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sábado, 6 de abril de 2013

Vigília Pascal em Frederico Westphalen - RS

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Na noite do sábado santo S.E.R Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo diocesano presidiu solene a Vigília Pascal, celebrando-a conforme as rubricas com benção do fogo, precônio pascal, liturgia da palavra, liturgia batismal e liturgia eucarística.

Segue abaixo a homilia proferida por Sua Excelência e algumas fotos.

"Derramarei sobre vós uma água pura."

São muito bonitas as cerimônias litúrgicas da Vigília pascal. Todas elas giram à volta do Batismo e da Eucaristia.

As leituras, a bênção da água, a celebração dos batizados falam-nos da vida nova que Jesus nos trouxe pela Sua morte e ressurreição No batismo lavou-nos do pecado por uma água pura, como o profeta Ezequiel anunciava ao povo de Israel. Deu-nos um coração novo para O amarmos e sermos o povo santo da nova aliança.

A passagem do Mar Vermelho é também uma prefiguração do Batismo. Como os israelitas, também nós fomos libertados da escravidão, duma escravidão pior que a do Egito. O Senhor libertou-nos do pecado e do demônio e tornou-nos verdadeiramente filhos de Deus.

Os Santos Padres viram na água e no sangue que manaram do peito aberto de Cristo o sinal dos sacramentos que Jesus deixou à Sua Igreja. Morrendo na cruz obteve-nos a salvação, mereceu para todos os homens a abundância da graça que redime e salva. E é pelos sacramentos, que Ele instituiu, que essa graça mana sobre nós.

O primeiro de todos é o Batismo. É por ele que nascemos para a vida nova de filhos de Deus. Jesus disse a Nicodemos que era preciso nascer de novo para poder entrar no Reino de Deus. E Nicodemos perguntava: – Como pode um homem nascer sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe? E Jesus respondeu-lhe «Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.» (Jo 3, 5) Antes de subir ao Céu disse aos Apóstolos: «ide por todo o mundo pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo. Mas quem não acreditar será condenado» (Mc 16, 15, 16). E mandou-os batizar «em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt 18, 20)

O batismo é o sacramento que nos faz nascer para a vida nova de Jesus, a graça que nos faz santos, membros da Sua Igreja e herdeiros da Sua felicidade infinita. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica ensina: «O Batismo perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado; faz participar na vida divina trinitária mediante a graça santificante, a graça da justificação que incorpora em Cristo e na Igreja; faz participar no sacerdócio de Cristo e constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos; confere as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. O batizado pertence para sempre a Cristo: com efeito, é assinalado com o selo indelével de Cristo» (caráter). (263).

Fomos batizados na Sua morte.

A morte e Ressurreição de Jesus não são apenas acontecimentos do passado. Estão presentes na vida da Igreja e na vida de cada um de nós.

Estão presentes aqui neste momento. Na Eucaristia que celebramos torna-se presente o sacrifício do Calvário. É Jesus ressuscitado que está no meio de nós. Reconhecemo-Lo ao partir do pão como os discípulos de Emaús, naquela tarde de Páscoa. Que neste dia tomemos mais consciência desta verdade, que nos há de encher de alegria como às mulheres e aos discípulos no dia Páscoa.

Estes dias são tradicionalmente de grande alegria para o povo cristão. Porque procurou avivar a sua fé e purificar a sua alma ao longo da Quaresma para este encontro com o Senhor ressuscitado. Na comunhão pascal mais vivida e mais bem preparada pelo sacramento da penitência, que Jesus deixou à Sua Igreja como prenda no dia de Páscoa.

A morte e ressurreição estão presentes na vida de cada um de nós. Fomos batizados na Sua morte, diz S. Paulo. «Não sabeis que os que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na Sua morte? Fomos, pois, pelo batismo sepultados com Ele na morte para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos para glória do Pai, assim caminhemos numa vida nova» (Rom. 6, 3-4).

Morremos com ele para o pecado e ressuscitamos com Ele para a vida da graça. Participamos misteriosamente da Sua morte e ressurreição.

Também nós vivamos uma vida nova.

Em Jesus o cristão é um homem novo, vivendo em Cristo, o homem novo. S. Leão Magno admoestava os cristãos: «Reconhece, ó cristão, a tua dignidade; participante da natureza divina não voltes aos erros da tua conduta passada. Recorda quem é a tua cabeça e de que corpo és membro. Recorda que foste arrancado ao poder das trevas e transportado para a luz e para o Reino de Deus. Pelo sacramento do batismo transformaste-te em templo do Espírito Santo. Procura não afastar um hóspede tão importante com as tuas más ações, caindo de novo sob o domínio do demônio. O preço da tua salvação é o sangue de Cristo» (Serm. I do Natal do Senhor).

Renovados por dentro, «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4), temos de viver à maneira de Jesus, temos de ser santos. S Pedro exortava os primeiros cristãos: «Como filhos obedientes, não vos conformeis com os desejos do vosso passado (antes do batismo), quando estáveis na ignorância, mas, à imitação d'Aquele que vos chamou, sede vós também santos em todas as ações, porque está escrito: 'Sereis santos, porque Eu sou santo'. E, se invocais como Pai Aquele que julga cada um segundo as suas obras, sem acepção de pessoas, vivei com temor durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que fostes resgatados da vida fútil recebida dos vossos pais, não com coisas corruptíveis, prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo, o Cordeiro sem defeito e sem mancha, predestinado antes da criação do mundo, e manifestado nos últimos tempos por amor de vós. Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e O glorificou, de maneira que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.» (1 Ped 1, 14-21)

Contamos com as graças atuais que derivam do batismo, para vivermos, pela vida fora, essa vida nova de filhos de Deus, ao estilo de Cristo.

Contamos com a ação do Espírito Santo em nossa alma, que nos leva a tratar a Deus como filhos e nos ensina a copiar Jesus em nossa vida. Ele é dom de Jesus, fruto da Sua morte.

Temos a ajuda do sacramento do perdão, que é como que um novo batismo, que podemos e devemos receber muitas vezes. Que não seja apenas no tempo da Quaresma. Como ninguém toma banho apenas uma vez no ano. Renova-nos a graça batismal e enche-nos da alegria que vem de Deus."

Dom Antonio Carlos Rossi Keller























sexta-feira, 5 de abril de 2013

Celebração da Paixão do Senhor, em Frederico Westphalen - RS

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Às 15hs da sexta-feira santa como de costume, S.E.R Dom Antonio Carlos Rossi Keller presidiu a celebração da Paixão do Senhor em sua Igreja Catedral.

Segue abaixo a homilia proferida e algumas fotos.

"Todos nós aqui presentes: bispo, sacerdote, ministros e assembleia, em respeitoso silêncio, perante este altar completamente despido de adornos e toalha,estamos relembrando a desonrosa morte de Jesus, contemplando a sua entrega voluntária na Cruz.

Ele entregou-se livremente à morte por amor, para nos restituir à vida.

A verdadeira natureza deste nosso exercício espiritual consistirá, pois, em refletir no amor do Senhor como o mais precioso objeto do nosso desejo.

Escutamos primeiramente a Palavra de Deus, recordamos depois a Paixão de Jesus e adoraremos a cruz; finalmente, participaremos da sagrada comunhão.

Estamos associados a este silêncio para melhor podermos interiorizar esta celebração, a fim de mais intensamente a vivermos.

A Cruz, contemplação da morte.

Este é o dia em que adoramos de modo particular a Cruz. Instrumento de morte infame, este sinal nasceu diante de nós, desde a aurora, e atravessa as horas de Sexta-Feira Santa, durante as quais nos encaminhamos, atenciosos, para seguir, com o pensamento e o coração, a paixão do Senhor: o caminho que vai desde a sua prisão no Monte ao lado da torrente do Cédron, passando pelo Pretório de Pilatos até ao Calvário. A morte.

As horas deste dia, atravessadas de religioso silêncio, fazem-se sentir na significativa liturgia desta tarde: a adoração da Cruz. A contemplação da morte.

A Cruz de Cristo, alegria para o mundo.

Adoramos a Vossa Cruz, Senhor. Sim. Na Cruz, Cristo manifestou-se como Senhor: aceitou a morte e deu a vida. Não foi simplesmente «morto», mas «deu a vida». Aceitou a morte e deu a vida. Deu a Sua vida por nós. Por todos os homens. «Nós» somos apenas uma pequena parte daqueles pelos quais Cristo deu a vida. Não há um único homem, desde o início até ao fim do mundo, por quem Ele não tenha dado a vida.

Ele deu a vida por todos. Redimiu a todos. A Cruz é o sinal da redenção universal: eis que mediante o madeiro – da Cruz – se difundiu a alegria em todo o mundo.

A Cruz, porta para Deus.

A Cruz é a porta, através da qual Deus entrou definitivamente na história do homem. E nesta história permanece. A Cruz é a porta, através da qual Deus não cessa de entrar na nossa vida. Por isso é que nós nos persignamos com o sinal da cruz e dizemos simultaneamente «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».

Tais palavras são um convite a Deus, para que venha a nós. E unimo-las com o sinal da Cruz, para que Deus entre no coração do homem mediante a cruz. E, assim, Ele passa a estar presente em todas as atividades, pensamentos e palavras: em toda a vida do homem e do mundo.

A Cruz abre-nos para Deus. A Cruz abre o mundo para Deus.

Que esta Sexta-Feira Santa, dedicada ao mistério da Cruz, que nós meditamos neste dia, nos aproxime cada vez mais de Deus vivo: Pai, Filho e Espírito Santo.

Que o sinal da morte de Cristo vivifique em nós a Sua presença e a Sua força. É o que pedimos a Deus, nesta nossa celebração de hoje."

Dom Antonio Carlos Rossi Keller.  


















quarta-feira, 3 de abril de 2013

Missa in Coena Domini em Frederico Westphalen - RS

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Na noite da Quinta-feira Santa, em Frederico Westphalen - RS S.E.R Dom Antonio Carlos Rossi Keller presidiu a Missa in Coena Domini, constituida do rito do lava pés e da transladação do Ssmo. Sacramento.

Abaixo segue a homilia e algumas fotos.

"Irmãos e irmãs, estamos iniciando o Tempo Santo, chamado na Igreja de “Tríduo Pascal”.

A Páscoa é acontecimento memorável. A Páscoa da Nova Aliança, celebrada no Sangue do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo é acontecimento e celebração do amor sempre doado. Hoje, celebramos a Quinta-feira santa, dia em que Nosso Senhor instituiu o sacerdócio e a Eucaristia. Celebramos um Rito tradicional, neste dia: o lava-pés. O que nos ensina este Rito?

a) Lavar os pés.

Os seus discípulos deverão compreender, que como o seu Mestre, deverão oferecer a vida em oblação de acolhimento e serviço, em humildade que desce ao ponto mais problemático do ser humano.

Lavar os pés significa que Jesus Cristo desceu ao âmago dos nossos problemas e dos nossos pontos mais sensíveis. Desceu ao nosso mundo sujo, mundo de miséria, de fraqueza e de pecado, que necessita da água pura do Seu Espírito e do Seu Sangue de amor, para lavar, curar, salvar.

b) Mestre de amor.

Atentos a este gesto profético, explicado e clarificado devido à oposição de Pedro, cada discípulo deve compreender que se não aceita Cristo como servidor do Pai e dos Homens não pode ser seu discípulo. É um gesto síntese, de toda a sua vida e seu ensino, sobre o serviço humilde, o dar a vida, o amor gratuito a todos.

c) Ungidos no acolhimento, no serviço, na doação da vida.

Compreender e assumir o sentido desse gesto significa estar apto para tornar o amor de Deus presente e vivo na celebração da Eucaristia. A Eucaristia é a bela história de amor e de doação, que Deus faz com o seu Povo e com toda a humanidade.

Em cada Eucaristia eu sou testemunha de um Deus que vem, numa profunda humildade, para servir, amar e dar a vida. Por isso ela me compromete a uma entrega à maneira do Mestre.

d) Receber e transmitir.

Por outro lado celebrar a Eucaristia é realizar com fidelidade o dom recebido e transmiti-lo com fidelidade.

Hoje é grande a nossa responsabilidade porque somos testemunhas do dinamismo de Jesus Eucaristia, na vida de multidão de santos, na fidelidade heróica da Igreja, na densidade teológica, na alegria da fé, na Tradição e no autêntico Magistério da Igreja.

e) Jesus Cristo no centro da vida.

Em Pedro, o primeiro, o líder dos doze, estamos todos representados. Pedro necessita compreender que deve ser servido por Cristo. Na sua vida pessoal, na experiência mais profunda de fragilidade, deve compreender como está seguro, é amado, é salvo. Deve perceber que o amor de Deus é gratuito, e que apesar da sua fragilidade, Jesus Cristo, quer levantá-lo e erguê-lo pelo dom do seu amor. 

Quando estiver afundando nas águas de Tiberíades, há de crer na segurança da presença amorosa de Jesus Cristo. Dentre em breve perceberá a força do olhar de amor, na realidade da sua tríplice negação. Depois compreenderá que amando a Cristo, e crendo nesse amor, estará apto para apascentar os seus cordeiro, as suas ovelhas.

Hoje, agradecemos a Deus por ter Jesus Cristo escolhido os seus sacerdotes. Ele os escolheu, os ungiu e os enviou como servidores da humanidade.

Dia de exigência e de santidade. Se todos nos deixarmos lavar por Cristo, se interpretarmos a nossa fragilidade no encontro com a sua poderosa força de amor, iremos despertar para um coração renovado, que O amará plenamente, e por Ele, se fará acolhimento, serviço, doação.

Em cada Eucaristia, Corpo Entregue e Sangue derramado, encontramos a certeza da presença viva do Deus amor que está presente na nossa vida, na nossa fragilidade. E robustecidos pela força deste amor seremos capaz de dar a vida.

Saibamos aprender, participando desta Missa da Ceia do Senhor, a valorizar sempre em nossa vida, o grande dom da Eucaristia. Comprometamo-nos a participar da Santa Missa Dominical, não só a estar presentes a cada Domingo, mas a nos esforçarmos em participar ativamente, de forma interna e externa. Comprometamo-nos a sempre comungar, com as disposições indicadas pela Santa Igreja: não ter nenhum pecado grave na alma, ter consciência clara de quem se vai receber na Sagrada Comunhão, e guardar o jejum eucarístico de 1 hora antes da Comunhão. Sempre nos apresentar para a Santa Missa dignamente trajados. Se temos alguma responsabilidade na organização da liturgia (Leituras, Cantos, Preces) cuidarmos sempre da dignidade e de fazer bem feito, e segundo as Normas Litúrgicas da Igreja, o que nos foi encomendado fazer.

Após a santa Missa, teremos a oportunidade de estar por uns momentos, em adoração ao Senhor, na Eucaristia. Aproveitemos estes momentos, para manifestar ao Senhor sacramentado toda a nossa gratidão e o nosso amor"

Dom Antonio Carlos Rossi Keller

















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