domingo, 28 de março de 2010
Domingo de Ramos com o Papa
Domingo de Ramos - "os filhos dos hebreus"
Hoje trago ao leitor uma composição do padre Victoria destinada à Liturgia do Domingo de Ramos. Trata-se de uma antífona para a procissão dos ramos, chamada Pueri Hebræorum (“os filhos dos hebreus”). Como já vimos anteriormente, este nome vem das primeiras palavras do texto. Em português:
Os filhos dos hebreus estendiam suas vestimentas no caminho e clamavam dizendo: “Hosana ao filho de David, bendito o que vem em nome do Senhor”.
Em latim:
Pueri Hebræorum vestimenta prosternebant in via, et clamabant dicentes: “Hosanna filio David: benedictus qui venit in nomine Domini”.
Victoria, naturalmente, utiliza o texto latino. Esta antífona é prescrita pela Liturgia tanto no Novus Ordo como no Rito Tridentino.
A música do padre Tomás Luís de Victoria é polifônica. Isto significa que o coro é dividido em grupos, conforme o tipo de voz dos cantores, e cada grupo canta uma linha melódica diferente.
O canto gregoriano é monódico: o coro não se divide e todos os integrantes cantam a mesma linha melódica. Por esta razão, é escrito numa única pauta de quatro linhas.
Já a música polifônica é escrita em tantas pautas quantos forem os grupos de vozes (a que chamamos “naipes”), e cada pauta tem cinco linhas – notação moderna. Esta composição de Victoria que abordamos hoje utiliza um coro dividido em quatro “naipes”. Dizemos “quatro vozes”, mas não são quatro cantores (embora isso seja possível): cada “voz” (ou “naipe”) é cantada por diversos cantores.
Aqui os naipes são identificados como Cantus, Altus, Tenor e Bassus. As designações modernas seriam Soprano, Contralto, Tenor e Baixo. As duas primeiras vozes são femininas, e as outras duas, masculinas. Entretanto, na época de Victoria, as vozes agudas eram cantadas por meninos. Mesmo hoje existem coros que fazem assim. Porém, já é comum que as vozes mais agudas sejam cantadas por mulheres também.
Na música polifônica são utilizadas inúmeras repetições imediatas de palavras e grupos de palavras do texto – diferentemente do gregoriano. Por exemplo: se lermos a parte da voz mais aguda, o texto aparece, no início:
Pueri Hebræorum, pueri Hebræorum, Hebræorum, Hebræorum, vestimenta...
Entretanto, esta simples transcrição das repetições nos pode transmitir uma sensação de repetição inútil e despropositada. Não é o que ocorre na música; muito pelo contrário: estas repetições são necessárias pela própria estrutura da composição. São uma forma de adornar e embelezar o texto, própria da música polifônica, assim como gregoriano tem a sua, os melismas (que já vimos em outro texto: sílabas de longa duração, à qual são cantadas numerosas notas). [Execução: Coro da Igreja de São Clemente, Filadélfia]
Abaixo, em canto gregoriano, as duas antífonas Pueri Hebræorum oferecidas pelo Graduale Romanum. [Execução: Gadium Nostrum]
Finalmente, o gregoriano Pueri Hebræorum com os Meninos Cantores do Núcleo Los Teques, da Venezuela.
sexta-feira, 26 de março de 2010
É possível, sim, uma liturgia sóbria e bela!
quinta-feira, 25 de março de 2010
As igrejas estacionais e a Quaresma - do site da Pontifícia Academia para o Culto dos Mártires, da Santa Sé
ESTAÇÕES QUARESMAIS
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terça-feira, 23 de março de 2010
Trechos do Ofício de Trevas de Sexta-feira, na forma extraordinária
O Magistério da Igreja sobre a sagrada liturgia
Pio X se distinguiu pelo seu interesse litúrgico já antes de chegar ao supremo pontificado. Três meses após ascender ao trono de Pedro, o Pontífice publica o motu proprio Tra le sollecitudini (22.10.1903), sobre a música e o canto na Igreja, destinado a renovar a música religiosa e restaurar o gregoriano. Este documento foi um ponto de partida na questão da participação litúrgica. Nele, assim se expressa o Papa: "Sendo nosso vivíssimo desejo que o verdadeiro espírito cristão refloresça totalmente e se mantenha em todos os fiéis, é necessário prover, antes de tudo, a santidade e a dignidade do templo, onde precisamente os fiéis se reúnem para beber este espíritode sua primeira e indispensável fonto, que é a participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja". Dois anos depois, promulgou o decreto Sacra tridentina synodus (1905), para a fomenar a comunhão frequente e, cinco anos mais tarde, o decreto Quam singulari (1910), para promover a admissão das crianças à comunhão em tenra idade. Em novembro de 1911, publicava a Constituição apostólica Divino Afflato , onde tratou da reforma do breviário e a revalorização da liturgia dominical.
Três linhas claras aparecem no magistério litúrgico de São Pio X:
1- a renovação da música sacra, porque 'nao devemos cantar na Missa, mas cantar a Missa',
2- a aproximação entre os batizados e a comunhão eucarística que rompeu um distanciamento de séculos entre os fiéis e o comungatório - é sabido que historicamente vivemos tempos de rarefação da recepção da Comunhão.
3- aplainou o caminho para a participação sacramental na SSma Eucaristia, mesmo que a catequese oferecida ainda devesse ser aperfeiçoada, a reforma do ano litúrgico e do breviário.
A partir de Pio X, participação ativa será o objeto de inúmera produção de textos, alguns justos; muitos, porém, exagerados. Ademais, o movimento litúrgico também reivindicará uma 'maior' participação dos fiéis nos sacrossantos mistérios, evidentemente que, com algumas argumentações legítimas; outras, infelizmente bastante exageradas, o que motivou Pio XII fazer algumas críticas, basta ler a alocução de Pio XII - carregada de reservas - no Congresso Litúrgico- Pastoral de Assis, em 1956.
No amplo magistério de Pio XII, dois documentos se destacaram: a Encíclica Mediator Dei, considerada a carta magna do movimento litúrgico e o discurso aos participantes do Congresso Internacional de Pastoral Litúrgcia celebrado em Assis (1956).
Alguns dados da renovação litúrgica efetuada por Pio XII: Instrução sobre a formação do clero no of´cioos divino (1945), a extensão ao sacerdote, em alguns casos, da faculdade de confirmar (1946), a multiplicação dos rituais bilíngues, sobretudo a partir de 1947, a determinação da matéria e a forma da ordem do diaconato, do presbiterato e do episcopado (1948), a reforma da vígilia pascal (1951) e do jejum eucarístico (1953 e 1957); nas mesmas datas, a introdução das missas vespertinas, a reforma da Semana Santa (1955), lecionários bilíngues a partir de 1958. A obra do Papa Eugenio Pacelli é coroada, em 1958, com a Instrução sobre a música sagrada e a liturgia, nos termos das encíclicas Musicae sacrae disciplinae e Mediator Dei.
Destaco, a seguir os principais conteúdos da Mediator Dei:
a) A teologia da liturgia como culto público integral do Corpo Místico de Cristo, da Cabeça e dos membros, e como presença privilegiada da mediação sacerdotal de Cristo-Cabeça;
b) A espiritualidade da liturgia, a dimensaõ interior e profunda do culto da Igreja: "Estão inteiramente equivocados aqueles que consideram a liturgia como mero lado exterior e sensível do culto divino ou como cerimonial decorativo; e não estão menos aqueles que pensam ser a liturgia o conjunto de leis e preceitos com os quais a hierarquia esclesiástica configura e ordena os ritos".
c) O equilíbrio teológico, não oportunista entre panliturgismo e subestimação do culto; piedade objetiva e subjetiva, comunitarismo e individualismo; celebração e culto da Eucaristia, progressismo e tradição.
Entrevista com os Missionários Franciscanos do Verbo Eterno

Onde os frades MFVA têm sua formação seminarística?

VERÃO: 7 de agosto de 2010 (Votiva ao Imaculado Coração de Maria) – Missa Solene.
OUTONO: 2 de outubro de 2010 (Santos Anjos da Guarda) – Missa Cantada.
INVERNO: 8 de janeiro de 2011 (Votiva ao Imaculado Coração de Maria) – Missa Cantada.