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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Festa do Padroeiro da Administração Apostólica Pessoal de São João Maria Vianney

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João Maria Batista Vianney, era de origem pobre e humilde, foi o quarto filho de Mateus e Maria Vianney. Nasceu pouco antes de irromper a Revolução Francesa em 08 de Maio de 1786 em uma pequena aldeia, Dardilly, que fica perto de Limonest, a dez quilômetros ao norte de Lyon, na França. Foi batizado no mesmo dia em que nasceu. No batismo recebeu o nome de João, ao qual acrescentou o de Maria por especial devoção à Maria Santíssima.

A Administração Apostólica é uma circunscrição, como uma diocese. Embora não seja uma diocese canonicamente falando, se equipara a uma, e tem à frente um Administrador Apostólico que a governa em nome do Santo Padre e está ligado diretamente a ele. Tem seminário, paróquias, associações de fiéis, institutos de vida consagrada, tribunal eclesiástico… Tudo que existe numa diocese há na Administração Apostólica tendo à frente esse Administrador Apostólico que a governa em nome do Santo Padre, o Papa.

Vejam abaixo algumas fotos da festa de São João Maria Vianney, padroeiro da Administração Apóstólica Pessoal S. João Maria Vianney:


Ecce Agnus Dei, ecce qui tollit peccáta mundi

O gesto de levantar a casula na hora da elevação origina-se da Idade Média, quando as caulas eram maiores (as do período românico frequentemente iam até os pés) e de tecidos mais pesados, por isso o diácono ou acólito erguia a lateral da casula do sacerdote nas incensações e a barra da casula na elevação das Sagradas Espécies.

Hanc Ígitur oblatiónem servitútis nostræ, sed et cunctæ famíliæ tuæ, quǽsumus, Dómine, ut placátus accípias: diésque nostros in tua pace dispónas, atque ab ætérna damnatióne nos éripi, et in electórum tuórum júbeas grege numerári. Per Christum Dóminum nostrum. Amém.

Oração

Espístola

Incenso para o Evangelho

Procissão para o Evangelho

O uso do véu pode ser considerado um sacramental. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar a Deus.” (§1670). O uso do sacramental não é essencial, portanto, à salvação, mas um auxílio. Exemplos de sacramentais são a água benta, medalhinhas, o escapulário.
O uso do véu não é expressamente ordenado, mas é recomendado como uma prática de piedade, caso a mulher se sinta chamada a isso.


Durante o canto do Glória


Ofertório

Porta Insígnias

São João Maria Vianney

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Promoção Salvem a Liturgia! & Ars Sacra

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Em ocasião anterior divulgamos aqui a loja de vestimentas litúrgicas Ars Sacra. Por conta da parceria que firmamos com eles, estaremos realizando agora nossa primeira promoção: nosso apostolado recebeu um conjunto de alfaias litúrgicas que serão sorteadas entre nossos leitores.

Serão dois sorteios.

Primeiro Sorteio
Data: 22/08, Memória de Nossa Senhora Rainha
Alfaias: 2 palas e 2 manustérgios

Segundo Sorteio
a definir
Alfaias: 1 pala e 3 manustérgios






Cada sorteio exige inscrição em separado. Para participar do primeiro deles, basta acessar nossa página no Facebook e seguir os procedimentos indicados, o que inclui ler e aceitar o regulamento da promoção.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cardeal Burke: a Liturgia "não é invenção humana, mas um presente de Deus para nós"

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Fonte: Zenit | Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere
Em entrevista exclusiva a Zenit, o Cardeal Burke fala da importância de estudar a liturgia, da sua relação com a causa pró-vida e dos abusos litúrgicos. 
Os abusos litúrgicos que se seguiram às reformas do Concílio Vaticano II estão "estreitamente relacionados" com uma grande porção de corrupção moral que existe no mundo hoje, diz o cardeal Raymond Leo Burke.
Em uma entrevista exclusiva a Zenit nos bastidores de "Sacra Liturgia 2013", uma grande conferência internacional sobre liturgia ocorrida em Roma no final de junho, o norte-americano mais influente do Vaticano diz que liturgias pobres também levaram a "uma leviandade na catequese" que tem "impactado" e deixado gerações de católicos mal preparadas para lidar com os desafios de hoje.
Em uma ampla discussão, o Cardeal Burke, que é Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, também explica a importância da lei litúrgica, como o Papa Francisco aborda a liturgia e porque a sagrada liturgia é vital para a nova evangelização.
ZENIT: Eminência, quais eram suas esperanças para essa conferência?
Cardeal Burke: Minha esperança para a conferência era um retorno ao ensinamento do Concílio Ecumênico Vaticano II sobre a sagrada liturgia. Além disso, um aprofundamento e apreciação da continuidade do ensinamento praticado na sagrada liturgia durante a história da Igreja, e que também se reflete no Concílio Ecumênico Vaticano II – algo que foi obscurecido depois do Concílio. Eu acredito que, em grande parte, isso foi alcançado.
ZENIT: Nós estamos saindo desse período agora?
Cardeal Burke: Sim, já o Papa Paulo VI, depois do Concílio, de uma maneira bem intensa, e depois João Paulo II e Papa Bento XVI, trabalharam diligentemente para restaurar a verdadeira natureza da sagrada liturgia como o presente de adoração dado por nós a Deus e que nós prestamos a Deus da maneira que Ele nos ensina a adorar. Então, não é invenção humana, mas um presente de Deus para nós.
ZENIT: Como é importante um bom entendimento da liturgia na Igreja de hoje. Como isso pode ajudar a evangelização?
Cardeal Burke: Para mim, é fundamental. É a mais importante área da catequese: entender a adoração devida a Deus. Os três primeiros mandamentos do Decálogo têm a ver com o relacionamento correto com Deus, especialmente no que diz respeito à adoração. É só quando nós entendemos nossa relação com Deus na oferta da adoração que nós também entendemos a ordem correta de todos os outros relacionamentos que nós temos. Como o Papa Bento XVI disse em seu belo magistério sobre a sagrada liturgia, o qual ele expressou com tanta frequência, consiste nessa conexão entre adoração e conduta correta, adoração e lei, adoração e disciplina.
ZENIT: Alguns argumentam que a liturgia tem mais a ver com estética, e não é tão importante quanto, vamos dizer, boas obras feitas com fé. Qual a sua visão desse argumento?
Cardeal Burke: É um erro de concepção comum. Primeiro, a liturgia tem a ver com Cristo. É Cristo vivo em Sua Igreja, Cristo glorioso vindo ao nosso meio e agindo em nós por meio dos sinais sacramentais, para nos dar o presente da vida eterna para nos salvarmos. É a fonte de qualquer obra verdadeiramente caridosa que realizamos, qualquer boa obra que fazemos. Então, a pessoa cujo coração é cheio de caridade e quer fazer boas obras vai, como Madre Teresa, oferecer seu primeiro propósito à adoração de Deus, a fim de que, quando ele for oferecer caridade para as pessoas pobres ou necessitadas, seja no nível de Deus, e não em um nível humano.
ZENIT: Alguns também dizem que estar preocupado com as normas litúrgicas é ser extremado legalista, que é um sufocamento do espírito. Como uma pessoa pode responder isso? Por que devemos nos preocupar com as normas litúrgicas?
Cardeal Burke: A lei litúrgica nos disciplina, a fim de que tenhamos a liberdade de adorar a Deus; de outro modo, somos sequestrados – nós somos as vítimas ou escravos ou das nossas ideias individuais, ideias relativas disto ou daquilo, ou da comunidade ou de qualquer outra coisa. Mas a lei litúrgica salvaguarda a objetividade da adoração divina e prepara esse espaço entre nós, essa liberdade de adorar a Deus como Ele quer, para que, então, estejamos certos de não estarmos adorando a nós mesmos ou, ao mesmo tempo, como diz Aquinate, falsificando de algum modo o culto divino.
ZENIT: Ela oferece uma espécie de modelo?
Cardeal Burke: Exatamente, é o que disciplina faz em todo aspecto de nossas vidas. A menos que sejamos disciplinados, então não somos livres.
ZENIT: Como um bispo diocesano nos Estados Unidos, qual o estado em que o senhor encontrou a liturgia nas paróquias das quais o senhor esteve encarregado de cuidar? Quais são, na sua visão, as prioridades para a renovação litúrgica na vida diocesana hoje?
Cardeal Burke: Eu encontrei, é claro, vários aspectos bonitos – em ambas as dioceses nas quais servi –, como um forte senso de participação da parte dos fiéis. O que eu também encontrei foram algumas sombras, como o Papa João Paulo II as chamava: a perda da fé na Eucaristia, a perda da devoção eucarística e certos abusos litúrgicos. E, como bispo diocesano, eu precisava enfrentá-los e eu fiz o melhor que pude. Mas, ao enfrentá-los, você sempre tenta ajudar tanto o padre quanto os fiéis a entenderem as razões profundas para a disciplina da Igreja, as razões pelas quais certo abuso não somente não ajuda no culto divino, como, de fato, o bloqueia e o corrompe.
ZENIT: É dito que amar a sagrada liturgia e ser pró-vida andam juntos, que aqueles que adoram corretamente são mais dados a querer trazer crianças para o mundo. Você poderia explicar por que é assim?
Cardeal Burke: É na sagrada liturgia, acima de tudo, e particularmente na Sagrada Eucaristia, que nós olhamos para o amor que Deus tem por cada vida humana sem exceção, sem limites, começando pelo primeiro momento da concepção, porque Cristo derramou sua vida, como ele disse, por todos os homens. E lembre-se que Ele nos ensina que tudo o que tivermos feito ao menor dos nossos irmãos, nós fazemos diretamente a Ele. Em outras palavras, Ele se identifica a si mesmo no sacrifício eucarístico com cada vida humana. Então, se por um lado, a Eucaristia inspira uma grande reverência, respeito e cuidado pela vida humana, ao mesmo tempo inspira uma alegria entre aqueles que são casados de procriar, de cooperar com Deus em trazer uma nova vida humana a este mundo.
ZENIT: "Sacra Liturgia" foi sobre celebração litúrgica, mas também formação. Qual a base de formação litúrgica que precisamos em nossas paróquias, dioceses e particularmente em nossos seminários?
Cardeal Burke: A primeira importante lição que precisa ser ensinada é a de que a sagrada liturgia é uma expressão do direito divino de receber de nós o culto que lhe é devido, e que emana de quem nós somos. Nós somos criaturas de Deus e, então, o culto divino, de um modo bem particular, expressa ao mesmo tempo a infinita majestade de Deus e também nossa dignidade como as únicas criaturas na terra capazes de prestar-lhe culto, de, em outras palavras, elevar a Ele nossas mentes e corações em louvor e adoração. Essa seria a primeira lição. Depois, estudar com atenção como os ritos litúrgicos se desenvolveram ao longo dos séculos e não ver a história da Igreja como uma espécie de corrupção daqueles ritos litúrgicos. Neste sentido, a Igreja, no decorrer do tempo, chegou a um entendimento cada vez mais profundo da sagrada liturgia e expressou isso de várias formas, através das vestes sagradas, dos vasos sagrados, da arquitetura sacra – até o cuidado com os paramentos utilizados na Santa Missa. Todas essas são expressões da realidade litúrgica e devem ser cuidadosamente estudadas, e, é claro, então, deve-se estudar a relação da liturgia com os outros aspectos das nossas vidas.
ZENIT: Você é conhecido por celebrar a Forma Extraordinária do Rito Romano. Por que o Papa Bento XVI tornou-a livremente disponível e que papel isso tem na Igreja do século XXI?
Cardeal Burke: O que o Papa Bento XVI viu e experimentou, também por aqueles que vinham a ele, e que estavam muito ligados ao que chamamos hoje de Forma Extraordinária – a Missa Tradicional – foi que, nas reformas introduzidas depois do Concílio, ocorreu uma incompreensão fundamental: nomeadamente, as reformas foram feitas com a ideia de que havia uma ruptura, de que o modo como a Missa era celebrada até o tempo do Concílio era, de alguma maneira, radicalmente defeituosa e que deveria haver uma mudança violenta, uma redução nos ritos litúrgicos e até na linguagem usada, em todos os aspectos. Então, a fim de restabelecer a continuidade, o Santo Padre deu ampla possibilidade para a celebração dos ritos sagrados tal como eram celebrados até 1962, e então expressou a esperança de que através destas duas formas do mesmo rito – é tudo o mesmo rito romano, pode ser diferente, mas é a mesma Missa, o mesmo Sacramento da Penitência e assim por diante – poderia haver um mútuo enriquecimento. E essa continuidade poderia ser mais perfeitamente expressa no que alguns chamaram de "reforma da reforma".
ZENIT: Papa Francisco é uma pessoa diferente de Bento XVI em vários aspectos, mas é difícil de acreditar que há diferenças substanciais entre eles na importância da sagrada liturgia. Existem algumas diferenças?
Cardeal Burke: Eu não vejo nada disso. O Santo Padre claramente não teve a oportunidade de ensinar com autoridade sobre a sagrada liturgia, mas nas coisas que ele disse sobre a sagrada liturgia eu vejo uma perfeita continuidade com o Papa Bento XVI e com sua disciplina, e é isso o que o Papa Francisco está fazendo.
ZENIT: Essa conferência está refletindo sobre os 50 anos desde a abertura do Concílio Vaticano II, e, há 50 anos, em dezembro, essa constituição sobre a sagrada liturgia foi promulgada. Você já mencionou como a renovação litúrgica não foi como o Concílio desejava, mas como você vê o progresso das coisas no futuro? O que você prevê, especialmente entre os jovens?
Cardeal Burke: Os jovens estão voltando atrás agora e estudando ambos os textos do Concílio Ecumênico Vaticano II com os seus sérios textos sobre teologia litúrgica que permanecem válidos ainda hoje. Eles estão estudando os ritos como eles eram celebrados, se esforçando para entender o significado e vários elementos do dito e há um grande entusiasmo e interesse nisso. Tudo isso, eu acredito, é direcionado a uma experiência mais intensa da presença de Deus conosco na sagrada liturgia. Esse elemento transcendente foi mais tristemente perdido quando a reforma após o Concílio foi, por assim dizer, enviesada e manipulada para outros propósitos – aquele senso de transcendência da ação de Cristo por meio dos sacramentos.
ZENIT: Isso reflete a perda do sagrado na sociedade como um todo?
Cardeal Burke: Reflete, de fato. Para mim, não há dúvidas de que os abusos na sagrada liturgia, a redução da sagrada liturgia a uma espécie de atividade humana, está estreitamente relacionada a muita corrupção moral e a uma leviandade na catequese que tem impactado e deixado gerações de católicos mal preparadas para lidar com os desafios do nosso tempo. Você pode ver isso em toda a gama da vida da Igreja.
ZENIT: O Papa Bento disse certa vez que as crises que vemos na sociedade hoje podem ser associadas aos problemas na liturgia.
Cardeal Burke: Sim, ele estava convencido disso e eu posso dizer que também estou. Era, é claro, mais importante que ele estivesse convencido disso, mas eu acredito que ele estava absolutamente correto.

domingo, 4 de agosto de 2013

Sacerdócio: O Ofício de Levar Almas a Deus

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No dia de hoje (4/8) a Igreja celebra, mais uma vez, o dia do Sacerdote. Aproveitamos para destacar algumas frases de  São João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo, e apresentar um exemplo contemporâneo de sacerdote dedicado.

.[1] «O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus»: costumava dizer o Santo Cura d’Ars.[2]
Os ensinamentos e exemplos de S. João Maria Vianney podem oferecer a todos um significativo ponto de referência. O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina».

[3] Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana: «Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia».[4] E, ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: «Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu».[5]

Estas afirmações, nascidas do coração sacerdotal daquele santo pároco, podem parecer excessivas. Nelas, porém, revela-se a sublime consideração em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Parecia subjugado por uma sensação de responsabilidade sem fim: «Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor. (…) Sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teria servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, senão houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecónomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é-o para vós».[6]

                                                                     ********

"Levar a Deus todas as almas que seja possível". O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério, e é o seu principal objetivo como sacerdote.
É o que está a fazer depois de ter transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso

A chave para este sacerdote que antes foi músico de êxito em cabarés de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em par o dia inteiro e veste batina porque "todos, cristãos ou não, têm direito a ver um sacerdote fora da igreja e o reconhece-lo".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes

O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas. Segundo o que conta, a primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenômeno de massas não só em Marselha mas em toda a França, com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.

Um novo "Cura de Ars" numa Marselha agnóstica

Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão. Antes da abertura da Igreja às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.
Os paroquianos contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.

A igreja sempre aberta

Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja permanentemente aberta. Isto gerou críticas de outros padres da diocese mas ele assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus

Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou. No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem, praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se transforma em instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus".

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia

O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus". 90.000 carros e milhares de transeuntes passam e veem a igreja aberta e com os padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no mundo secularizado.


A importância da Liturgia e da limpeza

E aqui está outro ponto chave para este sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é podemos querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não estiver impecável? É impossível."
Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura: "Estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo impecável, é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".

A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia. "Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.

As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço diário, rezado por estudantes e jovens.

Os sermões são também muito aguardados e, inclusive, os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje "é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo". Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar", pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.

O padre da batina

Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz para permitir esse encontro".

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. "O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho do escritório de manhã tirasse a aliança?".

Neste aspecto é muito insistente: "Quanto àqueles que dizem que o traje cria uma distância, é porque não conhecem o coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".
Por último, lembra um pormenor relevante. Os regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé. "Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.

No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o café da manhã nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vicente de Paula numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés

A vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa, italiana e da Córsega. Aos 13 anos perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fatura devastadora" que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.

Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977 depois de ter sido convidado a tocar no café Paris, de Montecarlo, mudou-se para a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés. No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permaneceu quatro anos.
Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.


[1] Assim o proclamou o Sumo Pontífice Pio XI, em 1929.
[2] «Le Sacerdoce, c’est l’amour du cœr de Jésus», in Le Curé d’Ars. Sa pensée – son cœur, obra cuidada por Abbé Bernard Nodet (ed. Xavier Mappus, Foi Vivante, 1966), pág. 98. Em seguida, será citada: Nodet. A mesma frase aparece no Catecismo da Igreja Católica, n. 1589.
[3] Nodet, 101.
[4] Ibid., 97.
[5] Ibid., 98-99.
[6] Ibid., 98-100.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Papa Francisco não é "anti-Missa Tridentina"

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Lendo o texto do Fr. Maximiliam, concluímos que:

Não há nada mais tradicional do que a obediência e reverência ao Papa, e é exatamente isso que os Frades Franciscanos da Imaculada vão oferecer/estão oferecendo.

Muito se tem dito na blogsfera sobre a intervenção da Santa Sé na congregação dos Franciscanos da Imaculada. Mas a verdade é que o Papa Francisco não não proibiu a forma extraordinária do Rito Romano aos Frades Franciscanos da Imaculada. Simplificando, depois de examinar pessoalmente a situação e orando, ele decidiu que a forma ordinária da sacrada liturgia dos Franciscanos da Imaculada será a mesma forma ordinária do Rito Romano. Dito isto, o Papa Francisco não é “anti-missa-tridentina”, nem tão pouco proibiu os FFI, no futuro, de oferecer o Santo Sacrifício na forma extraordinária. Mas ele está dizendo que os frades / comunidades devem solicitá-lo e obter permissão antes.


Segundo o Fr. Maximilian, o motu proprio,  Summorum pontificorum, criou divisões na congregação dos Franciscanos da Imaculada, resistência e zelo exagerado e muita confusão, porém, a Santa Mãe Igreja está dando uma nova oportunidade para implementar o Summorum pontificorum com a sua ajuda e orientação, ou seja, uma é ótima oportunidade para os FFI começarem a implementação do zero de uma forma que não se perca a unidade e com a ajuda da Mãe Igreja.

Fonte: Absolute Primacy of Christ.


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