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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Maneiras de inovar a santa missa

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Trazemos hoje um texto leve e descontraído do nosso amigo e membro do Salvem a Liturgia Lucas Cardoso. O texto é em especial para aqueles que insistem em inovar a santa missa. Segue texto abaixo: 

Você é da equipe de liturgia da sua paróquia, e está querendo inovar um pouco na celebração da Missa, para sair da mesmice? Seus problemas acabaram! Segue aqui um resumo de várias ideias para tornar a celebração eucarística diferente de tudo o que já se viu.



Em primeiro lugar, você sabia que pode escolher qualquer parte -- isso mesmo, qualquer parte -- da Missa para ser rezada ou cantada em latim? Isso mesmo, a Missa não precisa ser inteira em latim ou inteira em vernáculo. Você pode escolher apenas algumas partes, como os cantos fixos: Kyrie, Glória, Santo ou o Cordeiro de Deus. E, melhor ainda, você pode alternar essas partes quantas vezes quiser! Assim, se estiverem enjoados de cantar o Santo em latim, podem no mês seguinte cantar apenas o Cordeiro de Deus. Aposto que você não sabia disso!

O padre e os cantores não sabem latim? Sem problemas! É possível adquirir um livro que contém 17 -- isso mesmo, dezessete -- textos diferentes para o Ato Penitencial, com as tríplices invocações a Cristo para serem usadas conforme os diferentes tempos litúrgicos, memórias ou festas. Esse livro possui uma capa vermelha e chama-se Missal Romano! E ainda traz dois extras: duas fórmulas especiais para o Ato Penitencial, chamadas de "Confiteor" e "Miserere". Essas fórmulas são pouco conhecidas, mas acredite em mim, elas podem SEMPRE ser usadas, em qualquer Missa, segundo a total liberdade e originalidade da equipe! Por essa você não esperava, não é mesmo?

E a coisa não para por aí: nos Domingos, é possível substituir o Ato Penitencial pelo rito da Aspersão, que geralmente conhecemos no Tempo Pascal. Mas o que eu aposto que você não sabia é que este rito pode ser usado em QUALQUER DOMINGO DO ANO! Não é o máximo? E ainda há uma parte opcional do rito em que se pode misturar sal abençoado à água, com uma oração muito bonita e piedosa!

O altar também pode ser decorado de diversas maneiras. Você sabia que pode mexer à vontade no número de velas a serem colocadas ao seu redor? Podem ser duas, quatro ou até seis! E não se preocupe sobre onde colocá-las: você pode, um dia, colocá-las ao lado do altar, na parte lateral, ou, em outro dia, todas à frente do altar, e, se quiser realmente inovar e surpreender a todos, experimente colocar todos os castiçais SOBRE o altar. Sim, isso é totalmente permitido!

Até mesmo o padre que celebra a Missa poderá inovar: ele provavelmente não sabe, mas existe um modelo alternativo de casula, bastante confortável, principalmente nos dias quentes, chamada casula romana. Não, não existe nenhuma regra especial que restrinja seu uso a determinados dias. Ela pode ser usada SEMPRE, mesmo nos dias de semana! Tenho certeza que ele adoraria receber uma de presente!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Beleza e liturgia

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Publicamos hoje um excelente texto do professor e amigo do Salvem a Liturgia Joathas Soares Bello sobre liturgia e  a sua beleza. 

Dois erros: o esteticismo de quem confunde a Missa (liturgia) com a missa (forma musical), e o legalismo conceitualista e minimalista de quem diz "o que importa é que haja as palavras da consagração e, assim, o sacrifício de Cristo".



O cristão vai à missa para adorar o Pai junto com Cristo, oferecendo-se com Ele no seu sacrifício perfeito (eucarístico, laudatório, impetratório e expiatório), em comunhão com os irmãos. Ok.

Mas a arte sacra tem um papel pedagógico insubstituível. A beleza é, como ensina S. Tomás, "a visibilidade do bem", ou, como diz Platão, "o que é feito à imagem da verdade".

A inteligência humana é "senciente", como ensina Zubiri -que é um esclarecimento da doutrina aristotélico-tomista da "abstração"-, ou seja, o homem não pode, ordinariamente, conhecer a realidade sem a mediação da sensibilidade.

A exceção é a experiência do conhecimento místico, que apreende diretamente as realidades espirituais (e não meros conceitos lógicos, atenção!). Quem conhece o "significado" de algo que nunca viu, pode acreditar/confiar em outrem e, assim, comungando com a experiência dos que viram, conhecer a realidade crida (é a fé, presente em toda forma de conhecimento, e não só na religiosa).

A arte sacra [como a vida do santo] é o que possibilita ao fiel cristão o "ver" antecipadamente as realidades espirituais nas quais crê, e isto permite um melhor entendimento da fé e uma maior confiança. Isso é o que não entende o conceitualista acima (e que julga, em seu nominalismo teológico, que tem um saber mais "profundo"...).

Imaginar que a simples compreensão do significado é algo "mais inteligente" do que ver este significado realizado, concretizado (na música ou na escultura sacra, por exemplo), é ignorar absolutamente o que é "abstrair" ou entender simplesmente.

A beleza (artística ou moral, das "belas ações", como fala Platão) é o que -retomando as referências acima- torna visível a Verdade e o Bem. O que supõe que o artista sacro deve ter uma profunda experiência espiritual, que intui algo das verdades eternas, e que é capaz de plasmá-las na sua música, na sua pintura, etc., permitindo que os fiéis, participando desta experiência através da contemplação e da audição, entenda melhor a doutrina e comungue mais profundamente do amor.

Isso é que os esteticistas e os legalistas ignoram: a beleza na liturgia está a serviço da santificação dos fiéis, e não de um deleite sensível ou de uma alegria legítima, porém acessória.

Em uma missa barulhenta, mal celebrada, etc., Cristo estará igualmente presente, porém de maneira mais velada. E isso não significa alguma vantagem! Pois isso é supor uma capacidade ascética e mística que a média dos fiéis não tem, e esconder um tesouro que deveria ser distribuído com mais abundância.
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