Por meio do New Liturgical Movement chega-nos um artigo do National Catholic Register, onde o Cardeal Raymond Burke fala, entre outros assuntos, sobre liturgia. Mais especificamente, o atual prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica nos fala sobre a importância da forma extraordinária do Rito Romano na recuperação de um verdadeiro sentido litúrgico e sobre o mútuo enriquecimento de ambas as formas do Rito Romano, numa eventual “reforma da reforma”.
Segue nossa tradução de trecho do artigo supracitado:
O prefeito do tribunal [Cardeal Burke] também preocupa-se com a liturgia da Igreja, como membro da Congregação para o Culto Divino do Vaticano.
Ele é grato ao Beato João Paulo II e ao Papa Bento XVI por darem à Igreja “uma fonte de direção sólida” em relação ao culto, baseada na visão do Concílio Vaticano II de uma “liturgia centrada em Deus e não no homem”.
Aquela intenção não foi sempre percebida, disse ele, uma vez que o chamado do Concílio para uma reforma litúrgica coincidiu com uma “revolução cultural”.
Muitas congregações perderam seu “sentido fundamental de que a liturgia é o próprio Jesus Cristo agindo, o próprio Deus agindo em nosso meio para nos santificar”.
O Cardeal Burke disse que o maior acesso ao rito tradicional, conhecido como “forma extraordinária” do Rito Romano, tem ajudado a corrigir o problema.
“A celebração da Missa na forma extraordinária é cada vez menos contestada,” observou ele, “e as pessoas estão vendo a grande beleza do rito, como ele era celebrado praticamente desde o tempo do Papa Gregório Magno” no século VI.
Muitos católicos agora vêem que a “forma ordinária” da Santa Missa da Igreja, celebrada em línguas modernas, “pode ser enriquecida por elementos desta longa tradição”.
Com o tempo, o Cardeal Burke espera que as formas antiga e moderna de Missa da Igreja Ocidental sejam combinadas em um rito normativo, um movimento que, segundo ele, o Papa também favorece.
“Parece, para mim, que o que ele [o Papa] tem em mente é que este enriquecimento mútuo aparentaria produzir naturalmente uma nova forma do Rito Romano – a 'reforma da reforma', se podemos chamá-la –, a qual eu acolheria e espero ansioso por seu advento”.