objetivo da arte na Igreja, segundo o professor, seria o de expor os Mistérios da Fé e recordar a História da Salvação. As imagens, portanto, contavam a História da Salvação e lembravam a presença dos santos na Liturgia e no ambiente sagrado. As igrejas são locais sagrados, construídas para a Liturgia e Oração especificamente. Nesse sentido, Bühren também recordou o fato de que os cristãos rejeitaram o modelo arquitetônico do templo pagão e adotaram o das basílicas (um edifício civil) porque se adequava melhor às suas liturgias (as basílicas podiam congregar os fiéis e sacerdotes sob o mesmo teto e também permitiam a Liturgia da Palavra).

O Prof. Bühren também frisou que a renovação artística desejada pelo Concílio Vaticano II deve ser guiada pela tradição da Arte Sacra. Como lembrava João Paulo II, apesar dos elementos subjetivos (expressão pessoal do artista e liberdade de escolha dos estilos artísticos), a arte sacra deve transmitir a fé e se referenciar na Tradição Apostólica.

Outra questão colocada pelo conferencista foi sobre qual a necessidade da Arte na Igreja. Segundo Bühren, a arte está primeiramente ligada à Liturgia, sendo uma referência visível aos mistérios invisíveis, e uma expressão da fé, de forma a estabelecer uma comunicação com o homem.

O período pós-conciliar até 1985 aproximadamente foi marcado por um desinteresse dos artistas pela arte religiosa, por uma crise de identidade cristã e pelo liturgicismo ascetista surgido na Alemanha e França. A crise de identidade cristã e o desinteresse dos artistas gerou uma falta de produção de Arte Sacra, visto que não se sabia mais o que caracterizava a arte cristã nem havia significativa quantidade de artistas que buscassem trabalhar em prol dessa arte. O liturgicismo ascetista desprezava as imagens e a decoração das igrejas, pois consideravam como algo supérfluo, que obscurecia a presença de Cristo na Liturgia. Assim, começaram a construir diversas igrejas simplistas, sem nenhuma decoração, com formas estranhas à tradição dos templos cristãos.

Na década de 1970, contudo, surgiu uma corrente na Espanha chamada de image tradition, que valorizava as imagens na arte sacra, influenciados pela forte tradição espanhola das imagens nas igrejas e procissões. Contudo, o liturgicismo ainda é bastante forte hoje em dia, e é por isso que temos tantas igrejas sem imagens ou que mais se assemelham a salões de reunião do que a um recinto sagrado.

Em conclusão, o Prof. Bühren frisou que arte é comunicação, que na Arte Sacra o objetivo é comunicar a fé aos fiéis. Nesse sentido, a intenção da obra e do artista influenciam na mensagem que a obra transmite. A imagem sacra dever unir corpo e alma, e não ser apenas um mero retrato. O artista deve portanto buscar apoiar-se na tradição iconográfico da história da Arte cristã e buscar uma linguagem imagética que possa se comunicar com todos os fiéis. Assim, Bühren finalizou dizendo que o que a obra expressa é mais importante do que o seu estilo.

sábado, 22 de maio de 2010

"Salvo pela Liturgia" - Uma vocação "fruto de celebrações conforme a tradição da Igreja"

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“... se salvarmos a Liturgia, seremos salvos por ela.” (Pe. Paulo Ricardo)

Desde criança, ainda no seio do lar, já batia em mim uma grande vontade de ser diferente, de levar uma vida que não era a que os meus irmãos levavam: cresciam, estudavam, trabalhavam, casavam-se... Mesmo estando numa sociedade onde o capital é o que voga, lá nos anos 1994 o Senhor mesmo já suscitava em mim o desejo de querer servi-lo mais e melhor.

E isto se deu, a princípio, por meio do meu avô Antão – um neto de holandeses que, em sua cidade era o prefeito, o médico, o delegado e o padre. Um típico fazendeiro que, em seu tempo, soube dar respostas aos que lhe eram subalternos e mesmo àqueles que lhe eram iguais.

Cresci sendo levado por meus pais todos os sábados para a sua fazenda para reunir toda a família, na longínqua cidade do sertão pernambucano e rezarmos (cantarmos) juntos o Ofício da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Ficava abismado como um casal de velhinhos sabia de cor todo o ofício. Faziam-nos ajoelhar todos ante um pequeno altar preparado em sua fazenda e cantar, mesmo sem sabermos ainda. E isso me marcou profundamente.

Outro fato foi um encontro que tive com frei Damião de Bozzano, OFMCap., em 1990, em uma de suas missões, na minha cidade. Na ocasião, lembro-me dele ter dito: “menino, você vai preparar o caminho do Senhor...” Mal eu sabia que este seria o lema escolhido por mim, sem esta recordação, para a minha ordenação diaconal, a profecia de São Zacarias: “Serás profeta do Altíssimo, ó menino, pois irás à frente do Senhor para aplainar e preparar os seus caminhos.” (Lc 1,76). Ele estava na sola da sacristia, preparando-se para iniciar a Santa Missa e eu fui com meu avô pedir a bênção. De fato, a profecia daquele santo frei ainda hoje mexe e incomoda, pois me remete ao momento do “primeiro toque do Senhor”.

Depois disso, fui embora para Brasília com os meus pais. A minha grande surpresa e alegria foi saber que a nossa nova paróquia era franciscana! Mas ainda não tinha feito a primeira comunhão. Logo fui inscrito na catequese e, ao mesmo tempo, ingressei no grupo de coroinhas. Inesquecível foi a primeira vez em que servi o altar do Senhor: eu era bem pequenino e ficava atrás do altar, quase que escondido. Em vista disso, por muitos anos fui chamado de “o mascote” do grupo mas, ao mesmo tempo, um dos que mais se dedicavam ao aprendizado dos serviços.

Após a primeira eucaristia, aquela chaminha acesa por frei Damião começou a fumegar mais forte quando soube que o irmão que me precede (sou o sexto e caçula) havia ingressado na Ordem dos Frades Menores Conventuais. Mas não durou muito tempo esta alegria da família, pois o que pareceu uma decepção para todos, foi o meu grande impulso; disse para mim mesmo: “vou terminar o que ele não conseguiu” e isso foi apenas pensado por mim, mas não logo retomado... só cinco anos mais tarde esse pensar voltou ao coração.

Do tempo entre a primeira eucaristia e o Crisma, servi como coroinha e, a cada dia, fui me aperfeiçoando cada vez mais em querer aprender as “coisas da Missa”; e isso, sobretudo, olhando, perguntando (era bastante curioso) e incomodando a muitos com o meu jeito de querer sempre fazer o que era o certo, pois já lia bastante a respeito.

Sempre fui agraciado por Deus por ter os Franciscanos Conventuais ao meu redor. Sempre muito zelosos em tudo o que faziam, procuravam dar exemplos para nós, coroinhas. Recordo-me quando fui escalado pela primeira vez para servir como turiferário: mas, como sempre, muito pequeno, não conseguia levantar a corrente do turíbulo... e chorei porque sempre sonhava com aquele dia e não vingou... Na ocasião, um frei me disse: “não se preocupe, não chore... você ainda vai segurar tanto o turíbulo que pode até cansar, mas será pra sempre.” Suspirando ainda, fui servir sem função naquela Missa, porém, mais tranqüilo com o que ele me havia dito. Desde então, assistia as Santas Missas diariamente: saía da escola e ia direto para a paróquia.

Com este gosto, o zelo pelas coisas do Senhor ia crescendo cada vez mais. Até que chegou o dia em que por lá apareceu e passou o Pe. Marcony Vinícius (hoje Dom Marcony Vinícius) e quis me levar consigo para dar formações para melhor servir durante a Santa Missa. E assim o foi. Foram pelo menos cinco anos de preparações, aulas, enfim, recebia muito e esta consciência crescia cada vez mais.


Mas o fato de estar constantemente na igreja não me fez deixar viver a minha adolescência; ao contrário, vivi-a intensamente!! Porém, de modo diverso, pois me sentia incomodado com algo que ainda não sabia o que era... anos mais tarde, um frade me alertou: “você é um vocacionado!” Aquilo me assustou e quando dei por mim, já estava fazendo os encontros vocacionais, com os Franciscanos Conventuais. Claro que além de uma certa convivência que tinha com os frades, um outro fator primordial, que despertou a minha atenção, foi o uso quando não constante, mas ao menos frequente do hábito! O primeiro atrativo é óbvio que é estético, pois é belíssimo; mas a lembrança do 'tau', do sinal dos escolhidos, da cruz do Senhor me cativou ainda mais e fomentou a busca de querer portá-lo "por todo o tempo da minha vida".

Até que chegou o ano de 2000 – ano jubilar, ano do primeiro Congresso Eucarístico Paroquial da Arquidiocese de Brasília – na minha paróquia. Trabalhei bastante na preparação e execução do mesmo. Já era um cerimoniário (o primeiro de lá) e já estava formando outros também. O desejo de sempre querer aprender mais, saber mais sobre as coisas crescia de forma estupenda. No final deste mesmo ano, fui aprovado para ingressar no ano seguinte na Ordem Franciscana Conventual.

No dia 03 de fevereiro de 2001 pisei no convento Jardim da Imaculada, em Cidade Ocidental-GO, tendo sido levado por um dos primeiros freis missionário polonês que ao “entregar-me” ao formador, disse: “aqui está um futuro bom frade”. E aquilo ficou na minha cabeça.

O ano de 2001 foi bem puxado, mas dentro do que eu esperava; inclusive, pude ajudar na preparação da Sagração Episcopal do Bispo Coadjuntor da Diocese de Luziânia-GO, pois meu mestre era o Mestre de Cerimônias da Diocese, em quem muito me inspirei e me inspiro. Mas seis meses após a Ordenação, o novo Bispo faleceu.

Aqui vale ressaltar todo o zelo e amor de um verdadeiro “pai” (para não dizer “padre”) que o meu mestre passava, ensinava e vivia (e ainda vive); sobretudo, na Santa Missa! É um exemplo para tantos ainda hoje!

No ano seguinte, ano do noviciado – fui com grandes expectativas, por conta de ser o principal ano da vida religiosa e também pelo mestre que teria e que continuava o estilo de zelo e decoro, respeito e amor ao que é realmente da Tradição Católica e Franciscana! Sem delongar-me aqui, quero chamar a atenção para o fomento que este grande homem me deu e ainda o dá, no que se refere à celebração do Santo Sacrifício da Missa: foi com ele que ouvi pela primeira vez esta expressão, de modo mais concreto, pois, até então, já ouvira, mas não do modo como ele ensinava e vivia. Desde então, comecei a perceber a grande diferença entre o querer saber mais sobre as coisas do Senhor e a partir delas. O ‘a partir’ pressupõe uma experiência nelas, sendo que o ‘sobre’ pode indicar muita teoria, mas pouca prática, pouco espírito!


Em um segundo momento de noviciado, meu mestre ensinou-me a grande diferença entre o ser frade e o fazer frade: o segundo é conseqüência do primeiro, isto é, em sendo, toda ação que se fizer, acontece como irradiação do ser; é o tomar para si a essência de Deus; é querer ser de Deus!

Desde então, vivendo o tempo da profissão dos votos, compreendi, com o passar dos anos, com a ajuda dos estudos próprios da Ordem, dos que a Santa Igreja pede para poder ser ordenado que o canto, a música sempre estiveram presentes em minha vida. Desde os sete anos de idade, já cantava nos comícios do meu avô.

Trouxe esta parte da história da minha vida para ilustrar que uma guinada, uma conversão, uma volta para o Senhor fez-se necessária com o passar do tempo e nele compreendi que, como reza a Sacrossanctum Concilium 112: “A música [...] será, [...] tanto mais santa quanto mais intimamente unida estiver à ação litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como fator de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas”.

Esta afirmação me impulsiona a querer a cada dia mais, tomado pelo Senhor, imbuído por seu amor misericordioso, que olhou para a pequenez do seu servo e fez maravilhas; por isso, posso dizer: “Santo! Santo! Santo! É o Senhor!”

Hoje, estando quase às portas da minha ordenação diaconal, tenho meditado bastante sobre e partir do Santo Sacrifício da Missa. Certa vez, meditava com as Constituições da Ordem e reparei que no nº 73, nos parágrafos 1 e 2, estava contido grande parte do meu anseio e tomada de consciência de que fui, sou e só poderei “ser salvo pela Liturgia”. Assim reza: “Dado que a comunhão de vida com Deus cresce e se aprofunda especialmente através dos atos litúrgicos, os frades procurem preparar-se por meio do estudo freqüente dos textos litúrgicos, e participem dos atos litúrgicos como o exige o próprio estado e a própria natureza da liturgia. [§2]: Nos sagrados atos litúrgicos, siga-se com fidelidade o rito da Igreja e observem-se as prescrições do calendário e do ritual da Ordem. [...]

Está tudo aqui resumido. Mas, certamente, sou testemunha viva de que fui um dia e o sou a cada dia “salvo pela liturgia!” O blog "Salvem a Liturgia", que admiro muito o ardoroso e zeloso trabalho de toda a equipe, da qual faço parte, diariamente traz um conteúdo, como essencial. É como ensina o meu Seráfico Pai São Francisco de Assis, no final da sua vida, falando aos frades: "... que sempre sejam fiéis e sujeitos aos prelados e a todos os clérigos da Santa Mãe Igreja..." (Testamento de Sena, 4), tenho muito a testemunhar, compartilhar e certamente ainda a aprender também, para um melhor fomento e, oxalá, ser um autêntico testemunho vivo de que "uma celebração conforme a tradição da Igreja é fonte de vocações para a Igreja [...]" (Pe. Paulo Ricardo).

Posso dizer até que sou fruto concreto desta afirmação. Cresci vendo, participando, preparando e, por fim, ensinando como preparar belas, piedosas e frutuosas Santas Missas celebradas pelos frades da paróquia donde provenho. Tenho a sã consciência de que ter obrigação de colocar a serviço do povo de Deus, sobretudo, utilizando dos dons que Ele mesmo me deu. Urge sermos coerentes em tudo e com tudo o que lemos, escrevemos e, por conseqüência, vivemos, experimentamos, cada qual em seu estado de vida! Afinal, como diz o antigo jargão francês, noblesse oblige! (a nobreza [do nosso estado] nos obriga a [..]!)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sites de diversos países fazem referência à publicação do Salvem a Liturgia

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A publicação do Salvem a Liturgia referente a Santa Missa presidida pelo Monsenhor Guido Marini no Altar de Maria Salus Populi Romini na Básilica de Santa Maria Maior: (cf. Salvem a Liturgia) foi citada em sites de diversos países confirmando o grande alcance do nosso apostolado e aumentando a nossa responsabilidade em oferecer aos leitores uma opção de valorização, zelo e profundo amor pela Sagrada Liturgia da Igreja.

Aprendendo o Latim (Parte VI)

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A Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, do Santo Padre Bento XVI, no nº 62 fala explicitamente quanto ao uso da língua latina (grifos nossos): "... A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as diretrizes do Concílio Vaticano II: excetuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano. A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia."

E isto para enfatizar o intento que o Salvem a Liturgia vem fazendo com esta série de postagens, em consonância com o Magistério e com o Santo Padre o Papa!

Aqui é bom entendermos o porquê de algumas palavras variarem em suas terminações. No latim, substantivos, adjetivos e pronomes não têm uma forma fixa como em português,que só varia em gênero e número, isto é, masculino e feminino, singular ou plural. O latim não tem artigos; as desinências indicam, simultaneamente, não só o gênero e o número da palavra, mas também a sua função sintática.

Os substantivos declináveis em latim figuram, nos dicionários, em dois casos, o nominativo e o genitivo. Por exemplo, tabula, ae; dominus, i; lex, legis; manus, us; dies, ei (ae genitivo da primeira declinação; i da segunda; is, da terceira; us, da quarta, e ei da quinta).
Conhecido o genitivo, dele se extrai o radical para formar os demais casos. O radical é obtido destacando-se a desinência do genitivo. Exemplo: Dominus, Domini. Radical: Dominus menos us = Domin.

Os termos em us fazem o vocativo em e. Ex.: Benedictus (Bento), Benedicte (Ó, Bento). Mas, Deus (Deus), agnus (cordeiro) e chorus (coro) têm o vocativo igual ao nominativo, isto é, us. Ex.: Agnus Dei, miserere nostri (Cordeiro de Deus, tem piedade de nós).

Os casos em latim são seis e regem a terminação que a palavra vai receber. Na maioria das vezes:
O nominativo indica o sujeito da oração e normalmente é traduzido por "o algo" / "algo".
O genitivo indica o adjunto adnominal restrivo, passa a idéia de posse e normalmente é traduzido por "de algo".
O dativo indica o objeto indireto e normalmente é traduzido por "a algo".
O acusativo indica o objeto direto e normalmente é traduzido por "o algo".
O ablativo indica um adjunto adverbial e normalmente é traduzido por "para algo".

Assim, quando foi anunciado o novo Papa, em 19 de Abril de 2005, o Cardeal protodiácono Jorge Medina Estévez, proclamou:

Annuntio vobis gaudium magnum;
habemus Papam:
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,
Dominum Josephum
Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Ratzinger
qui sibi nomen imposuit Benedictum (i) decimi sexti
.
Anuncio-vos uma grande alegria;
Temos um Papa:
O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor,
Senhor Joseph
Cardeal da Santa Romana Igreja Ratzinger,
que se impôs o nome de Bento dezesseis.
Ao anunciar o nome do papa recém-eleito, é dito o nome de nascimento do novo papa ou o primeiro nome em latim, caso acusativo (ex. Angelum Iosephum, Ioannem Baptistam, Albinum, Carolum, Iosephum), o sobrenome do novo pontífice é anunciado na língua original (por exemplo, Roncalli, Montini, Luciani, Wojtya, Ratzinger). O nome pontifício do novo papa é normalmente pronunciado em latim, no caso genitivo (ex. Ioannis vicesimi Tertii, Ioannis Pauli primi, e etc), embora também possa ser utilizado o caso acusativo em latim (como foi o caso em 1963, quando o nome papal de Paulo VI foi anunciado como Paulum Sextum e do atual papa Benedictum).


Áudio da Salve Rainha:







Salve, Regina, mater misericordiae; vita, dulcedo, et spes nostra, salve. Ad te clamamus, exsules filii Evae. At te suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte. Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria. Amen.



quinta-feira, 20 de maio de 2010

Maria, Esposa do Espírito Santo

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Excelente texto em preparação a Pentecostes, retirado do site do Opus Angelorum:

"O Espírito e a Esposa dizem "Vem!" E aquele que ouve diga: "Vem!" Aquele que o deseja, receba gratuitamente a água da vida!" (Ap. 22, 17)

Todo o Tempo Pascal é coroado pelo Pentecostes e esta vida é precedida por nove dias de expectativa, a contar da Quinta Feira da Ascensão. Aquela novena preparatória foi uma vivência cada vez mais intensa do "Vem!", do cumprimento das palavras do Mestre: "Tenho-vos dito isto, enquanto estou convosco. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recor- dará tudo o que vos tenho dito" (Jo. 14,26).
Mas será que o dia de Pentecostes foi a primeira vinda do Paráclito? Não teria já anteriormente havido outros Pentecostes", isto é, outras descidas do Espírito Santo na criação?



NO ALVOR DA CRIAÇÃO

"Deus é Amor" (Jo. 4,8. 16) no Seu modo de Ser e de Existir, mas o Amor em Pessoa no seio Trinitário é o Espírito Santo. Ele é a expressão pessoal do doar-Se, desse Ser-Amor (S. Th. I a, pp 37-38). O Espírito enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na Divindade é Amor e Dom incriado do Qual deriva como de uma fonte, toda a dádiva em relação às criaturas, que são dom criado: mediante a criação Ele doa a existência a todas as coisas.

O princípio do dar-se Divino, que se identifica com o próprio mistério da criação, lemos: "No princípio, Deus criou os céus e a terra, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn. 1,1-2). Isto significa, não só o chamamento à existência das criaturas espirituais (criou os céus), mas também das materiais (criou a terra: o ser humano e todo o universo). Noutras palavras: o dom da existência inclui também a presença do Espírito de Deus na criação e, isto é o início da comunicação salvífica de Deus às coisas que cria.

Contudo São Paulo ensina-nos: "N'Ele (no Filho) foram criadas todas as coisas nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis... Tudo foi criado por ele e para Ele" (Col. 1,16). Com estas palavras paulinas fica claro que tudo existe directamente por causa do Filho. Opina o Doutor da Igreja João Duns Scoto que, mesmo que não houvesse pecado para redimir (cfr. Lectura paris, III, d. 7, q. 4), o Verbo sempre se uniria à nossa carne e habitaria entre nós, sendo o "Emanuel" (Is.7,14), que quer dizer "Deus está connosco" conforme explicaria o Anjo (cfr. Mt.1,23). Mas não podemos separar esta realidade da palavra Mariana: "Faça-se em Mim segundo a tua palavra!" (Lc. 1,37).

Por isso Deus ao "pensar" na criação e ao saber no Seu eterno presente da existência do pecado dum terço dos anjos (cfr. Ap. 12,4) e dos homens, também pensou na única resposta válida da criatura ao Criador: "Eu sou a serva do Senhor" (Lc. 1,37). Deste modo quando Ele "estendia os Céus" (Prov. 8,27) para o Seu Filho, Maria já estava no Seu eterno presente. "Quando sujeitava os abismos ao curso de leis invioláveis, quando estabelecia a abóbada dos Céus e punha as fontes das águas em equilíbrio; quando punha ao mar o seu termo e lhe impunha como lei que não violasse os seus limites; quando lançava os fundamentos da Terra, Eu já estava com Ele dispondo todas as coisas" (Prov. 8,27-30a).

Por conseguinte podemos afirmar: por Maria nos veio a criação e com ela a presença do Espírito, pois também por Seu intermédio nos foi dado o Criador conforme nos ensina o Evangelista: "Tudo foi feito por meio do Verbo e sem Ele nada foi feito" (Jo. 1,3).


NO MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO

Com o pecado original o homem perdeu a sua dignidade original e com ele foi quebrada toda a ordem do universo (cfr. Rom.8,19-22).

Mas o Pai une a maldição da serpente à Redenção: "Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar" (Gn.3,15). Com estas palavras o Pai exprimiu o Seu consentimento à Encarnação de Seu Filho. Por isso Ele "quis ser, por meio de Seu amado Filho, não só Criador da humanidade mas também o autor generoso da nova Criação" (Prefácio Comum III). E na "plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei" (Gal. 4,4).

São Gabriel ao explicar como se daria a Encarnação afirma: "O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a Sua sombra" (Lc. 1,35).

Aí o Espírito faz n'Ela o Seu Pentecostes no começo da "nova criação". Diz-nos São Luís Maria G. Montfort que "sendo o Espírito Santo estéril em Deus, isto é, não produzindo nenhuma outra Pessoa Divina, tornou-Se fecundo por Maria, que desposou. Foi com Ela e n'Ela que formou a Sua obra-prima: um Deus feito homem. Não se quer dizer com isto que a SSma. Virgem de ao Espírito Santo a fecundidade, como se Ele a não tivesse... O que se quer dizer é que o Espírito Santo pôs em acção a Sua fecundidade por intermédio da Virgem, de quem Se quer servir, embora disso não tenha necessidade absoluta, para produzir n'Ele e por Ela Jesus Cristo" (TVD nº 21).


NO JORDÃO

"Por aqueles dias, aconteceu que Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão, e, logo ao subir da água, ele viu os céus se rasgando e o Espírito, como uma pomba, descer até Ele, e uma voz veio dos céus: "Tu és o Meu Filho amado, em Ti Me comprazo" (Mc. 1,9-11).

Desta forma o Espírito Santo ungiu e consagrou a SSma. Humanidade do Filho de Deus. Noutras palavras: aquela carne e aquele sangue imaculado que Maria Lhe deu na Encarnação e alimentou durante 30 anos na Sua vida oculta, agora está preparada pelo Espírito para começar o Seu ministério público.

No Jordão o Consolador fez a Sua terceira vinda e ao mesmo tempo cumpre o que Isaías anunciara: "Eis o Meu servo, que Eu amparo, o Meu eleito, no Qual a Minha alma põe a Sua complacência; fiz repousar sobre Ele o Meu Espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça" (Is. 42,1).

Este "Pentecostes" sobre Jesus no Seu Baptismo foi ao mesmo tempo o sinal que o Pai tinha dado a João para reconhecer o Messias (cfr. Jo. 1,32-34).

Desde essa hora a direcção do Espírito Santo na humanidade de Jesus, na qual reside, começa a manifestar-se. Ele parecia estar circunscrito aos limites normais da Sua actividade humano e de Seu raio de acção. É por isso que tudo o que Jesus faz é movido pelo Espírito desde a primeira coisa após o Seu Baptismo. "Em seguida, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo demónio" (Mt. 4,1).



NO CALVÁRIO

Nas horas que a Mãe das Dores passou junto à Cruz de Seu Filho, realizou-se a plenitude do mistério do Espírito do Amor em relação a Ela.

Em Nazaré o Consolador gerou n'Ela a "Cabeça da Igreja" (Col. 1,18). Ora na ordem da criação, "a mesma mãe não pode dar à luz a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça. Do mesmo modo na ordem da graça, a Cabeça e os membros nascem duma mesma Mãe" (TVD nº 32).

Para essa geração dos membros do Seu Filho, o Paráclito baixa sobre Ela como num Pentecostes, quando estava sob a Cruz. Aqui não é mais um Anjo que Lhe anuncia a Sua nova maternidade, é o próprio Deus Humanado que da Cruz diz-Lhe: "Mulher, eis aí o teu filho!" (Jo. 19,26). Em Nazaré Maria tinha dito o Seu "SIM" em palavras; no Calvário repetiu-o silenciosamente ao aceitar ser recebida em casa do discípulo (cfr. Jo. 19,27).

Aqui deu-se a "Anunciação" da Maternidade Eclesial da Mãe, mas para que Ela concebesse, a morada do Espírito teve que ser rasgada: "Chegando a Jesus e vendo-o já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados transpassou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água" (Jo. 19,34). O sangue (cfr. Lv. 1,5ss; Ex. 24,8ss) testemunha a realidade do sacrifício do cordeiro imolado para a salvação do mundo (cfr. Jo. 6,51). A água, é símbolo do Espírito e da Sua fecundidade (cfr. nota "E" da Bíblia de Jerusalém sobre Jo. 19,34).

Esta fecundidade pousou sobre a Mãe do novo Povo de Deus, que daria à luz 50 dias após a Páscoa.


NO CENÁCULO DE JERUSALÉM

M. Join Lambert e P. Grelot ("Temps" in VTB, 1053/4), afirmam: "Entre a Ascensão e o fim dos tempos, em que sedará a segunda vinda de Cristo, situa-se o tempo da Igreja".

Por isso no momento da Ascensão Maria estava presente quando Jesus fez a promessa: "O Espírito Santo descerá sobre vós e d'Ele recebereis a força. Sereis, então, Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra" (Act. 1,8). Continua São Lucas a narrativa: "Então, do monte que se chama das Oliveiras, voltaram a Jerusalém... Tendo entrado na cidade subiram à sala superior, onde habitualmente ficavam. Todos unânimes, eram assíduos à oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de Jesus" (Act. 1,12-14).

Se pela força das Suas súplicas Ela abriu o Coração do Pai para a Encarnação do Verbo, e conseguiu o que os desejos dos Patriarcas, os suspiros dos Reis ou as ânsias dos Profetas se mostraram ineficazes, também foi pela beleza do Seu ser e preces que o Espírito Santo Se deixou novamente atrair, e desce por Ela à Igreja, que dá à luz de manhã cedo ao chegar o décimo dia depois da Ascensão (cfr. Act. 2, 1-4a).


EM CADA CRISTÃO

"Este derramar o Espírito sobre a comunidade - afirma Schenackenburg - é um equivalente comparável à unção pessoal do Messias no Baptismo para a Sua actividade terrestre" (KNT, 60). Assim o Espírito desce sobre os membros da comunidade, como desceu sobre Cristo e toma posse deles, enquanto toma posse dos Doze.

A estes é comunicado o Espírito Santo e tornam-se os portadores e transmissores originários do Espírito e como tais testemunhas da Ressurreição e era com grande poder que davam esse testemunho (cfr. Act. 4,33). Os "Doze", cheios do Espírito Santo, enchem o mundo com este Espírito.., sempre em novos Pentecostes (cfr. Act. 8.14-17; 10,44-47; 19,1-7; Rom. 15,16).

Afirma São Luís Maria G. Montfort: "O procedimento que a SSma. Trindade teve na primeira vinda de Jesus Cristo, tem-no ainda todos os dias, duma maneira invisível, na Santa Igreja, tê-lo-ão até à consumação dos séculos" (TVD n. 22).

Assim Deus Espírito Santo quer formar em Maria e por Maria os eleitos e diz-Lhe: "Lança raízes entre os Meus eleitos" (Ecli. 24, 13). Lança raízes com os Meus Dons em Ti nos Meus ungidos, a fim de que cresçam de virtude em virtude e de graça em graça!

Que o Entendimento produza novas almas virgens e consagradas que,
entendendo o chamamento divino digam o SIM e inflamem o mundo!

Que a Sabedoria dê novos teólogos e doutores da Igreja que,
penetrando rectamente nos divinos Mistérios, renovem a Igreja!

Que o Conselho suscite novos Sacerdotes e Ministros Sagrados que,
com a sua palavra sarem tantas chagas nos corações!

Que a Ciência produza novos pais e mães que,
iluminados pela ciência divina, transformem os seus lares em santuários!

Que a Fortaleza gere novos mártires e confessores que,
com o seu heroísmo sejam semente de novos cristãos.

Que o Santo Temor conceba novos jovens puros e renovados,
de modo a serem suave incenso que sobe ao céu!

Que a Piedade conceda novos templos que,
com a sua piedade aqueçam todos os recantos do mundo!

"Depois de Maria lançar as Suas raízes numa alma, opera nela maravilhas de graça... Maria produziu com o Espírito Santo a maior maravilha: o Homem-Deus! E produzirá, consequentemente as coisas mais admiráveis que hão-de existir nos últimos tempos: a formação e educação de grandes santos" (TVD n. 35).

"Tendo-A encontrado numa alma, o Espírito Santo Seu Esposo, voa para lá, entra plenamente e comunica-Se a essa alma abundantemente e na mesma medida em que a alma dá lugar à Sua Esposa; e uma das grandes razões por que o Espírito Santo não opera agora maravilhas retumbantes nas almas é porque não encontra nelas uma união bastante íntima com a Sua fiel e indissolúvel Esposa... E indissolúvel Esposa, porque desde que o Amor Incriado A desposou para Jesus Cristo, a Cabeça dos eleitos, e Jesus Cristo nos eleitos, nunca mais A repudiou, porque ela foi sempre fiel e fecunda" (TVD n. 36).



NA CONSUMAÇÃO

O sétimo e definitivo Pentecostes se dará no momento da realização da visão joanina: "Vi, então, um novo céu e uma nova Terra, porque o primeiro céu e a primeira Terra haviam desaparecido, e o mar já não existia" (Ap. 21,1).

Das cinzas do primeiro céu e da primeira terra que foram corrompidos pelo pecado, mas abertos pela Redenção ao retorno à Casa do Pai pela acção santificadora do Espírito em Maria, surgirá o novo e definitivo Céu e Terra "liberta enfim, da corrupção do pecado e da morte" (Or. Euc. IV). E surgirá como "a cidade santa, a nova Jerusalém... bela como uma esposa que se ataviou pare o seu esposo. E ouvi outra grande voz, que dizia: "Eis aqui o tabernáculo de Deus entre os homens! Habitará com eles, serão o Seu povo e o próprio Deus estará com eles" (Ap. 21,3).

Pensando EM Maria o Pai pronunciou o "Faça-se!" no alvor da criação. COM a cooperação de Maria o Filho operou a Redenção na plenitude dos tempos; POR Maria o Espírito realizará a entrada nesta Cidade Santa dos que estiverem à direita do Rei da Glória, juntamente com os Anjos fiéis e a criação santificada.

Não é por acaso que a Igreja na sua liturgia nas Missas Marianas apresenta a Nova Jerusalém como imagem d'Aquela que invocamos como "Porta do Céu".

Por Maria todos entrarão na Casa do Pai, a Cidade de Deus e aí "Ele enxugará as lágrimas dos seus olhos; não haverá mais morte, nem pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Ap. 21,4).

Esta definitiva maravilha se realizará graças à palavra "d'Aquele que estava sentado no trono, que disse: "Eis que renovo todas as coisas!... E acrescentou:

"Está feito! Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Aquele que tiver sede dar-lhe-ei a beber gratuitamente da fonte da água da vida. O que vencer, possuirá estas coisas; Eu serei Seu Deus e ele será Meu filho!" (Ap. 21 ,5-6)

Santa Missa na Forma Extraordinária no CEN - "Parte 3"

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Nota: O Salvem a Liturgia agradece pela colaboração do "Ecclesia Design", na pessoa do Pablo Neves, pelo banner temático.

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Em seqüência às fotos da Santa Missa na Forma Extraordinária, celebrada por Dom Fernando Rifan, durante o XVI CEN, em Brasília, postamos da procissão de entrada até o início da Homilia. Aqui, algumas fotos principais, a continuação da série completa, pode ser vista no flickr, clicando no link no fim da postagem. A Santa Missa foi a votiva da Santíssima Eucaristia, com leituras e orações próprias.


Detalhe para o conjunto de paramentos: é um só: Pluvial, Casula e Dalmáticas,
exceto para os diáconos-assistentes, que têm outro conjunto.
O Confiteor do Bispo
O Confiteor dos Assistentes
Impostação do Manípulo do Bispo

O beijo do Altar
Incensação do Altar

Incensação do Bispo
No Trono
Leitura
Detalhe para a posição das mãos, o Anel e as Chirotecae
A Mitra para andar ("Preciosa")
Ouvindo a proclamação do Santo Evangelho
Início da Homilia


Veja mais fotos desta parte (completa) no  flickr Parte 1
                                                                       flickr Parte 2
                                                                       flickr Parte 3
                                                                       flickr Parte 4

Missa em latim e outras reflexões paroquiais...

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Quando as pessoas pessoal em "Missa em latim", geralmente pensam no chamado "rito tridentino". Essa forma de Missa, que era o rito romano em uso até a reforma da liturgia pedida pelo Concílio Vaticano II e executada pelo Papa VI, foi restaurada ao uso universal, e agora é chamada de "forma extraordinária do rito romano", ao lado da "forma ordinária do rito romano" (que vem a ser exatamente o rito romano reformado por Paulo VI).

A forma do rito romano mais usada na maioria das paróquias e institutos é a forma ordinária, geralmente celebrada na língua do povo, o vernáculo. Mas, embora a forma extraordinária, o rito romano tridentino, antigo, seja sempre em latim, a forma ordinária, o rito romano moderno, reformado, em que pese ser na maioria das vezes oferecido em vernáculo, pode ser também feito em latim.

O que diferencia a forma ordinária da extraordinária não é a língua. Não é que uma seja em vernáculo e outra em latim. Ambas são em latim, ainda que a ordinária possa ser também em vernáculo.

Também não é a posição do sacerdote que a diferencia, de vez que nenhuma norma proíbe que a forma antiga seja celebrada "de frente ao povo", nem que a forma nova seja celebrada "de frente para Deus" ou "de frente para ábside". Escapa a esse artigo falar das profundas razões teológicas, espirituais e históricas que nos fazem preferir que a Missa, em qualquer das duas formas (e mesmo em outros ritos), seja celebrada sempre "de frente para Deus" (no que importa que o padre fique, como erroneamente se diz, "de costas para o povo").

Enfim, também não são os paramentos que se diferenciam. Ambas as formas são do rito romano, portanto os paramentos são os mesmos: a alva, o cíngulo, o amito, a estola, a casula. Apenas que no rito antigo havia a obrigatoriedade do uso de um paramento em desuso na forma nova: o manípulo.

Tampouco é a música que diferencia as duas formas. Tanto em uma como em outra, o gregoriano deve ocupar o lugar da primazia. Depois, a polifonia sacra, especialmente da escola romana. E, nas Missas baixas, pode haver um canto popular acompanhando determinados ritos. Claro, no rito novo, como pode ser celebrada a Missa em vernáculo, nada mais natural que haver justas adaptações ao idioma vulgar de melodias gregorianas e composições polifônicas.

Alguns poderiam nos interpelar: mas a Missa no rito novo, na forma ordinária, em minha paróquia é com um sacerdote que não usa casula, que odeia latim e não quer nem saber de rezar "de frente para Deus" ou de cantar gregoriano...

Pois é... É bem verdade que é lícito (e, nas circunstâncias atuais, com tantos abusos litúrgicos, pode ser pastoralmente recomendável ir "tijolo a tijolo" dentro da licitude, claro) celebrar "de frente ao povo" (desde que se centre em Deus e não no povo, o que se faz sem ficar olhando para os fiéis, e evitando tratá-los como se fossem o outro pólo da relação, como se a igreja fosse um auditório). Também se pode, na Missa baixa, usar cantos populares, e mesmo na Missa solene ou na Missa cantasda usar um canto popular mais parecido com o gregoriano e a polifonia - para ver as regras do canto na Missa leia
aqui). E, por último, é perfeitamente possível usar o vernáculo.

Todavia, evitar o latim a todo custo, ignorar "solenemente" o gregoriano e a polifonia e nem sequer entender os motivos teológicos da Missa "de frente para Deus", é inconcebível a qualquer padre que se pretenda católico! Ademais, a casula, não utilizada pelo pároco do exemplo de nosso pobre fiel, é obrigatória, só sendo dispensada em ocasiões muito peculiares.

É de se refletir como a liturgia em nossa própria paróquia... E, além de desejar o rito tridentino, tentar que nosso rito moderno mesmo seja também bem celebrado! Um novo movimento litúrgico!

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