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terça-feira, 7 de junho de 2011

Por que os papas eram coroados?

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Publicamos um excelente artigo, traduzido por nosso leitor e amigo do Salvem a Liturgia, Vinícius Farias, em seu blog Sentinela no Escuro.

[Canterburry Tales; Tradução: Sentinela no escuro] Nos dias antigos, quando a liturgia da Igreja Romana "era suntuosa e gloriosa", observava-se um costume piedoso na Quinta-feira da Ascensão.
Em Roma, a Quinta-feira da Ascensão era sempre celebrada na Basílica de São Pedro (no Vaticano). O Santo Padre o Papa celebrava o Santo Sacrifício da Missa no Altar-mor sobre a tumba de São Pedro.
Depois da Santa Missa, os cardeais se reuniam em torno do Papa para a cerimônia de coroação. Nesta cerimônia os cardeais coroavam solenemente o Papa como o Vigário de Cristo na terra. Então o Papa e os cardeais iam até a Basília de São João do Latrão – a catedral da Igreja de Roma – Mãe e Senhora de todas as Igrejas.
O que isto significa?
Nosso Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Rei e Sumo-sacerdote da terra e do céu. Ele é o Rei da glória. Porém Ele escolheu São Pedro e deu a ele um nome divino usado por Deus nos salmos: Pedra ou Petrus. Ele também confiou a Pedro as chaves do Reino e a jurisdição universal de toda a terra: “Tudo o que ligares na terra”. Eu gostaria de lembrar aos orientais separados que Pedro não era somente o patriarca do ocidente (Cristo não disse, “Tudo o que ligares na Europa”), mas o Sumo Pontífice por toda a terra.
Então desta forma, a Quinta-feira da Ascensão marca o [início do] reino terreno de São Pedro. Quando Cristo deixa a terra por meio da Ascensão para a direita do Pai, São Pedro neste momento se torna oficialmente o “Vigário de Cristo na terra”. Vigário, é claro, significa “no lugar de”, como um “Vice-presidente”.
Assim, Pedro não é Deus. Ele não é Jesus Cristo. Ele não é nem mesmo um anjo.Certamente ele não era imaculado. Porém, Pedro é divinamente apontado líder da Igreja de Cristo na terra. Ele reina para o seu senhor no céu. Isto é verdade para todos os papas que sucederam São Pedro nesta missão.Em seguida os cardeais simbolicamente coroavam o Sucessor de São Pedro neste dia para representar esta verdade profundamente bíblica da missão e do papel de São Pedro.
Segue um vídeo da coroação inaugural de Sua Santidade o papa Pio XII:


Achei este texto muito interessante. Creio que alguns terão um certo susto ao ler logo no início “quando a liturgia da Igreja Romana era suntuosa e gloriosa”, porém aos poucos o autor acerta o passo e revela muitas coisas relevantes. Eu nunca tinha ligado a Ascensão do Senhor ao início do reinado terreno de Pedro. E realmente faz todo o sentido. A Ascensão marca o momento em que Cristo deixa a terra até a sua volta no fim dos tempos. Com isso, sua Igreja não poderia ficar sem um chefe, alguém que garantisse que seus ensinamentos não fossem deturpados, alguém que reunisse o povo que livremente disse “sim” ao Filho de Deus.
Falamos aqui sobre a questão da tiara papal. Na minha opinião de leigo ela representa dois pontos contraditórios. De um lado o fato bíblico já explicado acima: Cristo deu a Pedro (e a seus sucessores) a prerrogativa de agir em seu nome. Do outro fica fortemente evidente as lembranças de um poder temporal corrupto que por muitos anos feriu o coração de Cristo e dividiu a Igreja. Ainda assim creio que o seu uso, em especial nos dias de hoje, faria mais bem do que mal. Confiemos na assistência do Espírito Santo. Que Ele ilumine Bento XVI e os próximos papas. Ele que é o único a guiar a Igreja na garantia de que “as portas do inferno não prevalecerão”.

domingo, 5 de junho de 2011

Primeira ordenação SACERDOTAL de ex-anglicanos na segunda leva do Ordinariato inglês

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A Missa foi celebrada hoje, dia 5 de junho, na Catedral de São Jorge, em Southwark, por seu Arcebispo D. Peter Smith. Os neo-sacerdotes foram ordenados diáconos há poucas semanas, e sua elevação ao presbiterato faz com que o Ordinariato de Nossa Senhora de Walsingham para ex-anglicanos na Inglaterra e Gales conte com mais padres.

São os primeiros após a primeira leva, e o número só aumenta!

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/ukordinariate/sets/72157626768666821/

Sermão de São Leão Magno sobre a Ascensão do Senhor

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A Ascensão do Senhor aumenta nossa fé
Quinta-feira VI de Páscoa

Cristo, em sua humanidade santíssima, já chegou à glória, essa glória que, até o momento, é aurora para o resto da humanidade. Ainda não podemos experimentará-la, mas cremos firmemente nela. De fato, a esperança nesse reino induziu tantos homens, depois de Cristo, a entregar sua vida, sem temer a morte; homens que conformam uma constelação quase infinita de jóias na história da Igreja: são os mártires. Mas não só os mártires; na realidade, todos estamos chamados a uma única santidade e todos devemos viver com os olhos de nosso coração voltados para o céu porque "passa a figura deste mundo" e logo seremos "recebidos na paz e na suma bem-aventurança, na pátria que brilhará com a glória do Senhor".


Assim como na solenidade de Páscoa a ressurreição do Senhor foi para nós causa de alegria, assim também agora sua ascensão ao céu nos é um novo motivo de alegria, ao lembrar e celebrar liturgicamente o dia em que a pequenez de nossa natureza foi elevada, em Cristo, acima de todos os exércitos celestiais, de todas as categorias de anjos, de toda a sublimidade das potestades, até compartilhar o trono de Deus Pai. Fomos estabelecidos e edificados por este modo de atuar divino, para que a graça de Deus se manifestasse mais admiravelmente, e assim, apesar de ter sido afastada da vista dos homens a presença visível do Senhor, pela qual se alimentava o respeito dele para com Ele, a fé se mantivesse firme, a esperança inabalável e o amor aceso.

Nisto consiste, com efeito, o vigor dos espíritos verdadeiramente grandes, isto é o que realiza a luz da fé nas almas verdadeiramente fiéis: crer sem vacilar no que nossos olhos não vêem, ter fixo o desejo no que não pode alcançar nosso olhar. Como poderia nascer esta piedade em nossos corações, ou como poderíamos ser justificados pela fé, se nossa salvação consistisse apenas no que nos é dado ver?

Assim, todas as coisas referentes a nosso Redentor, que antes eram visíveis, passaram a ser ritos sacramentais; e, para que nossa fé fosse mais firme e valiosa, a visão foi substituída pela instrução, de modo que, em diante, nossos corações, iluminados pela luz celestial, devem apoiar-se nesta instrução.

Esta fé, aumentada pela ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, já não se abate pelas correntes, a prisão, o desterro, a fome, o fogo, as feras nem os refinados tormentos dos cruéis perseguidores. Homens e mulheres, crianças e frágeis donzelas lutaram em todo o mundo por esta fé, até derramar seu sangue. Esta fé afugenta os demônios, cura doenças, ressuscita os mortos.

Por isso os próprios apóstolos, que, apesar dos milagres que haviam contemplado e dos ensinamentos que haviam recebido, se acovardaram diante das atrocidades de paixão do Senhor e se mostraram arredios em admitir sua ressurreição, receberam um progresso espiritual tão grande da ascensão do Senhor, que tudo o que antes era motivo de temor tornou-se motivo de gozo. É que seu espírito estava agora totalmente elevado pela contemplação da divindade, do que está sentado à direita do Pai; e ao não ver o corpo do Senhor podiam compreender com maior claridade que aquele não havia deixado o Pai, ao descer à terra, nem havia abandonado seus discípulos, ao subir aos céus.

Então, amadíssimos irmãos, o Filho do homem mostrou-se, de um modo mais excelente e sagrado, como Filho de Deus, ao ser recebido na glória da magestade do Pai, e, ao afastar-se de nós por sua humanidade, começou a estar presente entre nós de um novo modo e inefável por sua divindade.

Então nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento da igualdade do Filho com o Pai, e a não necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo, segundo a qual é inferior ao Pai; pois, subsistindo a natureza do corpo glorificado de Cristo, a fé dos fiéis é chamada onde poderá tocar ao Filho único, igual ao Pai, não mais com a mão, mas mediante o conhecimento espiritual.

Dos Sermões de São Leão I Magno, Papa. Extraído de: http://www.acidigital.com/fiestas/ascencao/textos.htm

Sermão de Santo Agostinho sobre a Ascensão do Senhor

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Ninguém, subiu ao céu senão aquele que veio do céu

"Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também como Ele nosso coração. Ouçamos o que nos diz o Apóstolo: Se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à destra de Deus. Ponde vosso coração nas coisas do céu, não nas da terra. Pois, do mesmo modo que ele sufiu sem por isso afastar-se de nós, assim também nós estamos já com ele, embora ainda não se tenha realizado em nosso corpo o que nos foi prometido.

Ele foi elevado ao mais alto dos céus; entretanto, continua sofrendo na terra através das fadigas que experimentam seus membros. Assim o testificou com aquela voz vinda do céu: Saulo, Saulo, por que me persegues? E também: Tive fome e me destes de comer. Por que não trabalhamos nós também aquí na terra, de maneira que, pela fé, a esperança e a caridade que nos unem a ele, descansemos já com ele nos céus? Ele está ali, mas continua estando conosco; nós, estando aqui, estamos também com ele. Ele está conosco por sua divindade, por seu poder, por seu amor; nós, embora nao possamos realizar isto como ele pela divindade, podemos pelo amor a ele.

Ele, quando desceu até nós, não deixou o céu; tampouco nos deixou, ao voltar ao céu. Ele mesmo assegura que não deixou o céu enquanto estava conosco, posto que afirma: Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. Isto diz em virtude da unidade que existe entre ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo. E ninguém, exceto ele, poderia dizer isso, já que nós estamos identificados com ele, em virtude de que ele, por nossa causa, fez-se Filho do homem, e nós, por ele, fomos feitos filhos de Deus.

Neste sentido diz o Apóstolo: Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, a pesar de serem muitos, são um só corpo, assim também é Cristo, Não diz: "Assim é Cristo", mas: Assim também é Cristo. Portanto, Cristo é apenas um corpo formado por muitos membros. Desceu, pois, do céu, por sua misericórdia, mas já não subiu sozinho, que nós subimos também nele pela graça. Assim, pois, Cristo desceu sozinho, mas já não ascendeu ele sozinho; não é que queramos confundir a divindade da cabeça com a do corpo, mas sim afirmamos que a unidade de todo o corpo pede que este não seja separado de sua cabeça."

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermão Mai 98, Sobre a Ascensão do Senhor, 1-2; PLS 2, 494-495). Extraído de: http://www.acidigital.com/fiestas/ascencao/textos.htm

Crisma em Seberi, RS

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Fotos da Missa Paróquia Nossa Senhora da Paz em Seberi, Diocese de Frederico Westphalen, em que foi conferida a Crisma a 115 jovens. O celebrante principal foi o Bispo diocesano, D. Antonio Carlos Rossi Keller.

Detalhe nas fotos: os jovens comungando na Boca. Concelebraram na cerimônia o pároco Pe. Jacson Rodrigo Pinheiro e o vigário paroquial Pe Ademir Schneider. A paróquia de Seberi já teve várias postagens no Salvem e inclusive ganhou de nossos benfeitores um Missal em latim (rito moderno) para celebrações na língua da Igreja, conforme os fiéis mesmo pediram.

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Sermão de Santo Antônio de Pádua, na Ascensão do Senhor

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O envio dos Apóstolos para a pregação: sentido moral
Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem. Àqueles que derem o coração a Deus, acompanhá-los-ão sinais, porque já sobre o seu coração há o sinal de que se lê nos Cânticos: Põe-me como um sinal em cima do teu coração (Cant 8,6). Quando queremos defender dos ladrões os nossos bens ou a nossa casa, costumamos pôr ali a insígnia ou a bandeira do rei ou de algum grande homem, para que à sua vista temam seguir para a frente. Também se queremos defender o nosso coração dos demônios, ponhamos sobre ele Jesus, que é salvação. E onde há salvação, ali há saúde. Eis os sinais: Em meu nome expulsarão demônios (Mc 16,17).
Aos demônios chamam os gregos daimones, isto é, peritos ou sabedores de coisas. A palavra demônio, em grego, significa o que sabe muito. Os demônios são a sabedoria da carne e a esperteza do mundo. Quais demônios, elas atormentam o espírito do homem e afligem o corpo com preocupações. A sabedoria da carne é o demônio noturno, a esperteza do mundo, o demônio meridiano. A sabedoria da carne é cega, embora esteja convicta que é de visão muito aguda – de noite é de visão muito aguda, como se fora um gato. A esperteza do mundo, porque arde com o calor da malícia, é semelhante ao sol do meio-dia. Aquele que deu o coração a Deus, lança fora de si estes demônios, e faz ainda todos os outros sinais dos quais fala o Evangelho. Falarão em novas línguas. A língua do mundo é língua velha, porque fala coisas velhas a respeito do homem velho. Aqueles a quem os sobreditos demônios atormentam, falam esta língua, mas os lançam fora de si, falam línguas novas, em vida nova. Diz Isaías: naquele dia, haverá cinco cidades na terra do Egito a falar a língua de Canaã e a jurar pelo Senhor dos exércitos: Uma será chamada Cidade do Sol (Is 19,18). A terra do Egito, que se interpreta trevas, é o corpo do homem, cheio de trevas pela pena e pela culpa. Nele há cinco cidades, os cinco sentidos do corpo, dos quais um, a vista, se chama Cidade do Sol. Assim como o sol ilumina todo o mundo, a vista ilumina todo o corpo. Estas cidades falam a língua de Canaã, isto é, mudada. Com a mudança da direita do Altíssimo, depõem o homem velho com os seus atos e revestem o novo, vivendo em justiça e verdade.
Assim como a fala exterioriza a palavra escondida no coração, os cinco sentidos do homem, já mudados e convertidos a Deus, falam dele externamente, tal que é no interior. Isto é o que significa jurar, afirmar a verdade. A verdade, pois, da consciência afirma-se com o testemunho da vida santa, para louvor do Senhor dos exércitos, Senhor dos Anjos. Sobre isto ainda se ajunta: Pegarão em serpentes (Mc 16,18). As serpentes simbolizam a adulação e a detração, que serpenteiam e injetam veneno. O adulador serpenteia, o detrator injeta veneno. Aqueles que falam novas línguas tiram estas serpentes de si. Retirem as coisas velhas da vossa boca (1Reis 2,3). A saliva do homem em jejum mata a serpente; a língua em jejum é uma espécie de língua nova, cujo antídoto anula o veneno. Mas a antiga serpente como que adulava Eva, quando dizia: De forma alguma morrereis de morte (Gn 3,4). Como que detraía de Deus, quando acrescenta: Deus sabe que, na hora em que comerdes dela, se vos abrirão os olhos e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal (Gn 3,5). Como se dissesse: Deus, cheio de inveja, proibiu-vos, não querendo que vos assemelhásseis a ele na ciência. Eis como o adulador se insinua e o detrator injeta o veneno. Aquele, porém, que está em jejum, cospe na boca da serpente, mata-a, e assim se livra dela.
Segue: E se beberem algum veneno mortífero, nada sofrerão. Comentário da Glossa: Quando ouvem as sugestões pestilentas, mas não as transformam em obras, isso não lhes faz mal, ainda que bebam algo de mortífero. Diz Isaías: Não beberão vinho cantando árias. A bebida será amarga para os que a beberem (Is 24,9). Por isso, não lhes fará mal. Não bebe o vinho da sugestão diabólica cantando árias quem não consente nela, antes a rejeita, se dói e lamenta. Por isso a própria bebida, a sugestão diabólica, é amarga para os que a bebem para os que a ouvem e a sofrem. Ao contrário, Joel: Despertai, ó ébrios, e chorai e uivai todos os que pondes as delícias em beber, porque ele foi tirado da vossa boca (Joel 1,5). Assim é a letra, porque as delícias do vinho depressa desaparecem da boca, desde que passa a garganta. Brevíssima demora da doçura quantos males gera aquele que bebe o vinho da sugestão diabólica, consentindo em espírito e em obras! Diz-se aos ébrios com tal vinho: Despertai, recordando o vosso pecado, chorai, arrependendo-vos de coração, uivai, confessando-vos. Portanto, todo o que possuir em si aqueles quatro sinais dos quais falamos, poderá fazer bem o quinto: Imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados. Chama-se doente, por precisar de remédio ou medicamento. Doente é o pecador, que precisa muito de medicamento, do exemplo de boas obras. Põe as mãos sobre ele para o curar, para voltar à penitência, aquele que o conforta não só com a palavra da pregação, mas também com o exemplo da obra santa. Amém.
Santo Antônio de Lisboa, Obras Completas, Lello & Irmão – Editores, Porto, vol. II, pp. 925-929.
Compilação:  Frei Antônio Corniatti, OFMConv.
Publicado em Frei Maffei.com.br
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