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terça-feira, 20 de julho de 2010

Os modos de celebrar a Liturgia das Horas

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A Liturgia das Horas, ou Ofício Divino, tanto na forma ordinária quanto na forma extraordinária do rito romano, consta de livros chamados comumente "breviários". Na forma extraordinária, esse nome era emprestado ao título oficial de tais livros litúrgicos: Breviarium Romanum. Na forma ordinária, o título foi reformado: Liturgia Horarum iuxta Ritum Romanum. De qualquer modo, à celebração chamamos Liturgia das Horas ou Ofício Divino, e ao livro geralmente denominamos breviário.


Na forma ordinária são quatro volumes, quer em latim, quer em vernáculo, embora existam edições compactas sem o Ofício de Leituras e algumas horas menores (hoje, horas médias). Na forma extraordinária, já houve tempo em que se dividiam os ofícios em quatro volumes, mas a edição clássica em latim de 1961, aprovada para uso das comunidades que optaram pelo rito antigo conforme o Motu Proprio Summorum Pontificum, é dividida em apenas dois volumes.

Conforme a tradição litúrgica, as rubricas quer da Liturgia Horarum iuxta Ritum Romanum moderna, quer do Breviarium Romanum tradicional, e as disposições do Cerimonial dos Bispos, o Ofício Divino pode ser celebrado nas seguintes modalidades:


1) As Vésperas


Hora canônica mais importante, principalmente se a contrastarmos com a tradicional celebração da Missa pela manhã, as Vésperas são a oração da tarde. Como hoje se pode celebrar Missa pela tarde e mesmo pela noite, não há mais tanto esse significado de ofício vespertino por excelência, dado que a Missa ocupa esse lugar. Ainda assim, a Igreja insiste no valor das Vésperas, a ponto de a colocar como modelo para as demais horas do breviário.


As Vésperas, em linhas gerais, podem ser celebradas:


a) pela recitação individual


É o modo mais comum. Ainda que sozinho no seu quarto, ao ar livre, em uma igreja etc, o recitante, clérigo ou leigo, religioso ou não, estará prestando culto público, i.e., oficial. A recitação, celebração, é individual, mas nunca estritamente privada. Para rezar as Vésperas individualmente, basta seguir as rubricas do breviário: pode-se estar sentado ou de pé em todo o tempo, ainda que se possa adotar as posições distintas da celebração comunitária (como veremos adiante), e sem vestimentas especiais (embora ao clérigo seja recomendável que esteja de veste talar).


É preciso, mesmo na recitação individual, ainda que sempre sentado, que se façam os sinais e gestos indicados nas rubricas do breviário utilizado. Pode ser cantada ou rezada, e, se rezada, com trechos cantados. Pode ser em latim ou vernáculo, ou combinando ambos.


É preferível que se faça em
vox secreta, mas não apenas mentalmente, pois é oração vocal por sua própria natureza (cf. Trimeloni). Todavia, as rubricas não especificam.


Há a possibilidade de se fazer em vox clara para que, quem ouve a recitação, possa a ela se associar. Nesse caso, não se trata de celebração comunitária do Ofício, ainda que com mais pessoas, e sim de várias celebrações individuais concomitantes, mesmo que os demais, ao anuir ao que recita em vox clara, não o faça nem em vox secreta, mas somente de modo mental.


b) de modo comunitário e simples


É feita com um celebrante principal, ou presidente. Estando presente um clérigo, é ele quem dirige. Se houver um clérigo de maior ranking, naturalmente ocupará a presidência. Pode ser cantada ou rezada, e, se rezada, com trechos cantados. Pode ser em latim ou vernáculo, ou combinando ambos.


Se for dirigida por um leigo, não se dá a bênção e se observam certas particularidades descritas nas rubricas. As posições do corpo são preceptivas: de pé no início, no hino, no Cântico Evangélico, nas preces (do rito moderno), no Pai Nosso, na coleta e na bênção; sentados nos salmos, antífonas, leituras e responsórios; de joelhos nas preces do rito antigo.


O clérigo traja apenas a veste talar ou o clergyman, sem paramentos, mesmo que presida. A celebração é simples, como o nome indica.


A recitação in choro, comum em casas religiosas, é justamente essa comunitária e simples, em que todos os irmãos, clérigos ou não, usam seus hábitos comuns, e recitam ou cantam, sem o destaque na direção.


c) de modo comunitário com diferentes graus de solenização


Podem-se incorporar diversos graus de solenização à celebração comunitária das Vésperas quando dirigida por um clérigo. As posições do corpo são preceptivas, e pode-se cantar, rezar, usar latim, etc, exatamente como descrito antes. Pode-se incensar o altar durante o Cântico Evangélico, e ter certo número de acólitos e cantores.


Nessa celebração comunitária com diferentes graus de solenização, o celebrante, se for sacerdote, usará:


- nenhum paramento, só o traje eclesiástico (veste talar ou clergyman)
;

- veste talar com sobrepeliz e estola, ou alva (cíngulo e amito) e estola;

- veste talar com sobrepeliz e estola, ou alva (cíngulo e amito) e estola, em ambos os casos com pluvial.


Se for presidida por diácono, ele usará:


- nenhum paramento, só o traje eclesiástico (veste talar ou clergyman);

- veste talar com sobrepeliz e estola, ou alva (cíngulo e amito) e estola;

- alva (cíngulo e amito), estola e dalmática.


O que caracteriza essa celebração é a ausência de algum dos elementos das Vésperas solenes (diáconos ou sacerdotes auxiliares; acólitos; incensação) ou os paramentos utilizados. Também esse modo de celebrar Vésperas pode ser presidido por diácono, ao passo em que na maneira solene não é possível.


d) de modo solene


É a celebração das Vésperas por excelência, tal como descrita no Cerimonial dos Bispos. O incenso é obrigatório no Cântico Evangélico.


O sacerdote contará com um oi dois diáconos, ou dois sacerdotes assistentes. O celebrante usa alva (com amito e cíngulo), estola e, obrigatoriamente, a capa pluvial. Os diáconos usarão alva (com amito e cíngulo), estola, e pode optar entre a dalmática ou o pluvial. Os sacerdotes assistentes trajarão alva (com amito e cíngulo), estola e pluvial. Se o diácono vestir pluvial ao invés de dalmática, pode usar, no lugar da alva, a sobrepeliz em cima da veste talar, caso em que também o sacerdote presidente a usará. O Bispo celebrante usará mitra.


Podem assistir às Vésperas solenes, clérigos em vestes corais, ou com estola e pluvial (usando quer a alva, quer a sobrepeliz).


É imprescindível a presença de acólitos. No mínimo, um cruciferário, dois ceroferários, um turiferário, e um porta-livros. Pode haver também um cerimoniário, um naveteiro, e acólitos que auxiliem o diácono. Se forem instituídos, usam veste talar com sobrepeliz. A veste talar do cerimoniário pode ser violeta. Acólitos não-instituídos apresentam-se com suas vestes civis ou com veste talar e sobrepeliz.


O cantor pode ser um acólito, um clérigo ou um fiel. No último caso, com vestes civis, ou veste talar e sobrepeliz. O cantor, se estiver com sobrepeliz, pode usar também um pluvial, especialmente se for clérigo, mas sempre sem a estola. Um cantor religioso deve apresentar-se com seu hábito, com ou sem sobrepeliz, e, usando-a, com ou sem pluvial.


Nas celebrações com canto é preciso ter um coral bem treinado nas melodias gregorianas e, eventualmente, em polifonia e cantos vernáculos, principalmente no modo de salmodiar, que é o mesmo tanto em latim quando nas línguas vulgares.


Há uma procissão de entrada, conforme imagem abaixo, que se dirige à sede ou cátedra, onde celebrarão. Os clérigos em vestes corais estarão no coro, i.e., entre o presbitério e a nave.


2) As Laudes


Este Ofício é celebrado dos mesmos modos que as Vésperas. Para tanto, as regras acima descritas são plenamente aplicáveis aqui.


3) O Ofício de Leituras


Pode ser recitado a qualquer momento, mas o horário tradicional é como primeira oração do dia, quando segue ao Invitatório. É possível recitá-lo combinado com Laudes e, em coro, geralmente assim se faz. Todavia, ainda que rezado como primeira ação litúrgica, pode haver um espaço entre o Ofício das Leituras e as Laudes.


Os modos de recitá-lo são os mesmos: individual, em comunidade e mais simples, em comunidade com diversos graus de solenização, e em comunidade e solene. Pode-se, em qualquer desses modos, usar a opção com vigília (acrescentando-se outros textos). Aplicam-se as regras acima das Vésperas. As vestes são as mesmas também, exceto para a forma solene, em que só se usa pluvial quando for celebrado como Vigílias e com afluência do povo.


O Ofício de Leituras é, na forma ordinária, o equivalente às Matinas da forma extraordinária.


4) As Completas


É um ofício, em regra, mais simples, incluído, por isso, entre as chamadas horas menores.


Pode ser celebrado justamente de modo simples, ou de modo solene. No modo simples é presidido por leigo, candidato ao estado clerical, acólito instituído, diácono ou sacerdote, sempre sem paramentos. O modo simples admite que seja recitado individualmente ou em comunidade, e, nos dois casos, cantado ou rezado, com ou sem cantos, em latim, vernáculo ou combinando.


No modo solene, é presidido por candidato ao estado clerical, acólito instituído, diácono ou sacerdote, e os paramentos, em qualquer caso, são a alva ou as vestes corais, e sempre sem estola. Pode ser cantado, rezado, com cantos ou não, em latim etc. O incenso é facultativo conforme o costume.


5) As Horas Médias


As três horas médias – Terça, Sexta e Noa – também são horas menores, em comparação com o Ofício de Leituras, Vésperas e Laudes. São celebradas do mesmo modo que as Completas.


6) Combinação de alguma hora com a Missa e a Exposição do Santíssimo Sacramento


Essa modalidade está descrita no Cerimonial dos Bispos, para o que remetemos o leitor, recomendando que o adquira para crescer em formação litúrgica.

sábado, 17 de julho de 2010

Crisma da Juliana Fragetti, na forma extraordinária

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No dia 4 de julho último, nossa amiga e leitora Juliana Fragetti, fiel da Administração Apostólica São João Maria Vianney, e ex-protestante, recebeu, de seu Bispo, D. Fernando Arêas Rifan, o sacramento da Confirmação, segundo o rito próprio dessa circunscrição eclesiástica: o romano na sua forma clássica. A celebração foi na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte.

Abaixo, um texto da mesma Juliana, do seu blog, e algumas fotos.

Hoje foi um dia verdadeiramente especial. Em uma linda cerimônia, recebi(emos) a Crisma das mãos de D. Fernando Arêas Rifan, onde fomos selados com o Espírito Santo, tendo recebido a plenitude de seus dons e da sua graça. O que recebemos no Batismo, em flor, em botão, se torna pleno e vivo agora. Somos doravante soldados de Cristo e da Santa Igreja.

Algumas coisas fazem esse dia mais especial ainda: como o dia de São Pedro e São Paulo caiu numa terça (29/06), a Igreja desloca a festa e a solenidade para o domingo seguinte, onde pode-se celebrar esses dois grandes apóstolos com toda a honra merecida e os fiéis podem vivenciar e participar desse dia lindo.

Antes da cerimônia começar, tivemos um momento muito gostoso de confraternização com S. Excia: um gostoso café da manhã onde comemos e conversamos descontraidamente.

Um bom café da manhã... por Jú R. Lima.

Ele é verdadeiramente uma pessoa muito especial e é um prazer imenso ter esse sucessor dos apóstoslos como amigo - que sei que ele é - e o fato de ter sido crismada por ele me deixa muito lisonjeada, já que ele é um dos bispos mais fieis ao Santo Padre que conheço, além de ser o único bispo ligado ao rito tradicional no mundo, hoje.

Pouco antes de começar a cerimônia (a Crisma foi durante a Missa), ele dá uma palavrinha conosco e nos lembra que agora a coisa é mais séria. Que o fato de recebermos a Crisma das mãos do bispo mostra a comunhão que temos que ter com a Igreja hierárquica, já que o óleo do Crisma é ungido pelo Bispo na Quinta-Feira Santa. Uma missa linda, pois foi toda cantada pelo coro, gregoriano, linda mesmo.

Mais rico ainda foi o sermão de Dom Fernando, que por ser a comemoração de S. Pedro e S. Paulo, nos lembrou da importância da Igreja. Uma Igreja divina e humana como o próprio Cristo, lembra-nos e também isso é-nos recordado em S. Pedro. O seu lado humano é conhecido de nós: falhou, etc. E, ao mesmo tempo, ele tinha a certeza, dada pelo próprio Cristo, de que "as portas do Inferno não prevalecerão". As chaves foram dadas a ele, num sinal de poder e autoridade. Ainda nos lembrou da analogia usada por S. Paulo, onde a Igreja pe um corpo, em que seus membros tem "mais" ou "menos" importancia, mas que todos são irrigados pelo mesmo sangue. E quem irriga a Igreja é o Espírito Santo, que estávamos a receber logo em seguida.

Ainda ele nos trouxe a São Paulo o seu último livro sobre a missa. Muito bom. Ele não irá agradar a muitos, tanto de um lado como de outro, mas a verdade está dita ali.

Ponho abaixo algumas fotos da cerimônia para que vocês vejam como foi lindo.

Os paramentos do bispo por Jú R. Lima.

Detalhes por Jú R. Lima.

Tudo em ordem por Jú R. Lima.

Só conferindo por Jú R. Lima.

O altar por Jú R. Lima.

Nós juntas por Jú R. Lima.
A crismanda e sua madrinha

Rezando por Jú R. Lima.
Antes da Missa, D. Fernando Rifan reza o breviário

Uma palavra por Jú R. Lima.
Uma pequena palestra aos crismandos antes da Missa

Chamada... por Jú R. Lima.
Pe. Jonas faz a chamada dos crismandos

Começa a missa por Jú R. Lima.

Confiteor do bispo por Jú R. Lima.

Confiteor dos fieis. por Jú R. Lima.

Oremus por Jú R. Lima.

Epístola por Jú R. Lima.

Incenso por Jú R. Lima.

Homilia por Jú R. Lima.

Imposição das mãos (Crisma) por Jú R. Lima.
O Bispo impçoe as mãos sobre os crismandos

Dom Fernando impõe as mãos sobre mim por Jú R. Lima.

"confirmo te crismate salutis" por Jú R. Lima.
"confirmo te crismate salutis"

Lavando as mãos por Jú R. Lima.

Orando pelos crismandos por Jú R. Lima.

Bênção por Jú R. Lima.
Bênção sobre os crismados

Preparando o altar por Jú R. Lima.
Preparação para o ofertório

Ofertório por Jú R. Lima.

"Hoc est corpus meum" por Jú R. Lima.

"Hic est enim calix sanguinis meum" por Jú R. Lima.

Todos rezam novamente o confiteor por Jú R. Lima.

Ecce Agnus Dei por Jú R. Lima.

Guardando por Jú R. Lima.

Segundo lavabo por Jú R. Lima.

Todos juntos por Jú R. Lima.

Eu com D. Fernando por Jú R. Lima.






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