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terça-feira, 2 de abril de 2013

Missa Crismal em Frederico Westphalen - RS

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Na noite da quarta-feira santa S.E.R Dom Antonio Carlos Rossi Keller presidiu a missa crismal com a benção dos óleos dos catecúmenos e dos enfermos e a consagração do Santo Crisma, sendo como dito celebrada na quarta feira santa por questões pastorais.

Abaixo a homilia proferida por Dom Antonio Carlos e algumas fotos da missa.

"Amados irmãos e irmãs.

Queridos padres e seminaristas.

Recordamos, nesta Santa Missa Crismal, o momento em que, para nós padres, o nosso bispo nos integrou ao sacerdócio de Jesus Cristo, consagrando-nos definitivamente, através da imposição das mãos e da oração consacratória. Como nos esquecer daquele momento? Quantas recordações daquele dia estão gravadas indelevelmente em nossas almas. Daquele momento em diante, nos tornamos sacerdotes do Senhor. Naquele momento, Cristo Nosso Senhor nos uniu a Si e à Igreja, para nos tornarmos instrumentos de Sua Salvação para o mundo. É a partir desta ação de Cristo sobre nossas vidas que fomos entregues definitivamente a Deus para que, a partir de Deus, a partir de Sua Graça, a partir de nossa união vital com Ele e tendo em vista a Ele, pudéssemos servir à humanidade. Nossa vida sacerdotal só se explica a partir desta lógica. Todos os elementos deste processo de crescimento de vida são essenciais: a escolha de Deus (seu chamado); nossa resposta generosa, a ordenação conferida pela Igreja, nossa identificação com Cristo, nosso serviço à humanidade.

Hoje, nesta Solene Celebração Eucarística, diante de Deus, diante de nossos irmãos e irmãs a cujo serviço fomos consagrados, diante de nossos seminaristas que olham para nós com o ardente desejo de se unirem, um dia, a este Colégio Presbiteral, somos instados a nos perguntar: Somos de fato, homens consagrados a Deus na realidade de nosso dia a dia? Preenchemos nossas horas diárias com um “fazer” que revela, de fato, o nosso “ser”? Somos homens que atuam a partir de Deus, tendo, como único objetivo de vida aquele de servi-Lo em nossos irmãos e irmãs?

Queridos padres, a partir desta consagração recebida no dia de nossa ordenação sacerdotal, em nossas vidas, não há mais espaço para o “meu” egoísta: tudo e todos: o nosso ser ministerial especialmente, mas também o nosso trabalho pastoral, as nossas atividades, as nossas amizades, o nosso lazer, os bens que possuímos, ou seja, tudo o que temos, o que somos, o que pensamos, o que sonhamos, o que desejamos, enfim, toda a nossa vida, tudo deve estar submetido a uma única finalidade: sermos melhores padres. Portanto, tudo o que diminui, ou nos afasta, ou nos impede, ou nos dificulta de sermos homens consagrados a Deus e ao serviço dele e da igreja deve ser afastado de nossa vida como um autêntico mal.

Após esta Homilia, respondendo às perguntas rituais da Renovação das Promessas Sacerdotais, vamos dizer, sobretudo, duas coisas: em primeiro lugar que desejamos e vamos continuar a nos esforçar em viver uma união íntima, profunda, uma união de configuração a Cristo, fonte de nosso ministério, no serviço humilde da Igreja. Em segundo lugar, vamos renovar a promessa de renunciar à tentação que todos sofremos, que é a de querer buscar aquilo que é exclusivamente nosso, renunciar à tão falada e sonhada “auto-realização”: ao princípio demoníaco de querer reivindicar para nós os projetos de pecado que se resumem nos três verbos que exprimem um único princípio do mal: o ter, o poder e o prazer. Quem se deixa subjugar por estes três princípios (ter, poder e prazer) destrói a própria vida. Se isto já é um mal para o cristão leigo como tal, imagine a ruína que provoca na alma e na vida daquele que é chamado a ser Cristo para o mundo, a combater exatamente este princípio na alma e na vida dos irmãos... Esta sim seria a incoerência máxima de uma vida sacerdotal: assumir para si, como princípio de vida aquilo que tem como Missão destruir entre os demais...

O maior mal que pode nos atingir não é o de uma enfermidade, ou uma contrariedade no Ministério, ou o assumir um trabalho difícil, onde nos faltem os meios... Tudo isto não é nada diante do verdadeiro mal que é o trair a Cristo, à Igreja, ao nosso povo e ao nosso sacerdócio, assumindo em nossa vida valores, ideais e princípios mundanos, usando o dom que recebemos de Deus para buscarmos uma simples auto-realização, ou pior ainda, usando nosso Ministério como instrumento para conseguir satisfações humanas.

Irmãos queridos, existem ainda duas palavras, na Renovação das Promessas Sacerdotais que deveriam nos ajudar ainda mais nesta reflexão que hoje fazemos. Uma, refere-se ao fato de que, como nos diz São Paulo, somos “dispensadores dos mistérios de Deus” (1 Coríntios 4,1) e como tal, temos a missão de ENSINAR. Ensinar as coisas de Deus faz parte deste ministério, deste serviço. Hoje, nas palavras do Papa Emérito, Bento XVI, há um analfabetismo religioso profundo espalhado entre nossas populações. O elementar da fé não é mais conhecido e, portanto, também não é mais vivido... Para viver o que Deus nos pede, em cada situação, em cada circunstância particular da vida, bem como para dar um sentido direcional à própria vida é preciso saber, conhecer o que Deus quer de nós. Mesmo para se poder amar a Deus, é preciso conhecê-lo. Este Ano da Fé que estamos vivendo deve levar-nos a reagir a esta situação dramática, vivida em nossas Paróquias e Comunidades. Reajamos, por amor a Deus e por amor ao nosso povo, criando oportunidades de Formação na Fé, Escolas da Fé Paroquiais, com ânimo redobrado e dedicação, procurando atingir o maior número possível de pessoas. Sejamos bons dispensadores dos mistérios de Deus, ensinando ao nosso povo estes Mistérios santos de nossa Fé.

A segunda palavra refere-se à palavra “ZELO”. Zelo pelas almas, que significa dizer, zelo pelas pessoas, pelo bem global daqueles que nos foram confiados. Preocupar-se com os famintos, os doentes, os sem abrigo, os de idade avançada, as crianças pouco cuidadas, especialmente os indígenas. Saibamos organizar iniciativas em âmbito comunitário, paroquial, nas Áreas pastorais e também na Diocese, para ir ao encontro dos mais sofridos e abandonados. Mas não limitemos nosso zelo a estas situações desumanas. Cuidemos dos que estão longe de Deus e de sua Igreja, longe dos sacramentos da fé. Sejamos misericordiosos e compreensivos com todos. Sem trair a doutrina do Evangelho e as exigências empenhativas da igreja, saibamos acolher a todos: os que já estão conosco, em nossa vida eclesial, e aqueles que estão longe, afastados, desiludidos até da fé. Acolhamos especialmente, na caridade, aqueles que vivem em situação irregular perante a Igreja e o Evangelho. Repito, sem mudar o que não podemos mudar, saibamos acolher, compreender, estar próximos, oferecer os espaços possíveis de participação.

As pessoas devem notar nosso zelo, nossa dedicação e amor a elas. Este é o nosso testemunho vivo do Evangelho de Jesus Cristo. 

Parabéns, queridos padres pelo dia no qual comemoramos a Instituição do sacerdócio Ministerial.

Deus abençoe e conserve no caminho vocacional a vocês queridos seminaristas de nosso Seminário Diocesano. A vocês repetirei sempre, como um refrão: Vale a pena! Vale a pena sacrificar-se e entregar a própria vida, a juventude, os ideais por Cristo e pela Igreja.

Tenham uma ótima Semana Santa, e uma Santa e Feliz Páscoa da Ressurreição do Senhor."

+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen























sábado, 24 de novembro de 2012

Quando montar a Árvore de Natal e o Presépio?

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"Após as I Vésperas do I Domingo do Advento é a hora de montar a árvore de Natal, colocar a guirlanda na porta, armar o presépio, e mudar o capacho da frente de casa por um tapete com decoração natalina." (Rafael Vitola Brodbeck).

A árvore não deve ser montada toda de uma vez: o ideal é acrescentar enfeites e adereços aos poucos, durante as quatro semanas do Advento, que é, para nós católicos, tempo de preparação. 

“Durante o Natal, no Hemisfério Norte, todas as árvores perdem as folhas, com exceção do pinheiro. Por isso, a árvore se tornou símbolo da vida, celebrada no Natal com o nascimento do menino Jesus.” 

A preparação da árvore deve ser intensificada durante a última semana que antecede o Natal. “Até 16 de dezembro, tudo ainda é muito sóbrio, mesmo nas leituras feitas nas Missas do advento. É só a partir do dia 17 de dezembro que a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus, e se inicia um momento de maior expectativa. Esse é o momento, portanto, de intensificar a decoração da árvore.” 

A montagem do presépio, também tradicional em tempos de Natal, deve seguir a mesma linha da preparação da árvore de natal. “Aos poucos, pode-se começar a montar a gruta, colocar os animais e os pastores, mas a Virgem Maria, São José e o menino Jesus devem fazer parte do presépio apenas mais próximo da noite do Natal.” 

O presépio, enquanto “encenação”, foi uma invenção de São Francisco de Assis para lembrar a simplicidade e as dificuldades enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A orientação para quem pretende seguir a tradição católica é não sofisticar os presépios com luzes e enfeites. 

“Costumamos dizer sempre também que é muito importante envolver as crianças na montagem dos presépios, e o ideal seria que eles fossem feitos nas próprias casas, pelas crianças, para que eles percebam o real sentido do natal.” 

Hora de desmontar 

Tradicionalmente, o dia de desmontar a árvore de Natal, o presépio e toda a decoração natalina é 6 de janeiro, o Dia de Reis. “É nesse dia que três magos, pessoas sábias, encontram o menino Jesus e ele é então revelado a todas as nações.” 

Advento 

Um dos grandes símbolos do Natal para a Igreja é a coroa do Advento. Formada com ramos verdes e em formato de círculo, a coroa simboliza a unidade e a perfeição, sem começo e sem fim. “A coroa representa o nascimento do rei. Em cada um dos quatro Domingos do Advento uma vela é acesa. Com a proximidade do nascimento de Jesus, a luz se torna mais intensa, e é o Natal enquanto festa da luz que celebramos.”


Fonte: Pe. Carlos Gustavo Haas (Com adaptações).


sexta-feira, 20 de julho de 2012

A sua Frase em Nosso Blog

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Hoje, dia 20 de julho, é o dia do amigo! 

Complete a seguinte frase: Sacerdote amigo da liturgia é aquele que... 

As suas frases serão inseridas em uma postagem em nosso blog. 

Para participar é muito simples. Acesse nossa página no Facebook e deixe a sua frase em nosso mural. Se preferir, participe pelo Twitter, mencionando o @salvemaliturgia e utilizando a hashtag #amigodaliturgia junto com a sua frase.

Não possui Facebook nem Twitter? Sem problemas, deixe o seu comentário neste post! As frases terão que ser enviadas até sábado, dia 21 de julho, às 23h59!   

O envio de frases implica na concordância da postagem de seus nomes no blog!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Crianças na Santa Missa

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Um artigo interessantíssimo no "A Igreja doméstica", blog que frequento por meu interesse como mãe e esposa:



















Pesquisa realizada em dezembro do ano passado, confirmou o óbvio para qualquer visitante ao Oratório em St Louis, MO, aos Domingo: um grande número de crianças pequenas estão presentes quando o mistério, a solenidade e a beleza se desdobram na Missa celebrada na forma Extraordinária do Rito Romano. Podemos indagar: como os pais destas crianças experimentam a alegria espiritual da Sagrada Liturgia e atendem as necessidades de seus filhos durante a Santa Missa. 
A Sra.Kellene Goff, uma amiga do Instituto Cristo Rei e fiél do Oratório São Francisco de Sales nos informa a sua perspectiva: 
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA LITURGIA 
Por Kellene Goff 
Mas Jesus disse-lhes: Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham. ( Mat. 19:14) 
É comum ouvir dizer que é muito difícil participar da missa com crianças pequenas. Segurando um bebê chorando no vestíbulo não é comumente visto como uma inspiração para devoção durante a consagração. Uma criança de dois anos caindo do genuflexório, enquanto se esforça para ver Nosso Senhor elevado na Eucaristia parece chamar a atenção de um pai e afastá-lo de suas próprias orações. Uma criança de sete anos, que deve ser frequentemente lembrada para prestar atenção e não se distrair durante a Missa, faz com que o pai se distraía. 
Como os pais com filhos mais novos participam adequadamente na Missa? Eles podem participar em tudo quando constantemente são chamados à cuidar das necessidades dos seus pequeninos? Alguns pais estão tão machucados por essas demandas que são tentados a pensar que seja impossível. Talvez eles digam para si mesmos com um leve tom de auto-piedade - "Algum dia eu vou participar na missa". 
Mas o que é a participação na Missa? Certamente o sacerdote oferecendo in Persona Christi o sacrifício da Missa participa mais diretamente. Mas ele faz isso não só para a glória de Deus, mas para "servir todos os membros da Igreja." Os coroinhas e membros do coro também participam na medida em que auxiliam o culto para o corpo da Igreja. Eles muitas vezes sacrificam suas orações pessoais para que possam desempenhar as funções que lhe são exigidas. Estes serviços são a sua participação e podem ser unidos ao sacrifício de Cristo. Os pais por sua vez auxiliando seus filhos, que fazem parte do Corpo de Cristo, para que participem de forma plena e consciente quanto possível no sacrifício da Missa estão particpando dando assistência à seus filhos. Nas palavras de nosso Senhor, "aquilo que você faz à um desses meus irmãos, você está fazendo à Mim." 
 
À primeira vista, segurando um bebê chorando parece não ter nada a ver com a consagração de Nosso Senhor. Mas quando um pai sacrifíca sua devoção pessoal e a se inclina para frente e sussurra no ouvido do bebê para conter o choro há uma semelhança com a ação do altar. Quando a criança que cai durante a elevação da Eucaristia sente as mãos amorosa erguendo-o de forma mais rápida e atenta do que quando ela cai em casa, a ação reflete a santidade do momento. Quando a distração constante de uma criança mais velha é firme e consistente guiada com a mesma pose e esforço dos coroinhas se movimentando no altar, então o papel dos pais na assistência dos seus filhos durante a missa é a sua oferta de louvor ao Senhor. E quando algum dia, uma mãe se encontrar ajoelhada ao lado de seu filho, dois corações ao invéz de um, treinando para unir as suas intenções com as de nosso Senhor, os frutos do serviço desses pais mostrarão-se nas orações de seus filhos. Que coisa gloriosa para um pai ver seu auxílio não como distrações mas como a participação direta na Missa, ajudando a revelar a missa para os menores membros do Corpo de Cristo.

sábado, 2 de junho de 2012

Deixai vir a mim as criancinhas (ou: a participação ativa de crianças na Forma Extraordinária)

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O New Liturgical Movement trouxe recentemente um interessantíssimo relato de uma leitora a respeito da participação de crianças numa Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.

A Missa foi rezada para uma Junior school (mais ou menos equivalente ao nosso Ensino Fundamental) na cidade de Birmingham (Inglaterra) pelo Pe. George Grynowski. Antes da Missa, houve uma breve palestra sobre a história da Missa e as diferenças entre as duas formas do Rito Romano. Durante a Missa, foram inseridos três comentários (antes do Ofertório, do Cânon e após a Comunhão), lidos por crianças. E após a Missa, o Regina Caeli foi cantado (detalhe: o pedido partiu de uma das crianças!).

As crianças recebendo a Santa Comunhão
Na volta para a escola, os alunos escreverem uma breve redação sobre a Missa da qual participaram. E aqui veio a parte que mais me surpreendeu! O retorno delas foi extremamente positivo. Comentários como: “Eu gostei que ela foi rezada em latim, como deveria ser sempre”, “Ela é silenciosa e mais cheia de paz”, “Ela era quieta, o que me deu mais tempo para rezar”. De fato, um terço das crianças do 5º Ano (aprox. 10 anos de idade) disse preferir a Missa na Forma Extraordinária.

Quem sabe é justamente a pureza destas crianças – livres de preconceitos e ideologias – de que necessitamos todos nós, principalmente aqueles que se opõem radicalmente à Forma Extraordinária. O argumento de que o usus antiquior ou o latim impedem a participação verdadeira e ativa cai por terra diante da simplicidade destas crianças.

Bem tinha razão Nosso Senhor: «Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas. Em verdade vos declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará» (Lc XVIII, 16-17).

Que Nossa Senhora nos ensine a ter um coração de criança para que possamos, como uma criança que se agarra na saia de sua mãe, nos colocar ao seu lado diante do Sacrifício de Seu Filho que se atualiza em cada Santa Missa.

E você, caro leitor, tem alguma história positiva acerca da participação de crianças na Santa Missa na Forma Extraordinária?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Liturgia doméstica: a "faxina de Advento"

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É preciso tornar os tempos litúrgicos da Igreja bem vivos. Coordenei, nesse sentido, faz poucos dias, a "faxina de Advento" da minha casa, uma tradicional devoção católica bem feminina - e muito necessária... 

Limpa-se tudo, na faxina mais completa do ano (e esta durou três dias e pouco), por uma questão de higiene combinada com devoção: esperar o Menino Jesus com a casa limpíssima!

Aproveita-se para enfeitar a casa com os adereços natalinos.











segunda-feira, 14 de março de 2011

Costumes, liturgia e Igreja doméstica

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O genuíno movimento litúrgico deve se dar não só nas discussões teológicas e históricas acerca dos ritos e cerimônias, mas quando a liturgia começa a "falar" conosco e nos ajuda, mesmo nos pequenos atos da Igreja doméstica, a caminhar rumo à santidade.

É por isso que muitas famílias como que transportam os tempos litúrgicos, as festas, as vigílias, para o dia-a-dia em casa, criando ou desenvolvendo costumes piedosos em conexão com a liturgia. Não se tratam, é verdade, de liturgias, mas de devoções pessoais ou tradições pessoais (de enfeites da casa, culinárias etc) que derivam daquelas.

Cá em nosso lar, a Aline e eu gostamos de fazer isso. Ajuda-nos a vivenciar mais o ritmo cristão da nossa existência, a andar no compasso do calendário da Igreja, a tornar a liturgia mais “nossa”. É mais fácil participar da Missa e do Ofício se assim nos comportamos.

Por exemplo, a partir do V Domingo da Quaresma, antigo I Domingo da Paixão, cobrimos as imagens e quadros com santos de nossa casa, como a Igreja recomenda que se faça nos templos e capelas. É um modo de nos associarmos ao que a Igreja Universal faz, e tornar nossa família realmente uma Igreja doméstica.

Outro costume que tenho, e agora já é algo mais meu do que de minha esposa, é recitar algumas ladainhas e orações conforme o dia. Recito, v.g., o Símbolo Atanasiano no Domingo da Santíssima Trindade, a Sequência do Espírito Santo na novena em preparação à Solenidade de Pentecostes, a Ladainha do Espírito Santo em sua oitava, na memória de Nossa Senhora das Dores o Stabat Mater, o Ato de Consagração do Gênero Humano ao Sagrado Coração de Jesus na Solenidade de Cristo Rei, o Ato de Reparação ao Sagrado Coração de Jesus na festa própria, a Ladainha do Sangue de Cristo no dia 1º de julho, a Ladainha de São José nas festas josefinas etc.

Procuramos também acender uma vela para a imagem de Nossa Senhora que temos na sala de visitas de nossa casa quando das festividades marianas, e duas velas no altar de nosso quarto nas solenidades principais. Quando algum dos santos de que temos quadros ou imagens é comemorado, os incensamos na data e colocamos flores por perto. Se a festa, entretanto, é do Sagrado Coração de Jesus ou de Cristo Rei, honramos a imagem do Coração do Senhor em um local de destaque, e colocamos flores para ela.

Para a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, é nosso costume também fazer um “jantar mexicano”, com receitas especiais da terra onde a Mãe de Deus apareceu a São João Diego.

Durante a Quaresma, outro costume é rezar, às sextas-feiras, a Ladainha dos Santos seguida dos Sete Salmos Penitenciais.

Após as I Vésperas do Domingo do Advento é a hora de montar nossa árvore de Natal, colocar a guirlanda na porta, armar o presépio, e mudar o capacho da frente de casa por um tapete com decoração natalina. Só removeremos os adereços na Solenidade da Epifania.

Um santo especialmente comemorado por nós, e cuja devoção se acentuou quando moramos no Itaqui, na fronteira oeste do RS, é a de São Patrício. Além de padroeiro da Irlanda – de onde veio parte da família de minha esposa, Aline –, ele é o titular da paróquia itaquiense e patrono da cidade. Em seu dia, fazemos um banquete especial, com velas, uma toalha mais distinta, e consumimos cerveja irlandesa para acompanhar a comida.

Nas principais festas do calendário litúrgico, costumo assar um churrasco ou uma parrillada especiais também, abrindo um bom vinho ou uma cerveja diferenciada.

Neste ano de 2011, iniciamos uma outra atividade aqui em casa: o jantar especial de "enterro do aleluia", na terça-feira de Carnaval. A Aline prepara uma bela receita, tomamos um vinho bem escolhido e harmonizado, colocamos pratos, copos e talheres especiais (não os que usamos no dia-a-dia, mas alguns "de festa"), escolhemos uma toalha mais elegante, e enfeitamos a mesa com flores, velas, uma imagem da Sagrada Família e alguns ícones.

Há uma série de costumes familiares, gastronômicos, devocionais, que estão relacionados à liturgia. Penso que muitas famílias de leitores tenham os seus, e gostaríamos de ouvi-los nos comentários. 

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Um livro de receitas relacionado a várias festas do ano litúrgico está disponível, em pdf, na língua inglesa aqui.

Sugestões de livros sobre costumes e tradições familiares católicos:

Customs And Traditions Of The Catholic Family
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