É a Missa solene cantada pelo Bispo, ou a concelebração cantada presidida pelo Bispo. Pelo novo Cerimonial dos Bispos pós-conciliar, essa Missa é chamada agora “Missa estacional”. Mantivemos, entretanto, a denominação “Missa pontifical” para melhor compreensão do assunto, e por ser mais conforme a tradição litúrgica.
Há, como visto, dois tipos de Missa pontifical: concelebrada ou não. A concelebrada não precisa ser solene, i.e., não requer a presença de diácono, mas que não for concelebrada necessita ser. Em outras palavras, a Missa pontifical pode ser concelebrada (simples ou solene), e não-concelebrada (solene apenas).
Em qualquer dos casos, ela é cantada. Sempre cantada.[i] Se não for cantada, ainda que solene, não será pontifical. E se for cantada, porém não solene, também não será pontifical, exceto se for concelebrada. A única forma de uma Missa simples, i.e., sem diáconos, cantada pelo Bispo ser pontifical se dá quando houver concelebração, quando, então, alguns sacerdotes fazem suas vezes e sempre concelebram. Podem, claro, alguns sacerdotes só assistir, desde que outros concelebrem para fazer as vezes do diácono. Se houver diáconos, não é preciso ter sacerdotes concelebrando.
-> Tipos de Missa pontifical: solene e cantada; concelebrada (solene ou simples) e cantada.
-> Ministros. Atentar para os diáconos que o acompanham, ou, em sua falta, os sacerdotes auxiliares. Assistentes ao livro (librífero), ao báculo (baculífero) e à mitra (mitrífero), com vimpas. Na falta de vimpas, que não são fáceis de achar em face da enorme crise litúrgica em que vivemos, alguns cerimoniários sugeriram que os assistentes podem usar luvas brancas para segurar a mitra, o báculo e os livros.
-> Diáconos assistentes (dois) – ou sacerdotes auxiliares que concelebrarão e se apresentarão vestidos com paramentos sacerdotais –, diácono (um ou dois: do altar e da Palavra), sacerdotes concelebrantes (se não houver diáconos, esses concelebrantes fazem as vezes quer dos diáconos assistentes, quer dos diáconos propriamente ditos, mas vestidos com paramentos sacerdotais), turiferário, naveteiro, tocheiros etc (listar todos). Os sacerdotes concelebrantes (inclusive auxiliares, se não houver diáconos) poderão ser Bispos, aliás. Quando a Missa Pontifical for celebrada pelo Papa, os diáconos-assistentes podem ser Cardeais-diáconos, ainda que Bispos ou presbíteros (lembremos que a divisão do cardinalato em Cardeais-Bispos, Cardeais-presbíteros e Cardeais-diáconos tem a ver com a precedência e a honra, e não com o fato de serem de tal ou qual graus do sacramento da Ordem; assim, um Cardeal-Bispo só pode ser Bispo, mas um Cardeal-presbítero pode ser presbítero ou Bispo, e um Cardeal-diácono pode ser diácono, presbítero ou Bispo; nos dias de hoje, a esmagadora maioria dos Cardeais, mesmo Cardeais-presbíteros e Cardeais-diáconos, são Bispos). Os Cardais-diáconos, portando-se como diáconos-assistentes na Missa Pontifical celebrada pelo Papa, usam alva (e cíngulo e amito), com estola e dalmática, como qualquer diácono-assistente, mas por serem Bispos levarão também a mitra simples. A cena é muito interessante: dois personagens vestidos como diáconos, exceto pelo fato de usarem mitra!
-> Cerimoniário: obrigatório!
Na igreja catedral, se estiver presente o Cabido, convém que todos os cônegos concelebrem com o Bispo a Missa estacional, sem com isto excluir os outros presbíteros.
Os Bispos porventura presentes e os cônegos não concelebrantes devem apresentar-se de hábito coral.[ii]
-> Clero em vestes corais, especialmente os Bispos presentes não-concelebrantes, os cônegos do Cabido Catedralício e os monsenhores. Demais clérigos em vestes corais: presbíteros e diáconos.
-> Pontificalia: dalmática pontifical, cruz peitoral, mitra, anel, báculo e luvas. Dalmática e luvas são facultativas, mas a primeira é vivamente recomendada e vem prevista, como sugestão, nos livros litúrgicos, enquanto as segundas apenas se podem usar para manter a tradição milenar do rito romano. http://rubricsandritual.blogspot.com/2007/09/episcopal-gloves.html
-> Na Missa pontifical em sua catedral, o Bispo Diocesano senta na cátedra, também chamada de trono. Bispo auxiliar, coadjutor, emérito, ou de outra Diocese, senta no faldistório ou alguma outra cadeira sem aspecto de cátedra,[iii] ou, com autorização do Bispo Diocesano, no trono. Quando um Bispo visita uma igreja, oratório ou capela, pela ausência da cátedra, senta no faldistório ou em uma cadeira presidencial mais bonita e especialmente arranjada.
-> Pode-se manter o costume de unir a Missa Pontifical a um ofício da Liturgia das Horas, sobretudo a hora canônica de Terça.
-> A Missa Pontifical “ideal”: Bispo, cerimoniário, diácono do altar, diácono da Palavra, dois diáconos assistentes, todos os acólitos, incluindo ceroferários e tocheiros, com ou sem concelebrantes, clérigos em veste coral, librífero, baculífero, mitrífero.
O que se deve preparar
Se for uma igreja que não seja a catedral, prepare-se um trono ou uma cadeira digna que a ele se assemelhe, ou, então, um faldistório. O trono fica ou atrás do altar, em posição destacada, ou ao seu lado (quer em direção ao altar, quer em direção ao povo), ou ainda à sua frente. O faldistório ao lado do altar ou, preferencialmente, à frente.
-> Credência de onde partirá a procissão das oferendas.
-> Paramentos do Bispo: amito, alva, cíngulo, estola, dalmática pontifical, cruz peitoral, casula, báculo e anel, mitra (ornada ou simples, dependendo da situação), e, eventualmente, luvas pontificais.
-> Paramentos dos demais sacerdotes, diáconos e acólitos.
-> Paramentos do cerimoniário.
-> Vestes corais dos clérigos e religiosos. Vestes corais do Bispo, se houver solene recepção, vestição e procissão.
[i] cf. CB, 121.
[ii] ibidem, 123
[iii] cf. ibidem, 47
Lamentavelmente, aqui em Rio Grande ninguém sabe o que é uma Missa Pontifical. Já o novo pároco da Catedral todos se admiram (e é de se admirar) faz procissão de saída. Também quero lembrar que na Missa Pontifical se usa no ALTAR DA CELEBRAÇÃO sete castiçais com velas acesas e ainda na medida do possível a procissão com os sete castiçais. Ainda queria que a equipe do Salvem a Liturgia fizessem um post sobre o Evangeliário, pois é um livro pouco caro e em muitas paróquias, e no meu caso a diocese não tem esse objeto sacro. Queria que explicassem a origem do evangeliário e a honra e reverência com a palavra de Deus e porque as "procissões da Bíblia" na Liturgia da Palavra são inconvenientes.
ResponderExcluirNo caso das Vimpas eu dou a seguinte sugestão: pegar o comprimento e a largura do escapulário de um monje ou coroinha, levar para a costureira fazer o escapulário sem capuz ou gola, na respectiva cor litúrgica. Aí se adiciona, se quiser, as rendas douradas, os broches ou algum símbolo na vimpa.
ResponderExcluirNo caso da Dalmática Pontifical meu Bispo jamais a usará. Só se tem disponível na Ars Régia. No caso da minha Catedral, se tem só um faldistório, onde o bispo e qualquer celebrante de sentam. E aqui na minha diocese nunca há celebração na cátedra ou sede.
Muito bom esse post... estão de parabéns!
ResponderExcluirAgora é se aprofundar sempre mais no universo da liturgia!
obrigado!
Vitola,
ResponderExcluirtu falou de celebrar Missa com Liturgia das Horas... poderias fazer um post desenvolvendo mais esse assunto... :)