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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Convite: D. Antonio Keller celebrará Missa em latim, Novus Ordo, no Rio de Janeiro

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O Exmo. e Revmo. Sr. Bispo de Frederico Westphalen, RS, D. Antonio Carlos Rossi Keller, estará no Rio de Janeiro, no próximo sábado, 30 de julho, para celebrar Missa, na forma ordinária (i.e., no rito romano moderno), em latim, a língua da Igreja.

Agradeçamos a Deus pela fidelidade desse digno Sucessor dos Apóstolos!

A Missa será ao meio-dia do sábado, 30 de julho, na Paróquia Cristo Ressuscitado, no endereço abaixo:

End.: Estrada Porto Nacional, Lt. 13 casa 08
Bairro: Padre Miguel
CEP: 21870-380
Tel: (21) 3309-3015
Pároco: Pe. Carlos Alberto Munhoz Cavalcante

LX Semana de Estudos Gregorianos em Portugal

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Prática de Canto Gregoriano e Polifonia, Conferências, Concertos e Cerimónias Litúrgicas
Ria de Aveiro
Local
  • Vila Nova de Gaia
Datas
  • 28 de Agosto a 4 de Setembro de 2011
Cursos
  • Canto Gregoriano
  • 1º Ano (Prof. Alberto Medina de Seiça)
    2º Ano (Prof. João Luis Ferreira)
    Master Class (Prof.ª Idalete Giga)
  • Leitura Musical (Prof.ª Paula Coimbra)
  • Técnica Vocal (Prof. Vianey da Cruz)
  • Pedagogia Musical Ward/Helden (Prof.ª M.ª Teresa Miranda)
  • Direcção Polifónica (Prof. Paulo Brandão)
  • Órgão (Prof.ª Edite Rocha)
  • Trompete (Prof. Nelson Rocha)
Organização
  • Centro Ward de Lisboa - Júlia d' Almendra com a colaboração da Fundação Conservatório Regional de Gaia
Contacte-nos
Patrocínio
  • Dom Mocquereau Fund da Universidade Católica Americana de Washington
Apoios
  • D. Manuel Clemente - Bispo do Porto
  • Pe. Jorge Manuel Duarte Oliveira - Pároco da Igreja de Mafamude
  • Pe. António Coelho de Oliveira - Pároco da Igr. do Mosteiro de Grijó
  • Fundação Conservatório Regional de Gaia
  • Escola Secundária António Sérgio
  • Seminário Redentorista de Cristo-Rei
  • Convento Corpus Christi

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cardeal Burke dá assistência à Santa Missa na Forma Extraordinária na Irlanda

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Primeira Missa Solene de Ação de Graças na Forma Extraordinária do Rito Romano celebrada dia 11 de julho de 2011 pelo Pe. Mateo José Thermed, ICRSS (Instituto de Cristo Rei Sumo Sacerdote), na igreja de São Pedro e São Paulo, em Cork, Irlanda, com a assistência de Sua Eminência Raymond Cardeal Burke, o qual o tinha ordenado em Florença no dia 7 de julho de 2011.

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Reforma da reforma na Canção Nova, III: Sobre o altar acontece a salvação

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Terceira palestra da última quinta-feira, na Canção Nova, também do Pe. Paulo Ricardo:

Padre Paulo Ricardo
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com
O Papa Bento XVI, desde o tempo de cardeal, fala de uma reforma litúrgica. No Concílio Vaticano II, ele pediu uma certa reforma do missal, pois a forma pela qual celebramos a Santa Missa precisava ser adaptada para que o povo pudesse compreendê-la melhor.

Na celebração da Santa Missa, Deus é o centro de tudo. Assim, antes do Concílio, todas as pessoas olhavam para a mesma direção, inclusive o padre, de frente para Deus. O sacerdote, quando se sentava, ficava de lado no altar. O atual Papa começou a refletir, então, que o jeito de celebrar a Missa, hoje em dia, está colocando o padre no centro, em vez de colocar Deus. É por isso que, muitas vezes, alguns sacerdotes fazem Missas que são mais show do que adoração.

Na celebração da Eucaristia, Deus deve estar no centro. Para mostrar a necessidade de repensar sobre isso, Bento XVI, quando ainda era cardeal, começou um movimento litúrgico a fim de tentar colocar o Senhor no centro novamente. Ele sugeriu um passo pedagógico: colocar, no centro do altar, o crucifixo para que todos saibam que o padre está falando com Deus ao celebrar a Missa.

Meus irmãos, nós precisamos voltar a 'rezar Missa', pois, olhando para o Crucificado, estamos olhando para a imagem do Pai. Esta é a primeira pérola do Papa Bento XVI: a cruz no centro do altar.

Todos os movimentos profundos que aconteceram na Igreja precisaram tocar o povo, porque este precisa aprender que, no centro do altar, está Jesus Cristo. Precisamos de Missa que seja salvação, por meio da qual nos colocamos em profunda comunhão com o Senhor.

A segunda pérola do atual Sumo Pontífice é que, a partir do Corpus Christi de 2008, ele começou a dar comunhão aos fiéis na boca, pedindo a estes que se ajoelhassem.

"Na celebração da Eucaristia, Deus deve estar no centro."
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

Se lermos os documentos litúrgicos, descobriremos que a forma normal de receber a comunhão é na boca. O fiel fica de frente para o sacerdote, de mãos postas. O padre eleva a hóstia, o fiel diz 'amém' e abre a boca, colocando a língua levemente para fora e o padre deposita a sagrada comunhão na sua língua.

Ao longo dos séculos, a Igreja foi percebendo que, com a comunhão na mão, havia o perigo de que as partículas do Corpo de Cristo se perdessem. Por isso, a comunhão na boca deve ser preferida.

A lei litúrgica diz que os fiéis devem manifestar sua adoração com uma reverência. Então, as pessoas podem receber a comunhão de joelhos (isso já é uma adoração). No entanto, se estas têm problemas de saúde ou o pároco não aceita que os fiéis recebam a comunhão de joelhos, elas devem fazer a devida reverência, colocando o joelho direito próximo ao calcanhar esquerdo, com a postura ereta. Caso também não possam fazer essa genuflexão, façam uma inclinação profunda. Assim, recebem a comunhão adorando a Nosso Senhor. Essa é a tradição da Igreja, “porque não deve comer dessa carne quem não adorou primeiro” (Santo Agostinho).

Essa é a beleza de poder adorar a Deus, inclinar-se diante dEle. A Eucaristia é o dom mais precioso que recebemos do Senhor.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso


domingo, 24 de julho de 2011

Como a Comunhão na mão virou febre no mundo se a maioria (esmagadora) dos bispos não queriam?

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Fiéis nigerianos recebem a Comunhão nos lábios e de joelhos
durante a visita do Superior Geral da FSSP, Fr. John Berg.

É esta pergunta que qualquer leitor sensato se faz quando lê integralmente o texto que não¹ possuía tradução para o português, até que os Cônegos Regulares da Santa Cruz pediram à Santa Sé para traduzi-lo todo e publicá-lo na sua revista semestral Sapientia Crucis, n. 7, Ano VII-2006.

A Instrução Memoriale Domini, de 29 de Maio de 1969, pode ser encontrada em três partes digitalizadas na versão dos Cônegos Regulares da Santa Cruz, aqui, aqui e aqui.

O site VERITATIS SPLENDOR também traduziu, veja aqui.

O Papa promulgou então a Instrução Memoriale Domine. Em resumo, o documento declara:

1) Os bispos do mundo eram, na sua esmagadora maioria, contra a Comunhão na mão.
2) "Esta maneira de distribuir a Sagrada Comunhão (isto é, o sacerdote colocar a Hóstia na língua dos comungantes) deve ser observada."
3) A Comunhão na língua não diminui, de forma alguma, a dignidade do comungante.
4) E acrescenta o aviso de que "qualquer inovação pode levar à irreverência e à profanação da Eucaristia, assim como à erosão gradual da recta doutrina."

O documento afirma ainda que "o Sumo Pontífice decretou que a maneira tradicional de dar a Sagrada Comunhão aos Fiéis não devia ser mudada. Por conseguinte, a Sé Apostólica insta veementemente os bispos, sacerdotes e povo a que observem zelosamente esta lei."

Deixo aos leitores um trecho de um excelente texto do site Fatima.og:


Luz vermelha e luz verde ao mesmo tempo
Podemos perguntar, então: se esta Instrução foi promulgada, por que razão é tão comum ver-se a Comunhão na mão? Podemos explicá-lo servindo-nos do caso da reacção dos bispos canadianos à Humanae Vitae – Encíclica que reafirmava, com toda a verdade, a doutrina da Igreja sobre a contracepção. Como houve, logo que a Humanae Vitae saiu, uma escandalosa vaga de oposição, por parte tanto de padres católicos como de intelectuais, os bispos canadianos escreveram uma carta pastoral apoiando a teoria expressa na Humanae Vitae, mas usando nesse documento a curiosa expressão "normas para dissenção lícita".
Ora esta frase dá a impressão de que podia haver uma base para os Católicos rejeitarem legitimamente a Humanae Vitae. Assim, quer tivessem consciência disso quer não, os bispos sabotaram a sua própria carta pastoral, dando ao mesmo tempo luz vermelha e luz verde à rejeição da Encíclica Papal. Por isso não foi surpresa alguma quando grande número de Católicos rejeitou a Humanae Vitae com base na solução de compromisso dos bispos canadianos. Até os pais mais incultos têm a inteligência de não dar aos filhos a opção de aceitar ou de rejeitar as ordens paternas. Fazê-lo seria sinal evidente de falta de autoridade. Pois bem: infelizmente, foi precisamente isso o que aconteceu com o documento de 1969 – a EncíclicaMemoriale Domine – que supostamente era contra a Comunhão na mão.
Mas estava-se na era do compromisso, e o documento continha a semente da sua própria destruição: logo de seguida, a Instrução dizia que, onde o abuso já se tivesse estabelecido firmemente, poderia ser legalizado por maioria de dois terços numa votação secreta da conferência nacional dos bispos (desde que a Santa Sé confirmasse a sua decisão). Isto operou logo a favor dos liberais. E note-se que a Instrução dizia "onde tal abuso já se tivesse estabelecido firmemente". Portanto, os países onde a prática ainda não se tivesse desenvolvido ficaram, obviamente, excluídos dessa concessão — e nessa categoria estavam incluídos todos os países de língua inglesa, inclusive os Estados Unidos.
Como era natural, o clero liberal de outros países (do nosso também - EUA) concluiu que, se esta rebelião podia ser legalizada na Holanda, podia ser legalizada em qualquer parte. Calcularam que, se ignorassem o Memoriale Domine e desafiassem a lei litúrgica da Igreja, essa rebelião não só seria tolerada como eventualmente legalizada. Foi exactamente isto o que aconteceu; e é por isso que hoje temos a Comunhão na mão.
Começada para desafiar, perpetuada
para enganar
Como se não bastasse a Comunhão na mão ter começado na desobediência, perpetuou-se através de dolo. Não dispomos de espaço para dar todos os pormenores; mas a propaganda que, na década de 1970, foi usada para apregoar a Comunhão na mão junto de um povo confiante e vulnerável foi uma campanha de meias-verdades calculadas que não contavam toda a história. Encontramos rapidamente um exemplo nos escritos de Monsenhor Champlin. Os seus escritos:
  • dão ao leitor a falsa impressão de que o Vaticano II deu ordem para o abuso, quando, na realidade, não é sequer mencionado em nenhum documento do Concílio;
  • não dizem ao leitor que essa prática foi começada por alguns membros do clero em desafio à a lei litúrgica estabelecida, mas apresentam-na como se ela fosse a resposta a um pedido dos leigos;
  • não dizem com clareza ao leitor que os bispos do mundo, quando consultados, votaram por esmagadora maioria contra a Comunhão na mão;
  • não mencionam que essa autorização devia ser apenas uma tolerância do abuso onde ele já se tinha estabelecido em 1969. Não era, portanto, uma luz verde para tal abuso alastrar a outros países, como os Estados Unidos.


Lembramos que hoje, ainda², é absolutamente permitido distribuir a Sagrada Comunhão Eucarística nas mãos dos fiéis sob as condições da mesma instrução supracitada.

Boa leitura!



NOTAS

¹ A pesquisa do documento no site da CNBB poussui o seguinte resultado: "Pesquisar palavra-chave instrução memoriale domini Total: 0 resultados encontrados".
² Ainda, porque:

"O Senhor não vai deixar prevalecer por muito tempo
o domínio dos malvados sobre a sorte dos seus justos,
para os justos não mancharem suas mãos na iniqüidade.

Fazei o bem, Senhor, aos bons e aos que têm reto coração,
mas os que seguem maus caminhos, castigai-os com os maus!
Que venha a paz a Israel! Que venha a paz ao vosso povo!"
Salmo 124 (125)

sábado, 23 de julho de 2011

Reforma da reforma na Canção Nova, II: A Eucaristia edifica a Igreja

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Pregação do Pe. Demétrio Gomes, membro do Salvem a Liturgia, na última quinta-feira, na Canção Nova:


Padre Demétrio
Foto: Maria Andrea

O Senhor nos deu tanta prova de amor, que chegou em seu extremo ao fundar esses dois tesouros: o dom do sacerdócio e o da Eucaristia. O primeiro viria para ser, para os sucessores dos apóstolos, os futuros evangelizadores. Assim como hoje, os apóstolos também eram padres da Igreja. Já o segundo veio para purificar e fortalecer nosso espírito e a nossa fé, pois cada vez que comungamos o Corpo de Cristo, renovamos nosso voto de fé e confiança n'Ele.

A Eucaristia nos edifica, sem ela a Igreja não sobrevive. Esse é um dos maiores tesouros deixados por Deus para nós. O sacerdócio é a prova viva da presença de Deus entre os homens, pois sua origem remetem à origem da Igreja.

Nos dias de hoje vemos inúmeras acusações contra a Igreja e, principalmente, contra os sacerdotes. Infelizmente, no erro de alguns, muitos acabam pagando. Mas eu lhes peço: não deixem que más línguas falem dos ungidos de Deus.

Os sacerdotes, antes de mais nada, são humanos e, sendo assim, passíveis de erro. Mas a imagem dos pastores do rebanho de Deus não pode ser manchada em virtude de poucos.

O Senhor, quando saiu deste mundo, não nos deixou nenhuma herança física. Ele nos deixou muito mais: deixou Seu Corpo e Sangue, o próprio Deus vivo na Eucaristia. Fez isso porque não suportaria viver longe de seus filhos amados.

Deus nos amou desde a concepção da nossa natureza humana. Só por intermédio desse amor é que entendemos a verdadeira essência do Catolicismo, da Eucaristia e, até mesmo, do sacerdócio, por mais que não tenhamos a vocação necessária.

Infelizmente, viramos as costas para Deus simplesmente para buscar o amor efêmero, que reside neste mundo. Mas mesmo assim, Deus, incansável, não desiste de nós e manda o próprio Filho para nos salvar, nos tirar do pecado e renovar nossa fé.

Jesus enfrentou a humilhação durante a encarnação. Sofreu pelas blasfêmias, insultos e agressões. Algo que seria inconcebível até mesmo para o maior pecador foi aplicado ao Filho de Deus. E Ele passou por tudo isso humildemente, sem contestar a vontade do Pai.

A Santa Missa e a absolvição dos pecados são as melhores dádivas que a Igreja pode nos oferecer. Por meio desses dois dons, podemos encontrar o próprio Deus vivo diante de nós, além de partilhar Sua Palavra e assimilar Seus ensinamentos.

"Devemos ter todo o zelo com a Eucaristia", exorta o sacerdote
Foto: Maria Andrea
Devemos ter todo o zelo com a Eucaristia, pois, muitas vezes, ao tentar agradar aos homens acabamos pecando contra tudo que Deus nos deixou, assim como os sacerdotes, os interlocutores da Sua Palavra.

Nós nos deixamos levar por tendências que não condizem com o Catolicismo. Hoje em dia, vemos tanta riqueza e ostentação nos altares, mas nada disso é necessário segundo a Palavra de Deus.

Ninguém fica indiferente diante de Deus. Se fizermos isso diante dos Seus ensinamentos, estaremos renegando tudo o que Ele fez por nós. Somos católicos por inteiro ou de nada adianta fazer somente o que é conveniente para nós.

Quando o mundo começar a aplaudir a Igreja é sinal de que as coisas não estão acontecendo da forma que deveriam, e não estamos mais agradando a Deus. Nosso compromisso não é com os homens, mas sim com nosso Eterno Pai.

Transcrição e adaptação: Gustavo Souza

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Reforma da reforma na Canção Nova, I: É importante que voltemos à piedade Eucarística

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Pregação do Pe. Paulo Ricardo, amigo do Salvem a Liturgia, na Canção Nova, ontem:


Padre Paulo Ricardo
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com
Sabemos que não há Igreja se não houver Eucaristia. Precisamos resgatar a fé da Igreja, a fé na presença Eucarística de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É evidente que eu sempre tive muita devoção pela Eucaristia. A ordem de Jesus era para que celebrássemos a Santa Missa, e a verdadeira devoção Eucarística é celebrar a Santa Missa e comungar [o Corpo de Cristo]. Já a Adoração Eucarística é muito legítima, mas foi uma invenção do segundo milênio. Essa prática [Adoração Eucarística] é algo recente, por isso as pessoas acham que ela não é obrigatória. Tenho de confessar que eu, segundo as normas litúrgicas, fiz uma capela no seminário de Cuiabá sem o sacrário; nós o colocamos numa capelinha menor, pois a norma litúrgica diz que o lugar onde se celebra a Eucaristia não deve haver a presença do sacrário.

Valorizando o passado, eu estava muito tranquilo na minha devoção Eucarística, porque celebrava a Missa e comungava, mas devo confessar que quase nunca eu adorava a Jesus Sacramentado. Mas o que mudou na minha vida para que eu mudasse de opinião? Foi o pontificado do Papa Bento XVI. Quando ele foi eleito Papa, duas coisas aconteceram na minha vida. Primeira: ele tomou atitudes que deram um curto-circuito na minha cabeça: começou a insistir na Adoração Eucarística.

Na vigília com o Papa, ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal, diante de cerca de 20 mil sacerdotes, Bento XVI expôs o Santíssimo; e nós ficamos ali, de joelhos, rezando. Naquele dia, o Pontífice conseguiu fazer com que milhares de padres colocassem seus joelhos no chão e adorassem a Jesus.

Precisamos entender que a Adoração Eucarística é algo urgente.
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

A segunda coisa que mudou em mim com a eleição de Bento XVI é que agora João Paulo II está no céu. Acho que ele conseguiu fazer na minha cabeça o que não conseguiu quando estava vivo. E nós precisamos entender que a Adoração Eucarística é algo urgente. Não é um devocionismo; ela faz parte da própria fé da Igreja.

Papa Bento XVI escreveu a Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis - "O sacramento do amor". Nela, ele cita uma frase do bem-aventurado Agostinho, santo no primeiro milênio: “Ninguém coma aquela carne sem que antes tenha adorado. Se não adorar, estará pecando”; ou seja, se você quer comungar, tem de adorar ao Santíssimo Sacramento.

Por que essa prática [Adoração Eucarística] é tão importante? Porque, no primeiro milênio, a Igreja vivia uma fé inabalável. Os cristãos acreditavam na presença de Jesus na Eucaristia. Durante os mil primeiros anos, não havia heresia, todos acreditavam e iam à celebração da Santa Missa. Nela, adoravam e comungavam o Corpo de Cristo. Acontece, porém, que, no segundo milênio, surgiram inúmeras heresias que, somadas, culminaram na heresia protestante, quando Lutero negou a existência de Jesus Cristo na Eucaristia.

Jesus disse: “Tomai todos e comei, esse é o meu corpo. Tomai todos e bebei, esse é o meu sangue”. Deus está presente por imensidade em todos os lugares; no entanto, a presença de Jesus na Eucaristia tem mais consistência, tem mais ser; ela é mais presença, mais ativa.

É impressionante que, justamente na época em que começaram as heresias da Eucaristia, começaram também a surgir os Milagres Eucarísticos. Nós necessitamos urgentemente da Adoração Eucarística; precisamos voltar a dobrar nossos joelhos diante de Deus, a fazer visitas ao Santíssimo Sacramento.

"A presença de Jesus na Eucaristia tem mais consistência, tem mais ser", afirma sacerdote
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

Quando Nossa Senhora apareceu em Fátima, em 13 de maio 1917, ela abriu seus braços e um raio de luz divina inundou o coração de três crianças: Lúcia, Jacinta e Francisco. Elas receberam a graça divina. Instintivamente, prostraram-se diante de Deus e rezaram: “Ó Santíssima Trindade, eu vos adoro, eu vos amo no Santíssimo Sacramento”. Essa oração é a confirmação daquilo que Deus já vinha fazendo no coração daquelas crianças.

Para preparar o coração delas, o Senhor já havia mandado o Anjo da Paz, que se prostrou, reverenciando a Deus; e as crianças também fizeram o memo. Esse ser celeste as ensinou a rezar: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam”. Nós precisamos repetir essa oração diante do Santíssimo Sacramento.

Em outra aparição, o anjo ensinou aos pequenos: “Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo –, adoro-Vos profundamente e Vos ofereço o preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra em reparação aos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.

Precisamos pedir perdão a Deus pelas blasfêmias, oferecer nossa adoração em reparação ao Santíssimo Coração de Jesus. Durante a adoração é importante compreendermos o quanto ela está fazendo em nós. É importante que voltemos à piedade Eucarística.

Louvo a Deus pelo Papa Bento XVI que mudou a minha vida, minha visão sobre a Adoração Eucarística. Se não voltarmos a tratar a Eucaristia com toda piedade e adoração que ela merece, perderemos nossa fé em Jesus Eucarístico.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Forma extraordinária: Missa de Nossa Senhora do Carmo e imposição do escapulário, na Paróquia Nª Srª Aparecida, em São Gonçalo, RJ

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Abaixo, as fotos da Missa, procissão e rito da imposição do escapulário, na forma extraordinária, celebrados pelo Pe. Anderson Batista da Silva, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, sua paróquia em São Gonçalo, RJ. As celebrações ocorreram no sábado, dia 15 de julho, às 8h.

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Reconhecimento canônico da Fraternidade O Caminho

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É com imensa alegria que comunicamos que no dia 31 de julho de 2011, às 10h em Franca (Interior de SP), a Fraternidade “O Caminho” será reconhecida como Associação Privada de Fiéis. O reconhecimento será dado por Sua Excelência Reverendíssima Dom Pedro Luiz Stringhinni, Bispo da Diocese de Franca, que presidirá a Santa Missa em ação de graças.

Local: Centro de Evangelização Cenáculo

Av. Dom Pedro I, 1040, Jd. Petrâglia, Franca – SP

Informações: www.ocaminho.org.br

Convite-Reconhecimento-Obra

A Fraternidade tem se destacado pela correta doutrina litúrgica e pela zelosa prática na celebração da Santa Missa.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Forma extraordinária, no Oratório paulistano

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Post de abril no blog dos Subsídios Litúrgicos Summorum Pontificum:

Concluindo praticamente a Quaresma publicamos algumas fotos de uma Santa Missa solenemente celebrada neste tempo litúrgico na Paróquia de São Filipe Neri no Parque São Lucas na capital paulista, confiada à Congregação do Oratório de São Filipe Neri, grande centro de aplicação das diretivas do Santo Padre o papa Bento XVI no que diz respeito à Liturgia.















domingo, 17 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

O poder atrativo da beleza litúrgica

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Entra-se na Igreja por duas portas: a porta da inteligência e a porta da beleza. A porta estreita... é a da inteligência; ela está aberta para intelectuais e acadêmicos. A porta mais larga é a da beleza. Henri Charlier disse, na mesma linha, que "é necessário perder a ilusão de que a verdade pode se comunicar frutuosamente sem aquele esplendor que é da mesma natureza que ela e que se chama beleza" (L'Art et la Pensee).

A Igreja, em seu insondável mistério como esposa de Cristo, o Kyrios da Glória, tem necessidade de uma epifania terrena (isto é, uma manifestação) acessível para todos: esta é a majestade de seus templos, o esplendor de sua liturgia e a doçura de seus cantos.

Pegue um grupo de turistas japoneses visitando a Catedral de Notre Dame em Paris. Eles olham para a altura dos vitrais, a harmonia das proporções. Suponha que num dado momento, ministros sagrados paramentados com capas de veludo bordadas entram em procissão para as Vésperas solenes. Os visitantes assistem em silêncio; estão extasiados: a beleza abriu-lhes as portas. Ora, a Summa Theologica de São Tomás de Aquino e Notre Dame em Paris são produtos da mesma era. Eles dizem a mesma coisa. Mas qual dos visitantes leu a Summa de São Tomás? O mesmo fenômeno é encontrado em todos os níveis. Os turistas que visitam a Acrópolis em Atenas são confrontados com uma civilização de beleza. Mas quem dentre eles pode entender Aristóteles?

E assim também é com a beleza da liturgia. Mas do que qualquer outra coisa, é ela que merece ser chamada de o esplendor da verdade. Ela abre tanto para o pequeno como para o grande os tesouros de sua magnificência: a beleza da salmodia, os cantos e textos sagrados, as velas, a harmonia de movimento e a dignidade ao carregar objetos. Com arte soberana a liturgia exerce uma verdadeira influência sedutora sobre as almas, tocando-as diretamente, antes mesmo de o espírito perceber a sua influência.

Dom Gerard Calvet, OSB - Four Benefits of the Liturgy

Fonte: New Liturgical Movement

Tradução do inglês por Luís Augusto - membro da ARS

terça-feira, 12 de julho de 2011

Corpus Christi no Ordinariato para ex-anglicanos no Reino Unido

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Os grupos de Reading e Oxford do Ordinariato Pessoal Nossa Senhora de Walsingham, que reúne os convertidos ingleses à Igreja Católica vindos do anglicanismo, celebrou seu primeiro Corpus Christi em São Birinus, Dorchester. Foi também a primeira Missa do Pe. David Elliott, ele mesmo um ex-pastor anglicano.

Notem a arquitetura bem inglesa, que é algo a ser preservado do chamado “patrimônio anglicano”. A igreja é como as mais tradicionais capelas anglicanas, com porta real e tudo, a qual foi fechada durante a Consagração. O altar com antepêndio também é algo muito presente naquele ethos.

A Missa foi versus Deum, ainda que no rito moderno.

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Embora celebrada no rito romano, nota-se o “espírito anglicano”, o que certamente contribuirá para que eles se sintam em casa, com suas tradições espirituais e litúrgicas, seu jeito familiar de constituir as paróquias como comunidades bem vivas e com gente que cultiva poderosos laços entre si em torno do templo, e também contribuirá para que nós, de rito latino “normal” recuperemos nossa própria tradição litúrgica, tão vilipendiada nos últimos 40 anos…

A conversão em massa dos anglicanos e a constituição dos Ordinariatos Pessoais é parte, sem dúvida, do projeto de “reforma da reforma litúrgica”, empreendido pelo Papa Bento XVI.

domingo, 10 de julho de 2011

São Francisco de Assis: modelo de amor eucaristico para os sacerdotes e os fiéis

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Do site da Congregação para o Clero, da Santa Sé:

São Francisco de Assis: modelo de amor eucaristico para os sacerdotes e os fiéis

Pe. Stefano Maria Manelli, FI

São Francisco de Assis, «ardia com o fervor do mais profundo de todo o seu ser para com o sacramento do Corpo do Senhor, pois ficava absolutamente estupefato diante de tão amável condescendência e de tão digna caridade. Achava que era um desprezo muito grande não assistir pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse. Comungava com freqüência e com tamanha devoção que tornava devotos também os outros. (...)

Certa ocasião quis mandar os frades pelo mundo com preciosas âmbulas para guardarem o preço de nossa redenção no melhor lugar, onde quer que o encontrassem guardado de maneira menos digna.

Queria que se tivesse a maior reverência para com as mãos sacerdotais, pelo poder divino que lhes foi conferido para a confecção do santo sacramento. Dizia freqüentemente: “Se e acontecesse de encontrar ao mesmo tempo um santo descido do céu e um sacerdote pobrezinho, saudaria primeiro o presbítero, e me apressaria a beijar as suas mãos. Até diria: ‘Espera, São Lourenço, porque as mãos deste homem tocam a Palavra da vida e têm algo de sobre-humano’”»[1].

Nesta excepcional página do Bem-aventurado Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco de Assis, é resumida toda a sua vida Eucaristica, rica de amor e de fé, de devoção e fervor. Não falta mesmo nada para que seja uma vida Eucarística exemplar, plena e perfeita para todos: tanto para os próprios sacerdotes como para os simples fiéis.

A Santa Missa, a Santa Comunhão, a adoração Eucarística, o decoro do altar e das Igrejas, a veneração pelos Sacerdotes, ministros da Eucaristia: em tudo isto São Francisco é de tal modo Mestre e modelo que se pode considerá-lo verdadeiramente não apenas como um Santo Eucarístico, mas como um serafim enamorado da Eucaristia.

Entre todos os seus filhos, veremos figuras admiráveis de serafins da Eucaristia, como Santo Antônio de Lisboa (de Pádua) e São Boaventura, que escreveram páginas de doutrina sublime e de comovente amor à Eucaristia; como São Pasqual Baylon, declarado patrono dos Congressos Eucarísticos; como São José de Copertino, que levitava num vôo estático na direção dos Ostensórios e Sacrários; como o Bem-aventurado Mateus de Gingenti e o Bem-aventurado Boaventura de Pontenza, que, depois de mortos, com seus próprios corpos cadavéricos, adoraram a Eucaristia; como São Pio de Pietrelcina, que por muitas oras, de dia e de noite, velava em oração diante do Altar Eucarístico.

Para São Francisco, a Santa Missa era um mistério de graça tão sublime que, na carta ao Capitulo geral e a todos os frades, escreveu esta esclamação de fogo: «pasme o homem inteiro, estremeça todo o mundo e exulte o céu quando, sobre o altar, na mão do sacerdote, está Cristo, Filho do Deus vivo».[2]

A coisa que impressiona São Francisco é o amor de Jesus, impelido a uma humildade inconcebível: «Ó admirável alteza e estupenda condescendência! Ó humildade sublime! Ó sublimidade humilde, pois o Senhor do Universo, Deus e Filho de Deus, de tal maneira se humilha que, por nossa salvação, se esconde sob uma pequena forma de pão!»[3]

Por isto, considerava grande falta de amor da nossa parte a ausência à Missa diária. Por isto ele assistia pelo menos uma Santa Missa por dia mas, quando estava doente, dentro de suas possibilidades, pedia que lhe celebrassem a Santa Missa em sua cela, ou pelo menos pedia para que lhe lessem o Evangelho da Missa do dia: «quando não podia ir à Missa, sempre queria ouvir o Evangelho daquele dia»[4]

Esta é uma lição para todos nós, que freqüentemente somos tão preguiçosos e criamos tantas dificuldades para participar da Missa dominical! Nem falemos da Missa diária, tão abandonada que, em muitas Igrejas, o Sacerdote deve celebrar a Santa Missa para os bancos ou para quatro velhinhas devotas.

Sobre a Santa Comunhão, São Francisco nos ensina como recebê-la como serafins ardentes de amor: «Comungava com freqüência e com tamanha devoção que tornava devotos também os outros»[5]. Eis a verdadeira devoção: aquela que edifica, que constrói, que impulsiona também aos outros à perfeição. São Boaventura, de fato, diz que era tão grande a devoção de São Francisco ao receber a Comunhão que «tornava os outros devotos». Basta pensar que logo após a Comunhão, ao «saborear o Cordeiro imaculado suavemente, como se estivesse ébrio no espírito, na mente era quase sempre arrebatado em êxtase»[6]. E Celano nos revela o íntimo de São Francisco, escrevendo que «ao receber o Cordeiro imolado, imolava o seu espírito com aquele fogo que sempre ardia no altar de seu coração»[7]. Este é o amor que se funde, a imolação de amor que não admite divisão: “quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo VI,56).

São Francisco se preparava para a Santa Comunhão com um cuidado atentíssimo: não apenas a sua vida santa, diariamente rica de heroísmo, mas também a Confissão sacramental devia preparar cada dia a sua alma para receber Jesus Eucarístico com a máxima candura da graça. Naquele tempo, não se podia comungar mais de três vezes por semana: então, São Francisco confessava-se três vezes por semana. Quando se ama, quer-se agradar a pessoa amada, dando-lhe tudo que possa fazê-la feliz. A alma purificada pelo Sacramento da Confissão se torna uma casa cheia de candor e de perfume para Jesus, Hóstia Imaculada. São Francisco não só sabia e fazia isto, mas recomendava-o a todos com fervor verdadeiramente seráfico. Na carta a todos os fiéis, São Francisco escrevia assim: Jesus «quer que todos nos salvemos por ele e o recebamos com coração puro e com nosso corpo casto, mas são poucos os que querem recebê-lo»[8].

Quando se ama, além disso, olha-se com olhos de amor não apenas a pessoa amada, mas também a tudo aquilo que diz respeito a ela. Neste sentido, São Francisco cultivou a atenção altíssima de amor seja à adoração Eucarística, seja à veneração por tudo que se refere à Eucaristia, como as Igrejas e os Sacerdotes.

A paixão de amor pela adoração Eucaristia foi tão ardente em São Francisco que não eram poucas as noites inteiras passadas por ele aos pés do Sacrário. E se, às vezes, o sono lhe assaltava, cochilava um pouco sobre os degraus do altar e depois recomeçava, incansável e fervorosamente. Quem o sustentava? A fé e o amor àquele “tão Sublime Sacramento”.

A sua fé e o seu amor à Eucaristia irradiam-se por sua vida e pelos seus escritos com um fulgor luminosíssimo. Escreveu uma vez aos frades: «rogo a todos vós, irmãos, com o beijo dos pés e com a caridade que posso, que manifesteis toda reverência e toda honra, tanto quanto puderdes, ao santíssimo corpo e sangue do Senhor nosso Jesus Cristo»[9].

Para São Francisco, a fé na Eucaristia forma um todo com a fé na Santíssima Trindade e no Verbo Encarnado. E assim queria que fosse para todos. Por isto, escrevia com vigor e calor: «o Filho, no que é igual ao Pai, é visto por al­guém diferentemente do Pai, diferen­temente do Espírito Santo. Por isso todos os que viram o Senhor Je­sus segundo a humanidade e não viram e creram segundo o espírito e a divindade que ele era o verdadeiro Filho de Deus, foram condenados; assim também agora todos os que vêm o sacramento que se consagra pelas palavras do Senhor sobre o altar por mão do sacerdote na forma de pão e vinho, e não vêem e crêem segundo o espírito e a di­vindade, que é verdadeira­mente o Santíssimo Corpo e Sangue de Nos­so Senhor Jesus Cristo, foram condenados». E, pouco depois, continua sua amonição com uma comparação muito apropriada: «como se mostrou aos santos após­tolos em Carne verdadeira, assim também a nós agora no Pão Sagrado. E como eles com a visão de sua Carne só viam a Carne dele, mas criam que era Deus contemplan­do com olhos espirituais; assim também nós, vendo o Pão e o Vinho com os olhos corporais, vejamos e creiamos firmemente que é seu santíssimo Corpo e Sangue vivo e verda­deiro»[10].

Esta fé e este amor chegarão ao ponto de fazê-lo exclamar muitas vezes que «nada vejo corporalmente neste século do mesmo Filho de Deus, senão o santíssimo Corpo e o seu santíssimo Sangue (...). E esses santíssimos mistérios sobre todas as coisas quero que sejam honrados, venerados e colocados em lugares preciosos»[11].

O amor à Casa do Senhor é inseparável do amor à Eucaristia. Não se pode amar a Jesus e não cuidar de sua Casa. São Francisco nos deixou uma lição estupenda de amor e correção também neste ponto. Pessoalmente, ele já se preocupava da limpeza da Igreja, dos cálices e dos cibórios, das toalhas e das hóstias, dos vasos de flor e das lâmpadas.

Exortava os ministros do Altar a serem fervorosos e fiéis ao circundar o Santíssimo Sacramento com todo decoro e reverência. Em uma carta aos Custódios, parece escrever de joelhos: «eu vos rogo, mais do que por mim mesmo, que, quando for conveniente e virem que é oportuno, supliqueis humildemente aos clérigos, que devam venerar sobre todas as coisas o santíssimo corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo (...). Devem ter preciosos os cálices, corporais, ornamentos do altar e tudo que pertence ao sacrifício. E se em algum lugar estiver colocado pauperrimamente o santíssimo Corpo do Senhor, que por eles seja posto em lugar precioso e fechado à chave, de acordo com o mandato da Igreja, e seja levado com grande veneração e administrado aos outros com discrição. (...) Quando é sacrificado pelo sacerdote sobre o altar e é levado a alguma parte, todas as pessoas, de joelhos, retribuam louvores, glória e honra ao Senhor Deus vivo e verdadeiro»[12].

Estas coisas São Francisco escrevia e vivia. Quando chegava em um lugar, depois de ter pregado ao povo, sempre reunia o clero à parte e falava destes problemas com fervor apaixonado, recorrendo até às ameaças das penas eternas: «Será que não somos movidos pela piedade de todas essas coisas se o próprio piedoso Senhor se apresenta em nossas mãos e o tratamos e recebemos todos os dias em nossa boca? Ou ignoramos que devemos cair em suas mãos? Portanto, emendemo-nos depressa e firmemente disso tudo e de outras coisas; e onde quer que esteja o santíssimo corpo de nosso Senhor Jesus Cristo ilicitamente colocado e abandonado, seja removido desse lugar e colocado e confiado a um lugar precioso»[13].

Mais concretamente ainda, São Francisco mesmo, indo a pregar pelas cidades e vilarejos, «carregava uma vassoura para varrer as Igrejas», como refere a Legenda perusina, «porque o bem-aventurado Francisco ficava muito sentido quando entrava numa igreja e via que não estava limpa», e isto o levava a recomendar aos sacerdotes «para que tivessem um cuidado solícito por conservar limpas as igrejas, os altares e tudo que serve para celebrar os divinos mistérios»[14].

Além disso, «uma vez, quis enviar alguns frades por todas as pro­víncias – diz o Espelho de perfeição –, para levarem muitas píxides, bonitas e limpas, e onde encontrassem o Corpo do Senhor indignamente guardado, o colocassem naqueles píxides de maneira honrosa. Quis também enviar alguns outros frades por todas as províncias com bons e belos ferros para fazer hóstias boas e limpas»[15].

Se a isto acrescentamos que São Francisco pedia a Santa Clara que fizesse corporais para que fossem doados a Igrejas pobres e que ele mesmo, às vezes, preparava os vasos de flores para o altar, podemos ter uma idéia mais completa do fervor Eucarístico de São Francisco.

* * *

O que dizer, em particular, da veneração de São Francisco pelos Sacerdotes do Altar? Basta que nos reportemos ao seu Testamento: «O Senhor me deu e dá tanta fé nos sacerdotes, que vivem segundo a forma da santa Igreja Romana, por causa de sua ordem, que, se me fizerem perseguição, quero recorrer a eles mesmos. E não quero considerar pecado neles, porque enxergo neles o Filho de Deus»[16].

Esta é a visão sobrenatural de São Francisco sobre os consagrados “in Persona Christi”, ou seja, os sacerdotes: «enxergo neles o Filho de Deus». Por isto ele queria que «fossem honrados de maneira particular os sacerdotes que tratam os venerandos e máximos sacramentos, a tal ponto que, onde os encontrassem, inclinando a cabeça, lhes beijassem as mãos (...) e em qualquer lugar que encontrassem um sacerdote, rico ou pobre, bom ou mau, inclinando-se humildemente faziam-lhe uma reverência»[17].

Aos próprios Sacerdotes ele diz com amor: «Vede vossa dignidade, irmãos sacerdotes, e sede santos, porque Ele é santo. E assim como o Senhor Deus os honrou acima de todos por causa desse ministério, assim também vós amai-o, reverenciai-o e honrai-o sobre todos»[18]. É realmente inefável a dignidade daquele que “re-presenta Cristo” e é chamado a ser, onde quer que seja, “presença de Cristo”, e a pensar, falar e agir em tudo “como Cristo”.

Por isto, São Francisco se preocupava de que os Sacerdotes possam sempre «celebrar a missa, puros com pureza façam com reverência o verdadeiro sacrifício do santíssimo corpo e sangue do Senhor nosso Jesus Cristo, com intenção santa e limpa»[19]. Tenham sempre a máxima devoção e o máximo candor de alma, com a perfeita obediência a todas as normas da Igreja e com toda a delicadeza ao tê-lo entre as mãos e ao distribuí-lo aos outros, fazendo assim admirarem-se os anjos que lhe assistem.

São Francisco não se cansa de recomendar aos sacerdotes sobretudo a humildade, fazendo referência ao exemplo do próprio Cristo, o qual «se humilha diariamente, como quando veio do trono real ao útero da Virgem; vem diariamente a nós ele mesmo aparecendo humilde; des­ce todos os dias do seio do Pai sobre o altar nas mãos do sacerdote»[20].

E as mãos do sacerdote deveriam ser puras como as mãos de Nossa Senhora, recomenda o Pai Seráfico, exprimindo-se com estas palavras sublimes: «ouvi, irmãos meus: Se a bem-aventurada Virgem é assim honrada, como é digno, porque o carregou em seu santíssimo útero; (...) como deve ser santo, justo e digno quem toca com as mãos, toma com o coração e com a boca e dá aos outros para tomar, aquele que já não há de morrer, mais vai viver para sempr e é glorificado, em quem os anjos querem olhar».[21]

Por isto, considerando tais e tão sublimes deveres do sacerdote, São Francisco não pode deixar de fazer uma dolorosa e amarga constatação relativa a cada sacerdote: «grande miséria e miserável debilidade, quando o tendes tão presente e vós buscais alguma outra coisa em todo o mundo»[22]. Se cada sacerdote pudesse refletir sobre estes branos do Pai Seráfico!...

Podemos encontrar a conclusão de todo o discurso sobre a piedade e sobre a vida Eucaristica segundo São Francisco de Assis nesta sua pequena exortação, que vale certamente para todos nós: «não retenhais nada de vós para vós mesmos, para que vos receba inteiros aquele que a vós se dá inteiro»[23]. Ser um do outro, ser um no outro: não seria este talvez o conteúdo das divinas palavras de amor do Summo e Eterno Sacerdote: «Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele» (Jo VI,56)?...

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[1]Celano, Tomás de. Segunda vida de São Francisco, cap. 152 in Fontes Franciscanas (FF), Ed. Mensageiro de Santo Antônio, Santo André 2005. O original latino diz: «Flagrabat erga sacramentum Dominici Corporis fervore omnium medullarum, stupori permaximo habens caram illam dignationem et dignantissimam caritatem. Missam vel unicam non audire quotidie, si vacaret, non parvum reputabat contemptum. Sæpe communicabat, et tam devote, ut alios devotos efficeret. (...) Diligebat propterea Franciam ut amicam Corporis Domini, atque in ea mori propter sacrorum reverentiam cupiebat. Voluit quandoque mittere fratres per mundum (cfr. Ioa 3,16) cum pretiosis pixidibus, ut ubicumque indecenter locatum pretium redemptionis adverterent, optimo reconderent loco. Sacerdotalibus manibus, quibus de ipso conficiendo tam divina collata auctoritas est, magnam volebat reverentiam exhiberi. Frequenter dicebat: “Si sancto cuiquam de cælo venienti (cfr. Ioa 3,31) et pauperculo alicui sacerdoti simul me contingeret obviare, praevenirem honore (cfr. Rom 12,10) presbyterum, et ad manus eius deosculandas citius me conferrem. Dicerem enim: “Oi! Exspecta, sante Laurenti! quia manus huius Verbum vitæ contrectant (cfr. 1Ioa 1,1), et ultra humanum aliquid possident!”». (NT)

[2] Francisco de Assis, S. Carta a toda a Ordem, n. 26 in FF. O original latino diz: «Totus homo paveat, totus mundus contremiscat, et cælum exsultet, quando super altare in manu sacerdotis est Christus, Filius Dei vivi». (NT).

[3] Ibidem. O texto latino diz: «O admiranda altitudo et stupenda dignatio! O humilitas sublimis! O sublimitas humilis, quod Dominus universitatis, Deus et Dei Filius, sic se humiliat, ut pro nostra salute sub modica panis formula se abscondat!». (NT).

[4] Legenda Perusina, 50,2 in FF. O original latino diz: «cum non posset audire missam, volebat audire Evangelium illius diei». (NT).

[5] Celano, T. Ibidem. O original latino diz: «Sæpe communicabat, et tam devote, ut alios devotos efficeret». (NT).

[6] Boaventura, S. Legenda maior de São Francisco, 9,2,5 in FF, ibidem. O original latino diz: «Saepe communicabat et tam devote, ut alios devotos efficeret, dum ad immaculati Agni (cfr. 1Pet 1,19) degustationem suavem, quasi spiritu ebrius, in mentis ut plurimum rapiebatur excessum». (NT).

[7] Celano, T. Ibidem, 152,3. O original latino diz: «Reverendum enim illud omni reverentia prosequens, membrorum omnium sacrificium offerebat, et agnum immolatum (cfr. 1Pet 1,19) recipiens, illo igne qui in altari cordis semper ardebat (cfr. Lev 6,12; Sir 23,22), spiritum immolabat ». (NT).

[8] Francisco de Assis, S. Carta II aos fiéis, nn. 14-15 in FF. O original latino diz: «Et vult ut omnes salvemur per eum et recipiamus ipsum puro corde et casto corpore nostro. Sed pauci sunt, qui velint eum recipere ». (NT).

[9] Francisco de Assis, S. Carta à toda a Ordem, n. 12 in FF. O original latino diz: «Deprecor itaque omnes vos fratres cum osculo pedum et ea caritate, qua possum, ut omnem reverentiam et omnem honorem, quantumcumque poteritis, exhibeatis sanctissimo corpori et sanguini Domini nostri Jesu Christi». (NT).

[10] Francisco de Assis, S. Admoestações, nn. 7-9.19-21 in FF. O original latino diz: «filius in eo, quod æqualis est Patri, videtur ab aliquo aliter quam Pater, aliter quam Spiritus Sanctus. Unde omnes qui viderunt Dominum Jesum secundum humanitatem et non viderunt et crediderunt secundum spiritum et divinitatem, ipsum esse verum Filium Dei, damnati sunt; ita et modo omnes qui vident sacramentum, quod sanctificatur per verba Domini super altare per manum sacerdotis in forma panis et vini, et non vident et credunt secundum spiritum et divinitatem, quod sit veraciter sanctissimum corpus et sanguis Domini nostri Jesu Christi damnati sunt (...). Et sicut sanctis apostolis in vera carne, ita et modo se nobis ostendit in sacro pane. Et sicut ipsi intuitu carnis suæ tantum eius carnem videbant, sed ipsum Deum esse credebant oculis spiritualibus contemplantes; sic et nos videntes panem et vinum oculis corporeis videamus et credamus firmiter, eius sanctissimum corpus et sanguinem vivum esse et verum». (NT).

[11] Francisco de Assis, S. Testamento, nn. 10-11 in FF. O original latino diz: «Et propter hoc facio, quia nihil video corporaliter in hoc sæculo de ipso altissimo Filio Dei, nisi sanctissimum corpus et sanctissimum sanguinem suum, quod ipsi recipiunt et ipsi soli aliis ministrant. Et hæc sanctissima mysteria super omnia volo honorari, venerari et in locis pretiosis collocari». (NT).

[12] Francisco de Assis, S. Carta I aos Custódios, nn. 2-7 in FF. O original latino diz: «Rogo vos plus quam de me ipso, quatenus, cum decet et videritis expedire, clericis humiliter supplicetis, quod sanctissimum corpus et sanguinem Domini nostri Jesu Christi (...). Calices, corporalia, ornamenta altaris et omnia, quæ pertinent ad sacrificium, pretiosa habere debeant. Et si in aliquo loco sanctissimum corpus Domini fuerit pauperrime collocatum, iuxta mandatum Ecclesiæ in loco pretioso ab eis ponatur et consignetur et cum magna veneratione portetur et cum discretione aliis ministretur. (...) Quando a sacerdote sacrificatur super altare et in aliqua parte portatur, omnes gentes flexis genibus reddant laudes, gloriam et honorem Domino Deo vivo et vero». (NT).

[13] Francisco de Assis, S. Carta aos Clérigos, nn. 8-11 in FF. O original latino diz: «Non movemur de his omnibus pietate, cum ipse pius Dominus in manibus nostris se præbeat et eum tractemus et sumamus quotidie per os nostrum? An ignoramus, quia debemus venire in manus eius? Igitur de his omnibus et aliis cito et firmiter emendemus; et ubicumque fuerit sanctissimum corpus Domini nostri Jesu Christi illicite collocatum et relictum, removeatur de loco illo et in loco pretioso ponatur et consignetur». (NT).

[14] Legenda Perusina, 18,5 in FF. O original latino diz: «Et portabat scopam ad scopandas ecclesias. Nam multum dolebat beatus Franciscus, cum intraret aliquam ecclesiam et videret ipsam non mundatam, et propterea semper, postquam predicaverat populo, finita predicatione, faciebat congregari omnes sacerdotes, qui aderant ibi, in aliquo remoto loco, ut a secularibus non audiretur, et predicabat eis de salute animarum, et maxime ut curam et sollicitudinem haberent conservandi mundas ecclesias, et altaria et omnia, que pertinent ad celebranda divina mysteria». (NT).

[15] Espelho de Perfeição, 65,1-12 in FF. O original latino diz: «quodam tempore, voluit mittere fratres aliquos per universas provincias qui portarent multas pyxides pulchras et mundas, et ubicumque invenirent Corpus Domini inhoneste repositum, ipsum in illis pyxidibus honorifice collocarent. Quosdam etiam alios fratres voluit mittere per universas provincias cum bonis et pulchris ferramentis ad faciendum hostias bonas et mundas». (NT).

[16] Francisco de Assis, S. Testamento, nn. 6.9 in FF. O original latino diz: «Dominus dedit mihi et dat tantam fidem in sacerdotibus, qui vivunt secundum formam sanctæ ecclesiæ Romanæ propter ordinem ipsorum, quod si facerent mihi persecutionem, volo recurrere ad ipsos. Et nolo in ipsis considerare peccatum, quia Filium Dei discerno in ipsis». (NT).

[17] Legenda dos três companheiros, 57, 9; 59,11 in FF. O original latino diz: «Sacerdotes quoque qui tractant veneranda et maxima sacramenta voluit singulariter a fratribus honorari, intantum ut ubicumque illos invenirent caput coram eis flectentes oscularentur manus eorum (...) Ubicumque autem inveniebant sacerdotem, divitem vel pauperem, bonum vel malum, inclinantes se humiliter ei reverentiam faciebant». (NT).

[18] Francisco de Assis, S. Carta a toda a Ordem, nn. 23-24, in FF. O original latino diz: «Videte dignitatem vestram, fratres (cfr. 1Cor 1,26) sacerdotes, et estote sancti, quia ipse sanctus est (cf Lev 19,2). Et sicut super omnes propter hoc ministerium honoravit vos Dominus Deus, ita et vos super omnes ipsum diligite, reveremini et honorate». (NT).

[19] Ibidem, n. 14 in FF. O original latino diz: «celebrare voluerint, puri pure faciant cum reverentia verum sacrificium sanctissimi corporis et sanguinis Domini nostri Jesu Christi sancta intentione et munda». Existem variações na tradução de «puri pure», como «puros e cheios de pureza». (NT).

[20] Francisco de Assis, S. Admoestações, 1,16-18 in FF. O original latino diz: «quotidie humiliat se, sicut quando a regalibus sedibus venit in uterum Virginis; quotidie venit ad nos ipse humilis apparens; quotidie descendit de sinu Patris super altare in manibus sacerdotis». (NT).

[21] Francisco de Assis, S. Carta a toda a Ordem, nn. 21-22 in FF. O original latino diz: « Audite, fratres mei: Si beata Virgo sic honoratur, ut dignum est, quia ipsum portavit in sanctissimo utero; (...) quantum debet esse sanctus, iustus et dignus, qui non iam moriturum, sed in æternum victurum et glorificatum, in quo desiderant angeli prospicere, contractat manibus, corde et ore sumit et aliis ad sumendum praebet!». (NT).

[22] Ibidem, n. 25 in FF. O original latino diz: «Magna miseria et miseranda infirmitas, quando ipsum sic praesentem habetis et vos aliquid aliud in toto mundo curatis» (NT).

[23] Ibidem, n. 29 in FF. O original latino diz: «Nihil ergo de vobis retineatis vobis, ut totos vos recipiat, qui se vobis exhibet totum» (NT).

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