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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Reforma (não "deforma"!) arquitetônica: o caso da igreja de São João Batista em Nitéroi

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Por este Brasil afora vemos exemplos de reformas em igrejas que acabam suprimindo àqueles elementos da arquitetura sacra que mais contribuem para criar um espaço celebrativo adequado ao culto litúrgico. Tais reformas pautam-se geralmente por optar pelo minimalismo além de apropriar-se de conceitos próprios da arquitetura moderna, como a arte abstrata. Na raiz da questão, segundo a proposta do arquiteto suíço Le Corbusier, está o entendimento do templo como uma máquina. Não a "máquina para morar", como ele pretendia suas casas, mas a máquina para o culto litúrgico. Esta máquina, portanto, seria desprovida de alma, tornando-se um espaço frio, seco, sem vida: assim são muitas das igrejas construídas nas últimas décadas.

Na contramão desta indevida apropriação da arquitetura moderna para o templo católico, num movimento que já tem muita força me outros países, começam a surgir, também aqui, alguns exemplos de boa combinação dos elementos arquitetônicos modernos com nossa tradição litúrgica.

Trago aqui o exemplo da Paróquia São João Batista, em Tenente Jardim, Niterói, onde é pároco nosso já conhecido Pe. Demétrio Gomes. Vejam a reforma do presbitério e dos objetos litúrgicos que esta pequena comunidade conseguiu realizar em apenas dois meses:


Por que este presbitério é mais apropriado que o anterior?, poderia perguntar-se o caro leitor. Tento tratar de alguns pontos:
  • Como já mencionei, conseguiu-se pegar elementos arquitetônicos modernos, do nosso tempo, e usá-lo em consonância com a tradição litúrgica católica. Percebe-se, por exemplo, que o estilo é mais limpo, sem muitos detalhes nas paredes, contudo sem cair no minimalismo. Temos colunas, arcos, alguns relevos e outros detalhes que destacam certos elementos, como a cruz ao fundo do presbitério e as imagens nas laterais. Em seu modo, é uma aplicação arquitetônica da nobre simplicidade a que o Concílio Vaticano II se refere.
  • O presbitério antigo, por seu formato cúbico e pelas paredes vazadas, acabava colocando ambão e altar visualmente em uma mesma linha, por mais que fisicamente não estivessem assim. Isto causa uma certa perda de profundidade e de movimento, o que traz grande perda psicológica e espiritual (cf. JOHNSON, Cuthbert; JOHNSON, Stephen. O espaço litúrgico da celebração: Guia litúrgico prático para a reforma das igrejas no espírito do Concílio Vaticano II. 2006. Editora Loyola).
  • Agora são três os degraus da nave para o presbitério, segundo o costume do rito latino.
  • Também um degrau para o altar, que ganha mais destaque pela elevação.
  • Não é iconoclasta. Muitas reformas atuais substituem as imagens por ícones ou simplesmente removem-nas. Nada contra os belíssimos ícones, mas na Igreja Latina, ocidental, não sabemos ler e rezar com os ícones como os orientais, ao passo que as imagens nos transmitem uma sensação de familiaridade e proximidade. Além de seu uso ser incentivado pela Sacrosanctum Concilium.
  • E, finalmente, a reforma ficou harmoniosa com o restante da igreja, a transição da nave para o presbitério é gradual e não há um choque de estilos. É bem comum encontrarmos reformas que ficaram belas quando olhadas isoladamente, porém não combinam com o restante da igreja.
Há certamente outros pequenos detalhes que não percebi, mas estes me parecem suficientes para responder à pergunta.

Na Missa de Natal, quando se inaugurou o novo presbitério

Finalizo com as palavras do pároco, Pe. Demétrio Gomes, a respeito do novo presbitério:
Há três meses assumi o pastoreio de minha primeira paróquia. Naquela ocasião dissemos que o centro de nosso ministério seria a Santíssima Eucaristia. Não poderia ser distinto, pois dEla vive a Igreja.
No primeiro mês já tínhamos conseguido restaurar e adquirir todos os objetos litúrgicos, e lançamos uma proposta de um novo presbitério para acolher o Senhor em Seu Natal. Coisas de padre jovem e louco...
Nossa paróquia é pobre e não conta com muitos recursos, mas a fé dos fiéis superou as limitações materiais.
Compartilho com vocês o presente que, em apenas dois meses, conseguimos dar ao Senhor. Que esta obra seja apenas um reflexo da obra interior que queremos que o Divino Paráclito realize em cada um de nós!
Num dos comentários, o padre deu mais detalhes do acontecido, mostrando também o efeito pastoral de um presbitério mais apropriado:
"Todas as pessoas que frequentam a paróquia estão mais do que felizes com o novo presbitério. O número de fiéis multiplicou. Posso garantir-lhe que os fiéis sentem-se muito melhor acolhidos que antes! São pobres, mas têm fé e com muito bom grado dão o seu melhor para Deus. Precisava ver a alegria e as lágrimas de emoção nos rostos dos fiéis na noite de Natal!

O padre não impôs nada, apenas propôs e todos deram do seu pouco com muita alegria, e estão santamente orgulhosos, sentindo-se valorizado depois de anos…

O presbitério não tem nada de caro, não tem ouro nem nada precioso a não ser o Santíssimo Sacramento. Simplicidade não significa desleixo e mal trato com as coisas sagradas, muito menos com o Corpo do Senhor!

Além do mais, não há verdadeiro amor aos pobres sem a primazia do amor a Deus. Quando se inverte a ordem, deixa-se de amar a Deus, e o suposto amor aos pobres se converte em uma perversa ideologia que além de não comunicar-lhes o Evangelho, engana-lhes prometendo um paraíso terrestre.

Nunca vi uma paróquia que trate sem zelo as coisas de Deus cuidar dos seus pobres. O contrário? Tenho muitíssimos exemplos..."
É... salvar a liturgia é salvar o mundo, é salvar a fé!!!


E você, conhece outros exemplos de belas reformas arquitetônicas? Não deixe de comentar ou nos enviar as fotos para divulgação.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Curso de iniciação à iconografia russo-bizantina

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Sob orientação dos iconógrafos Rosalva Trevisan Rigo e Dom Paulo Domiciano, OSB, acontecerá de 21 a 30 de outubroa Escola de Iconografia São Lucas, do Mosteiro da Transfiguração, oferecerá uma introdução à teologia e espiritualidade do ícone, seu significado e lugar no mistério litúrgico. Os candidatos também serão iniciados à técnica da escrita de um ícone da face de Cristo, segundo a escola russo-bizantina de Santo André Rublev (séc XV).


O material necessário para a realização deste primeiro ícone será fornecido pela escola e os candidatos poderão levá-lo consigo ao final do trabalho.


Para informações e inscrições: (55) 3512-6193.

Para saber mais: Escola de Iconografia.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nova Pia Batismal e novo Castiçal da Capela Sistina

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Depois da pia batismal inaugurada no ano passado, Bento XVI administrou o Sacramento do Batismo, no Domingo do Batismo do Senhor, inaugurando o novo castiçal do círio pascal, conforme anunciado por dom Guido Marini, mestre de cerimônias papal, em 19 de dezembro.
Assim como a fonte, o candelabro foi produzido pelo arquiteto Alberto Cicerone di Avezzano, com a consultoria teológica do pe. Salvatore Vitiello, de Turim. A peça tem uma composição floral de prata, da qual se ergue uma coluna de fogo harmonizada com a vela em si, transformando o candelabro e o círio, como na melhor tradição, num "corpo único".
A obra é inspirada pelo texto sagrado de Apocalipse 22,2: "No meio da praça da cidade há uma árvore da vida", que é o próprio Cristo. O trabalho em prata e ouro se encaixa bem no esplendor da capela mais famosa do mundo, refletindo beleza e luz em uma solução artística sábia e humilde.


 



Fonte: Zenit

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Todos os Santos e o canto do Sanctus

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No momento do Prefácio do Sacrifício da Missa, o sacerdote dirige-se a Deus para relembrar seus louvores e suas maravilhas e, no final, exorta os fiéis da Igreja Militante a se unirem ao canto dos anjos e dos santos para cantarem a Santidade do Deus Três vezes Santo. Este momento pode ser vivido de forma muito especial na Liturgida da Missa de Todos os Santos. Lembremos nesse momento que não estamos sozinhos. Ao participarmos da Santa Missa, estamos unidos espiritualmente a todos os santos e anjos no Céu, mesmo aqueles dos quais não conhecemos o nome. No Sanctus, a Igreja canta em toda a sua unidade a Santidade sublime Daquele que a faz Santa e que é a origem e fonte de toda a santidade.

Para ilustrar isso, vejamos abaixo as iluminuras do Sacramentário do rei dos francos Carlos II, o Calvo, datado de c. 870, que decoram as páginas do Prefácio e do Sanctus da Missa.

Na primeira imagem, do Folio 05 nrº, vemos Cristo entronizado nos Céus, acima de um serafim, rodeado por anjos e pelos tetramorfos simbolizando os 4 evangelistas. Aí vê-se representada a santidade e a glória da qual goza o Verbo de Deus humanado, assentado à dextra do Pai nos Céus.


No Folio 05 vº vemos a multidão dos santos prestando adoração ao Senhor que reina nos Céus e se fará presente sobre o Sacramento Santíssimo do Altar. Muitos deles oferecem coroas, lembrando a visão que São João Evangelista teve do Trono de Deus.


No Folio 06 rº vemos novamente o Cristo em Majestade (maiestas Domini) ladeado por dois serafins, acima de duas alegorias, provavelmente representando o Céu e a Terra, repletos de Sua Glória.



Que possamos, pois, nos lembrar sempre dessa excelsa realidade da Comunhão dos Santos e nos unirmos a eles para cantar a Santidade de Deus que nos santifica e nos eleva.

O Sacramentário de Carlos II (do ano 870) pode ser vizualizado completo neste link.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Exaltação da Santa Cruz em códice bizantino

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A imagem acima  é uma iluminura do Menologion (uma espécie de livro com o calendário litúrgico usda pela Igreja de rito bizantino) feito sob encomenda do imperador bizantino Basílio II, no século XI. A imagem representa o momento em que o Patriarca de Jerusalém entroniza a Santa e Verdadeira Cruz de Cristo em um púlpito, rodeado pelo clero.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Livro litúrgico carolíngio completo em PDF!

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O Sacramentário do Arcebispo Drogo de Metz, filho do Imperador franco Carlos Magno, datado aproximadamente do ano 850, está disponível digitalizado completo em PDF com as capas com baixo-relevos em marfim inclusas. Para baixar, basta acessar o link abaixo, clickar em PDF, esperar carregar o arquivo e salvar uma cópia:


O Site dá uma breve descrição sobre o Sacramentário:

"O sacramentário era um livro litúrgico utilizado nas orações durante a Alta Idade Média, contendo as orações, prefácios e cânones da missa. Drogo (801-55), bispo de Metz, filho de Carlos Magno e renomado patrono em sua época, tinha uma magnífica cópia do sacramentário feito em Metz, por volta de 845-855. O manuscrito, escrito em pergaminho, é uma obra de vários artistas empregados pela corte imperial. Foi composto em uma escrita latina clara e inclui alguns dos mais belos florões já produzidos em Metz. A iluminura é feita de capitulares ilustradas, arcaturas decorativas e letras douradas, e distingue-se tanto pela sutileza e dinamismo das características e pela delicadeza de suas cores verde-esmeralda, azul-celeste, violeta e roxo quanto pelo gosto pronunciado por plantas ornamentais. A iconografia da iluminação é centrada na vida de Cristo e corresponde às placas de marfim da encadernação. Executadas na mesma época e pela mesma oficina do manuscrito, tanto a placa da frente quanto a placa do verso estão divididas em nove plaquetas esculpidas em relevo. As plaquetas ilustram os principais sacramentos (placa superior) e as cenas da liturgia da igreja (placa inferior). O sacramentário teria sido usado na catedral carolíngia de Metz e constitui um precioso registro das práticas e dos apetrechos litúrgicos utilizados na época. No século XVI, as placas foram colocadas de volta no manuscrito sobre veludo verde e as bordas cobertas com um revestimento de prata adornado com folhas de acanto."

domingo, 1 de julho de 2012

Sangue de Cristo: Fonte da Vida

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Hoje, no calendário romano extraordinário é a festa do Preciosíssimo Sangue de Cristo. Trago abaixo, um retábulo encomendado pelo rei Dom Manuel I de Portugal (o mesmo dos tempos do Descobrimento do Brasil) no qual o rei, sua família, o Arcebispo de Lisboa e pessoas ligadas à Santa Casa de Misericórdia para qual o retáublo fora encomendado circundam uma fonte de sangue que escorre do lado do Cristo Crucificado. Na fonte a inscrição Fons vitae - "Fonte da vida", lembrando que o sangue do Redentor é a fonte da Vida Eterna.


Oficina de BAREND VAN ORLEY (?). Fons Vitae. Cerca de 1520. Óleo em madeira de carvalho 267x210. Igreja das Misericórdias do Porto, Portugal.

“(…)Um dos maiores tesouros da pintura flamenga que o Porto possui é o conhecido painel Fons Vitae que se encontra na Santa Casa da Misericórdia daquela cidade. Datada de 1518-1521 e atribuída, pelos estudos mais recentes, ao círculo de Barend Van Orley. A obra, cujo historial permanece desconhecido até Agosto de 1824, altura em que é referido no inventário da Santa Casa da Misericórdia do Porto, foi analisada, sob diversas vertentes, por Pedro Dias. A pintura representa Cristo crucificado, já morto, com o lado direito ferido pela lança do soldado, do qual jorra abundantemente o sangue redentor. É este sangue de Cristo, derramado pela remissão dos pecados da humanidade, que dá nome à pintura: Fonte da Vida. De facto, Cristo afirmara: «quem beber do meu sangue terá a vida eterna» (Jo 6, 54). Representando literalmente esta alusão eucarística, mediante uma iconografia invulgar, o pintor faz com que o precioso sangue do «Cordeiro de Deus» imolado seja recolhido numa taça de enormes proporções no bordo exterior da qual é possível ler as inscrições latinas: Fons Misericordie, Fons Vite, Fons Pietatis (sic). A composição assenta numa rigorosa simetria tendo como eixo central a cruz que emerge do centro da taça. Cristo é ladeado pela sua Mãe e pelo apóstolo São João, presentes no Calvário no momento da sua morte. Ambos expressam dor e comoção pelo fim trágico do Filho de Deus. O drama do acontecimento é reforçado pelas tonalidades sombrias das nuvens que, no momento da morte de Cristo, «envolveram de trevas toda a terra» (Mt 27, 45). Na paisagem longínqua, tratada de forma miniatural à maneira flamenga, vislumbra-se a cidade de Jerusalém palco dos acontecimentos daquela memorável Sexta-feira Santa. Em redor da Fonte da Vida, de joelhos, em atitude de contemplação e adoração, dispõem-se, em círculo, mais de trinta personagens que os historiadores têm vindo a identificar. Assim estão presentes, no primeiro plano, o monarca D. Manuel I e sua mulher, ladeados pelas princesas D. Isabel e D. Beatriz, no lado direito da rainha, enquanto do lado esquerdo de D. Manuel, se encontram os seis infantes. Seguem-se, de ambos os lados, uma série de personagens religiosas e laicas que têm originado alguns ensaios de interpretações e identificações. Todavia o facto de estarem presentes figuras da corte portuguesa, bem como as alterações detectadas no processo construtivo por exames recentes, leva a crer ter existido um acabamento em duas fases, a última das quais já em Portugal altura em que foram concluídas as diversas fisionomias.”  (Luis Alberto Casimiro. Pintura e Escultura do Renascimento no Norte de Portugal. In: Revista da Faculdade de Letras CIÊNCIAS E TÉCNICAS DO PATRIMÓNIO. Porto 2006-2007 I Série vol. V-VI, pp. 87-114. Citado em: http://doportoenaoso.blogspot.com.br/2010/07/uma-visita-ao-porto-com-d-pedro-ii.html )

Para uma análise mais detalhada das personalidades retratadas na obra, vide: http://doportoenaoso.blogspot.com.br/2010/07/uma-visita-ao-porto-com-d-pedro-ii.html

 




sábado, 23 de junho de 2012

A Beleza da Liturgia Mozárabe descrita por um cronista muçulmano

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No século XI grande parte da Península Ibérica estava sob dominação muçulmana. O cronista Almakkari, relata um episódio dessa época: um chanceler de Abd-er-Rahman V, Califa de Córdoba, foi a uma igreja de Córdoba para observar a celebração de uma missa. Naquela época a Liturgia seguia o rito conhecido como Hispano-Moçárabe. Diz o cronista que o dito chanceler ficou encantado com a beleza da celebração:

"[O chanceler] a viu [a igreja] coberta com ramos de murta e suntuosamente decorada enquanto o som dos sinos encantava seu ouvido e o esplendor dos círios deslumbrava seus olhos. Deteve-se relutantemente fascinado com a visão da majestade e da alegria sagrada que emanava do recinto; em seguida, recordou com admiração a entrada do oficiante e dos outros adoradores de Jesus Cristo, revestidos de admiráveis ornamentos; o aroma do velho vinho que os ministros vertiam sobre o cálice, onde o sacerdote molhava seus lábios puros; o modesto vestuário e a beleza dos meninos e adolescentes que ajudavam ao lado do altar; a recitação solene dos salmos e das sagradas orações, todos os ritos, em suma, dessa cerimônia; a devoção e o gozo solene com que se celebrava e o fervor do povo cristão..." (Citado em FONTAINE, Jacques. La España Románica 10. El Mozárabe, p. 45. Extraído de: http://www.arquired.es/users/mrgreyes/ermita/index.htm )
*Detalhe de uma miniatura do Libro de los Testamentos da Catedral de Oviedo, c. 1125. Na ilustração, que representa uma Missa sendo celebrada por um bispo auxiliado por um acólito e um diácono, podemos ter uma idéia dos ornamentos litúrgicos do Rito Moçárabe: O altar, decorado somente com panos bordados e coloridos, é iluminado por lamparinas que pendem do teto. O bispo veste alva, dalmática e casula; o diácono veste uma túnica colorida (semelhante as vestes usadas atualmente pelos acólitos e diáconos no rito bizantino) e uma estola pendurada sobre o ombro esquerdo, tal como ainda em uso entre os bizantinos. O diácono está segurando um livro, provavelmente uma espécie de missal, e o báculo episcopal. O acólito está levando ao altar os vasos litúrgicos. Provavelmente esta pintura representa o momento do Ofertório.

sábado, 26 de maio de 2012

Igreja dos Arautos do Evangelho é elevada à condição de Basílica

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A Igreja Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho, na Grande São Paulo, foi elevada, pelo Papa Bento XVI, à condição de Basílica Menor. Isso demonstra a confiança do Santo Padre no trabalho dos Arautos e confere mais responsabilidade ao seu apostolado, sobretudo na santificação pelo pulchrum, típico de seu carisma e notório na belíssima igreja.

A novel Basílica de Nossa Senhora do Rosário faz parte do complexo onde ficam a Casa de Formação dos Arautos do Evangelho e o Seminário da Sociedade Virgo Flos Carmeli, o ramo sacerdotal da grande família espiritual.

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Museu de Arte Sacra de São Paulo: entrevista com Pablo Neves

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Pablo Neves
O Museu de Arte Sacra de São Paulo conserva uma das mais importantes coleções de arte sacra do Brasil. Mas o que caracteriza a arte sacra? Segundo o designer especialista em arte sacra, Pablo Neves [leitor e colaborador do Salvem a Liturgia!], a arte só é considerada sacra "quando interage diretamente com o que é divino, ou seja, quando serve ao culto sagrado”. Ele ainda complementa que "o objeto em si não é sagrado, mas a divindade com a qual ele se envolve é que o sacraliza”.

Confira abaixo a entrevista com Pablo Neves: 
Qual a diferença entre arte sacra e arte religiosa?

PN: Tanto a arte, quanto a arquitetura e o design são definidos como sacros quando tangenciam ou interagem diretamente com o que é divino, ou seja, quando servem ao culto sagrado. Logo, não é o objeto em si que é sagrado, mas sim a divindade com a qual ele se envolve que o sacraliza. Um cálice usado para Santa Missa só é um objeto sacro porque nele será colocado o verdadeiro e preciosíssimo sangue de Cristo, presente naquele sangue em Corpo, Alma e Divindade. Já a arte religiosa é aquela que de fato possui relação com a fé, conduz a uma espiritualidade ou a uma mensagem sagrada, mas que não tangencia diretamente o divino em si. A arte religiosa pode muitas vezes também expressar a forma de ver o sagrado por parte do artista, sua opinião pessoal, o que não necessariamente será condizente com a Tradição da Igreja e, obviamente, poderá não ser adequada para servir à liturgia.
 
Dentro da arte, o que é sagrado?
 
PN: Como disse, é sagrado tudo aquilo que é santificado pelo que é realmente santo. O contato com o divino sacraliza a arte, fazendo-a tomar parte das realidades do céu. Uma imagem, um altar ou um crucifixo, por exemplo, não são sacros simplesmente por seus elementos formais e simbólicos, mas por tornarem-se parte direta da presença de Deus entre nós, de Sua vontade e de seu Amor.
 
Quais são os maiores nomes da arte sacra?
 
PN: Gostaria de citar o primeiro, mas talvez não tão conhecido como tal: São Lucas, evangelista, que segundo a Tradição, foi o primeiro a escrever um ícone de Nossa Senhora. Mas a arte se fez sagrada do oriente ao ocidente, com destaque aos grandes mestres iconógrafos como Teófanes, o grego e o monge Andreij Rublev, além é claro, de mestres ocidentais como Michelangelo e Caravaggio. Mas faço questão de destacar ainda os grandes artistas sacros brasileiros, como Mestre Ataíde e Aleijadinho, além de nosso contemporâneo Cláudio Pastro.
 
Quais são as maiores obras da arte sacra?
 
PN: A Europa obviamente abriga as mais grandiosas e ricas obras de arte e arquitetura sacras da humanidade, em igrejas como a basílica de São Pedro, no Vaticano e Notre Dame na França. Contudo, seria tolice não citar a basílica de Santa Sofia, na Turquia ou a catedral de São Basílio, na Rússia. O fato é que toda obra verdadeiramente sacra é grandiosa e única, não pelo ouro nela contido ou pela técnica ou estilo empregado, mas pelo conteúdo simbólico a ela atribuído e ao seu serviço à liturgia.
  
Como é feita a conservação das obras de arte sacra?
 
PN: É um trabalho demorado, difícil e que exige grande aprimoramento técnico. Seja por seu valor histórico quanto por seu valor sagrado, as obras de arte sacra antigas passam por tratamentos químicos, controle de exposição à luz até o restauro de partes danificadas. Vale lembrar que tão importante quanto conservar o antigo, é garantir que as obras contemporâneas de arte também durem muito tempo, sendo importantes meios de espiritualidade por gerações.
 
O que pode ser feito e o que não pode ser feito numa restauração de arte sacra? Existe alguma regra para isso?
 
PN: Tecnicamente, as regras são as mesmas para qualquer obra de arte. Profissionais qualificados, instrumentos adequados, matérias primas precisas e zelo, muito zelo durante o trabalho. Há também a parte espiritual, pois vale lembrar que a arte sacra não é meramente decorativa, mas sim uma forma de alcançar o sagrado. Em outras palavras, temos que entender que as pessoas vão interagir com esses objetos, vendo, sentindo e vivenciando neles verdadeiros sinais de Deus em suas vidas. Particularmente, durante meu trabalho, costumo ficar em oração, agradecendo a Deus por me permitir servi-Lo e rogando para que meu trabalho possa, por menor que seja, ser um auxílio na construção do Reino de Deus. Tenho plena consciência de que estou lidando com algo muito maior do que meu próprio entendimento pode atingir.
 
Existe algum modelo, estilo ou referência que caracterize a arte sacra?
 
PN: Não. Esse é um questionamento comum durante os cursos e palestras que ministro e talvez deva-se ao fato das pessoas ainda ligarem a Arte Sacra a algo antigo, pertencente a um outro tempo. A Igreja, inclusive, fez questão de frisar isso durante o Concílio Vaticano II, na constituição conciliar Sacrosanctum Concilium, onde diz que "a Igreja nunca considerou um estilo como próprio seu”. No documento, que traz um capítulo dedicado somente à arte sacra, a Igreja afirma respeitar e valorizar a arte de todas as épocas e todos os povos, bem como as exigências dos vários ritos litúrgicos. Incentiva ainda a arte de nosso tempo, mas adverte que a arte só é válida "desde que sirva com a devida reverência e a devida honra às exigências dos edifícios e ritos sagrados”.
 
O que compõe a arte sacra (música, moda, esculturas etc.)?
 
PN: Eis outra feliz pergunta. Há, é claro, aquilo que é clássico: pintura, escultura e música. Mas dentro deste contexto, há variáveis como o mobiliário, fundição de metais, o trabalho com as vestes sagradas, dentre outros. Hoje, com tantas novidades, sobretudo na arquitetura, projetos de iluminação e de design de móveis e objetos são exemplos de grandes parceiros para a arte sacra.
 
Qual foi a melhor época da arte sacra, para você? Por que?
 
PN: No oriente, desde o primeiro milênio, a arte sacra alcança seu potencial máximo através da iconografia bizantina. Uma verdadeira teologia em imagens tão sagrada que até hoje é a arte característica de todas as igrejas orientais, sejam católicas ou ortodoxas. No ocidente, vejo o gótico como o ápice do fazer artístico sacro. Realeza, leveza, pureza, claridade por todos os lados, linhas que nos fazer olhar para o alto e almejar o céu, enfim, a arte gótica é, no contexto ocidental, a arte sacra católica por excelência na minha opinião.
 
Quais religiões são as maiores produtoras de arte sacra?
 
PN: Praticamente todas as religiões possuem uma forte relação com a arte, pois o apelo visual e o simbolismo são elementos fortes na percepção humana. No catolicismo, assim como na ortodoxia oriental, a arte funde-se com a liturgia, a ponto de praticamente uma não existir sem a outra. Não é a toa que a Igreja pronuncia-se oficialmente sobre a arte sacra desde o segundo concílio de Nicéia, em 787 d.C. regulando a veneração às imagens e condenando os iconoclastas. Outras religiões, sobretudo as orientais, como o budismo, também utilizam da arte como elemento simbólico de suas crenças e de relação com suas divindades.
 
No seu artigo "O caráter sacro do design” você fala sobre a identificação de particularidades conceituais que definem a arte sacra. Que particularidades são essas?
 
PN: Tais particularidades estão ligadas às questões simbólicas dadas pela liturgia aos objetos sacros. Por exemplo: um altar é uma mesa? Sim, é uma mesa. Nele realiza-se o banquete pascal. Porém, neste banquete não se come qualquer alimento ou se ingere qualquer bebida. Comemos e bebemos verdadeiramente do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, entregue por Amor na cruz para remissão de nossos pecados. Note que o altar, ainda que seja uma mesa, não é um mero apoio para que pessoas se alimentem, como as mesas de jantar comuns. O altar é então mesa de partilha, mas é sobretudo local de sacrifício, pois em cada Missa é atualizado o Santo Sacrifício de Cristo na cruz, pelas mãos do sacerdote, que age na pessoa de Cristo. Veja, analisando todo esse contexto, podemos compreender o porquê de um altar não poder ser visto como uma mesa qualquer. O artista deve então, na concepção de sua obra, trabalhar elementos que conduzam os fiéis à compreensão dessas realidades, para que algo tão divino como a liturgia não seja confundida com coisas comuns ou até mundanas.
 
Para realizar uma obra sacra é necessário utilizar um símbolo religioso, para caracterizá-la?
 
PN: Sempre. A arte sacra é sempre objetiva, quer sempre dizer algo concreto, quer sempre transmitir a mensagem evangélica. Qualquer obra, por mais bela que seja, mas que não tenha nenhum simbolismo relacionado à liturgia, não tem lugar dentro da Igreja. A igreja valoriza a arte "não sacra”, mas não pode dentro do espaço sagrado utilizar elementos que de alguma forma desviem o sentido e o olhar dos fiéis àquilo que é o centro da liturgia, que é o próprio Cristo na Eucaristia.
 
Saiba mais sobre Museu de Arte Sacra na reportagem de Paloma Maroni para a edição impressa da revista Ave Maria de março/2012
         Publicação original disponível AQUI.

domingo, 19 de junho de 2011

Palestra: DESIGN SACRO - O projetar para ao sagrado

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Data: 21 de junho de 2011, terça-feira
Horário: das 15h às 17h
 
Entrada Franca
 
Objetivo
 
Apresentar as bases conceituais, doutrinais e litúrgicas para o projeto de design a serviço do sagrado e/ou que tenha inspiração religiosa, na perspectiva das diversas vertentes do design (Produto, gráfico, moda, interiores etc).
 

Descrição
 
A palestra apresenta a crescente realidade dos projetos sacros sob a responsabilidade dos designers, as possibilidades de intervenção do design no espaço sagrado e sua contribuição para devida honra dos santos mistérios, juntamente com a arte e a arquitetura sacra.
Também apresenta as questões relevantes a serem consideradas em projetos de inspiração religiosa e/ou não "sacros" (no sentido de não estarem a serviço de um culto específico), mas que indiretamente possuem ligação com a ação pastoral e evangelizadora da Igreja, como design editorial e a ilustração.
 

Palestrante:
 
Pablo Neves
 
Bacharel em Design de Produto pela Universidade Federal do Maranhão e especialista em Arte Sacra pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro.
Atua desde 2004 em projetos de design tanto de produto quanto de gráfico para igrejas, pastorais, congregações e movimentos, além de dar formação para equipes de liturgia e catequese. É também diretor do blog www.ecclesiadesign.blogspot.com onde pesquisa e apresenta projetos de design sacro no Brasil e exterior.
 

Local
 
Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro
Rua D. Gerardo, 42  Centro  Rio de Janeiro
Auditório do 5º andar


Inscrição

As vagas são limitadas. Clique no link abaixo e faça sua inscrição online para garantir sua presença. Será entregue um certificado de presença aos que assitirem a palestra. O nome indicado no formulário online será transcrito no certificado. Favor não utilizar abreviaturas.



Informações

Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro
Rua D. Gerardo, 42 / 6º andar  Centro  Rio de Janeiro  RJ
Telefones: (21) 2206-8281 e 2206-8310

segunda-feira, 13 de junho de 2011

5 motivos para dizer "não" às "capelas ecumênicas"

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Republicamos outro excelente artigo do amigo e leitor do Salvem a Liturgia, Vinícius Farias, do seu blog Sentinela no escuro.
Capela ecumênica do hospital São Luiz, em São Paulo
1-O fim das imagens: Você já viu imagens da Virgem Maria ou dos santos numa capela dessas? Como não há normas claras para a construção de "capelas ecumênicas", não se pode dizer quantos símbolos cada confissão religiosa pode ter; ou ainda, se é permitido ter símbolos religiosos. As capelas ecumênicas que já visitei não têm símbolo algum. São espaços vazios com bancos. Quando muito estes espaços têm uma cruz. Porém, se o objetivo é ser um local comum a mais de uma confissão cristã, como contemplar democraticamente os iconoclastas e aqueles que veneram as imagens sacras?
2-Incentivo ao “pancristianismo”: o ecumenismo surgiu com missionários protestantes que queriam solapar as diferenças interdenominacionais em prol do anúncio do Evangelho. Estima-se que existam cerca de 33.800 diferentes denominações protestantes no mundo, cada uma com suas diferenças doutrinárias, de espiritualidade e organizacionais. Ainda assim é, de certa forma, fácil encontrar pontos em comum que de forma falaciosa poderiam levar as pessoas a acreditarem que existiria uma religião cristã tendo como vértice a figura de Jesus Cristo. Porém, para os católicos existe um erro crucial nesta história toda: Cristo não escolheu apóstolos, deixou um líder (“Tu és Pedro”), fundou uma Igreja (“Sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja”) e inspirou os evangelistas para que cada um interpretasse a Verdade de forma particular. Claro que Jesus não disse “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a Igreja Católica” ou “deixarei sete sacramentos que devereis observar”. Ainda assim, a compreensão de que precisa haver uma só Igreja verdadeira é lógica. Existem protestantes que são salvos? Claro que sim. Porém, os meios que tiveram para salvarem-se têm uma raiz na Igreja dos Apóstolos – a Católica Apostólica Romana, seja por meio das Sagradas Escrituras, seja por meio dos sacramentos válidos que algumas ainda observam.
3-Confusões sincréticas: o sincretismo no Brasil é algo fortíssimo. A relação entre o candomblé e o catolicismo, por exemplo, remonta da proibição por parte da Igreja do culto aos orixás trazidos pelos escravos vindos da África. Para burlar tal proibição, eles utilizavam as imagens católicas que paulatinamente foram associadas aos deuses africanos. É muito comum no Brasil vermos católicos lendo livros espíritas, espíritas que freqüentam uma sessão num dia e a missa no outro ou mesmo protestantes que freqüentam o culto, mas andam com uma imagem da Virgem na carteira. Sabe-se que o Espírito Santo sopra onde quer, assim, podemos afirmar que existem coisas boas nas mais diversas religiões, porém a indivisibilidade da Verdade impede que uma pessoa possa salvar-se (respeitada a ignorância) sem acreditar de modo pleno no que a Igreja prega. Isto porque quando criamos uma forma particular de seguir Cristo, não estamos aceitando plenamente sua mensagem (o ônus e o bônus) que é a mesma para todos. Estamos construindo de forma egoísta um cristianismo ao nosso modo, que claramente distoa do projeto de salvação desejado pelo Filho de Deus. A pessoa até se alimenta com o biscoito esfarelado, mas muito será perdido quando ele é passado de uma mão para outra.
4-O império do relativismo: um grande expoente da Igreja no Brasil, o padre Fábio de Melo certa vez afirmou que “se nós somos cristãos, não importa que você seja evangélico, que eu seja católico…não importa!”. Você imaginaria um muçulmano falando nestes termos? Pergunte a um protestante fiel da Assembléia de Deus se, para ele, não há nenhum problema em ser católico. Mais uma vez o problema aqui está na coerência. Se eu acredito que a Igreja Católica é a verdadeira, fundada por Jesus Cristo e quero anunciar esta verdade para os outros, como fazê-lo se “a religião não importa”? Recentemente vimos um movimento de anglicanos entrando em comunhão com a Igreja Católica. Sim, eles buscaram os bispos e declararam: “eu era protestante, hoje aceito que a Igreja católica é a verdadeira e única Igreja de Cristo”. Bom, se a Igreja dissesse que todas as religiões eram boas e que nada se perde em ser protestante, qual o motivo que eles teriam para tornarem-se católicos? Isto é relativismo “brabo”! Parte-se do pressuposto que há uma forte crise na identidade católica – identidade esta que remonta aos apóstolos. Será que é isto que devemos defender? Muitos opõem-se ao que disse acima afirmando: “mas assim você só cria divisões e guerras santas”, mas pelo que sei, o cristianismo é uma proposta, um convite. Nada deve ser imposto. Porém, não é por isso que eu devo mitigar o que acredito para agradar gregos e troianos. A Verdade é um motor que se move por energia própria. Quem seria tolo de forçar o motor e danificar a máquina? Ademais, vou explicar-vos de modo prático como funciona o ecumenismo destas capelas: cada um, NO SEU HORÁRIO, reza ao seu modo. Isto é unidade?
5-A desvalorização da arte católica: se o ecumenismo destas capelas é bom e deve ser proclamado dos telhados, por que eu, como padre católico, deveria gastar tempo, dinheiro e ter dores de cabeça com a arte sacra? A arte cristã é admirável até mesmo pelos não-crentes. É um patrimônio da humanidade em honra ao Deus altíssimo. As obras oferecidas em honra a Deus vêm desde o antigo testamento. Quem não se lembra da lendária arca da aliança que, segundo o livro do Êxodo, era ricamente adornada por anjos? Hoje em dia vemos Igrejas desnudas, como verdadeiras recepções de hospitais. São brancas, estéreis, rapidamente construídas, sem Sacrifício. Antigamente a construção das igrejas durava séculos. A dimensão do eterno estava em cada detalhe. O homem fazia por amor a Deus e este amor era tão grande que precisava ser expressado de uma forma concreta. Assim, este falso ecumenismo, quando aplicado à arte cristã, culmina num empobrecimento e numa simplificação dos templos. Eu me sinto muito mal quando entro num lugar assim. Sinto a presença de qualquer coisa, menos de Deus porque aquilo foi construído para agradar o convívio humano, não para a glória de Deus. Ademais, tudo convida para uma falta de respeito com o local. Existe um ditado que diz: “aquilo que é de todo mundo acaba não sendo de ninguém”. E o respeito pelo que não pertence a ninguém é preservado? O que impediria um protestante de levar um bolo para comemorar o aniversário de um irmão depois do culto e colocá-lo em cima do altar (se ele existir)? O que impediria um espírita que crê em Jesus Cristo de invocar as entidades no mesmo lugar em que se invoca o Espírito Santo? Para mim isto tudo é muito estranho…Por fim, não vejo prejuízo para um protestante que usa um local sem adornos artísticos, menos ainda para um espírita. Só há uma parte que sai perdendo. Nisto tudo deveríamos abraçar a queda das almas pelo respeito humano e em prol do políticamente correto. Não sei se as capelas ecumênicas caem tão bem ao projeto de unidade entre os cristãos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Vestes Sagradas no Museu de Arte Sacra

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O Governo do Estado São Paulo, a Secretaria de Estado da Cultura, o Museu de Arte Sacra de São Paulo

e a D & A - Decorações e Artesanato Litúrgico convidam para a exposição:

VESTES SAGRADAS

Paramentos litúrgicos

Coleção D&A

Percival Tirapeli, curador

Período expositivo de 8 de junho a 7 de agosto de 2011

D & A - Decorações e Artesanato Litúrgico Museu de Arte Sacra de São Paulo

Rua Frederico Abranches, 31 AA Av. Tiradentes, 676 Av.Ti

Estação Santa Cecilia do Metrô Estação Tiradentes do Metrô

Fone: 3361-8815 Fone: 5627-5393

www.deaparamentos.com.br www.museuartesacra.org.br

sábado, 15 de janeiro de 2011

Em homenagem ao primeiro Ordinariato para ex-anglicanos

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Imagens abaixo da Virgem Santíssima sob o título pelo qual é nomeado o Ordinariato inglês para ex-anglicanos, Nossa Senhora de Walsingham, cujo santuário é mantido por anglicanos no Reino Unido e muito frequentado por anglicanos High Church ligados a Cantuária, anglicanos da TAC, e católicos.

As imagens reproduzidas são de diferentes igrejas anglicanas e católicas (anglican use ou não) na Inglaterra e nos EUA.

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os reis magos na iconografia cristã

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Há duas formas possíveis de representação dos reis magos na iconografia: a histórica e a alegórica. A forma histórica foca o episódio comemorado: o relato dos Santos Evangelhos da adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo pelos magos do Oriente. A representação alegórica, por outro lado, foca no significado da festa e do episódio comemorado: a manifestação de Cristo ao mundo e seu reconhecimento pelos povos pagãos, representados na figura dos magos.[1]
A representação mais utilizada nos primeiros séculos da Igreja e durante a antiguidade tardia foi a histórica. Os magos eram representados vestidos em trajes persas[2] reverenciando o Menino Jesus, etronizado ou sentado no colo da Virgem. É assim que o vemos representados nos túmulos dos primeiros cristãos e nos mosaicos das basílicas.






A representação alegórica surge a partir da Alta Idade Média[3]. Nesse período, os três magos passam a representar os diversos povos, decendentes dos três filhos de Noé. Também passam a ser representados em vestes régias (algumas vezes eram representados como reis contemporâneos ao artista, vide a Imagem 07 em que o rei Carlos VII da França é representado como um dos magos), simbolizando a homenagem de todos os reis da terra ao Rei dos Reis. No Renascimento essa representação alegórica fica mais significativa, pois cada um dos magos é representado como uma raça ou etnia (e algumas vezes, reprsentam também as três idades do homem): um representando os europeus, outro os africanos e outro os povos do Oriente Médio. Há inclusive uma curiosa pintura de cerca de 1500 (cuja autoria é geralmente atribuída ao português Vasco Fernandes ou Grão Vasco, vide Imagem 09) em que um dos magos é representado como um índio Tupi, o que mostra o desejo dos cristãos daquele tempo de incluir os povos do Novo Mundo no rebanho dos fiéis de Cristo.











É importante que conheçamos esses pormenores das representações iconográficas das cenas do Evangelho e das festas litúrgicas para podermos penetrar melhor em seus significados. Mais do que uma ocasional visita de importantes pessoas do Oriente, a adoração dos Magos é um sinal de que Cristo veio para salvar a todas as nações. Por isso que enviou o sinal aos pagãos do Oriente para que pudessem vir a conhecê-Lo e prestar-Lhe homenagem.


Notas:
[1] Para histórico e significado da festa da Epifania, consulte: MARTYNDALE, Cyril. Verbete "Epifanía". In: Enciclopédia Católica. Disponível em: http://es.aciprensa.com/e/epifania.htm

[2] Os magos eram provavelmente sacerdotes e astrólogos Medos (os medos eram um povo da pérsia). De fato, era isso que a palavra grega magoi geralmente designava. A favor desta tese estão os testemunhos da primitiva iconografia cristã que sempre os representou trajados aos moldes sacerdotais persas. Tertuliano no século III disse que os magos seriam de estirpe régia, o que é possível dado que os magos integraram algumas dinastias persas e durante a dinastia dos Partos exerceram funções de conselheiros reais. Não se sabe ao certo quantos eram, mas a tradição posterior acabou fixando o número três, baseando-se no fato de terem sido três os presentes oferecidos a Cristo. É provável que tenham vigiado com grande comitiva, haja vista serem pessoas de prestígio e estarem fazendo uma viagem de longo percurso. Para mais informações sobre os Magos, vide: DRUM, Walter. Verbete "Reyes Magos". In: Enciclopedia Católica. Disponível em:
http://ec.aciprensa.com/m/magos.htm

[3] Provavelmente essa nova forma de representação tenha sido fortemente influenciada pelo alegorismo litúrgico, surgido a partir da Alta Idade Média. De fato, a Liturgia da Igreja aplica para a solenidade da Epifania as palavras do Profeta Isaías Omnes de Saba venient aurum et thus deferentes et laudem Domino annuntiantes (Is 60, 6) para o Gradual e o verso do Salmista Reges Tharsis et insulae munera offerent reges Arabum et Saba dona adducent et adorabunt eum omnes reges terrae omnes gentes servient ei (Sl 71, 10-11) para o Ofertório da Missa. Para maiores informações sobre o alegorismo litúrgico vide: JUNGMANN, Josef Andreas, SJ. Missarum Solemnia - Origens, liturgia, história e teologia da Missa Romana. São Paulo: Paulus, 2009. pp. 102-108; RIGHETTI, Mario, OSB. Historia de la Liturgia. Vol. I. Madrid: Biblioteca de Auctores Cristianos, 1955. pp. 55-58.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Convite: Concerto natalino com canto gregoriano em Curitiba

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O coral Cantus Libere fará um concerto natalino de canto gregoriano no prédio da Secretaria Estadual de Cultura do Paraná, em Curitiba, no dia 16 de dezembro:



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