“O Latim exprime de maneira palmar e sensível a unidade e a universalidade da Igreja.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo I. Discurso ao Clero Romano)
Reverendo Padre,
Rogamos a sua bênção!
A Missa no rito romano conforme o Missal de São Pio V (dita “Missa tridentina” ou “forma extraordinária do rito romano”) começa a ser celebrada de modo mais generoso Brasil afora.
Todavia, não é só a “Missa tridentina” que é celebrada em latim. Muitos não se dão conta, mas o rito reformado por Paulo VI e João Paulo II, que atualmente é o normativo na Igreja Latina, a Missa que normalmente temos nas nossas paróquias, também é em latim. Sim, pode-se celebrar a chamada “Missa nova” em latim. E o Papa vem pedindo que se o faça!
“A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as directrizes do Concílio Vaticano II: exceptuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano.” (Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 62)
Nesse sentido, peçamos aos Bispos a “Missa tridentina” em uma igreja da Diocese, mas também tenhamos a “Missa nova” celebrada, em cada igreja, ao menos uma vez por semana em latim. O idioma da Igreja Ocidental não deve ficar restrito à forma tradicional da Missa romana: o rito reformado, pós-Vaticano II, também deve valorizá-lo, conforme pede o Santo Padre.
Essa “Missa nova” em latim não precisa de autorização formal do Bispo, eis que é a Missa normativa no rito romano, é o mesmo rito romano reformado, atual, em uso, apenas com mudança da língua.
“A Missa se celebre quer em língua latina ou quer noutra língua, contanto que se usem textos litúrgicos que têm sido aprovados, de acordo com as normas do direito. Excetuadas as Celebrações da Missa que, de acordo com as horas e os momentos, a autoridade eclesiástica estabelece que se façam na língua do povo, sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo Sacrifício em latim.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Redemptionis Sacramentum, 112)
Basta que o senhor, Reverendo Padre, queira celebrá-la. A língua oficial para a celebração da Santa Missa e de todos os atos litúrgicos, no rito romano, em ambas as formas, tradicional (tridentina) e moderna (renovada), é o latim. O Concílio Vaticano II, ao contrário do que muitos pensam, não aboliu o uso do idioma latino, antes o incentivou.
“Salvo o direito particular, seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos latinos.” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 36, § 1)
Há, isso sim, uma permissão para que a Missa seja oferecida em vernáculo, i.e., nas línguas nacionais dos vários países. Pode-se, além disso, dizer determinadas partes da Missa em latim e outras em vernáculo.
“A Língua Latina é a língua própria da Igreja Romana.” (Sua Santidade, o Papa São Pio X. Encíclica Inter Pastoralis Officii)
“O uso da Língua Latina é um claro e nobre indício de unidade e um eficaz antídoto contra todas as corruptelas da pura doutrina.” (Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei)
“Que o antigo uso da Língua Latina seja mantido, e onde houver caído quase em abandono, seja absolutamente restabelecido. – Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso da Língua Latina nos sagrados ritos da Liturgia.” (Sua Santidade, o Papa Beato João XXIII. Encíclica Veterum Sapientia)
“Providencie-se que os fiéis possam juntamente rezar ou cantar em Língua Latina as partes do Ordinário que lhes competem.” (Concílio Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 54)
Em face do exposto, pedimos:
a) que V. Revma. celebre, em sua igreja, ao menos semanalmente, a Missa em latim segundo a forma ordinária (rito romano moderno, de 1970, de Paulo VI e João Paulo II, pós-conciliar);
b) que V. Revma. celebre, em sua igreja, se houver procura dos fiéis, ao menos quinzenalmente, a Missa em latim segundo a forma extraordinária (rito romano tradicional, tridentino, de 1962, de São Pio V e Beato João XXIII, pré-conciliar);
c) que, em certas solenidades e em alguns Domingos, algumas dessas Missas em latim, quer na forma ordinária, quer na extraordinária, sejam cantadas, para maior enlevo espiritual dos fiéis.
Estamos à disposição para indicar onde conseguir Missais para o altar e também para o povo, tanto na forma ordinária, quanto na extraordinária.
Novamente, suplicando a sua bênção,
Pelo que eu estou percebendo, onde está havendo uma difusão ou aceitação de missas em latim são os lugares onde o clero e os leigos tem conhecimentos de latim, sejam básicos ou profundos. Por isso acredito que se querem que a missa seja rezada em latim, deve-se difundir também o aprendizado do latim.
ResponderExcluirAlex A.B.
Realmente, o conhecimento do latim ajuda, mas isso não é absolutamente necessário. Basta que se saiba responder alguns trechos. Aliás, nem isso. Basta que exista um acólito ou um coro treinados. Não é preciso falar nem entender latim, mas entender o significado dos ritos. Que o padre recite em latim (não precisa nem ser fluente, basta saber pronunciar), e que alguns, ao menos, consigam responder (se houver um coro, isso basta).
ResponderExcluirNão creio que saber responder alguns trechos sejam suficientes. Muito menos ter um coro ou grupo de acólitos treinados. Você está resumindo a rito da celebração à música sacra. E a Liturgia não é apenas a música. Deve-se realmente saber latim para celebrar em latim, Do mesmo modo que se quiséssemos celebrar em qualquer outra língua teríamos que entender esta língua..
ExcluirAqueles padres que não tem conhecimento em latim podem celebrar em latim, apenas lendo, sem noções da lingua?
ResponderExcluirDanilo
Perdoem-me a línguagem direta, mas, de que adianta esse pedido quando um clero é contrário a Missas em latim?!
ResponderExcluirAlex A.B.
O pedido é uma forma caridosa de "pressão". O clero até pode ser contrário, mas se os fiéis começarem a insistir, a coisa pode mudar de figura. Não podemos perder a esperança. Há inúmeros testemunhos de padres que começaram a celebrar em latim ou a Missa tridentina por "insistência" dos fiéis, e hoje são entusiastas.
ResponderExcluirDanilo, sim, é possível, embora não seja o ideal.
ResponderExcluirCaro Rafael, permita-me insistir novamente na questão da necessidade de saber latim para se rezar a missa em latim.
ResponderExcluirNa Carta do Papa que acompanha o Motu Proprio Summorum Pontificum, ele diz:
"O uso do Missal antigo pressupõe um certo grau de formação litúrgica e o conhecimento da língua latina; e quer uma quer outro não é muito freqüênte encontrá-los. Por estes pressupostos concretos, já se vê claramente que o novo Missal permanecerá, certamente, a Forma ordinária do Rito Romano, não só porque o diz a normativa jurídica, mas também por causa da situação real em que se encontram as comunidades de fiéis (tradução não oficial divulgada na Revista Pergunte e Responderemos outubro 2007 n.544)."
Alex A.B.
Mais uma questão: E quando os fiéis não querem missas em latim?! Ou melhor dizendo, quando o clero e os fiéis não querem missas em latim, exceto algumas exeções?!
ResponderExcluirAlex A.B.
Alex, o papa fala do Missal ANTIGO, não do Missal novo em latim. O Missal novo todo mundo conhece e pode acompanhar.
ResponderExcluirSe os fiéis e o clero não querem, por enquanto, deve-se respeitar. Depois, formá-los aos poucos.
Alguem teria um modelo de carta de proprio punho pedindo ordenação sacerdotal?
ResponderExcluirSou completamente contrária celebração da missa em latim. Pois dessa forma.
ResponderExcluironde fica a participação da assembléia? Ficará sem entender nada.Somo um povo de escuta. Shemá Israel: Escuta Israel. Sou do tempo em que a missa era celebrada em latim e o padre de costas para o povo. É por isso que as pessoas na celebração sem compreender nada, ficavam rezando o terço.