Quando se fala sem muito cuidado no assunto da liturgia, somos tentados, talvez, a imaginar um cenário onde só existam duas possibilidades, principalmente no Brasil: a Missa no rito antigo, bem celebrada, em latim, com canto gregoriano, com o padre versus Deum, os fiéis em atitude de piedade e sacralidade; e a Missa no rito novo, bagunçada, irreverente, com música pop ou violões folk e rimas terminadas em “ão”, padre sem casula, palminhas ritmadas, banho de água benta com balde, vários leigos no presbitério posando de clérigos etc.
O cenário, entretanto, é por demais simplista. Nem mesmo entro na possibilidade – que só é remota hoje, circunstancialmente – de haver avacalhação também na Missa antiga. O ponto é outro: a Missa nova NÃO é isso descrito acima.
Trata-se, então, não de “duas Missas”, mas de três: a Missa antiga, a Missa nova mal-celebrada, e a Missa nova bem-celebrada. Não se pode colocar, como fazem alguns radicais tradicionalistas, lado a lado a Missa antiga observante das rubricas e a Missa nova desobediente. Não é questão de, para fugirmos de “Missas-show”, “Missas-circo”, “Missas-discoteca”, “Missas-halloween”, “Missas de cura e libertação”, “Missas afro”, “Missas do padre sem casula”, “Missas do Missal rasgado” etc, levantarmos exclusivamente a bandeira da Missa antiga.
Por acaso o Papa celebra mal a Missa? No entanto, ele celebra a Missa nova. Todo aquele esplendor, aquele fausto, aquele gregoriano, aquele latim, aquele versus Deum, aqueles paramentos, aquela obediência às rubricas, não são atributos da Missa antiga apenas.
A comparação, em termos externos, para sermos justos, não deve se dar entre a Missa antiga bem-celebrada a nova mal-celebrada, mas entre a Missa mal-celebrada (atualmente apenas a nova, já que os que procuram a antiga o fazem movidos justamente por amor ao sagrado) e a Missa bem-celebrada, seja a nova, seja a antiga.
Claro, a discussão sobre eventuais problemas na reforma levada a cabo pelo Papa Paulo VI, ou sobre o que poderia ter sido melhorado, ou quanto ao modo como se o fez, sem atentar para o princípio do desenvolvimento harmônico, ou mesmo sem o rito antigo expressa ou não de modo mais sublime o dogma eucarístico, pode ser feita, com respeito, caridade e submissão. Mas esse tema escapa ao fim do presente artigo.
Enfim, daí se pode (e deve) incentivar, ao lado da Missa antiga, ou tridentina, ou tradicional ou forma extraordinária, também a Missa nova, forma ordinária, só que bem celebrada, de acordo com as rubricas. Sim, pois o que está aí, na maioria de nossas aróquias brasileiras, não é a Missa nova, não é a forma ordinária, não é o mesmo rito celebrado pelo Papa no Vaticano. É qualquer coisa, menos isso. É uma distorção do que prevê o Missal – e queremos a Missa do Missal!
O cenário, entretanto, é por demais simplista. Nem mesmo entro na possibilidade – que só é remota hoje, circunstancialmente – de haver avacalhação também na Missa antiga. O ponto é outro: a Missa nova NÃO é isso descrito acima.
Trata-se, então, não de “duas Missas”, mas de três: a Missa antiga, a Missa nova mal-celebrada, e a Missa nova bem-celebrada. Não se pode colocar, como fazem alguns radicais tradicionalistas, lado a lado a Missa antiga observante das rubricas e a Missa nova desobediente. Não é questão de, para fugirmos de “Missas-show”, “Missas-circo”, “Missas-discoteca”, “Missas-halloween”, “Missas de cura e libertação”, “Missas afro”, “Missas do padre sem casula”, “Missas do Missal rasgado” etc, levantarmos exclusivamente a bandeira da Missa antiga.
Por acaso o Papa celebra mal a Missa? No entanto, ele celebra a Missa nova. Todo aquele esplendor, aquele fausto, aquele gregoriano, aquele latim, aquele versus Deum, aqueles paramentos, aquela obediência às rubricas, não são atributos da Missa antiga apenas.
A comparação, em termos externos, para sermos justos, não deve se dar entre a Missa antiga bem-celebrada a nova mal-celebrada, mas entre a Missa mal-celebrada (atualmente apenas a nova, já que os que procuram a antiga o fazem movidos justamente por amor ao sagrado) e a Missa bem-celebrada, seja a nova, seja a antiga.
Claro, a discussão sobre eventuais problemas na reforma levada a cabo pelo Papa Paulo VI, ou sobre o que poderia ter sido melhorado, ou quanto ao modo como se o fez, sem atentar para o princípio do desenvolvimento harmônico, ou mesmo sem o rito antigo expressa ou não de modo mais sublime o dogma eucarístico, pode ser feita, com respeito, caridade e submissão. Mas esse tema escapa ao fim do presente artigo.
Enfim, daí se pode (e deve) incentivar, ao lado da Missa antiga, ou tridentina, ou tradicional ou forma extraordinária, também a Missa nova, forma ordinária, só que bem celebrada, de acordo com as rubricas. Sim, pois o que está aí, na maioria de nossas aróquias brasileiras, não é a Missa nova, não é a forma ordinária, não é o mesmo rito celebrado pelo Papa no Vaticano. É qualquer coisa, menos isso. É uma distorção do que prevê o Missal – e queremos a Missa do Missal!
Olá Rafael, achei seu artigo ótimo, tratou a questão da "reforma da reforma", de maneira simples e exclarecedora.
ResponderExcluirO maior obstaculo, na minha simples opinião, é a questão da aculturação/inculturação na liturgia. As normas da IGMR, são claras quando falam: ela só deve ocorrer quando há necessidade em virtude da cultura do povo. Fazendo uma análise histórica, foi o que aconteceu no Leste Europeu no prímeiro milênio, os povos eslavos fizeram adaptações do rito bizantino, segundo à sua cultura, sem, no entanto, desvirtuar as liturgias de São Tiago, Crisóstomo e Básilio.
No Brasil, o que eu percebo, é uma inculturação ilicita, para fins de "dinamizar" a celebração, quando na verdade a "dinamys" da celebração é o próprio Cristo.
Se criou uma mentalidade no homem ocidental de que ele tem que entender "tudo", e entender tudo, significa, querer entender, o que por sí só, os simbolos e os gestos já falam. Dai querer ficar colocando comentadores nas missas que ficam mandando os fiéis levantarem, sentarem, ajoelharem, dançarem. Não precisamos disso pois o próprio Cristo é a nossa motivação.
Nossas missas não precisam de cartazes e cantos que elucidam o "Deus Libertador", o sacrifício de Jesus na Cruz, já é o maior Simbolo real do Deus que Liberta e que salva! Não precisamos de Missas-Shows pois o sacrifício incruento de Jesus no altar é o maior espetáculo da terra. São Pio já falava: se as pessoas soubessem do valor da missa, as autoridades teriam que se mobilizar para evitar o tumulto das pessoas nas Igrejas e Capélas.
Que possamos descobrir a beleza da missa bem celebrada, seja da missa nova, seja da missa antiga mais nova do que nunca.
Valeu! Parabéns! Disse tudo!
ResponderExcluirEu concordo com tudo que foi dito, penso que o problema não é o fato de ser a missa no rito novo ou antigo mas o fato do rito novo ser mal celebrado, a paroquia onde sou cerimoniario este ano completa 50 anos em abril, sou o responsavel pela liturgia, mas o proprio paroco diz o tempo todo que nao quer muita coisa que quer tudo bem "simples" mas apensar de ser otima pessoa o simples dele quer dizer menos sacralidade e menos coisas do missal quanto possivel. É uma pena mas se é pra fazer pela metade ou mal feito é melhor não fazer (minha opiniao).
ResponderExcluirO problema é que essa Missa nova bem celebra não existe em quase lugar nenhum. Chuto que 95% das missas novas são mal celebradas e desobedientes. Na minha cidade que é um dos maiores centro urbanos do país há apenas dois lugares um pouco melhores e mesmo assim cometem algum dos erros que vou citar.
ResponderExcluirPra ficar só no básico: a patena é prescrita, poucos usam; os ministros extraordinários deveriam ser usados apenas em "numerosa participação" mas são todo domingo e até todo dia; eles só deveriam ser usados para distribuir a comunhão, mas fazem serviço de acólico/coroinha; não há incentivo à comunhão de joelhos, pois nem um genuflexório colocam pra você, se você é mais velho ou tem problema em ajoelhar vai ter dificuldade e atrapalhar a fila; acólitos/coroinhas deveriam ordinariamente (na maioria das vezes) ser homens mas todo domingo em 99% das paróquias usam mulheres; se tornou normal usar músicas do Glória, do Santo ou outras do ordinário que tenham letras completamente diferentes do Missal. Enfim, só o que lembro agora. Até nos lugares que vejo católicos dizendo que celebra bem a missa nova vejo esses erros (que pra mim são grotescos e que se os padres fossem realmente piedosos e obedientes seguiriam).
E ainda... Não entrei na questão das traduções terríveis que fizeram no missal brasileiro. "Sabaoth" virou Universo. "Meu e vosso sacrifício" virou "Nosso sacrifício". "E com teu espírito" virou "Ele está no meio de nós". E sabe-se lá mais o quê.
Ah! A "sacrosanctum concilium" pede para que o latim e o canto gregoriano sejam privilegiados, onde se vê isso na missa nova? Em 99% não se vê! E ainda.. outro problema da Missa Nova como feita na maioria dos lugares é a absoluta falta de SILÊNCIO. A música é alta, chamativa, não favorece a oração. Simplesmente não consigo rezar e fazer uma ação de graça, pois o momento da comunhão é um fast food danado e ainda barulhento devido as músicas. Às vezes colocam até músicas agitadas como se fosse uma comemoração de aniversário. Impossível, só um santo de sétima morada pra rezar.
Enfim... É MUITA coisa, por isso prefiro ir na missa tridentina e rezar para um reforma da reforma dê frutos e Deus levante novos Bento XVI, Burkes e Athanasius para que um dia o católico mediano e sem formação possa apreciar a beleza da Tradição Litúrgica.
O artigo tem razão? SIM. Mas a "missa nova bem celebrada" existe em 1% das paróquias nesse país!