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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Lectionarium Editio iuxta typicam alteram

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A editora americana Midwest Theological Forum, apostolado de membros do Opus Dei, que já publica uma das mais belas versões do Missale Romanum em latim na forma ordinária, i.e., no rito romano moderno, pós-conciliar, e também uma edição mais barata do mesmo, lançou, a algum tempo, um pacote com os três volumes do Lecionário para o rito atual, igualmente no idioma latino.

Mais detalhes podem ser vistos aqui, onde se compra o referido Lecionário por U$ 900,00. Um belo presente para sua paróquia que já celebra ou quer celebrar em latim também no rito novo, não?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A riqueza da liturgia beneditina

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Leiam aqui. Artigo muito interessante.

Missa em latim, versus Deum, mas no rito novo em Montes Claros, MG

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Em dezembro do ano passado, esteve em Montes Claros-MG, o Pe. Demétrio Gomes, de Niterói-RJ. O padre celebrou no Carmelo uma belíssima Missa no rito moderno, (Novus Ordo, forma ordinária) em latim e vernáculo, "versus Deum". A música (gregoriano, polifônico e cânticos populares) ficou por conta do coro das monjas carmelitas.

As sacras para esse rito - sim, podem-se usar sacras no rito novo - foram confeccionadas por mim e enviadas por e-mail ao padre.

Abaixo, algumas fotos:























segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ione Buyst e sua “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios”: uma doutrina exótica

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A Irmã Ione Buyst, OSB [na foto abaixo, a religiosa sem hábito], é definida no site da Editora Paulinas como atuante “na formação litúrgica, tanto no campo acadêmico como no campo pastoral e popular”, “professora universitária, assessora treinamentos, encontros e cursos de teologia e pastoral litúrgicas a pedido de institutos de teologia, dioceses e regiões pastorais, congregações religiosas, movimentos interclesiais de comunidades de base”, com “vários livros e artigos publicados, tanto na área acadêmica quanto na pastoral”, além de ser fundadora de algumas “redes de animação litúrgica” e criadora de uma tal técnica de formação litúrgica chamada “Laboratório Litúrgico”.
Segundo um outro site, o portal “LPA – Liturgia por Amor” , este tal Laboratório Litúrgico “constitui-se numa técnica que assumia elementos de duas fontes básicas: a pedagogia religiosa de Hélène Lubienska de Lenval e os métodos psicodramáticos de Jacob Levy Moreno. Aos poucos, ao longo do tempo, com o uso da técnica, o Laboratório Litúrgico foi exigindo um trabalho de sistematização que esclarece a influência de cada uma das fontes. Buscou um caminho novo para a aprendizagem na liturgia”; no mesmo portal diz-se que “foram buscar a inspiração [para o Laboratório Litúrgico] no teatro, no qual os atores, muito antes de entrarem no palco, exercitam o corpo, a fala, a expressão; incorporam e criam personagens em uma série de exercícios e trabalhos, chamados ‘Laboratórios’. Foi-se aprendendo também, ao longo dos anos, com técnicas corporais e de meditação de várias correntes terapêuticas, filosóficas e espirituais”. Isto quer dizer precisamente que, na técnica do Laboratório Litúrgico – da qual a Ir. Ione Buyst é uma das criadoras – a liturgia se degenera num espetáculo de teatro, com “métodos psicodramáticos”, onde a igreja é um “palco” para “exercitar-se o corpo, a fala e a expressão”, “incorporar e criar personagens”. Ou seja, a Liturgia deixa de ser o culto de Deus, Nosso Senhor, para ser um espetáculo teatral meramente humano. Mais que isso, no tal Laboratório Litúrgico, a Liturgia é utilizada para desenvolver-se nas “técnicas corporais e de meditação de várias correntes terapêuticas, filosóficas e espirituais”; isto é, não se trata mais de um culto de adoração a Deus, de pedido de perdão, de ação de graças e impetração de graças, mas um conjunto de “técnicas de meditação”, que nem precisam ser necessariamente católicas – apesar de que “a lei da Fé é a lei da oração” – mas podem vir de “diversas correntes terapêuticas, filosóficas e espirituais” – até pagãs, talvez. Imagine-se o que diria o Profeta Ezequial ao contemplar um Laboratório Litúrgico transformando o culto a Deus numa reunião de auto-ajuda baseado em técnicas de meditação de “várias correntes terapêuticas, filosóficas e espirituais”? Talvez sua reação fosse a mesma de quando o Senhor lhe revelou a idolatria que obscuramente era praticada pelos chefes dos anciãos no interior de Templo, idolatria que o Senhor chamou de “abominações graves” e “ritos abomináveis” (cf. Ezequiel 8,1-18); que diria destas “várias correntes terapêuticas, filosóficas e espirituais” que são exaltadas na técnica do Laboratório Litúrgico?
Ora, a Ir. Ione Buyst foi uma das criadoras desta técnica estranha e mais propriamente “anti-litúrgica” do que “litúrgica”. Mais a Ir. Ione Buyst cria mais do que exóticas técnicas litúrgicas: cria também exóticas “doutrinas litúrgicas”, distantes do ensinamento da Igreja ao longo destes dois milênios de Magistério e que poderíamos classificar com certeza maior como heresias litúrgicas. Apesar disso, as obras da Ir. Ione Buyst são utilizadas em muitos seminários para formação dos futuros padres. Muitas Missas podem estar sendo inválidas porque os sacerdotes que as celebram não crêem na presença real de Cristo na Eucaristia e no sacerdócio ministerial e assim não têm a intenção da Igreja na celebração dos mais altos mistérios, graças às doutrinas esquisitas da Ir. Ione Buyst que lhes foram ensinadas nos Seminários. E que prejuízo isto deverá estar causando à Igreja Católica do Brasil e à vida espiritual do povo católico, que sem os Sacramentos é árido como um deserto!
Este é o primeiro de uma série de artigos cujo objetivo será refutar as estranhas e não-católicas doutrinas [anti-]litúrgicas da Ir. Ione Buyst. Mais que isso: doutrinas particulares, criadas pela mente fértil de uma religiosa desejosa de renegar dois milênios de Magistério da Santa Madre Igreja para criar o seu próprio “magistério”.
Começaremos esta nossa série pela refutação da “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios” da Ir. Ione Buyst. Refutaremos esta esquisita doutrina a partir da obra “A Missa - Memória de Jesus no Coração da Vida” (São Paulo: Paulinas, 2004), de autoria da referida religiosa “liturgista”.

1. A “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios”, por Ione Buyst

Consiste esta esquisita e particular doutrina da Ir. Ione Buyst – que nomeamos “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios” – na afirmação de que o sacerdócio do Padre e o sacerdócio dos fiéis, iniciado com o Batismo, são iguais em natureza e ministério. Para Ione Buyst, muitos leigos há que recebem direto do Espírito santo o “dom da coordenação” e deveriam ser como ministros ordenados:
Acabamos dando mais importância à ordenação em si, como poder sagrado, do que ao dom que a pessoa recebe do Espírito Santo para o serviço a ser prestado à comunidade. Limitamos o acesso à ordenação: na Igreja Católica somente homens não-casados, com longe preparação intelectual, são admitidos à ordenação. Resultado: seguramente mais de 70% das comunidades existentes no Brasil dependem de um ministro ordenado que vem de fora e que atende [...] De outro lado, sabe lá Deus quantas pessoas (homens e mulheres, casados e solteiros, leigos ou religiosos), atuantes pelo Brasil e fora, recebem do Espírito Santo o dom da coordenação e não estão sendo reconhecidas pela Igreja, conferindo-lhes a ordenação!” (p. 102-103, grifos nossos).
Assim, pois, segundo Ione Buyst, o importante não é a Ordem e o caráter que ela imprime na pessoa que a recebe, mas sim o “dom da coordenação” que algumas pessoas recebem direto do Espírito Santo “para o serviço a ser prestado à comunidade”. Não se deveria dar importância “à ordenação em si, como poder sagrado”, mas a este “dom que a pessoa recebe do Espírito Santo”. E assim, “homens e mulheres, casados e solteiros, leigos ou religiosos”, “atuantes pelo Brasil e fora”, “não estão sendo reconhecidas pela Igreja”, que deveria conferir-lhe a ordenação ou tratar a estes leigos que receberam o “dom da coordenação” de maneira igual aos sacerdotes ordenados [um exemplo prático disto na foto abaixo: mulheres leigas juntos do padre no presbitério "oferecendo" o Sacrifício, o que é um abuso litúrgico].
Para a Ir. Ione Buyst, os sacerdócios do Padre e do leigo são a mesma coisa, não há diferença alguma de grau entre um ou outro. Por isto, para resolver o problema da falta de padres, a Ir. Ione Buyst propõe que a Igreja reconheça as “lideranças da comunidade” (seja elas homens ou mulheres, casados ou solteiros) e as confira a ordenação; se os sacerdócios de todos são iguais e confundem-se entre si, basta que se confira a ordenação às “lideranças”, às personalidades mais proeminentes, aos dirigentes da comunidade, como uma mera formalidade para que eles “presidam” a Missa:
Não estaria na hora de reconhecer com urgência esse problema e ordenar, em cada comunidade organizada, as lideranças já existentes, possibilitando assim que se celebre a eucaristia a cada domingo?” (p. 15, grifos nossos), indaga Ione Buyst à Igreja.
Esta importância em demasia que se acabou dando ao sacerdócio ministerial do Padre em detrimento do sacerdócio comum dos fiéis – que, para Ione Buyst, são a mesma coisa – se reflete na Missa, que é “centralizada” no Padre (e, na verdade, o centro de toda Missa não é nem o Padre nem o povo, mas Cristo, Deus). Mas estaria errado: a Missa, para a religiosa “liturgista”, deveria ser "centralizada” no povo, “na comunidade” – afinal, povo e Padre, são todos iguais, todos a mesma coisa, uns são tão sacerdotes quanto o outro – e a celebração eucarística deveria refletir esta “igualdade” dos sacerdócios do Padre e “da comunidade”:
A missa é realizada de maneira muito formal e centralizada no padre. [...] É como se a missa não pertencesse à comunidade, mas ao padre... Não deveria ser o inverso? Não deveria ser o padre que pergunta: ‘Como será a celebração? O que vocês prepararam? O que vocês querem que eu faça?’ As comunidades deveriam preparar normalmente a celebração da missa a partir da sua realidade e com seu modo de celebrar...” (p. 29, grifos nossos).
Quem fará o gesto da fração do pão, enquanto se canta o Cordeiro de Deus ou outro canto adequado? É muito significativo o presidente não fazê-lo sozinho, mas justamente com as pessoas que irão distribuir a comunhão. É mais uma maneira de expressar que somos uma Igreja toda ela ministerial” (p. 137, grifos nossos).
E, como um sinal bastante claro de que o Padre não é mais, por ser sacerdócio, do que “a comunidade”, do que “o povo”, Ione Buyst propõe que seja abolida a primazia da Comunhão do Sacerdote – na Missa, como se sabe, o sacerdote comunga ainda no altar, antes dos fiéis, o que já é o suficiente para que a Missa seja válida – e que se dê a Comunhão primeiramente ao povo – afinal, se a Missa “pertence à comunidade”, como disse antes, e se “somos uma Igreja toda ela ministerial”, deveria ser mais do que natural que o povo, tão sacerdote quanto o Padre e estando em maioria na Missa, comungasse primeiro que o celebrante:
Quem deve comungar primeiro: o padre e os ministros? Ou o povo? Qualquer dona ou dono de casa serve primeiro a família toda antes de se servir, não é mesmo? É um sinal de educação. Não parece estranho, então, que na missa façamos o inverso?” (p. 142).
A “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios” de Ione Buyst é, portanto, isso: o sacerdócio do Padre e o sacerdócio comum dos batizados se “confundem”, são a mesma coisa, são iguais entre si; não é o sacerdote que celebra a Missa, não é o Padre que oferece o Sacrifício de Cristo, mas todo o povo, “a comunidade”, pois “a Missa pertence à comunidade” e “somos uma Igreja toda ela ministerial”, isto é, Padres e fiéis são todos sacerdotes da mesma maneira, numa “Igreja toda ministerial”. Não havendo diferença entres os sacerdócios do Padre e dos batizados, isso deveria refletir-se na Missa, que deixaria de ser “centralizada no Padre” para “pertencer à comunidade” – e por isso o povo deve comungar primeiro que o Padre. Ademais, as comunidades - não só tão sacerdotes quanto o Padre, mas também tão competentes em termos de liturgia quanto o Papa - “deveriam preparar normalmente a celebração da missa a partir da sua realidade e com seu modo de celebrar”, segundo Ione Buyst.
Trata-se de uma confusão completa entre o sacerdócio ministerial do Padre, que lhe é conferido pelo Sacramento da Ordem, e o sacerdócio comum dos fiéis, conferido a todos os membros da Igreja pelo Batismo.
Estes sacerdócios, contudo, são completamente diferentes, distintos em natureza e em grau. Não podem ser tratados com tamanho igualitarismo, como se fossem a mesma coisa: um não pode ser confundido com o outro, como faz a Ir. Ione Buyst em sua exótica “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios”.
Demonstraremos a falácia destas afirmações da religiosa “liturgista” a seguir, amparados no ensino bimilenar do Magistério da Igreja.

2. Refutação da “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios”

Mas esta doutrina que a Ir. Ione Buyst prega em suas obras não tem respaldo algum na Doutrina Católica à qual Ir. Ione Buyst deveria ser fiel, mas não é.
A Ir. Ione Buyst ignorou por completo o documento mais básico da Fé Cristã: o Catecismo. O que não é de admirar, porque se a Ir. Ione Buyst ignora o Missal Romano nos seus “Laboratórios Litúrgicos”, cedendo o lugar do Missal às invencionices de mentes criativas, quanto mais não ignorará o Catecismo em seus livros, cedendo o lugar da Doutrina Cristã a seus próprios desvarios doutrinários!
A saber, antes de tudo: o sacerdócio comum dos batizados difere substancialmente do sacerdócio ministerial. Os fiéis cristãos participam do sacerdócio de Cristo pelo Batismo na medida em que buscam a santidade de suas próprias vidas, rendem culto a Deus com elas e oferecem cada obra e sacrifício próprio ao Altíssimo. Os padres, contudo, são tirados do meio dos fiéis para o serviço dos fiéis; exercem um ministério diverso, cujo sentido é ajudar os fiéis cristãos comuns a encontrarem a santidade em suas vidas, por meio dos Sacramentos – que o sacerdote dispensa –, especialmente na Santa Missa, culto mais excelso de Deus, e na Confissão, o perdão sublime dos pecados; no desempenho deste ministério, deste serviço, o próprio sacerdote encontra sua santidade. São dois sacerdócios completamente distintos que não se confundem: o dos fiéis rende culto a Deus com suas vidas e sacrifícios cotidianos; o dos sacerdotes rende culto a Deus na celebração e dispensa dos sacramentos, onde os padres representam a Cristo, e no serviço do povo cristão. Não há confusão entre estes sacerdócios: são duas coisas distintas.
Uma consulta rápida ao Catecismo demonstra que a “Doutrina da Confusão dos Sacerdócios” da Ir. Ione Buyst está errada.
O Catecismo Romano ensina, diferenciando os sacerdócios em interno (aquele que é comum a todos os batizados) e externo (aquele que pertence apenas aos ministros ordenados):
Relativamente ao sacerdócio interno, todos os fiéis são considerados sacerdotes, a partir do momento em que receberam a regeneração do Batismo; mas, de primazia, os justos que possuem o Espírito de Deus, e pela graça de Deus se tornaram membros vivos de Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote. São eles que, no altar de seus corações, oferecem a Deus sacrifícios espirituais, naquela fé que se abrasa na caridade. A tais sacrifícios pertencem todas as obras boas e virtuosas que se praticam, na intenção de glorificar a Deus. Por isso, lemos no Apocalipse: ‘Em Seu Sangue, Cristo lavou-nos de nossos pecados, e fez de nós um Reino, e instituiu-nos sacerdotes para Deus, Seu Pai’. [...] O sacerdócio externo, porém, não pertence à coletividade de todos os fiéis, mas só a certos indivíduos, ordenados e consagrados a Deus, pela legítima imposição das mãos, segundo o solene cerimonial da Santa Igreja, e que se destinam de modo particular ao sagrado ministério. Esta distinção, entre dois sacerdócios, também se verificava no Antigo Testamento. [...] David falou do sacerdócio Interno. De outro lado, todos sabem perfeitamente que o Senhor havia dado muitas prescrições a Aarão e Moisés acerca do sacerdócio externo. Além do mais, reservou toda a tribo de Levi, para o serviço do Templo, e assentou por lei que ninguém de outra tribo ousasse ingerir-se nesse ministério. E, de fato, o rei Ozias foi ferido de lepra pelo Senhor, porque havia usurpado o ministério sacerdotal, e assim expiou durissimamente a sua sacrílega arrogância” (Parte II, Cap. VII, §§ 23-24, grifos nossos).
O Catecismo da Igreja Católica ensina o mesmo:
O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora ‘ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo’, diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo ‘ordenados um ao outro’. Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o sacramento da Ordem” (§ 1547, grifos nossos).
O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis porque confere um poder sagrado para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço com o povo de Deus por meio ensinamento (munus docendi: ‘encargo de ensinar’), do culto divino (munus liturgicum: ‘encargo litúrgico’) e do governo pastoral (munus regendi: ‘encargo de governar)” (§ 1592, grifos nossos).
Também o Concílio Vaticano II – que a Ir. Ione Buyst gosta de mencionar, mas parece nunca ter lido – na Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, ensina:
Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de entre os homens (cfr. Hebr. 5, 1-5), fez do novo povo um ‘reino sacerdotal para seu Deus e Pai’ (Apor. 1,6; cfr. 5, 9-10). Na verdade, os batizados, pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, são consagrados para serem casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores daquele que das trevas os chamou à sua admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10). Por isso, todos os discípulos de Cristo, perseverando na oração e louvando a Deus (cfr. Act., 2, 42-47), ofereçam-se a si mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (cfr. Rom. 12,1), dêem testemunho de Cristo em toda a parte e àqueles que lha pedirem dêem razão da esperança da vida eterna que neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15). O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo. Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real, que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa” (§ 10, grifos nossos).
Igualmente, o Venerável Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica Christifidelis Laici, sobre os leigos, esclareceu que o sacerdócio comum dos batizados – aquele do qual participam os fiéis cristãos comuns – significa a “oferta de si mesmos e de todas as suas atividades” a Cristo, a “aceitação, na fé, do Evangelho e o seu anúncio com a palavra e com as obras, sem medo de denunciar corajosamente o mal” e “sobretudo, o combate espiritual para vencerem dentro de si o reino do pecado (cf. Rom 6, 12), e depois, mediante o dom de si, para servirem, na caridade e na justiça, o próprio Jesus presente em todos os seus irmãos” (§ 14).
Estas características do sacerdócio interno, enumeradas pelo Papa João Paulo II, distinguem este do sacerdócio externo dos ministros ordenados. O sacerdócio ordenado – ou externo – segundo o mesmo Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis, sobre a formação dos sacerdotes, difere essencialmente do outro por estar a seu serviço e por lhe ser conferido um poder sagrado na dispensa dos sacramentos a todo o povo cristão:
Finalmente os presbíteros, dado que a sua figura e o seu papel na Igreja não substitui, mas antes promovem o sacerdócio batismal de todo o Povo de Deus, conduzindo-o à sua plena atuação eclesial, encontram-se numa relação positiva e promotora com os leigos. Eles estão ao serviço da fé, esperança e caridade destes. Reconhecem e sustentam a sua dignidade de filhos de Deus como amigos e irmãos, ajudando-os a exercitar em plenitude o seu papel específico no âmbito da missão da Igreja. O sacerdócio ministerial conferido pelo sacramento da Ordem e o comum ou ‘real’ dos fiéis, que diferem entre si essencialmente e não apenas em grau, estão coordenados entre si, ambos derivando - em forma diversa - do único sacerdócio de Cristo. O sacerdócio ministerial, de fato, não significa, de per si, um maior grau de santidade relativamente ao sacerdócio comum dos fiéis; mas, através dele, é outorgado aos presbíteros, por Cristo no Espírito, um dom particular para que possam ajudar o Povo de Deus a exercitar com fidelidade e plenitude o sacerdócio comum que lhes é conferido” (§ 17).
Na Encíclica Ecclesia de Eucharistia o Papa João Paulo II criticou como uma “sombra” o “obscurecimento da necessidade do sacerdócio ministerial, que assenta na sucessão apostólica” por estes que apregoam a confusão entre os sacerdócios – como a Ir. Ione Buyst – dando azo, assim, a terríveis abusos litúrgicos, como leigos no altar consagrando as espécies junto do padre sem ter poder algum para isto, um abuso fundamentado na confusão dos sacerdócios interno e externo, que diferem essencialmente entre si. “Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto? A Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambigüidades e reduções”, lamentou o Papa (§ 10), e ensinou:
De fato, como ensina o Concílio Vaticano II, ‘os fiéis por sua parte concorrem para a oblação da Eucaristia, em virtude do seu sacerdócio real’, mas é o sacerdote ministerial que ‘realiza o sacrifício eucarístico fazendo as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo’. Por isso se prescreve no Missal Romano que seja unicamente o sacerdote a recitar a oração eucarística, enquanto o povo se lhe associa com fé e em silêncio. A afirmação, várias vezes feita no Concílio Vaticano II, de que ‘o sacerdote ministerial realiza o sacrifício eucarístico fazendo as vezes de Cristo (in persona Christi)’, estava já bem radicada no magistério pontifício. Como já tive oportunidade de esclarecer noutras ocasiões, a expressão in persona Christi ‘quer dizer algo mais do que ‘em nome’, ou então ‘nas vezes’ de Cristo. In persona, isto é, na específica e sacramental identificação com o Sumo e Eterno Sacerdote, que é o Autor e o principal Sujeito deste seu próprio sacrifício, no que verdadeiramente não pode ser substituído por ninguém’. Na economia de salvação escolhida por Cristo, o ministério dos sacerdotes que receberam o sacramento da Ordem manifesta que a Eucaristia, por eles celebrada, é um dom que supera radicalmente o poder da assembléia e, em todo o caso, é insubstituível para ligar validamente a consagração eucarística ao sacrifício da cruz e à Última Ceia. A assembléia que se reúne para a celebração da Eucaristia necessita absolutamente de um sacerdote ordenado que a ela presida, para poder ser verdadeiramente uma assembléia eucarística. Por outro lado, a comunidade não é capaz de dotar-se por si só do ministro ordenado. Este é um dom que ela recebe através da sucessão episcopal que remonta aos Apóstolos. É o Bispo que constitui, pelo sacramento da Ordem, um novo presbítero, conferindo-lhe o poder de consagrar a Eucaristia. Por isso, ‘o mistério eucarístico não pode ser celebrado em nenhuma comunidade a não ser por um sacerdote ordenado, como ensinou expressamente o Concílio Ecumênico Lateranense IV’” (§§ 28-29).
Estas palavras do Papa João Paulo II são fulminantes contra as heresias da Ir. Ione Buyst, pregando a confusão e o igualitarismo entre os sacerdócios de fiéis e ministros ordenados. Contra a Ir. Ione Buyst, temos a palavra do Papa declarando explicitamente que o poder sagrado dos sacerdotes “é um dom que supera radicalmente o poder da assembléia” e que “a assembléia necessita absolutamente de um sacerdote ordenado” pois “a comunidade não é capaz de dotar-se por si só do ministro ordenado”. Onde fica, então, a idéia esdrúxula da Ir. Ione Buyst de que é a comunidade que deve ditar a Missa para o padre? Onde fica a idéia da Ir. Ione Buyst de que celebram a Missa padre e povo juntos, quando o Papa e a Doutrina da Igreja afirmam que é o ministro ordenado que recebeu o poder sagrado de dispensar os sacramentos? Ao contrário, o Papa João Paulo II ensina que “o único a quem compete oferecer a Eucaristia in persona Christi” (idem, § 32).
E, contra a sugestão de Ione Buyst de que, para resolver os problemas das comunidades sem padres dever-se-ia ordenar as “lideranças” que receberam “o dom da coordenação” – numa inteira ignorância do que é, realmente, a vocação ao sacerdócio, que não se resume a “liderança” ou “coordenação” –, o Papa João Paulo II diz coisa diversa: a comunidade deve, isto sim, rezar por vocações ao sacerdócio, “rezar mais fervorosamente ao Senhor para que mande trabalhadores para a sua messe [...] sem ceder à tentação de procurar soluções que passem pela atenuação das qualidades morais e formativas requeridas nos candidatos ao sacerdócio” (idem).

Conclusão

Do exposto, fica claríssimo que a doutrina da religiosa “liturgista” Ione Buyst não tem qualquer respaldo na Doutrina Católica e nem deve ser ensinada como se fosse doutrina certa. Ione Buyst confunde o sacerdócio comum dos batizados com o sacerdócio ministerial dos ordenados e, com isso, dá azo a abusos litúrgicos e problemas gravíssimos em termos de Fé.
Como ensina o Concílio Vaticano II, “o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real, que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa” (loc. cit.). São duas coisas essencialmente diversas, que não podem ser vítimas de confusão, como faz a Ir. Ione Buyst.
Contra tais desvarios doutrinários, cabe unicamente exaltar a doutrina dos Concílios e dos Papas, que com tanta exatidão ensinaram a doutrina cristã e louvaram a Cristo, louvando a Verdade.
Mas quem louva o erro, louva o pai de todo erro.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Três Missas

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Quando se fala sem muito cuidado no assunto da liturgia, somos tentados, talvez, a imaginar um cenário onde só existam duas possibilidades, principalmente no Brasil: a Missa no rito antigo, bem celebrada, em latim, com canto gregoriano, com o padre versus Deum, os fiéis em atitude de piedade e sacralidade; e a Missa no rito novo, bagunçada, irreverente, com música pop ou violões folk e rimas terminadas em “ão”, padre sem casula, palminhas ritmadas, banho de água benta com balde, vários leigos no presbitério posando de clérigos etc.

O cenário, entretanto, é por demais simplista. Nem mesmo entro na possibilidade – que só é remota hoje, circunstancialmente – de haver avacalhação também na Missa antiga. O ponto é outro: a Missa nova NÃO é isso descrito acima.

Trata-se, então, não de “duas Missas”, mas de três: a Missa antiga, a Missa nova mal-celebrada, e a Missa nova bem-celebrada. Não se pode colocar, como fazem alguns radicais tradicionalistas, lado a lado a Missa antiga observante das rubricas e a Missa nova desobediente. Não é questão de, para fugirmos de “Missas-show”, “Missas-circo”, “Missas-discoteca”, “Missas-halloween”, “Missas de cura e libertação”, “Missas afro”, “Missas do padre sem casula”, “Missas do Missal rasgado” etc, levantarmos exclusivamente a bandeira da Missa antiga.

Por acaso o Papa celebra mal a Missa? No entanto, ele celebra a Missa nova. Todo aquele esplendor, aquele fausto, aquele gregoriano, aquele latim, aquele versus Deum, aqueles paramentos, aquela obediência às rubricas, não são atributos da Missa antiga apenas.

A comparação, em termos externos, para sermos justos, não deve se dar entre a Missa antiga bem-celebrada a nova mal-celebrada, mas entre a Missa mal-celebrada (atualmente apenas a nova, já que os que procuram a antiga o fazem movidos justamente por amor ao sagrado) e a Missa bem-celebrada, seja a nova, seja a antiga.

Claro, a discussão sobre eventuais problemas na reforma levada a cabo pelo Papa Paulo VI, ou sobre o que poderia ter sido melhorado, ou quanto ao modo como se o fez, sem atentar para o princípio do desenvolvimento harmônico, ou mesmo sem o rito antigo expressa ou não de modo mais sublime o dogma eucarístico, pode ser feita, com respeito, caridade e submissão. Mas esse tema escapa ao fim do presente artigo.

Enfim, daí se pode (e deve) incentivar, ao lado da Missa antiga, ou tridentina, ou tradicional ou forma extraordinária, também a Missa nova, forma ordinária, só que bem celebrada, de acordo com as rubricas. Sim, pois o que está aí, na maioria de nossas aróquias brasileiras, não é a Missa nova, não é a forma ordinária, não é o mesmo rito celebrado pelo Papa no Vaticano. É qualquer coisa, menos isso. É uma distorção do que prevê o Missal – e queremos a Missa do Missal!

Excelências da Batina

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Eis aqui um texto do Padre Jaime Tovar Patrón, traduzido por Luiz Augusto Rodrigues Domingues, da Associação Redemptionis Sacramentum:

Esta breve coleção de textos nos recorda a importância do uniforme sacerdotal, a batina ou hábito talar. Valha outro tanto para o hábito religioso próprio das ordens e congregações. Em um mundo secularizado, da parte dos consagrados não há melhor testemunho cristão que a vestimenta sagrada nos sacerdotes e religiosos.

“SETE EXCELÊNCIAS DA BATINA.”

“Atente-se como o impacto da batina é grande ante a sociedade, que muitos regimes anticristãos a têm proibido expressamente. Isto nos deve dizer algo. Como é possível que agora, homens que se dizem de Igreja desprezem seu significado e se neguem a usá-la?”

Hoje em dia são poucas as ocasiões em que podemos admirar um sacerdote vestindo sua batina. O uso da batina, uma tradição que remonta a tempos antiqüíssimos, tem sido esquecido e às vezes até desprezado na Igreja pós-conciliar. Porém isto não quer dizer que a batina perdeu sua utilidade, se não que a indisciplina e o relaxamento dos costumes entre o clero em geral é uma triste realidade.

A batina foi instituída pela Igreja pelo fim do século V com o propósito de dar aos seus sacerdotes um modo de vestir sério, simples e austero. Recolhendo, guardando esta tradição, o Código de Direito Canônico impõe o hábito eclesiástico a todos os sacerdotes.

Contra o ensinamento perene da Igreja está a opinião de círculos inimigos da Tradição que tratam de nos fazer acreditar que o hábito não faz o monge, que o sacerdócio se leva dentro, que o vestir é o de menos e que o sacerdote é o mesmo de batina ou à paisana.

Sem dúvida a experiência mostra o contrário, porque quando há mais de 1500 anos a Igreja decidiu legislar sobre este assunto foi porque era e continua sendo importante, já que ela não se preocupa com ninharias.

Em seguida expomos sete excelências da batina condensadas de um escrito do ilustre Padre Jaime Tovar Patrón

1ª RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE

Certamente que, uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se despreza a categoria ou classe que este representa.

2ª PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO

Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos.

Uma batina sempre suscita algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento.

As relações da alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os fiéis tem lamentado a dessacralização e seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o “desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.

3ª É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS

O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.

4ª SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS

A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade.

Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais.

Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.

Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.

5ª AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS

O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se não o de seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?

6ª IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR

A Igreja preservou sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da Igreja.

Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.

7ª EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO

Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina o ajuda a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada ou confundirá seu traje e sua vida com a do mundo.

Estas sete excelências da batina poderão ser aumentadas com outras que venham à tua mente, leitor. Porém, sejam quais forem, a batina sempre será o símbolo inconfundível do sacerdócio, porque assim a Igreja, em sua imensa sabedoria, o dispôs e têm dado maravilhosos frutos através dos séculos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Grupo de Coroinhas: uma tarefa complicada?

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Fonte: blog La Buhardilla de Jerônimo, do original “What Does The Prayer Really Say?”

Tradução: Wagner Marchiori

“O blog do Padre Z relata um programa destinado a aumentar a participação de meninos e jovens na Missa como coroinhas.”

A participação dos coroinhas teve um aumento de 500% ao adotar regras mais exigentes

Voltando a adotar práticas mais exigentes para os coroinhas, dois homens foram capazes de aumentar a participação em sua paróquia de 10 para 60 rapazes.

“Servir no altar na paróquia Sagrada Família permite aos jovens estarem mais plenamente integrados na Missa e lhes dá oportunidade de experimentar mais de perto o Sacrifício de Cristo. Sagrada Família propicia um ambiente que os fazem sentir bem-vindos e necessários e é uma excelente experiência”, explica Carson Lind, de 19 anos, um “veterano coroinha com 7 anos de atividade”.

Resposta a uma necessidade

Bob e Mark, membros da paróquia Sagrada Família em St. Louis Park, Minnesota, queriam ver mais garotos envolvidos na Missa. Parecia-lhes que a função de coroinha poderia ajudar aos jovens a participarem mais plenamente e, possivelmente, chegar a discernir uma vocação sacerdotal. Bob e Mark aproximaram-se de seu pároco, o padre Dufner, e compartilharam com ele esta visão.

De onde surgiu a idéia

Ambos haviam servido, quando jovens, em grupos de coroinhas reservados somente a meninos e lembravam da experiência com carinho.

Como funciona

Em primeiro lugar propuseram fazer o programa somente para rapazes. Acreditavam que isso aumentaria o desejo dos jovens em participar do programa. O padre Dufner concordou. Depois trataram de criar uma atmosfera mais reverente usando batinas e sobrepelizes e comprando calçados iguais. Finalmente treinaram os rapazes nas funções tradicionais de coroinhas, instituindo um sistema de cargos “hierárquicos” com nomenclatura própria que tornou mais acessível e atraente para os jovens a atividade. Com estas regras mais rigorosas o programa experimentou um enorme crescimento.

Os resultados

O grupo cresceu, nos últimos sete anos, de 10 para 60 participantes. Há rapazes de várias idades, o que permite que os mais velhos instruam os mais novos.

Elementos chaves

Bob e Mark crêem que há alguns elementos chaves que ajudaram no sucesso do programa. Os jovens da paróquia responderam bem à atmosfera reservada para rapazes e, especialmente, o tempo extra que lhes permitiram passar com o padre Dufner, tanto durante os treinamentos como fora da Missa em diversas atividades como jogar bola ou pescar. Também ajudou a motivação a hierarquia de funções, junto com o alto padrão de ordem e disciplina do programa.

Como implementar

Uma boa maneira de implementar esse programa é encontrar homens com espírito de liderança que tenham o desejo de ver uma maior participação de rapazes na Missa e animar-lhes a começar um programa de coroinhas. Ajudar a estes líderes a criar um ambiente divertido e competitivo instituindo um sistema de faixas hierárquicas com distintas nomenclaturas, colocando em vigor um rígido código de vestimenta e organizando atividades esportivas complementares somente para os coroinhas. Isto ajudará a estimular os rapazes a servir a Deus e à sua Igreja.

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