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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Impressões sobre o latim na Missa: Wagner Marchiori

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Tenho 48 anos e nunca participei de uma Missa que não fosse no rito ordinário. Há uns 25/30 anos atrás assisti inúmeras vezes a Missa nesse rito celebrada em latim em centros do Opus Dei e nos últimos 20 anos apenas duas vezes: uma no Vaticano e outra em Londres no ano passado. Reconheço que sei muito pouco sobre liturgia e, talvez, se assistisse à Missa no rito extraordinário não conseguisse - ao menos inicialmente - apreender as "vantagens" que muitos alegam ter em relação à percepção do caráter sacrificial da Santa Missa.

Atualmente costumo frequentar com minha família,quando posso, uma Missa no convento beneditino de Vinhedo, SP, que tem muitas vezes partes da Missa (Confiteor, Kyrie, Gloria, Credo e Agnus Dei) dominical cantada ou falada em latim (também no rito ordinário). Com o tempo, minha esposa e minhas filhas (de 15 e 11 anos) que nada sabem de latim passaram a acompanhar e, vamos dizer, balbuciar e entender essas orações em lat im.

Nos últimos anos estive viajando para países de língua alemã e lembro, com emoção, de um fato que me fez ainda mais admirar o uso do latim na liturgia. Recordo que estava na cidade suíça de Luzerna e fomos à Missa. Nem eu e nem minha família conseguimos entender ou acompanhar nem uma palavra da Missa - o que evidentemente não nos inibiu a participar dela com devoção. No domingo seguinte, já em Munich, na Alemanha, fomos à catedral assistir à Missa solene. E que alegria que vi minhas filhas e esposa entoando e cantando partes do Ordinário em latim! A sensação - sei que isso nem de longe é o importante - de estar de alguma forma unidos àqueles que nos rodeavam e que não falavam ou entendiam absolutamente nada de português, a milhares de quilômetros de casa, mas que naquele momento falavamos e nos entendíamos no louvor a Deus, dava mostra singular da catolicidade da Santa Igreja!

Abraços,

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Oração de Santo Tomás para antes da Missa

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Ó Deus Eterno e Todo-Poderoso, eis que me aproximo do sacramento do Vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Impuro, venho à fonte da misericórdia; cego, à luz da eterna claridade; pobre e indigente, ao Senhor do céu e da terra. Imploro, pois, a abundância da Vossa liberalidade, para que Vos digneis curar minha fraqueza, lavar minhas manchas, iluminar minha cegueira, enriquecer minha pobreza, vestir minha nudez. Que eu receba o Pão dos anjos, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, com o respeito e humildade, com a contrição e devoção, com a pureza da fé, com o propósito e intenção que convém à salvação de minha alma. Dai-me que receba não só o Sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus Cristo, mas também seu efeito e sua força. Ó Deus de mansidão, fazei-me acolher com tais disposições o Corpo que Vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo, recebeu da Virgem Maria. Que eu seja incorporado ao Seu Corpo Místico e contado entre Seus membros. Ó Pai cheio de amor, fazei que, recebendo agora Vosso Filho sob o véu do sacramento, possa eternamente contemplá-lo face a face. Amém.

Omnipotens sempiterne Deus, ecce accedo ad sacramentum unigeniti Filii tui, Domini nostri, Iesu Christi; accedo tamquam infirmus ad medicum vitae, immundus ad fontem misericordiae, caecus ad lumen claritatis aeternae, pauper et egenus ad Dominum caeli et terrae. Rogo ergo immensae largitatis tuae abundantiam, quatenus meam curare digneris infirmitatem, lavare foeditatem, illuminare caecitatem, ditare paupertatem, vestire nuditatem; ut panem Angelorum, Regem regum et Dominum dominantium, tanta suscipiam reverentia et humilitate, tanta contritione et devotione, tanta puritate et fide, tali proposito et intentione, sicut expedit saluti animae meae. Da mihi, quaeso, Dominici Corporis et Sanguinis non solum suscipere sacramentum, sed etiam rem et virtutem sacramenti. O mitissime Deus, da mihi Corpus unigeniti Filii tui, Domini nostri, Iesu Christi, quod traxit de Virgine Maria, sic suscipere, ut corpori suo mystico merear incorporari, et inter eius membra connumerari. O amantissime Pater, concede mihi dilectum Filium tuum, quem nunc velatum in via suscipere propono, revelata tandem facie perpetuo contemplari: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Solene Vigília Pascal em latim, versus Deum, mas no rito moderno

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Como na semana passada, publicamos outra Solene Vigília Pascal no rito moderno.

Celebrada em 2008 na paróquia confiada aos oratorianos em Birmingham, Inglaterra.







sexta-feira, 22 de maio de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - VI

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Posições do corpo

As posições utilizadas na Missa refletem o estado que a alma do fiel deve ter no momento em que ela é utilizada. Mais do que atos externos e mecânicos, elas salientam a importância de determinadas partes da Missa e apontam ao fiel como deve se portar interiormente nelas.

Assim, a posição em que mais tempo ficamos durante a Missa é em pé. Ficamos em pé durante os Ritos Iniciais, na Seqüência, na Aclamação ao Evangelho e em sua Proclamação, na Profissão de Fé, na Oração Universal, e desde logo antes do “Orai, irmãos...” – durante o Ofertório – até a Epíclese ou a Consagração – conforme o costume –, desde a Aclamação que se segue ao “Eis o Mistério da Fé” até a Comunhão do Sacerdote, e da Oração depois da Comunhão até a Despedida. Ficamos sentados durante as leituras da Liturgia da Palavra, durante a Homilia, e durante o Ofertório. Podemos ficar sentados também enquanto outros fiéis estão na procissão para recepção da Comunhão, ou após comungarmos, na Ação de Graças. Ficamos, por fim, ajoelhados, na Consagração, e, onde for costume, também após receber a Santa Comunhão e no Ato Penitencial. É costume, outrossim, que os que não podem comungar, por qualquer motivo, ajoelhem-se para fazer um ato de comunhão espiritual, que, todavia, pode ser feito de pé ou mesmo sentado, ainda que o recomendável seja a primeira posição – de joelhos.

A genuflexão é um ato que consiste em dobrar apenas o joelho direito, encostando-o no chão – e não apenas fazendo uma espécie de “meia genuflexão”. O sacerdote faz tal gesto logo após a Consagração, uma vez depois de cada espécie (portanto, temos aí duas genuflexões). Também deve o celebrante genufletir antes de comungar (terceira genuflexão). Se houver sacrário no presbitério, o sacerdote e os ministros genufletem quando passarem por ele, no início e no fim da Missa, exceto o acólito que carrega a cruz processional, mas não durante a mesma. Os fiéis devem genufletir, durante e fora da Missa, sempre que passarem pelo sacrário, exceto se caminharem processionalmente; havendo apenas o altar sem o tabernáculo, faz-se a inclinação profunda – vênia.

Faça-se inclinação de cabeça aos nomes de Jesus, de Maria Santíssima e ao nomear conjuntamente as Pessoas da Trindade.

Na prática

1. Lembre o pároco ou o reitor da igreja que os fiéis devem genufletir ao entrar no templo, se houver sacrário (e fazer vênia ao altar, se não houver aquele).
2. É preciso reforçar que não basta uma inclinação dos leitores e demais ministros quando passam diante do sacrário (exceto quando caminham processionalmente). O costume, infelizmente disseminado, dos leitores apenas fazerem uma inclinação e não a genuflexão, havendo sacrário, seja banido!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Iniciativas de uma liturgia mais seriamente celebrada na Diocese de São José dos Campos

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Relato de Emerson Sarmento Gonçalves

Na Diocese de São José dos Campos, há pelo menos quatro iniciativas de uma liturgia mais seriamente celebrada, três delas surgidas dentre os leigos:

1) há alguns anos o Pe. Fernando Cardoso, da Arquidiocese de São Paulo, implantou uma liturgia sempre solene na Igreja Nossa Senhora de Fátima, o que não é costume em na diocese. Formou a comunidade desde o coral até a sacristia, passando inclusive pelo ministério dos acólitos. Trata-se da igreja que celebra a Missa com maior solenidade. Hoje, mesmo tendo o Rev. Padre se afastado pelos seus inúmeros compromissos em São Paulo, o Rev. Cura da Catedral, Pe. Rinaldo, continua procurando preservar o caráter solene e digno dessas missas;

2) na mesma paróquia, no início de 2008, um grupo de leigos, onde me incluo, iniciou o estudo e a oração com o Canto Gregoriano. Era a Schola Cantorum São Gregório Magno. Foi necessário conquistar a confiança da paróquia e do Rev. Cura e até mesmo nos submeter às agendas da Pastoral Litúrgica, de orientação um tanto diferente. Em seguida, vendo o Rev. Padre que o coral e a Pastoral Litúrgica não conseguiam avançar de tal modo a aumentar a freqüência das Missas com Canto Gregoriano (em Novus Ordo, sempre), o Rev. Pe. decidiu implantar um novo horário, independente da Pastoral Litúrgica, na Igreja citada no item 1, pertencente à paróquia Catedral, dessa vez com Missas Cantadas, por enquanto mensalmente, com previsão para avançar em 2010 para a escala quinzenal ou semanal;

3) na cidade vizinha, de Jacareí, outro grupo, um ano antes, fundou a Schola Bento XVI, que inicialmente contou com muitos óbices por parte do pároco. Uma paróquia vizinha teve a iniciativa de implantar em uma de suas capelas (também dedicada NSFátima) a Missa no Rito de São Pio V. Isso aconteceu no último mês de abril, por inciativa do Rev. Pe. Wendell. Esse coral ficou responsável por cantar essas missas, mas alterna com o côro da Igreja de Santa Luzia de São Paulo e com a Schola São Gregório Magno, de São José dos Campos, citada no item 2.

4) também surgiu ano passado a Schola Tagaste, na paróquia S. Agostinho, que canta mensalmente.

Somente com humildade, oração e com a confiança do pároco é possível implantar algo assim, a menos que a iniciativa já surja dele próprio. Nossa cultura não está acostumada com uma liturgia sóbria e solene. Sempre correremos o risco de sermos confundidos com certos grupos sectários.

No que tange ao canto gregoriano, procuramos seguir a Escola de Solèsmes, fazer uso rigoroso do Graduale Romanum e fundamentar-nos nas idéias de D. Prosper Gueranguér, OSB, e D. Eugène Cardine, OSB. Além disso, cantamos sempre as I Vésperas de Domingo em latim na Capela do Ossuário, que fica no subsolo da Catedral São Dimas, iniciando nossos ensaios. Nunca esquecemos da Lectio Divina e dos escritos dos Santos Padres, para que "respiremos" o clima que a Tradição nos transmite. Nossa formação procura se integrar a uma cultura que outrora foi completamente cristã. Nosso propósito é recuperar, na medida do possível, essa cultura, vivendo, é claro, encarnados nos problemas da atualidade, inclusive das próprias comunidades.

Em nosso caso, primeiro tivemos de pedir ao pároco, que recebeu bem a idéia, mas teríamos de nos condicionar às agendas da Pastoral Litúrgica, que tem autonomia para marcar as missas. No início, foi um pouco difícil, alguns membros entraram por diversos motivos, mas só perseveraram os que viram no canto gregoriano a seriedade do Mistério Pascal celebrado na Liturgia, além da dignidade, beleza e ascese que nele são envolvidas, tomando, além de toda uma comunhão com aquilo que nossos Pais cantavam (penso em São Bernardo, Santo Anselmo, Santo Tomás, São Bruno, São Domingos, etc.), mas aceitamos os desafios das provações, perseverando na oração, na disciplina e no estudo do canto nas peças. Esse grupo de 6 pessoas que hoje se empenha nessa missão abraçou todo esse processo com espírito de serviço e sacrifício. E mais, começaram dizendo que não sabiam cantar; hoje já conseguimos até mesmo segurança e uníssono. A divulgação foi (e continua sendo) feita nos folhetos de Missa da Paróquia. Cantamos à Capella.

Depois de praticamente um ano cantando esporadicamente, nosso pároco resolveu dar um pouco mais de autonomia à Schola, responsabilizando-nos por marcar horários diferenciados de Missa para ser cantada solenemente por um celebrante que o faça, de nossa diocese ou não, desde que seja pelo Novus Ordo. Nesse caso, mesmo ainda cantando as Missas marcadas pela Pastoral Litúrgica na Catedral, as Missas Cantadas têm um horário próprio, numa das capelas da paróquia, com arquitetura e acústica muito próprias, independente da Pastoral Litúrgica, sob responsabilidade da Schola (é claro que contamos com o apoio da secretaria, da Pastoral de Comunicação para divulgar, das sacristãs e do grupo de acólitos).

OU SEJA, RESUMINDO, a idéia é amadurecer com humildade, estudando bastante, conquistando a confiança da Paróquia (infelizmente o gregoriano é associado erroneamente à imagem de sectários que bem conhecemos), e submetendo todo o trabalho diretamente ao pároco, ficando um pouco mais livre de certas "preferências" de alguns setores pastorais. Em paralelo, mantemos contato com padres que também inspirem confiança ao pároco e ao mesmo tempo tenham prezem pela beleza do culto divino e pelo zelo litúrgico, bem como nos articulamos, de vez em quando, com a Schola Cantorum Bento XVI, da vizinha cidade de Jacareí, na mesma Diocese.

Permaneçamos na paz, do Xto Senhor!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Erros litúrgicos e sugestões para coibi-los - V

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Glória ou Hino de Louvor

O Glória deve cantado ou dito nos Domingos fora do Advento e da Quaresma, nas solenidades e nas festas. Seu texto antiqüíssimo não deve ser substituído por outro (cf. Instrução Geral do Missal Romano, 53). O costume, infelizmente disseminado em muitas paróquias, de substituir tal hino por um simples “canto de glória” encontra expressa proibição na Instrução Geral. Nem mesmo o famoso “canto de glória” com letra de louvor à Santíssima Trindade, que alguns afirmam ser suficiente, serve para ser executado nesse momento. O hino do Glória faz parte do Ordinário da Missa, e deve ser cantado ou dito integralmente, como está no Missal!

Na prática

1. Esqueça-se o folhetinho de Missa. Use-se o Missal.
2. Não se use “canto de Glória”. Diz-se o texto do Missal, quer rezado quer cantado, mas só ele e nada mais. Querem música? Cante-se o texto previsto no Missal, mas não “músicas de glória”.
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