segunda-feira, 26 de julho de 2010
Missa Pontifical em latim na forma ordinária, em evento dos Cavaleiros Hospitalários (Ordem de Malta)
sábado, 24 de julho de 2010
O sentido da capa magna
Alguns escreveram ao Salvem criticando postagens em que figuravam Bispos com a capa magna, antes de uma Missa Pontifical no rito antigo. Diziam que é preciso ser equilibrado.
Concordamos com o equilíbrio. Claro que não podemos fazer da liturgia uma pantomima, uma caricatura de culto, um teatro de vaidades, nem a liturgia se pode transformar em conversa de estilistas ou fashionistas.
Todavia, a capa magna não é nenhum exagero. Ela está prevista, inclusive pelo ATUAL Cerimonial dos Bispos, após o Vaticano II, após a reforma de Paulo VI, para ocasiões de extrema solenidade. Ou seja, é para a forma ordinária também, para o rito novo. Mas, no antigo e no novo, em situações raras.
Se fosse usada habitualmente, como parte da veste talar do Bispo ou do Cardeal, aí, sim, algo iria mal. Um Bispo que a utilizasse cotidianamente em seus afazares, ou em cada Missa que celebrasse ou assistisse, isso, sim, resultaria em um tosco anacronismo, em um desejo de aparecer.
Repetimos: não é para o dia-a-dia que a capa magna está desenhada, mas como parte da veste coral mais solene. Nem mesmo quando assiste, normalmente, um ofício com veste coral, está o Bispo obrigado à capa. Ela, diríamos, não só é solene, como soleníssima.
E qual seu sentido? – perguntam alguns.
Manifestar, justamente porque é soleníssima, justamente porque é de raro uso, a realeza da Igreja. Trata-se, também a capa magna, como qualquer outra veste ou paramento, de realçar a glória de Deus. A beleza tem sua função na liturgia. É um instrumento de poderosa pedagogia, bem o sabemos. Ao vermos, em condições excepcionais, Bispos com suas capas magnas, somos imediatamente transportados para um mundo em que eles são nobres – e os Cardeais, príncipes –, e a Igreja um Reino. A capa magna tem um quê de sobrenatural, exatamente pelo pulchrum que nela reside. Não é ordinária, e sim majestosa. E essa suntuosidade nos diz que a Igreja não é do dia-a-dia, que o espiritual é algo sublime, superior, acima das coisas comuns.
O exterior reflete o interior. A beleza reflete a verdade. O culto não pode ser apenas interior, nem mínimo. Dar apenas o mínimo prescrito é como faltar com a generosidade para com Deus. O minimalismo litúrgico tem raízes na concepção luterana de culto, com um fundo marcadamente gnóstico, em que só importa o interior, e o exterior, se é necessário, só deve ser embelezado com o indispensável, com o essencial, com o suficiente.
Essa idéia de que basta uma batina e, no máximo, um ferraiolo (a capa curta), ou, nem isso, apenas um clergyman, e, na Missa, uma casula simples, com duas velas e incenso eventual, com altar em forma de bloco, é gnóstica. Não despreza o exterior de todo, mas contenta-se com o mínimo indispensável, ignorando que, nos acidentes e nas opções, há sinais legítimos e catequéticos.
A falta de símbolos torna carente o homem. E, se o homem moderno não os sabe ler, não é preciso acabar com eles, porém ensiná-lo sua reta interpretação. Pensar o contrário seria o equivalente a, diante de tantos analfabetos, extinguir as letras…
Fotos de capas magnas seguem, ilutrando nosso despretencioso artigo:
E, enfim, para os que acham que a capa magna é “coisa de antes do Concílio”, ou “só para os tradicionalistas, que usam a liturgia antiga”, ou “moda da forma extraordinária”, ou ainda “invenção dessa geração Bento XVI”, vejam o Papa anterior, João Paulo II, quando ainda era Cardeal, e nos tempos posteriores ao Vaticano II, em capa magna:
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Ordenação presbiteral em Estância - SE
Que Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da sua diocese, o ilumine e o encaminhe para a união íntima com o Crucificado!
Música litúrgica - o Kyrie e o Ato Penitencial, parte I
Começamos aqui nossa abordagem da música no Ato Penitencial da Santa Missa. O leitor pode ver no título deste texto mencionados dois objetos, não apenas um. Embora meu intento seja comentar apenas a música, faz-se necessário compreender algumas questões referentes à Liturgia em si e suas partes. Por esta razão, o texto vai dividido em duas partes: esta primeira parte hoje, e a segunda parte no próximo dia 28.
Senhor, que viestes ao mundo para nos salvar, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, que continuamente nos visitais com a graça do vosso Espírito, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, que vireis um dia para julgar as nossas obras, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Outra, sugerida para o Tempo do Natal:
Senhor, Filho de Deus, que, nascendo da Virgem Maria, vos fizestes nosso irmão, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, Filho do Homem, que conheceis e compreendeis nossa fraqueza, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, Filho primogênito do Pai, que fazeis de nós uma só família, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Existem várias para o Tempo Comum, sem impedimento a seu uso nos outros tempos litúrgicos, conforme suas palavras. Não é obrigatório que os tropos façam menção ao perdão e à misericórdia divinos, mas este é o caso de algumas sugestões do Missal que me agradam, particularmente (aqui é gosto pessoal mesmo). Eis uma delas:
Senhor, que oferecestes o vosso perdão a Pedro arrependido, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, que prometestes o paraíso ao bom ladrão, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, que acolheis toda pessoa que confia na vossa misericórdia, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Assim funciona o Kyrie e, em geral, o Ato Penitencial da Santa Missa em Rito Romano. Na segunda parte deste texto abordarei a música deste momento da Liturgia.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
“Redentoristas transalpinos” em peregrinação a Roma
Muitos de nossos leitores, por certo, conhecem, do mundo ligado ao rito antigo, ou forma extraordinária, a Administração Apostólica São João Maria Vianney, o Instituto Cristo Rei e Sumo Sacerdote, a Fraternidade Sacerdotal São Pedro, o Instituto Bom Pastor, o Mosteiro do Barroux etc. Já os redentoristas transalpinos são menos conhecidos no Brasil.
Trata-se de um grupo de redentoristas que se unira a D. Lefebvre, mantendo a regra de Santo Afonso de Ligório quando esta foi reformada pelo capítulo de sua congregação.
Após o Summorum Pontificum, eles pediram ingresso na plena comunhão com o Papa, rompendo com a FSSPX. Obtiveram o privilégio de manter seu hábito tradicional redentorista – até onde sei com mínimas modificações –, a espiritualidade de Santo Afonso, sua filiação espiritual ao grande moralista, e as constituições redentoristas originais afonsinas. Todavia, se desvincularam oficialmente da Congregação do Santíssimo Redentor (CSsR). Hoje, eles são os Filhos do Santíssimo Redentor (FSsR), seu novo nome. O apelido “redentoristas transalpinos” continua a ser usado. A mesma família espiritual, como a OFM, a OFMConv e a OFMCap são igualmente franciscanas.
Possuem também a autorização de celebrar exclusivamente o rito romano na sua forma extraordinária. Sua base é na Escócia, na ilha de Papa Stronsay.
Recentemente, eles estiveram em peregrinação a Roma, onde puderam, perto do Santo Padre, celebrar no rito antigo. Abaixo, fotos da peregrinação, obtidas do blog oficial da congregação:
Visita à Igreja de Santo Afonso, fundador dos redentoristas e pai espiritual e inspirador dos “transalpinos”