Nossos Parceiros

domingo, 14 de junho de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - XII

View Comments
Avisos

Há uma oração que, como o nome diz, não é “Oração depois dos Avisos”, mas “Oração depois da Comunhão”. Deve, portanto, ser feita logo após a Ação de Graças, momento no qual o fiel deve deleitar-se da presença de Cristo em sua alma.

Os avisos e comunicações, se necessários, podem ser dados, pelo padre, durante a homilia, ou, por qualquer pessoa, após a Oração depois da Comunhão. Em algumas igrejas, os avisos são dados, erroneamente, antes dessa oração, o que está errado, visto que seu nome é “Oração depois da Comunhão”, e não “Oração depois dos Avisos”.

Na prática

1. Corrija-se, imediatamente, as distorções eventualmente existentes, e só se dêem os avisos após a Oração depois da Comunhão.

sábado, 13 de junho de 2009

Suspiro

View Comments

A Sagrada Liturgia, mantida e amada, pela Santa Igreja desde o seu início foi fonte constante de força mística para homens e mulheres das mais diferentes idades e épocas.

Os movimentos modernos atestam energicamente serem possuidores de uma autêntica espiritualidade, espiritualidade litúrgica, mas o que se analisa é diferente realidade; distorções macabras assolam almas e destroem a santidade presente nelas. O que diriam os místicos cristãos, que beberam da Liturgia como fonte borbulhante de vida espiritual, das atuais “modernizações” ou “inculturações”?

O que Santa Teresa do Menino Jesus, enquanto sacristã do Carmelo de Lisieux, diria da falta grotesca de zelo para com os santos paramentos? Túnicas sujas, casulas mal cortadas, ministros leigos paramentados tal qual sacerdotes! A Santa Comunhão ministrada de forma irreverente e sacrílega, ela que ansiava dia a dia pela união com o Amado, aceitaria recebê-lo de qualquer forma? Qual a impressão de Santa Teresa de Jesus ao adentrar uma “igreja” e ter que procurar o Sacrário que para melhor acomodação do “espaço litúrgico”, foi colocado de lado junto a algumas imagens que incomodavam o sacerdote? Ou ainda perceber que ela é mais uma “concelebrante”! Com toda certeza ela desistira de Reformar o Carmelo e reformaria o citado templo.

Quando ainda não são somente os espaços que não transmitem mais a fé, mas o discurso religioso que admite vertentes estranhas ao corpo doutrinal da Igreja. Santa Catarina de Sena, ouvindo uma homilia é admoestada a não lutar pelo papado, instituição humana e que provocou as maiores barbáries vistas pela humanidade, mas quem sabe lutar pela ordenação de mulheres, ela poderia ser a primeira! São Bento entenderia a Santa Missa como verdadeiro martírio, como é difícil encontrar Deus em meio a tanto barulho e agitação! Correria desesperadamente para o deserto.

A Beata Elisabete da Trindade ao ver o fiéis participando da Santo Sacrifício com tal histeria, como em um jogo de futebol, faria muitas outras penitências e talvez não suportasse chegar aos vinte e seis anos; ou ainda, ao ver as grades do Carmelo arrancadas e os véus cortados, talvez preferisse ficar no mundo a tocar seu belo piano.

São Domingos Sávio, o que pensaria das Cristo-Baladas onde o som que é tocados nas Missas ganha um remix juvenil? E a única diferença é a ausência de bebida alcoólica, a “pegação rola solta”, mas antes se faz o sinal da cruz claro! Ainda são católicos... O que une as duas baladas é definitivamente a ausência de Deus.

Dom Bosco em sua juvenil alegria, choraria de tristeza ao ver a Santa Missa tornar-se um palco de espetáculos horrendos aclamado por almas aflitas que adoram a um Deus-Sentimento, São Francisco teria grande trabalho em demonstrar que o fim último da caridade não é o pobre, e que colocá-lo sob o altar e adorá-lo, não manifesta o verdadeiro amor cristão.

Quantos caminhos não teria que percorrer São Domingos para converter almas que se servem de Beatíssima Virgem como amuleto ou slogan de “mulher libertadora”; São Pedro Julião Eymard teria que ser duplamente inflamado de amor para com a Santa Eucaristia, para poder proclamar os abusos e indiferenças que claramente, ultrajam o Sacramento do Amor. São Tomás de Aquino outra Suma teria que escrever para demonstrar as belezas da Fé Cristã tão soterradas por inescrupulosos pastores.

São Pio de Pieltrecina aceitaria de bom grado ser totalmente chagado para revelar novamente a verdade da Cruz que é velada por promessas milagrosas e barganhas espirituais; não ficaria desolada Santa Joana D’Arc em ter que lutar contra, com ou sem espada, almas que desistiram da Verdade e levam os outros ao claro erro?

Não desistira o Beato José de Anchieta de converter os índios? Haja visto eles estarem muito melhor assim! Santa Edith Stein não permaneceria judia? Os judeus alcançarão à salvação final, onde estaria ela com a cabeça ao aceitar o Cristianismo e ainda por cima morrer por esta fé que definitivamente, matou tantos judeus como ela? Chesterton provavelmente aceitaria o Islamismo, pois afinal, adoramos o mesmo deus e o que importa é fazer o bem (relativo)!

Muito provavelmente Santa Clara, desistiria da vida contemplativa que é sinal visível da opressão machista que confina mulheres sábias em conventos e grades, seria ela mais uma freira descaracterizada militante de algum partido. São Vicente de Paulo, poderia facilmente trabalhar pelos pobres sem precisar de oração e vida sacramental, o que está na moda é a Ong com fachada cristã.

Que concorrência desleal teria São Bernardo de Claraval em suas homilias diante dos padres “favos de mel” que promulgam o “deus-aceita-tudo” ou ainda “a igreja chata que nós vamos mudar” e assim agradam a grande assembleia, desprovida de catequese e espiritualidade.

Para quem seriam dirigidas as Apologéticas de Santo Agostinho? Para os pagãos? Provavelmente não. São João Crisóstomo não teria a mesma atitude de Nosso Senhor no templo? Altares profanados, sacerdotes indignos... Poderia ele afirmar que os cristãos se diferem dos pagãos em suas atitudes? Quão triste não ficaria São Lourenço, quando interrogado, tivesse que entregar como bem da comunidade algumas casas na praia ou televisores de última geração.O Santo Cura D'Ars passaria dias sem confessar um fiel, visto que a "confissão é direta com Deus e o padre deixou fazer isso". São Luís Gonzaga teria muita dificuldade na vida religiosa, percebendo que castidade, obediência e pobreza são votos impositivos, negativos e cumprem-se somente no nível legal. As mártires de Compiègne pensariam duas vezes antes de colocar a cabeça na forca: "Morremos pela opressão da Revolução ou pela opressão da Igreja?"

São Thomas Moore não desejaria antes de morrer pedir perdão pelos protestantismos que alcançaram cumes altíssimos na Santa Igreja de Cristo? São Pio X não desejaria viver eternamente para proclamar os erros que tentam derrubar as portas da Igreja e começam por envergá-las?

Estes exemplos por mais que estejam fisicamente mortos, nos atestam que suas atitudes podem ser mais que atuais, o grande problema é quando questionamos os personagens e não as situações.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O silêncio na liturgia

View Comments
Vivemos num mundo que não suporta o silêncio. E esse mundanismo penetrou no universo de nossas liturgias. Passamos de uma liturgia excessivamente silenciosa, no aspecto da passividade das assembléias, para uma liturgia falante e, muitas vezes, barulhenta demais. Confunde–se facilmente a liturgia da palavra com tagarelice e palavrório. Acha–se que participar consiste em estar falando ou cantando o tempo todo.

Muitos agentes de celebração não acreditam na força comunicadora do silêncio. Pensa-se muito freqüentemente e em muitas igrejas que “ouvir em silêncio, ver em silêncio, meditar em silêncio, gesticular em silêncio, andar em silêncio’, não é participar.

Introduz-se, então, a poluição sonora do mundo para o interior de nossas celebrações. Se ainda fossem ruídos e sons artísticos bem-feitos, imersos no mistério de celebrar... mas nem sempre é assim.

Não se trata, evidentemente, de voltar ao silêncio passivo e de pessoas ausentes na celebração. Muito menos de pensar que o silêncio deva ser mais eficaz instrumento numa festa.

Trata-se de descobrir e vivenciar seu valor de comunicação e vida na festa de celebrar o mistério pascal em comunidade. Trata-se de reconhecer que sem ele não há profundidade no que se fala, no que se canta, no que se faz.

Ser e silêncio

“É no silêncio que a alma encontra a plenitude de Deus”.

Tudo o que decorre da natureza divina do ser brota do silêncio do ser. Assim, tudo o que busca o ser humano para tocar o coração do outro (arte de se relacionar), decorre da profundidade do silêncio de ser. Nisso atingimos a natureza de sermos “imagem e semelhança” do criador.

O caminho da perfeição humana leva ao silêncio de ser, ao silêncio de só ser. Nosso interior é silencioso. A própria dor é silenciosa, como é marcadamente silenciosa a alegria interior. Dor e alegria que, num segundo estágio, se tornam gritos, sussurros, exclamações, lamentos, aplausos.

A consciência do silêncio como genuína expressão do ser é que pode levar à experiência de entender e tornar viva a voz do silêncio, a fala do silêncio, a comunicação silenciosa.

Se for verdade que todo canto que não promove o silêncio é inútil, também é verdade que a liturgia que não é perpassada de silêncio é estéril.

Mistério não faz barulho, e menos ainda mistério de fé; apesar de precisar romper o silêncio para ser celebrado, partilhado, comunicado, festejado, é sempre acompanhado dele.

A força comunicativa do silêncio

O silêncio integra a linguagem simbólica humana. É muito mais símbolo que razão. O homem marcadamente racional precisa muito mais falar do que calar. A poesia, por sua vez, é antes de tudo e depois de tudo silêncio,e não fala. Trata-se, pois, do silêncio que também é sinal, forma de participação, “forma difícil e pouco entendida e praticada.

Além de ser em si mesmo uma forma de comunicação, o silêncio exerce uma tríplice função na comunicação.

Interiorização: predispõe as pessoas e a assembléia para a resposta pessoal e comunitária, cria condições e tempos para aprofundar conteúdos, assimilar símbolos, curtir o que se ouve.

Escuta: sem silêncio não se escuta, não se acolhe a palavra. Ouvir é tão participativo quanto falar. Mas só os simples, despojados, humildes sabem ouvir.

Enriquecimento da comunicação falada: os momentos de pausa, até mesmo de descanso da palavra falada, proclamada ou cantada, enriquecem o que se ouviu e preparam para o que se vai ouvir. A ruptura causada pelo silêncio tem uma força expressiva de comunicação.

Maneiras de fazer silêncio

Há uma variedade em relação ao silêncio da vida cotidiana e na festa, e por isso mesmo, na própria liturgia. A linguagem própria de rádio é uma aprendizagem para o uso da voz, pois em rádio, o silêncio absoluto é ruído, imperfeição, não pode existir. Podemos pensar numa escala ascendente ao usar o silêncio:

- O uso equilibrado dessa variedade de silêncios, com a competência da voz e do gesto, constitui o segredo mais profundo da arte de declamar, de cantar e de comunicar integralmente.

- No decorrer de uma ação litúrgica, a prática dos silêncios pode ser eficazmente comunicativa.
Momentos de silêncio na liturgia

Há momentos na ação celebrativa em que o silêncio pode e deve ser aproveitado para se chegar a uma participação mais interior, piedosa, serena e enriquecedora da vida espiritual da assembléia e das pessoas. Vejamos os momentos importantes da celebração em que o silêncio deve fazer-se presente:

a) Sempre iniciar a celebração com um instante de silêncio para criar o clima de espaço interior, deixar de lado o barulho do cotidiano e da rua, predispondo-se a celebrar o mistério. Nada impede que esse momento seja enriquecido com uma música suave, dependendo da comunidade e das pessoas.

b) Recorrer ao silêncio nos momentos de reflexão e oração pessoal da ação celebrativa: revisão de vida no rito penitencial, antes das orações presidenciais em resposta aos “oremos”; nos momentos das preces eucarísticas; na ação de graças final.

c) Antes e depois das leituras, seja para preparar a acolhida da palavra a ser ouvida, seja para deixar no coração da assembléia a mesma palavra.

Se enquanto acontece o silêncio as pessoas não se colocarem realmente em silêncio interior enriquecido pelo silêncio exterior, realizando de fato e verdadeiramente a função do silêncio, os momentos silenciosos dificilmente serão fecundos, podendo até tornar mais vazias certas celebrações.

O silêncio não é fuga e menos ainda alienação, a não ser que seja sem conteúdo e sem a dimensão que nasce de dentro.

O silêncio orante, celebrante e participativo só se alcança à medida que se vai amadurecendo na fé e na própria dimensão humana da vida. É fruto de exercício. Só assim ele comunica.
Desafios do silêncio na liturgia

Apontamos aqui alguns desses desafios, mas certamente há muitos outros:

1, A qualidade de vida interior daqueles que celebram, a qual se revela à medida que se é capaz de rezar, e rezar em comunhão com a Trindade e com os irmãos.

2. A inconsciência ou desconhecimento da força da linguagem do silêncio, sempre se achando que ao se falar se comunica mais, ao movimentar-se se diz mais e que silêncio é não-participação.

3. A pressa em acabar logo a celebração, pressa essa revelada por meio do olho no relógio, na ansiedade em estar a postos para outros compromissos posteriores à celebração.

4. A influência deste mundo consumista e pragmatista que afeta tanto as celebrações litúrgicas, a começar muitas vezes pelos que presidem, pelos que exercem o ministério na liturgia.

5. A desconfiança de que o povo não gosta do silêncio, sobretudo o “povo jovem e o povo criança”, e que todo silêncio tem de ser preenchido com alguma coisa a mais.

6. A ilusão de que se festeja mais e melhor quanto mais se fala, se canta, se faz barulho, se movimenta, se aplaude, se ri, se dança.

7. A falta de atmosfera e clima de oração comunitária, muitíssimas vezes descurada pelos próprios responsáveis da ação litúrgica.

8. A ausência de iniciação ao silêncio na catequese, na vida de oração e na própria evangelização, e que acaba repercutindo na expressão litúrgica.

9. O ativismo e agitação de tantos responsáveis pela ação evangelizadora e celebrativa da Igreja, que não vêem muita razão de ser na ação contemplativa, como se fosse perda de tempo.

Fonte: http://www.psleo.com.br/lit_sil_lit.htm

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - XI

View Comments
Rito da Paz

O Rito da Paz inicia-se logo após o Embolismo do Pai Nosso. Tendo os fiéis respondido “Vosso é o Reino...”, o sacerdote celebrante reza:

“Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.” (Missal Romano; Ordinário da Missa; Oração da Paz)

Essa oração, ao contrário do que acontece em algumas paróquias, é dita somente pelo padre. Os fiéis permanecem em silêncio, anuindo ao desejo do sacerdote com seu “Amém”.

Feita prece, o celebrante, se for conveniente – por condições de tempo, lugar e evento particularmente festejado –, pode exortar a todos que se saúdem transmitindo a paz do Senhor aos que estão participando da Missa. Usa, então, alguma das fórmulas de exortação ou alguma semelhante.

Cuide-se que o Rito da Paz não se torne desorganizado, com pessoas saindo de seus lugares e dando à Santa Missa um aspecto pouco piedoso. A balbúrdia e a bagunça não devem ser parte da Celebração Eucarística. Qualquer dispersão pode perturbar a devida devoção, que se requer para a frutuosa participação no sacramento a receber.

É por esse motivo que as rubricas não prescrevem nenhum canto específico para esse momento, nem prevêem que possa ser entoada uma música, como essas costumeiras que vemos por aí, cantadas como se fossem “cantos de paz”. Não há, liturgicamente falando, “canto de paz”, como não existe “canto de glória”.

Na prática

1. O Rito da Paz só seja feito se oportuno. Quando a Missa demorar muito ou houver muitas pessoas não acostumadas aos ritos católicos, é conveniente que se o evite, para que não haja dispersão.
2. Não se execute música durante o abraço da paz.
3. O pároco ou reitor forme seu povo para que seja sóbrio nos cumprimentos. Os acólitos dêem o exemplo ao transmitir a paz de modo solene e digno.
4. Não se altere o texto da oração.
5. O celebrante advirta os fiéis de que só ele deve rezar a oração disposta no Missal.
6. Convide-se o povo ao abraço da paz pelas palavras do Missal, e não por outras, ainda que lícitas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - X

View Comments
Pai Nosso

Não se deve inventar letra ou oração alguma para substituir o Pai Nosso. Reze-se o Pai Nosso com o texto liturgicamente previsto, sem acréscimos ou omissões. Quando for cantado, também não é permitido acrescentar nem omitir nada do texto aprovado – nem o tristemente disseminado “Pai Nosso que estais nos céus, Pai Nosso que estais aqui.” A oração do Pai Nosso deve ser feita tal qual está no Missal, e não com uma letra diferente, ainda que só ligeiramente alterada.

Só o sacerdote levanta as mãos, pois está rezando em nome da comunidade. Dispensável, pois, que os fiéis as levantem. Não há, entretanto, proibição expressa para isso, e muitos liturgistas experientes e bastante ortodoxos, como o Mons. Peter Elliott, consultor do Vaticano e autor de Cerimonies of the Modern Roman Rite (em espanhol, Guia Pratica de la Liturgia) e de Liturgical Question Box, não se posicionam contrários a que os fiéis também levantem as mãos. Como a questão é controvertida, somos da opinião de que, como tudo o que é dispensável em liturgia e que não esteja prescrito deve ser evitado, os fiéis não as levantem.

Não se pode, outrossim, dar as mãos durante o Pai Nosso, como é costume, infelizmente, em muitas paróquias. Além de não estar previsto no Missal, não há sentido algum em dar as mãos, eis que não aponta para o ato sacrifical, além de conferir um certo ar esotérico incompatível com a Fé católica. A origem da oração de mãos dadas está nas devoções particulares, próprias de alguns movimentos, e, em si, é lícita. Ocorre que a liturgia, por seu caráter público, não é ocasião propícia para que sejam utilizados elementos da piedade individual.

Na prática

1. O celebrante introduza ao Pai Nosso usando só as monições previstas.
2. Ensine seus acólitos fora da Missa de que só ele deverá levantar as mãos durante o Pai Nosso. Poderá formar os demais fiéis em momentos oportunos.
3. Nunca diga aos fiéis que dêem as mãos e procure corrigir essa distorção, se houver.
4. Vigie o pároco ou reitor de igreja para que a letra do Pai Nosso, quando este for cantado, não seja alterada nem que a ela seja acrescentada qualquer coisa.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Canto gregoriano: pequeno relato

View Comments
Um pequeno relato do Pe. Rinaldo Roberto de Rezende:

O canto gregoriano é uma riqueza para a Igreja de Cristo. É sinônimo de espiritualidade, de mística, de contemplação e busca de profundidade no permanecer em Deus. De fato, como já ouvi de muitas pessoas, "é um canto que eleva a alma". Hoje poderíamos dizer, em meio ao mundo barulhento em que vivemos, o canto gregoriano eleva todo o nosso ser. Tira-nos da agitação e remete-nos à vida no Espírito, onde a paz encontra lugar! Cria espaço para a meditação e o auto-conhecimento. Gera espaço para o Transcendente em nós! É uma experiência rica que deve ser conservada pelas gerações afora! Um louvor que sobe aos céus e deixa seu rastro aqui na terra!


Cura da Catedral de São Dimas - São José dos Campos - SP

domingo, 7 de junho de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - IX

View Comments
Oração Eucarística

“Cân. 907 – Na celebração eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprias do sacerdote.” (Código de Direito Canônico)

Por sua vez, uma instrução da Cúria Romana explicita o assunto, ao disciplinar:

“Está reservado ao sacerdote, em virtude de sua ordenação, proclamar a Oração Eucarística, a qual por sua própria natureza é o ponto alto de toda a celebração. É, portanto, um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam ditas pelo diácono, por um ministro subordinado ou pelos fiéis. Por outro lado isso não significa que a assembléia permanece passiva e inerte. Ela se une ao sacerdote através do silêncio e demonstra a sua participação nos vários momentos de intervenção providenciados para o curso da Oração Eucarística: as respostas no diálogo Prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da Consagração, e o Amém final depois do Per Ipsum.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 4)

“A proclamação da Oração Eucarística, que por sua natureza, é pois o cume de toda a celebração, é própria e exclusiva do sacerdote, em virtude de sua mesma ordenação. Por tanto, é um abuso fazer que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, ou ainda por um só ou por todos os fiéis juntos. A Oração Eucarística, portanto, deve ser pronunciada em sua totalidade, tão somente pelo Sacerdote.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Redemptionis Sacramentum, 52)

A Oração Eucarística contém a Consagração, i.e., o próprio sacrifício, e também outras partes que, por sua essência, conferem os motivos pelos quais oferecemos o mesmo sacrifício. O que, por isso, não é ato sacrifical – a Consagração –, é ou a preparação para ele ou a explicitação das razões pelas quais oferecemos aquele. Portanto, como sacrifício ou parte essencialmente anexa, deve ser feita a Oração Eucarística pela pessoa investida na dignidade sacerdotal, dotada, pelo sacramento da Ordem, da virtude do sacerdócio de Cristo. Por conseguinte, os leigos não podem dizer nenhuma parte da Oração Eucarística, somente as respostas próprias que sejam prescritas pelo Missal. O celebrante que oferece aos leigos, ou a clérigos desprovidos da dignidade sacerdotal, que digam a Oração Eucarística, está ignorando sua posição no Corpo de Cristo, está desprezando o caráter sacrificador que foi impresso em sua alma quando do recebimento do sacramento da Ordem. Por mais que digam o contrário, há sim diferença entre o leigo e o padre, entre o sacerdócio hierárquico deste e o sacerdócio comum daquele, e diferença de essência, não apenas de grau.

A Oração Eucarística não pode ser interrompida, nem mesmo para explicações pretensamente catequéticas: a melhor catequese é a liturgia bem celebrada! “O Presidente (n.a.: da celebração) não intervenha durante a Oração Eucarística.” (Instrução Geral do Missal Romano, 31) Por isso, exclui-se também qualquer instrução no meio da Oração Eucarística, ainda que de poucas palavras.

A Missa é sacrifício, já sabemos. O ato próprio em que Cristo, a Vítima, é sacrificado, se dá na Consagração do pão e do vinho, que suas substâncias mudam-se no Seu Corpo e Sangue. Todavia, se a Consagração é o sacrifício em si, há um momento em que ele é oferecido ao Pai. Depois de sacrificar a vítima, devemos oferecê-la ao destinatário. Na Santa Missa, o oferecimento do sacrifício ao Pai ocorre quando o sacerdote diz o “Per Ipsum”, o “Por Cristo”. Pela letra do texto, vemos que se trata de um oferecimento mesmo do Cristo sacrificado durante a Consagração. Ora, tal oferecimento é ato propriamente sacerdotal, e, como tal, é feito por Jesus Cristo, único e Sumo-Sacerdote. E o modo como Jesus Sacerdote age na Missa é através dos que a Ele se unem pelo sacramento da Ordem, os padres, em virtude do qual passam esses últimos a desempenhar sua ação sacerdotal que brota de Cristo. Não há sentido nos leigos rezarem tal oração. É como se os leigos pudessem consagrar. Não se trata de simples proibição, ainda que também o seja, mas de uma afirmação da esterilidade dessa oração ser recitada por quem não goza do sacerdócio hierárquico da Igreja.

“O Per Ipsum (por Cristo, com Cristo, em Cristo) por si mesmo é reservado somente ao sacerdote. Este Amém final deveria ser enfatizado sendo feito cantado, desde que ele é o mais importante de toda a Missa.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 4)

“No fim da Oração Eucarística, o Sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos, profere sozinho a doxologia ‘Por Cristo’. Ao término, o povo aclama ‘Amém’. Em seguida, o Sacerdote depõe a patena e o cálice sobre o corporal.” (Instrução Geral do Missal Romano, 151)

“A doxologia final da Oração Eucarística é proferida somente pelo Sacerdote celebrante principal, junto com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.” (Instrução Geral do Missal Romano, 236)

Quanto a estender a mão para o altar, como que para se unir ao sacerdote, é outro ato que, além de não ser previsto pelas normas litúrgicas – o que mostra sua proibição tácita, segundo o costume de interpretação da liturgia –, demonstra-se estéril, desprovido de qualquer sentido. Unir-se ao sacerdote para que? Para oferecer também o sacrifício? Com que autoridade? A do Batismo, que confere aos fiéis um sacerdócio comum, não é suficiente, necessitando-se da autoridade do sacerdócio hierárquico conferido pela Ordem. Se não se pode falar a oração, tampouco fazer outro gesto com o mesmo objetivo.

O documento da Igreja que acompanha cada edição oficial do Missal em rito romano é claro ao explicar o modo de escolha da Oração Eucarística:

“A escolha entre as várias Orações eucarísticas, que se encontram no Ordinário da Missa, segue, oportunamente, as seguintes normas:

a) A Oração eucarística I, ou Cânon romano, que sempre pode ser usada, é proclamada mais oportunamente, nos dias em que a Oração eucarística tem o Em comunhão próprio ou nas Missas enriquecidas com o Recebei, ó Pai, próprio, como também nas celebrações dos Apóstolos e dos Santos mencionados na mesma Oração; também nos domingos, a não ser que por motivos pastorais se prefira a Terceira Oração eucarística.

b) A oração eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que de maneira sucinta apresentem o mistério da salvação, por exemplo, os prefácios comuns. Quando se celebra a Missa por um fiel defunto, pode-se usar a fórmula própria proposta no respectivo lugar, a saber antes do Lembrai-vos também.

c) A Oração eucarística III pode ser dita com qualquer Prefácio. Dê-se preferência a ela nos domingos e festas. Se, contudo, esta Prece for usada nas Missas pelo fiéis defuntos, pode-se tomar a fórmula especial pelo falecido, no devido lugar, ou seja, após as palavras: Reuni em vós, Pai de misericórdia todos os vossos filhos e filhas dispersos pelo mundo inteiro.

d) A Oração eucarística IV possui um Prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da salvação. Pode ser usada quando a Missa não possui Prefácio próprio, bem como nos domingos do Tempo comum. Não se pode inserir nesta Oração, devido à sua estrutura, uma fórmula especial por um fiel defunto.” (Instrução Geral do Missal Romano, 365)

Além dessas preces universais, existem outras para circunstâncias especiais, compostas por diferentes conferências episcopais e aprovadas pela Santa Sé. Cada uma delas seja usada conforme a necessidade (v.g., para crianças, para celebrações que enfatizem a reconciliação etc).

Evite-se, por isso, cair no uso de apenas uma das orações, valorizando, sobretudo, o Cânon Romano, presente já na forma tradicional da Missa, dita tridentina, e preservada na reforma de Paulo VI.

Durante a Consagração, é obrigatório o silêncio! Infelizmente popularizou-se, especialmente por grupos de música ligados à espiritualidade da Renovação Carismática Católica, o costume de entoar cantos de louvor ao Santíssimo Sacramento após ou durante a Consagração. Isso está terminantemente proibido! Nem mesmo acompanhamento instrumental é permitido. É silêncio absoluto! Conferir Instrução Geral do Missal Romano, 32.

Na prática

1. Faça-se silêncio absoluto durante a consagração.
2. O sacerdote utilize com mais generosidade a Oração Eucarística I (ou Cânon Romano). E nos Domingos, nas solenidades e nos dias em que se comemore um dos santos nela nomeados, utilize-a sempre!
3. Cessem as respostas do povo à Oração Eucarística, uma vez que tal só foram aprovadas ad experimentum, e, como estamos sob a III Edição Típica, tais autorizações foram revogadas.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Parceiros