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sexta-feira, 10 de junho de 2011

As orações apologéticas na missa

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As orações apologéticas na missa

(dos Estudos do Oficio das Celebrações Litúrgicas do
Sumo Pontifice)

Original em: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/details/ns_lit_doc_20100216_preghiere_po.html

Um silêncio que contempla e adora


A Sagrada Liturgia, que o Concílio Vaticano II qualifica como a ação sacerdotal de Cristo e, portanto, fonte e cume da vida eclesial, não pode ser reduzida jamais a uma mera realidade estética, nem pode ser considerada como um instrumento com fins meramente pedagógicos ou ecumênicos. A celebração dos santos mistérios é, sobretudo, ação de louvor à soberana majestade de Deus, Uno e Trino, e expressão querida pelo próprio Deus. Com ela, o homem, pessoal e comunitariamente, apresenta-se diante d’Ele para agradecer, consciente de que seu próprio ser não pode alcançar sua plenitude sem louvá-lo e cumprir sua
vontade, na constante busca do Reino que já está presente, mas que virá definitivamente no dia da parusia do Senhor Jesus [1].

A partir desta perspectiva, está claro que a direção de toda ação litúrgica – que é a mesma tanto para o sacerdote como para os fiéis – se dirige ao Senhor: ao Pai, através de Cristo, no Espírito Santo. Por isso, “sacerdote e povo certamente não rezam um ao outro, mas ao único Senhor” [2]. Trata-se de viver constantemente conversi ad Dominum, orientados ao Senhor, que implica na conversio, isto é, dirigir nossa alma a Jesus Cristo e, dessa forma, ao Deus vivente, à luz verdadeira [3].

Desse modo, a celebração litúrgica é um ato da virtude da religião que, coerentemente com sua natureza, deve se caracterizar por um profundo senso do sagrado. Nela, o homem e a comunidade devem ser conscientes de que vivem um encontro, em particular, diante d’Aquele que é três vezes Santo e Transcendente. Daí que “um sinal convincente da eficácia que a catequese eucarística tem nos fiéis seja sem dúvida o crescimento neles do senso do mistério de Deus presente entre nós” [4].

A atitude apropriada na celebração litúrgica não pode ser outra a não ser uma atitude impregnada de reverência e senso de estupor, que brota do saber-se na presença da majestade de Deus. Não era isso, por acaso, o que Deus queria expressar quando ordenou a Moisés que tirasse as sandálias diante da sarça ardente? Não nascia desta consciência, por acaso, a atitude de Moisés e de Elias, que não ousaram olhar para Deus face a face? [5]

Neste contexto, entendem-se melhor as palavras do Cânon II da Santa Missa, que definem perfeitamente a essência do ministério sacerdotal: astare coram te et tibi ministrare. Assim, pois, são duas as tarefas que definem a essência do ministério sacerdotal: “estar na presença do Senhor” e “servir em tua presença”. O Santo Padre Bento XVI, comentando esta segunda tarefa, apontava que o termo “serviço” é adotado fundamentalmente para referir-se ao serviço litúrgico. Este implica em muitas dimensões e, entre outras, indicava a proximidade, a familiaridade. Concretamente, comentava: “Ninguém está tão perto do seu senhor como o servidor que tem acesso à dimensão mais privada da sua vida. Neste sentido, ‘servir’ significa proximidade, requer familiaridade. Esta familiaridade compreende também um perigo: o de que o sagrado com que temos contato contínuo se converta para nós em costume. Assim se apaga o temor reverencial. Condicionados por todos os costumes, já não percebemos a grande, nova e surpreendente realidade: Ele mesmo está presente, fala-nos e se entrega a nós. Contra esse acostumar-se à realidade extraordinária, contra a indiferença do coração devemos lutar sem tréguas, reconhecendo sempre nossa insuficiência e a graça que envolve o fato de que Ele se entrega assim em nossas mãos” [6].

Frente a toda celebração litúrgica, mas de forma especial na Eucaristia – memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, pelo qual se faz realmente presente este acontecimento central de salvação e se realiza a obra da nossa redenção – temos de colocar-nos em adoração diante deste mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. O que mais Jesus poderia fazer por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia Ele nos mostra um amor que chega “até o extremo” (Jo 13, 1), um amor que não conhece medida [7]. Diante desta realidade extraordinária, permanecemos atônitos e aturdidos: com quanta condescendência humilde Deus quis se unir ao homem! Se dentro de poucas semanas nos comoveremos diante do presépio, contemplando a encarnação do Verbo, o que podemos sentir diante do altar, onde Cristo faz presente no tempo seu sacrifício mediante as pobres mãos do sacerdote? Cabe somente ajoelhar-se e adorar em silêncio este grande mistério de fé [8].

Consequência lógica do que foi dito é que o Povo de Deus precisa ver, nos sacerdotes e nos diáconos, um comportamento repleto de reverência e de dignidade, que seja capaz de ajudá-lo a aprofundar nas coisas invisíveis, inclusive sem muitas palavras e explicações. No Missal Romano, denominado de São Pio V, assim como em diversas liturgias orientais, encontram-se orações belíssimas, com as quais o sacerdote expressa o mais profundo sentimento de humildade e de reverência diante dos santos mistérios: revelam a própria substância de qualquer liturgia [9]. Estas orações presentes no Missal Romano, que em sua edição de 1962 é o missal próprio da forma extraordinária, foram recolhidas em parte no Missal Romano promulgado depois do Concílio Vaticano II e se denominam tradicionalmente “apologias”.

A estas orações se refere a Institutio Generalis Missalis Romani (Instituição Geral do Missal Romano) em seu número 33. Depois de referir-se às orações que o sacerdote, como celebrante, pronuncia em nome da Igreja, afirma que outras vezes, quando reza, “o faz somente em seu nome,para poder cumprir seu ministério com maior atenção e piedade. Assim, as orações propostas antes da leitura do Evangelho, na preparação dos dons, assim como antes e depois da Comunhão, são ditas em segredo”.

Dessa maneira, estas breves fórmulas rezadas em silêncio convidam o sacerdote a personalizar sua tarefa, a entregar-se ao Senhor, também com seu próprio eu. E são, ao mesmo tempo, uma forma excelente de encaminhar-se com os demais ao encontro do Senhor, de maneira inteiramente pessoal, mas ao mesmo tempo junto com os outros. Este é um primeiro aspecto essencial, pois só na medida em que se interioriza e se compreende a estrutura litúrgica e as palavras da liturgia, é possível entrar em consonância interior com ela. Quando isso acontece, o sacerdote celebrante já não somente fala com Deus como uma pessoa individual, mas entra no “nós” da Igreja que ora.

Se a celebração é oração e colóquio com Deus, de Deus conosco e nosso com Deus, transforma-se o próprio “eu” do celebrante, que entra no “nós” da Igreja. Enriquece-se e se amplia o “eu”, orando com a Igreja, com suas palavras, e se estabelece realmente um colóquio com Deus. Assim, celebrar é realmente celebrar “com” a Igreja: o coração se engrandece e está “com” a Igreja em colóquio com Deus. Neste processo, as orações apologéticas e o silêncio contemplativo e adorante que produzem são um elemento essencial; por isso, fazem parte da estrutura da Celebração Eucarística há mais de mil anos.

Em segundo lugar, no caminho rumo ao Senhor, percebemos a nossa própria indignidade. Torna-se necessário pedir ao longo da celebração que o próprio Deus nos transforme e aceite que participemos desta ação de Deus que configura a liturgia. De fato, o espírito de conversão contínua é uma das condições pessoais que torna possível a actuosa participatio dos fiéis e do próprio sacerdote celebrante. “Não se pode esperar uma participação ativa na liturgia eucarística quando se assiste a ela superficialmente, sem antes examinar a própria vida” [10].

O recolhimento e o silêncio antes e durante a celebração se situam neste contexto e facilitam que seja realidade a premissa “um coração reconciliado com Deus permite a verdadeira participação” [11]. Daí que seja claro que as orações apologéticas desempenham um papel importante na celebração.

Por exemplo, as orações apologéticas Munda cor meum, recitada antes da proclamação do Evangelho, ou In spiritu humilitatis, prévia ao lavabo depois da apresentação das oferendas, permitem ao sacerdote que as reza tomar consciência da realidade da sua indignidade e, ao mesmo tempo, da grandeza da sua missão. “O sacerdote é servidor e tem de esforçar-se continuamente por se sinal que, como dócil instrumento em suas mãos, refere-se a Cristo” [12]. O silêncio e os gestos de piedade e recolhimento do celebrante também movem os fiéis que participam da celebração a perceberem a necessidade de preparar-se, de converter-se, dada a importância do momento em que se encontram na celebração: antes da leitura do Evangelho, no início iminente da oração Eucarística.

Por outro lado, as apologias Per huius aquae et vini durante o Ofertório ou Quod ore sumpsimus Domine durante a purificação dos vasos sagrados, enquadram-se perfeitamente neste desejo de ser introduzidos e transformados em e pela ação divina. Uma e outra vez, temos de trazer à nossa mente e coração que a liturgia eucarística é ação de Deus que nos une a Jesus através do seu Espírito [13]. Estas duas apologias, às quais nos referimos, encaminham nossa existência rumo à Encarnação e à Ressurreição. E, na verdade, constituem um elemento que favorece a realização desse desejo da Igreja: que os fiéis não fiquem assistindo ao mistério de fé como estranhos e mudos expectadores, mas que agradeçam a Deus e aprendam a oferecer-se a Cristo [14].

Não nos parece atrevido afirmar que as apologias também desempenham um papel de primeira linha na hora de “recordar” o ministro ordenado que ele “desempenha o papel do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se é assimilado ao Sumo Sacerdote, pela consagração sacerdotal recebida, então goza da faculdade de agir pelo poder do próprio Cristo, a quem representa (virtute ac persona ipsius Christi)” [15].

Ao mesmo tempo, estas orações recordam ao sacerdote que, por ser ministro ordenado, é “o vínculo sacramental que une a ação litúrgica ao que disseram e realizaram os apóstolos e, por eles, o que disse e realizou Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos” [16]. As orações ditas pelo celebrante em segredo constituem, por isso, um meio extraordinário para unir uns aos outros, formar uma comunidade que é “liturga” e que participa inteira orientada a Deus por Jesus Cristo.

Uma das apologias, conservada no atual Ordo Missae,plasma perfeitamente o que estamos dizendo: Domine Iesu Christe Fili Dei vivi qui ex voluntate Patris cooperante Spiritu Sancto per mortem tuam mundum vivificasti (“Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, por vontade do Pai, cooperando com o Espírito Santo, com a vossa morte destes a vida ao mundo”). De fato, as orações que o sacerdote reza em segredo – e esta concretamente – podem ajudar de modo eficaz – a sacerdotes e fiéis – a alcançar a clara consciência de que a liturgia é obra da Santíssima Trindade. “A oração e a oferenda da Igreja são inseparáveis da oração e da oferenda de Cristo, sua Cabeça. Trata-se sempre do culto de Cristo em e pela sua Igreja” [17].

Assim, pois, as apologias, há mais de mil anos, configuram-se como simples fórmulas acrisoladas pela história, repletas de conteúdo teológico, que permitem ao sacerdote quando as reza, e ao povo fiel que participa vivendo o silêncio, perceber o mistério de fé do qual participam e assim unir-se a Cristo e reconhecê-lo como Deus, irmão e amigo.

Por estes motivos, temos de alegrar-nos pelo fato de que, apesar da reforma litúrgica pós-conciliar ter reduzido drasticamente seu número e retocado notavelmente o texto destas orações, elas continuam estando presentes também no Ordinário da Missa mais recente. É um convite aos sacerdotes a não descuidarem destas orações durante a celebração, assim como a não transformá-las de orações do sacerdote a orações de toda a assembleia, lendo-as em voz alta como as demais orações. As orações apologéticas se baseiam e expressam uma teologia diferente e complementar à que constitui o pano de fundo das demais orações. Esta teologia se manifesta na maneira silenciosa e reverente com que são rezadas pelo sacerdote e acompanhadas pelos demais fiéis.


Notas

[1]
João Paulo II, Mensagem à Assembleia Plenária da Congregação para o Culto
Divino e a Disciplina dos Sacramentos
(21.IX.2001)

[2]
J. Ratzinger, Prefácio ao primeiro volume dos meus escritos.

[3]
Cf. Bento XVI,
Homilia na Vigília Pascal, 22.III.2008.

[4]
Bento XVI, Ex. apost. post.
Sacramentum caritatis, n. 65.

[5]
Cf. João Paulo II, Mensagem à Assembleia Plenária da Congregação para o
Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
(21.IX.2001)

[6]
Bento XVI,
Homilia Missa Crismal, 20.III.2008.

[7]
João Paulo II, .Carta enc.
Ecclesia de Eucharistia, 11.

[8]
João Paulo II,
Carta aos sacerdotes na Quinta-Feira
Santa 2004
.

[9]
Cf. João Paulo II, Mensagem à Assembleia Plenária da Congregação para o
Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
(21.IX.2001)

[10]
Bento XVI, Ex. apost. post.
Sacramentum caritatis, n. 55.

[11]
Idem.

[12]
Bento XVI, Ex. apost. post.
Sacramentum caritatis, n 23.

[13]
Cf. Bento XVI, Ex. apost. post.
Sacramentum caritatis, n. 37.

[14]
Cf. Const.
Sacrosanctum Concilium, 48.

[15]
Pio XII, Carta encíclica
Mediator Dei cit. no Catecismo da Igreja Católica, 1548.

[16]
Catecismo da Igreja Católica, 1120.

[17]
Catecismo da Igreja Católica, 1553.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Sacerdote na celebração de Pentecostes

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O Sacerdote na celebração de
Pentecostes



(tradução dos Estudos do Oficio das Celebrações Litúrgicas
do Sumo Pontifice)



Original em: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/details/ns_lit_doc_20100526_sac-pentecoste_it.html

A Igreja de Pentecostes é a antítese da Torre de Babel. É a cidade onde, nas palavras da Missa da vigília na oração coleta, "reunir os dispersos povos, línguas e se juntam para anunciar" uma fé com a glória do Senhor. Este poderia ser o começo, porque todos ouviram os Apóstolos pregar na sua própria língua. A pregação do Evangelho precede e acompanha a sua versão escrita: assim, o início da Igreja, é o ensino apostólico das Escrituras para torná-lo compreensível.

1. Nestas circunstâncias, deve-se primeiro olhar para julgamentos sumários sobre a história da Igreja, como os que afirmam que aos católicos não era considerada necessária a leitura da Bíblia para a salvação e, portanto, era melhor enviar a mensagem para os fiéis através da "forma indirecta" da pregação e da catequese. Confrontado com opiniões semelhantes, basta lembrar que o ministro da rainha Candace, que estava lendo Isaías, mas em uma linguagem familiar para ele, ele não entendeu o significado da Escritura: "Como eu o compreendo - disse o diácono Filipe - a menos que alguém que me oriente?" ( Atos 8:31).

Os Apóstolos exerciam "mediação" comosacerdotes na celebração do sacrifício eucarístico e, ntes disso, 'quebrando' a palavra, o que ocorre através da pregação, a catequese, homilética. Só um preconceito teológico pode presumir que a obra apostólica dos "caminhos indiretos" de acesso às Escrituras. Assim é Pedro, que recebeu o Espírito Santo, tomou a palavra para explicar o que conteceu no dia de Pentecostes: este fato marca o início do Magistério da Igreja, sem o qual o Verbo divino permanece lacrado, e sem prejuízo incompreensível para interpretação ou subjetiva.

A "profecia", ou seja, lê-se na véspera de Pentecostes na forma extraordinária do Rito Romano, e da missa “ontem à noite” no ordinário, ilustram os 'iluminados' que faz com que o Espírito nos corações, é claro, que a cobertura pode ser de leitura; mas, a Tradição ensina que é a audição. Tendem a concordar na liturgia de hoje para confirmar que a própria atitude dos fiéis durante a Liturgia da Palavra é o que escuta.

2. Outra tendência popular de hoje é comparar a véspera da Páscoa ao Pentecostes. Há, naturalmente, as semelhanças, mas as diferenças não devem ser silenciadas. Nas leituras da Solenidade se reproduzir o dobro do derramamento do Espírito no Evangelho de João, que partindo do Filho Jesus, que apareceu na Última Ceia para o perdão dos pecados, e os outros atos, a expansão missionária e interiorização do mistério pascal . No entanto, a vigília da ressurreição do Senhor está por trás da efusão do Espírito, mas no Domingo de Pentecostes cumpre a Páscoa, para o corpo de Cristo, a Igreja. Na verdade, neste dia o círio pascal é extinto, para simbolizar o fim da presença visível do Senhor e o início do trabalho invisível do Espírito. Esse gesto mostra a diferença entre a Páscoa e o Pentecostes. Na verdade, "Aleluia" após a licença dos fiéis, o celebrante pode desligar ou apagar vela - como previsto na forma extraordinária já na Ascensão - e retirar os grãos de incenso que tinha dirigido para dentro da vela na noite de Páscoa.

3. Outro ato desta forma extraordinária é a genuflexão dos ministros durante a ladainha, antes do início da vigília e missa de seqüência, para a missa do dia: um paralelo entre o rito da gonuklisía - genuflexão - na liturgia bizantina. Não se pode começar a "descida" do Espírito Santo sem ter dobrado seus joelhos em adoração a Ele que, ressuscitado e ascendido ao céu, envia a mão direita de Deus, o Espírito Santo sobre a Igreja. A iconografia é, de preferência em latim, o arranjo dos Apóstolos no cenáculo com Maria.

Não só o conhecimento do fundo comum para Roma e Bizâncio - o ritual era mais prova antes da reforma litúrgica pós-conciliar - pode dar a impressão e de representação, como tem sido escrito recentemente, "uma piedade sentimental, dominada pela contemplação dos mistérios da vida de
Cristo. "

O Espírito não quer ser adorado, paradoxalmente, von Balthasar disse, mas ele quer que nós para adorar o Filho de Deus e, através dele, o Pai: Ele é "virado" para o Senhor, Ele é o Senhor. Este culto aparece como a conclusão lógica do Mistério Pascal: Spiritus Domini replevit orbem terrarum, como se na canta na antifona de introito do dia de Pentecostes.

4. Como se imagina a descontinuidade na Tradição da Igreja, opondo-se à construção de alimentar a fé, acreditando que a pregação do passado era voltado apenas para o último? Os púlpitos, o ambão de nossas igrejas e catedrais mostram que a palavra de Deus sempre esteve no centro da vida eclesial, mesmo que os clérigos e leigos, nem sempre temos desenhado todo o lucro possível. Na verdade, o fato de que essas instalações foram localizados no meio da liturgia recorda a preocupação de instruir os catecúmenos e os fiéis a ter acesso aos sacramentos. Embora o Vaticano II tenha certamente promovido uma maior utilização da Sagrada Escritura na liturgia, notamos que, tanto quanto o desejo do Conselho continua por resolver: basta tomar nota das "lamentações" dos catequistas e da homiletica, e das catequeses e liturgias sobre a realidade de hoje, apesar da reforma pós-conciliar. Portanto, devemos ter fé no Espírito, e não em qualquer momento, renovar a face da terra! Mesmo que no terceiro milênio, estamos imunes a retiros espirituais.

5. O sacerdote no dia de Pentecostes deve proclamar que "hoje" - como canta o Prefácio – se completou o mistério pascal em Jerusalém com o nascimento da Igreja universal, como lembrou em sua homilia o Santo Padre (Pentecostes de 2008), tendo sobre o ensino da Communionis notio carta enviada por ele -, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé - aos bispos da Igreja Católica. A Igreja é Universal , não particular ou local, mas é una, católica, santa e apostólica. É essa associação que os sacerdotes devem se educar, antes do "diocesanos", que certamente tem valor, mas se primariamente empenhada na "catolicidade". É sintomático que a referência instintiva imediata para os fiéis católicos que sentem com o Papa, como um princípio de unidade interna da Igreja. A autoridade do Papa não é mediado por outra instância, mas a autoridade dos bispos só é exercido em comunhão com o Bispo de Roma.

6. É um sinal, na liturgia, o uso do latim, que, pormais que as línguas locais, a linguagem da única lembrança visível do mistério de Pentecostes, ao contrário da confusão de Babel. Ele diz que o Prefácio: "Derramou o Espírito Santo [...] que reuniu as línguas da família humana na profissão de fé". Refletir sobre o fato de que o culto também postula a língua sagrada, que, o seu vocabulário é uma forma específica de organizar a experiência religiosa. Embora a tendência de rejeitar o racionalismo, a crença no sobrenatural conduz, necessariamente, de tomar uma língua sagrada no culto. Ele ajuda a preservar a ortodoxia da tradição de fé - como atesta a presença intacta do Kyrie, o Amém, Aleluia, do hosana -, enquanto feliz de ser traduzido para as leituras atuais, onde a necessidade é a comunicação predominante . No entanto, acreditar que a leitura da Bíblia em latim prejudica a eficácia da Palavra de Deus no coração do crente é negar toda a história de fé e santidade de dois mil anos.

A língua latina é usada para expressar melhor a unidade ea universalidade da Igreja (cf. Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, 62). Pensamos que a chamada "Missa Internacional", comemorado na maioria dos idiomas, quando, por sua vez, apenas uma parte dos fiéis a compreender o que é dito (e outros, portanto, não incluído), exprime a universalidade da Igreja melhor do que o de Missa em latim? Por outro lado, a linguagem é parte de um esforço maior para evangelizar a cultura, que acaba de abrir no dia de Pentecostes. A língua latina é um fator unificador: ela lançou as bases da civilização cristã, chegou até nós e continuar a desenvolver.

7. Acreditamos que na celebração de Pentecostes, o padre tem a oportunidade de instruir os fiéis sobre este ponto que, embora sucintamente: ela depende da compreensão da catolicidade da greja. Bispo Cirilo de Jerusalém recorda: "Não pergunte onde está a Igreja, mas também específica bem onde esta a Igreja Católica" (PG 33,1048).


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Memória de Santo Éfrem, Diácono e Doutor da Igreja

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Santo Éfrem, o Sírio, nasceu por volta do ano 306. Seu pai era sacerdote pagão e sua mãe era cristã. Recebeu educação cristã em casa, de sua mãe. Foi batizado aos 18 anos, tendo sido ordenado diácono por volta do ano 338. Viveu na Ásia Menor e dedicou-se a escritos doutrinários e à composição de hinos religiosos, razão pela qual ganhou o epíteto de "Cítara do Espírito Santo". Morreu em 9 de junho de 373. Segue abaixo, um trecho de um de seus edificantes escritos:


"Nosso Senhor escolheu Mateus, o cobrador de impostos, para encorajar os colegas deste a virem com ele também. Ele viu pecadores, chamou-os e fez que se sentassem junto de si. Um espectáculo admirável: os anjos ficam de pé, trémulos, enquanto os publicanos, sentados, se divertem. Os anjos enchem-se de temor perante a grandeza do Senhor, enquanto os pecadores comem e bebem com Ele. Os escribas sufocam de ódio e de despeito, e os publicanos exultam perante a sua misericórdia. O céu viu este espectáculo, ficando em grande admiração; o inferno também o viu e ficou louco. Satanás viu e enfureceu-se; a morte viu e enfraqueceu; os escribas viram e ficaram muito perturbados com isso.

Havia alegria nos céus e júbilo entre os anjos porque os rebeldes tinham sido convencidos, os recalcitrantes tinham ganho sensatez e os pecadores tinham sido corrigidos, e porque os publicanos tinham sido justificados. Tal como Nosso Senhor não renunciou à ignomínia da cruz apesar das exortações dos seus amigos (Mt 16,22), Ele não renunciou à companhia dos publicanos apesar da zombaria dos seus inimigos. Desprezou a zombaria e desdenhou o elogio, fazendo assim o que é o melhor para os homens." (Santo Éfrem, o Sírio, Diácono e Doutor da Igreja. Diassetarum, 5, 17. Extraído de: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/s_efren_o_sirio_antologia.html )

"Infundi, ó Deus, em nossos corações o Espírito Santo que inspirava ao diácono Efrém cantar os vossos mistérios e consagrar-se inteiramente ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." (Missal Romano)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Por que os papas eram coroados?

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Publicamos um excelente artigo, traduzido por nosso leitor e amigo do Salvem a Liturgia, Vinícius Farias, em seu blog Sentinela no Escuro.

[Canterburry Tales; Tradução: Sentinela no escuro] Nos dias antigos, quando a liturgia da Igreja Romana "era suntuosa e gloriosa", observava-se um costume piedoso na Quinta-feira da Ascensão.
Em Roma, a Quinta-feira da Ascensão era sempre celebrada na Basílica de São Pedro (no Vaticano). O Santo Padre o Papa celebrava o Santo Sacrifício da Missa no Altar-mor sobre a tumba de São Pedro.
Depois da Santa Missa, os cardeais se reuniam em torno do Papa para a cerimônia de coroação. Nesta cerimônia os cardeais coroavam solenemente o Papa como o Vigário de Cristo na terra. Então o Papa e os cardeais iam até a Basília de São João do Latrão – a catedral da Igreja de Roma – Mãe e Senhora de todas as Igrejas.
O que isto significa?
Nosso Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Rei e Sumo-sacerdote da terra e do céu. Ele é o Rei da glória. Porém Ele escolheu São Pedro e deu a ele um nome divino usado por Deus nos salmos: Pedra ou Petrus. Ele também confiou a Pedro as chaves do Reino e a jurisdição universal de toda a terra: “Tudo o que ligares na terra”. Eu gostaria de lembrar aos orientais separados que Pedro não era somente o patriarca do ocidente (Cristo não disse, “Tudo o que ligares na Europa”), mas o Sumo Pontífice por toda a terra.
Então desta forma, a Quinta-feira da Ascensão marca o [início do] reino terreno de São Pedro. Quando Cristo deixa a terra por meio da Ascensão para a direita do Pai, São Pedro neste momento se torna oficialmente o “Vigário de Cristo na terra”. Vigário, é claro, significa “no lugar de”, como um “Vice-presidente”.
Assim, Pedro não é Deus. Ele não é Jesus Cristo. Ele não é nem mesmo um anjo.Certamente ele não era imaculado. Porém, Pedro é divinamente apontado líder da Igreja de Cristo na terra. Ele reina para o seu senhor no céu. Isto é verdade para todos os papas que sucederam São Pedro nesta missão.Em seguida os cardeais simbolicamente coroavam o Sucessor de São Pedro neste dia para representar esta verdade profundamente bíblica da missão e do papel de São Pedro.
Segue um vídeo da coroação inaugural de Sua Santidade o papa Pio XII:


Achei este texto muito interessante. Creio que alguns terão um certo susto ao ler logo no início “quando a liturgia da Igreja Romana era suntuosa e gloriosa”, porém aos poucos o autor acerta o passo e revela muitas coisas relevantes. Eu nunca tinha ligado a Ascensão do Senhor ao início do reinado terreno de Pedro. E realmente faz todo o sentido. A Ascensão marca o momento em que Cristo deixa a terra até a sua volta no fim dos tempos. Com isso, sua Igreja não poderia ficar sem um chefe, alguém que garantisse que seus ensinamentos não fossem deturpados, alguém que reunisse o povo que livremente disse “sim” ao Filho de Deus.
Falamos aqui sobre a questão da tiara papal. Na minha opinião de leigo ela representa dois pontos contraditórios. De um lado o fato bíblico já explicado acima: Cristo deu a Pedro (e a seus sucessores) a prerrogativa de agir em seu nome. Do outro fica fortemente evidente as lembranças de um poder temporal corrupto que por muitos anos feriu o coração de Cristo e dividiu a Igreja. Ainda assim creio que o seu uso, em especial nos dias de hoje, faria mais bem do que mal. Confiemos na assistência do Espírito Santo. Que Ele ilumine Bento XVI e os próximos papas. Ele que é o único a guiar a Igreja na garantia de que “as portas do inferno não prevalecerão”.

domingo, 5 de junho de 2011

Primeira ordenação SACERDOTAL de ex-anglicanos na segunda leva do Ordinariato inglês

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A Missa foi celebrada hoje, dia 5 de junho, na Catedral de São Jorge, em Southwark, por seu Arcebispo D. Peter Smith. Os neo-sacerdotes foram ordenados diáconos há poucas semanas, e sua elevação ao presbiterato faz com que o Ordinariato de Nossa Senhora de Walsingham para ex-anglicanos na Inglaterra e Gales conte com mais padres.

São os primeiros após a primeira leva, e o número só aumenta!

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/ukordinariate/sets/72157626768666821/

Sermão de São Leão Magno sobre a Ascensão do Senhor

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A Ascensão do Senhor aumenta nossa fé
Quinta-feira VI de Páscoa

Cristo, em sua humanidade santíssima, já chegou à glória, essa glória que, até o momento, é aurora para o resto da humanidade. Ainda não podemos experimentará-la, mas cremos firmemente nela. De fato, a esperança nesse reino induziu tantos homens, depois de Cristo, a entregar sua vida, sem temer a morte; homens que conformam uma constelação quase infinita de jóias na história da Igreja: são os mártires. Mas não só os mártires; na realidade, todos estamos chamados a uma única santidade e todos devemos viver com os olhos de nosso coração voltados para o céu porque "passa a figura deste mundo" e logo seremos "recebidos na paz e na suma bem-aventurança, na pátria que brilhará com a glória do Senhor".


Assim como na solenidade de Páscoa a ressurreição do Senhor foi para nós causa de alegria, assim também agora sua ascensão ao céu nos é um novo motivo de alegria, ao lembrar e celebrar liturgicamente o dia em que a pequenez de nossa natureza foi elevada, em Cristo, acima de todos os exércitos celestiais, de todas as categorias de anjos, de toda a sublimidade das potestades, até compartilhar o trono de Deus Pai. Fomos estabelecidos e edificados por este modo de atuar divino, para que a graça de Deus se manifestasse mais admiravelmente, e assim, apesar de ter sido afastada da vista dos homens a presença visível do Senhor, pela qual se alimentava o respeito dele para com Ele, a fé se mantivesse firme, a esperança inabalável e o amor aceso.

Nisto consiste, com efeito, o vigor dos espíritos verdadeiramente grandes, isto é o que realiza a luz da fé nas almas verdadeiramente fiéis: crer sem vacilar no que nossos olhos não vêem, ter fixo o desejo no que não pode alcançar nosso olhar. Como poderia nascer esta piedade em nossos corações, ou como poderíamos ser justificados pela fé, se nossa salvação consistisse apenas no que nos é dado ver?

Assim, todas as coisas referentes a nosso Redentor, que antes eram visíveis, passaram a ser ritos sacramentais; e, para que nossa fé fosse mais firme e valiosa, a visão foi substituída pela instrução, de modo que, em diante, nossos corações, iluminados pela luz celestial, devem apoiar-se nesta instrução.

Esta fé, aumentada pela ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, já não se abate pelas correntes, a prisão, o desterro, a fome, o fogo, as feras nem os refinados tormentos dos cruéis perseguidores. Homens e mulheres, crianças e frágeis donzelas lutaram em todo o mundo por esta fé, até derramar seu sangue. Esta fé afugenta os demônios, cura doenças, ressuscita os mortos.

Por isso os próprios apóstolos, que, apesar dos milagres que haviam contemplado e dos ensinamentos que haviam recebido, se acovardaram diante das atrocidades de paixão do Senhor e se mostraram arredios em admitir sua ressurreição, receberam um progresso espiritual tão grande da ascensão do Senhor, que tudo o que antes era motivo de temor tornou-se motivo de gozo. É que seu espírito estava agora totalmente elevado pela contemplação da divindade, do que está sentado à direita do Pai; e ao não ver o corpo do Senhor podiam compreender com maior claridade que aquele não havia deixado o Pai, ao descer à terra, nem havia abandonado seus discípulos, ao subir aos céus.

Então, amadíssimos irmãos, o Filho do homem mostrou-se, de um modo mais excelente e sagrado, como Filho de Deus, ao ser recebido na glória da magestade do Pai, e, ao afastar-se de nós por sua humanidade, começou a estar presente entre nós de um novo modo e inefável por sua divindade.

Então nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento da igualdade do Filho com o Pai, e a não necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo, segundo a qual é inferior ao Pai; pois, subsistindo a natureza do corpo glorificado de Cristo, a fé dos fiéis é chamada onde poderá tocar ao Filho único, igual ao Pai, não mais com a mão, mas mediante o conhecimento espiritual.

Dos Sermões de São Leão I Magno, Papa. Extraído de: http://www.acidigital.com/fiestas/ascencao/textos.htm

Sermão de Santo Agostinho sobre a Ascensão do Senhor

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Ninguém, subiu ao céu senão aquele que veio do céu

"Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também como Ele nosso coração. Ouçamos o que nos diz o Apóstolo: Se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à destra de Deus. Ponde vosso coração nas coisas do céu, não nas da terra. Pois, do mesmo modo que ele sufiu sem por isso afastar-se de nós, assim também nós estamos já com ele, embora ainda não se tenha realizado em nosso corpo o que nos foi prometido.

Ele foi elevado ao mais alto dos céus; entretanto, continua sofrendo na terra através das fadigas que experimentam seus membros. Assim o testificou com aquela voz vinda do céu: Saulo, Saulo, por que me persegues? E também: Tive fome e me destes de comer. Por que não trabalhamos nós também aquí na terra, de maneira que, pela fé, a esperança e a caridade que nos unem a ele, descansemos já com ele nos céus? Ele está ali, mas continua estando conosco; nós, estando aqui, estamos também com ele. Ele está conosco por sua divindade, por seu poder, por seu amor; nós, embora nao possamos realizar isto como ele pela divindade, podemos pelo amor a ele.

Ele, quando desceu até nós, não deixou o céu; tampouco nos deixou, ao voltar ao céu. Ele mesmo assegura que não deixou o céu enquanto estava conosco, posto que afirma: Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. Isto diz em virtude da unidade que existe entre ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo. E ninguém, exceto ele, poderia dizer isso, já que nós estamos identificados com ele, em virtude de que ele, por nossa causa, fez-se Filho do homem, e nós, por ele, fomos feitos filhos de Deus.

Neste sentido diz o Apóstolo: Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, a pesar de serem muitos, são um só corpo, assim também é Cristo, Não diz: "Assim é Cristo", mas: Assim também é Cristo. Portanto, Cristo é apenas um corpo formado por muitos membros. Desceu, pois, do céu, por sua misericórdia, mas já não subiu sozinho, que nós subimos também nele pela graça. Assim, pois, Cristo desceu sozinho, mas já não ascendeu ele sozinho; não é que queramos confundir a divindade da cabeça com a do corpo, mas sim afirmamos que a unidade de todo o corpo pede que este não seja separado de sua cabeça."

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermão Mai 98, Sobre a Ascensão do Senhor, 1-2; PLS 2, 494-495). Extraído de: http://www.acidigital.com/fiestas/ascencao/textos.htm
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