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quinta-feira, 3 de junho de 2010

O pensamento dos Bispos acerca da Eucaristia

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Neste dia em que a Igreja celebra Corpus Chirsti, o Salvem a Liturgia traz um especial com o pensamento de alguns Bispos acerca da Eucaristia:

"Tudo na Igreja se ordena para a Eucaristia e da Eucaristia. Parte novamente para o labor apostólico, a fim de buscar e conduzir tantos outros à  mesa da verdadeira vida, à mesa do Senhor. Portanto, é na Santa Missa, que temos o  ponto alto de nossa missão, uma expressão intensa de nossa fé em Jesus Cristo e um novo impulso para anunciá-lo a todos."

+ Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes,OFM
Arcebispo Emérito de São Paulo-SP
Prefeito da Congregação para o Clero



"A Igreja que se reúne em torno da Eucaristia quer dizer: a Igreja que se reúne em torno de Jesus Cristo. Isto é a Igreja! E a partir desta realidade dos discípulos reunidos com Jesus Cristo é que nós olhamos o mundo, as questões deste tempo em que estamos inseridos, os problemas, as angústias, as esperanças e procuramos tirar as lições; procuramos partir de novo com esperança para a vida, a transformação deste mundo, segundo o Evangelho, segundo o Reino de Deus."

+ Dom Odilo Pedro Cardeal Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo-SP


"'Jesus Cristo está presente na Sagrada Liturgia', ensina-nos a Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concilio Ecumênico Vaticano II: Presente Ele está na Assembleia reunida em seu nome. E nós tantas vezes professamos: Ele está no meio de nós! Está presente nos ministros que agem em seu nome, no seu lugar, na sua pessoa, in persona Christi. Presente nos Sacramentos, presente especialmente na Santíssima Eucaristia, pois as espécies do pão e do vinho consagrados, tornam-se seu Corpo e Sangue: Isto é o meu corpo entregue por vós, este é o cálice do meu sangue derramado por vós, diz o Senhor. Como nos ensinou o servo de Deus João Paulo II: 'Na Eucaristia, se realiza de maneira sublime a Palavra de Jesus que diz: Eu estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos'."

+ Dom Geraldo Lyrio Rocha
Presidente da CNBB

"A finalidade da Eucaristia é nos unir profundamente a Cristo: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” nos ensina o Senhor. A Eucaristia é verdadeiramente um banquete. Basta lembrarmos que, quando celebramos a Eucaristia, a primeira coisa que vemos é uma “mesa” rodeada de flores. Todo altar nos dá esta ideia de refeição, de banquete, de ceia. Mas a Eucaristia não é somente o memorial da Ceia do Senhor. Ela é também sacrifício. Memorial da Morte e Ressurreição do Senhor Jesus Cristo. O sacrifício único de Jesus na cruz se atualiza em cada Eucaristia que celebramos. A Eucaristia é a presença viva do Senhor em nosso meio. Por isso as nossas igrejas precisam estar de portas abertas para que o povo visite o Senhor no sacrário para adorá-lo. Nossas igrejas não são museus. Não são templos para viverem fechados."

+ Dom Raymundo Damasceno Assis
 Arcebispo de Aparecida-SP
Presidente do CELAM






"Na Eucaristia, os cristãos afirmam a dignidade absoluta de cada filho de Deus. Comungando o Cristo no sacramento da Eucaristia, nos tornamos pessoas eucarísticas. Na Eucaristia, realiza-se o sonho de todo ser humano, a felicidade e a liberdade, que consistem em servir ao próximo, do mesmo modo como Jesus. Na oferta de sua vida, no seu sacrifício, experimentamos o amor do Senhor por cada ser humano."
+ Dom Eusébio Oscar Cardeal Scheid, SCJ
Arcebispo Emérito de São Sebastião do Rio de Janeiro-RJ

 
"Eucaristia é mistério de fé, porque este Pão não é, apenas, o símbolo da presença do Senhor entre os seus, por sua mensagem e por sua graça. Este Pão é Cristo, como Ele próprio afirmou “O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (cf Jo 6,51). Não é um argumento humano que nos leva a aceitar esta presença do Senhor no pão eucarístico, mas somente a fé."
+ Dom José Cardeal Freire Falcão
Arcebispo Emérito de Brasília-DF


 
"A Eucaristia é resultado ardente de Jesus. Eucaristia forma discípulos quando descobrimos que preparamos bem as coisas da nossa fé. Se hoje as pessoas que estão aqui aprendessem só uma coisa eu ficaria feliz. Que ninguém faça esta pergunta: é obrigado ir a missa no domingo? Não é obrigado... É um prazer, é uma satisfação, é um privilégio! Discípulo é aquele que não se "arrasta" pelas coisas e sim as faz com amor. A Eucaristia ensina que cada um de nós deve viver de tal forma que um dia possamos dizer: "Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim". O mesmo ocorre entre nós, quando espalhamos a paz junto com os outros, quando de uma massa apática nós nos tornamos uma comunidade de irmãos. Eucaristia gera fraternidade. Na nossa Igreja guardamos a Eucaristia como o bem mais precioso e aqui ela está formando discípulos. Celebrá-la é dar a devida importância a todas as pessoas, é levar em conta que dentro de uma comunidade existem pessoas sadias e enfermas. Deus não brinca conosco, Deus tem milhões de caminhos para salvar uma pessoa, mas o caminho da vida na Igreja passa por uma preparação e participação na Eucaristia. É nessa direção que caminhamos. Eucaristia ensina a ser discípulo; ensina a ser Igreja."
+ Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém-PA



"Agradecer a Deus pela Eucaristia é fazer atualização do sacrifício de Cristo na cruz para a nossa salvação.  Que o Senhor Jesus se faça o centro da nação, para que esta possa testemunhá-lo no seu dia a dia através de uma vida coerente com a fé."
+ Dom João Braz de Aviz
Arcebispo Metropolitano de Brasília-DF


  

"A Eucaristia é o centro da nossa vida! É fonte geradora de todo o entusiasmo, de todo o dinamismo pastoral. Da Eucaristia parte toda a luz e da Eucaristia volta toda a maturidade da fé dos nossos agentes. É muito importante porque precisamos compreendê-la retamente, em todos os aspectos do Mistério Eucarístico; seja em seu significado teológico, seja na sua celebração litúrgica, sem particularismos, sem interpretações, na fidelidade à liturgia, como a Igreja nos oferece, mas, sobretudo, na compreensão profunda do Mistério celebrado. E para introduzir os fiéis, pedagogicamente, no Mistério Eucarístico celebrado é preciso que os sacerdotes que são colocados como ministros da Eucaristia, como presidentes da celebração eucarística, tenham o conhecimento do Mistério Eucarístico. O fim disto é que, por meio do seu serviço sacerdotal o povo possa sentir momento por momento o seu significado."

+ Dom Frei João Wilk, OFMConv.
Bispo Diocesano de Anápolis-GO

 

"A consciência da centralidade da Eucaristia está crescendo cada vez mais. Já faz tempo que  procuramos refletir sobre a centralidade da Eucaristia, ou seja, da mesa da Palavra à mesa do Pão. A primeira sem a segunda fica uma caminhada claudicante; a segunda sem a primeira pode ser uma farsa. Então, devemos sempre articular as duas, levando a Eucaristia a ser o centro do ser e do viver e do agir dos cristãos. Daí entendermos que a Eucaristia é sempre Eucaristia e se um Bispo não tem um coração eucarístico, como vai querer que a Diocese o tenha?!

+ Dom Carmo João Rhoden, SCJ
Bispo Diocesano de Taubaté-SP
 

 

"Na celebração da Eucaristia, partimos o mesmo Pão, o Corpo do Senhor, para levar a todos os que o comem à unidade da Igreja, o Corpo místico de Cristo. A finalidade da comunhão com Cristo na Eucaristia não é somente a de unir-nos a Cristo, mas também a de unir-nos entre nós, irmãos, e fazer-nos amar o que Ele ama e como Ele ama."
+ Dom José Negri, PIME
Bispo Diocesano de Blumenau-SC





 

 
"Sem padre, não há Eucaristia, e, sem Eucaristia, não há Igreja."

+ Dom Frei Joaquín Pertíñez Fernandez, OAR
Bispo Diocesano de Rio Branco-AC

 


"A Eucaristia significa ação de graças, mas significa também abertura, compromisso e partilha e isso deve acontecer na vida de todos os brasileiros, sobretudo na vida do jovem."

+ Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto-SP

A Divina Eucaristia

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Para meditação sobre a Eucaristia, inestimável dom, publicamos um texto da Ordem da Santa Cruz e do Opus Angelorum:

É interessante ver que o Senhor realizou as Suas maiores obras nas últimas horas de Sua vida terrena. Sua Paixão, começando com a agonia no Monte das Oliveiras até o Seu último suspiro na cruz, é obra maior do que todos os Seus milagres juntos e, por isso, estas horas foram as mais decisivas da vida do Senhor. Se Ele não tivesse passado estas horas de Sua Paixão, nós ainda não seríamos redimidos. Faltaria o mais importante daquilo que fez em nosso favor.

Afinal, foi no alto da Cruz que Ele consumou a Sua obra, dizendo "Tudo está consumado!"

Por ser obra tão grande, perfeita e importante, a Paixão de Jesus sempre ficará presente na história, como escreve o Catecismo da Igreja Católica: "Quando chegou Sua hora, viveu o único evento da história que não passa: Jesus morre, é sepultado, ressuscita dentre os mortos e está sentado à direita do Pai 'uma vez por todas'. É um evento ... único ... (que) abraça todos os tempos e nele se mantém presente" (cf. Cat. 1085). Este texto do Catecismo nos fala claramente: a Paixão, morte e ressurreição do Senhor é algo presente também em nossos dias. E se perguntarmos como isso é possível, devemos olhar para o Mistério da Santíssima Eucaristia. O Senhor não abandonou os Apóstolos sem antes ter deixado o Santíssimo Sacramento, que é a perpetuação de tudo o que Ele tinha feito em favor de Seus amados.

Isto é algo que nós homens nunca conseguiremos imitar. Podemos, por exemplo, filmar um acontecimento e depois ver novamente o que aconteceu no filme. Por exemplo, o filme de Mel Gibson sobre a Paixão de Cristo, mesmo se fosse uma filmagem de Jesus mesmo em Sua Paixão, é muito diferente daquilo que é a Santa Missa. Este filme seria menos real do que aquilo que acontece na Missa, pois mostraria como foi a Paixão, mas na Paixão mesma não mudaria nada, enquanto a celebração da Santa Missa faz presente o acontecido de tal maneira que misteriosamente podemos participar naquilo que Jesus fez nestas horas e receber o fruto de Sua obra maravilhosa.

Ao instituir o Santíssimo Sacramento, o Senhor deu aos homens a possibilidade de viver perto d'Ele e de unir cada instante da vida com a Sua obra e Sua vida, Sua Encarnação, Paixão, morte e ressurreição. Com isso, Ele quis provocar uma mudança radical de toda nossa vida. Em seguida, vamos tentar aplicar isso a nosso trabalho, pois o Senhor quer mudar também o sentido do trabalho humano por meio da Santíssima Eucaristia.

A Santíssima Eucaristia e o trabalho humano

Já no início de Seu discurso sobre o Pão da vida disse: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará" (Jo 6, 27). Quer dizer que ao instituir o Santíssimo Sacramento, o Senhor quis mudar realmente o sentido de nosso trabalho. "Trabalhai não pela comida que perece" é uma palavra que toca a raiz de nossa existência, pois todo homem tem que trabalhar para ganhar o pão de cada dia, senão vai morrer de fome. E o próprio São Paulo nos exorta: "Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer" (2 Tess 3, 10).

A Santíssima Eucaristia é algo tão precioso que não pode haver coisa alguma em nossa vida sem relação com este "Santíssimo e Diviníssimo" Mistério. Quando o Senhor nos admoesta "Trabalhai não pela comida que perece", podemos perceber por detrás destas palavras a Sua preocupação de que, ao começar a trabalhar pelo pão que perece e pelas coisas terrenas - nos esqueçamos do grande Dom da Santíssima Eucaristia. O Senhor não quer que trabalhemos sem nos aproximar mais do Pão celeste por meio deste mesmo trabalho.

E, de fato, o nosso trabalho tem uma ligação íntima com a Santíssima Eucaristia. Não reza o sacerdote no ofertório da Santa Missa: "Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de Vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que agora Vos apresentamos, e para nós se vai tornar Pão da vida"?

Por meio desta prece, o sacerdote oferece todo nosso trabalho ao Pai Celeste. Desta maneira tudo o que fazemos é transformado e é participação na obra do Senhor. Mas não somente isso, até podemos dizer que sem o trabalho humano nem haveria Missa,
pois não teríamos pão se ninguém semeasse o trigo e o colhesse, se outro não fizesse deste trigo farinha, se outro não fizesse da farinha uma massa e desta massa um pão.

Vemos que o sentido de nosso trabalho não é simplesmente ganhar dinheiro, o sustento da vida, por mais necessário que seja isso, mas o trabalho tem um sentido muito mais profundo. E a Santa Missa nos revela este sentido: como o pão é feito por meio do trabalho humano e depois é transformado no Corpo de Cristo, assim todo nosso trabalho deve servir para a edificação do Corpo de Cristo, também pelo Seu Corpo Místico que é a Santa Igreja, o Reino de Deus na terra.

O Senhor poderia ter escolhido outra coisa, por exemplo, uma pedra preciosa para ser transformada em Seu Corpo e uma fruta saborosa a ser transformada em Seu Sangue, mas não quis assim. Usou pão, que desde o paraíso perdido o homem ganha "no suor de seu rosto", e com isso nos ensina que sem esforço humano, sem trabalho da parte dos homens, Ele não quer realizar o mistério da transubstanciação. O Senhor não quer converter qualquer coisa em Seu Corpo, mas escolheu o pão que exige de nossa parte a colaboração para preparar o Divino Mistério, como também quer a colaboração dos sacerdotes na transformação do pão em Seu Corpo. "Trabalhai, não pela comida que perece" eis a razão de nosso trabalhar: o Pão do céu!

Recebemos um salário pelo trabalho, e assim deve ser. Mas, ao ofertar o nosso trabalho ao Senhor na Missa pelas mãos do sacerdote, Ele aceita também tudo o que fizemos, se foi na reta intenção que o realizamos, e nos "paga" também o salário: nos dá o Pão do céu! Este é o verdadeiro salário de nossas obras. São as moedas celestes, as graças que nos fazem merecer entrar pela porta do céu.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Missa: questão de amor

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Conselhos de Dom Javier Echevarría, prelado do Opus Dei.

Leia aqui.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ações cerimoniais

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Na liturgia, é preciso executar determinadas ações, fazer certos gestos, portar-se de uma maneira adequadamente disposta. Chamamos a tais procedimentos ações cerimoniais, pois se executa, por eles, uma dada cerimônia. Em alguns momentos, deve-se sentar, em outros ajoelharem-se ou ficar de pé. É necessário, igualmente, juntar as mãos ou elevá-las, falar em voz alta ou baixa, segurar objetos, ler, fazer o sinal-da-cruz etc.

Cada uma dessas ações cerimoniais reveste-se de fundamental importância para a correta celebração litúrgica, de vez que são permeadas de forte carga simbólicas. Mesmo as que não possuem significado mais profundo, sem embargo, têm a sua respeitabilidade e, dependendo do caso, são, no mais das vezes, preceptivas: servem para demonstrar, no mínimo, a unidade do rito romano, transmitir sua antiguidade, conectar-nos com a rica tradição da Igreja, explicitar beleza e elegância em cada detalhe.

Embora haja uma sadia diversidade na Igreja, que se reflete em certos aspectos da liturgia, ainda que em um mesmo rito, cumpre manter uma mínima unidade e, até mesmo, uniformidade nos gestos e ações, conforme nos mandam as rubricas de cada livro litúrgico. As ações cerimoniais uniformemente adotadas passam-nos a mensagem da universalidade da Igreja, da solidez do rito e da seriedade do culto católico. Por sua fiel observância, denotamos que o centro da liturgia é Jesus Cristo, não o homem. A Missa, a Liturgia das Horas, a celebração dos sacramentos, as procissões, enfim, cada ato de culto público instituído pela autoridade da Igreja, conquanto tenha por beneficiário o homem, têm por destinatário a Deus. Trata-se de atividades teocêntricas, nunca antropocêntricas. E, como é o Senhor quem está no centro e no fim da liturgia, importa a Ele agradar pela adoração “em espírito e verdade” (Jo 4,23), e não satisfazer nossas paixões ou gostos particulares. Nesse terreno, é a Igreja Católica, depositária da verdade e representante da vontade de Deus, quem deve regular, nunca nossas opiniões, muitas delas recheadas de subjetivismo e relativismo, tão em voga nos tempos hodiernos.

A possibilidade de eleger cerimônias, diálogos, ritos e gestos mais simples não seja invocada para sepultar o fausto da solenidade litúrgica.

Enfim, deve-se lembrar o princípio da nobre simplicidade, sobre o qual já discorremos, na execução de cada ação cerimonial. Um ar de distinção, de sobriedade unidade à beleza, de decoro e graciosidade, de elegância sem afetação, de gravidade, deve reinar no culto. As ações sejam simples, sem um desnecessário rebuscamento, que soe totalmente artificial, forçado.

Essa simplicidade, porém, seja nobre e grave, com a consciência de que estamos em local sagrado, diante do Deus Altíssimo, e celebrando com uma liturgia herdeira da riquíssima e bimilenar tradição eclesiástica, em que cada gesto deve demonstrar o que significa para melhor adoração a Deus e maior compreensão do próprio homem que O cultua. Impere, pois, além da acuidade na observância dos detalhes das rubricas, uma seriedade em sua execução. Esta acuidade e seriedade são, enfim, demonstrações de zelo pela liturgia e pelas normas da Igreja, o que, por sua vez, é fruto do amor a Deus e às almas.

Assim, de nada adianta termos uma Missa em que o padre use casula, tenha incenso, execute cantos em latim, a Comunhão seja dada na boca e de joelhos, etc, mas cujo celebrante seja desleixado em sua postura: caminha como quem está andando pela rua, sem solenidade; "descansa" as mãos sobre o altar; olha para qualquer lado ou fixa o olhar no povo; não tem a postura ereta, solene.

A naturalidade com que se deve celebrar não pode nunca vulgarizar o culto, como se estivéssemos diante de algo banal. Naturais devemos ser como quem está diante de um Pai amoroso, mas sem esquecer que se trata de uma celebração profundamente sobrenatural, na qual é o próprio Cristo quem celebra mediante Seus ministros sagrados. A liturgia não é algo do dia-a-dia, comum, porém um sair da normalidade, do ordinário: é criar o céu na terra, é sair da habitualidade e colocar-se diante do trono do Altíssimo e do Cordeiro, é refletir a adoração celebrada na corte celestial, é fazer presente o descrito no Apocalipse, é unir a Igreja Militante e a Padecente à Triunfante.

Celebrar a Missa de qualquer jeito – sem obedecer ao disposto nas rubricas, sem atender àqueles aspectos de solenidade e exuberância que embelezam o culto e demonstram o esplendor católico, e, mais ainda, sem aquele cuidado de observar até mesmo aquilo que não está descrito nas regras (mas que é absolutamente fiel ao senso litúrgico) – é não diferenciar entre as esferas material e espiritual, é banalizar o que há de mais espetacular no universo, é conceber a liturgia de maneira antropocêntrica.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Solenidade de Pentecostes em Frederico Westphalen - RS

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Irmãos e irmãs, na noite na qual se deu vida ao alegre tempo Pascal, o “dia de cinqüenta dias”, no momento de acender o Círio, nós aclamamos a Cristo nossa Luz. E a luz do Círio pascal nos acompanhou nestes cinqüenta dias e contribuiu não pouco a nos fazer recordar a grande realidade do Mistério pascal.

Hoje, no dia de Pentecostes, ao fechar-se o Tempo da Páscoa, o Círio é apagado, este sinal nos é tirado, também porque, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado e cheios do fogo dos dons do Espírito Santo, agora, devemos ser nós, “Luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa que passa no mundo, em meio aos irmãos, para guiar-nos no êxodo em direção ao céu, à “terra prometida” definitiva.

Veremos agora, no desenrolar do ano litúrgico, resplender a luz do Círio Pascal, sobretudo em dois momentos importantes do caminhar da Igreja: Na primeira Páscoa que viveram os seus filhos com a recepção do Batismo, e por ocasião da última Páscoa, quando, com a morte, ingressarão na verdadeira vida. (do Rito para Apagar o Cirio Pascal)

No dia 23 de maio, passado, a Igreja celebrou a Solenidade de Pentecostes, podemos dizer que é o aniversário de fundação da Igreja, e de sua Missão Evangelizadora, o Espirito Santo, vem até Maria e até os discipulos em forma de linguas de fogo é o cumprimento da promessa de Jesus, de que nós nunca estariamos sós, porque o Pai, nos enviaria o Espirito Santo.

Nesta solenidade, se apaga o Cirio Pascal, a luz de Cristo, como foi três vezes entoado solemente na Vigilia Pascal, nós é tirada, porque devemos nós agora, ser o resplendor desta luz de Cristo Ressuscitado.

Na Catedral Santo Antonio em Frederico Westphalen, a última missa da Solenidade de Pentecostes, com o prescrito Rito, foi celebrada por S. E. R. Dom Antonio Carlos, Bispo Diocesano, que após a oração depois da comunhão, como prescrito, presidiu o rito para apagar o cirio pascal, como vemos nas fotos abaixo.

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A incensação do Cirio Pascal, no inicio da celebração

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Homilia

(Nota-se o uso da dalmatica episcopal pelo Bispo, bem como do uso do barrete pelo Cônego Leonir, pároco da Catedral)

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Inicio do Rito Para Apagar o Cirio Pascal

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Faz-se inclinação ao Cirio Pascal

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E em seguida o Bispo o apaga, enquanto se canta um hino a Cristo Ressuscitado

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Benção Solene do Dia de Pentecostes

Digna-Te, ó Cristo, nosso dulcíssimo Salvador, de acender as nossas lâmpadas da fé; que em Teu templo elas refuljam constantemente, alimentadas por Ti, que sois a luz eterna; sejam iluminados os ângulos escuros do nosso espírito e sejam expulsas para longe de nós as trevas do mundo/.

Faz que vejamos, contemplemos, desejemos somente a Ti, que só a Ti amemos, sempre no fervente aguardo de Ti, Que vives e reinas pelos séculos dos séculos/.

A consagração é oração!

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Publico a seguir um belo artigo, publicado há 10 anos, pela revista 30 Giorni, que veio a ser republicado recentemente na mesma revista no mês de fevereiro deste ano.
Retomada brevemente a história da composição do decreto dogmático do Concílio de Trento sobre o santíssimo sacrifício da missa, aprovado em setembro de 1562.
O processo de composição do decreto evidenciava que o chamado Cânon Romano (a atual Oração Eucarística I) foi declarado imune de qualquer erro, diante das contestações dos reformadores, na medida em que reúne nada mais que as próprias palavras do Senhor, a tradição apostólica e patrística.
No ano passado, o papa Bento XVI, na homilia da missa “In Coena Domini” da Quinta-feira Santa, comentando o Cânon Romano, sublinhou um aspecto importante relacionado a esse Cânon, dizendo que em todas as suas partes é oração. Ouçamos outra vez suas palavras, como sempre mais claras que qualquer comentário: “A narração da instituição não é uma frase autônoma, mas começa por um pronome relativo: ‘Qui’ pridie. Este ‘Qui’ liga toda a narração à frase anterior da oração: ‘... se converta para nós no Corpo e Sangue de vosso amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo’ [... ut nobis Corpus et Sanguis fiat dilectissimi Filii tui Domini nostri Iesu Christi. Qui pridie...].
Deste modo, a narração fica unida à oração anterior, ao Cânon inteiro, e torna-se ela mesma oração. Não é de modo algum uma simples narração aqui inserida nem se trata de palavras de autoridade, como um todo à parte, que interromperiam mesmo a oração. É oração. E somente na oração se realiza o ato sacerdotal da consagração, que se torna transformação, transubstanciação dos nossos dons de pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo”.
Nos dá vontade de perguntar se esse critério não pode e não deve ser estendido, ou seja, se é possível haver na Igreja outra forma de realização de qualquer tipo de potestas (inclusive a potestas iurisdictionis), que não seja oração.
Este artigo – escrito no atribulado período compreendido entre a primeira e a segunda Guerra do Golfo e sob a impressão deixada por acontecimentos que, entre outras coisas, deram a conhecer a todos a existência da antiquíssima comunidade católica do Iraque – diz, além disso, que, diante de tantas contestações dos “próximos”, a confirmação da apostolicidade da fé contida no Cânon Romano veio em Trento, no verão de 1562, graças a um bispo proveniente do Iraque (a terra dos Caldeus). Impressionava-nos e ainda nos impressiona que um antigo predecessor dos patriarcas dos Caldeus, Raphaël Bidawid, falecido em 2003, e do atual, Emmanuel Delly – que nas páginas desta edição nos faz ouvir ainda a voz daquela pequena e indefesa comunidade –, tenha expresso uma unidade tão imediata na fé e na oração, capaz de superar de um só golpe qualquer estranheza de língua e cultura. E já há dez anos o artigo mencionava a China, ainda mais distante que o Iraque, e no entanto já tão próxima.
Por Lorenzo Cappelletti
(Revista 30 Giorni nella Chiesa e nel mondo, n. 2/3 2010)

domingo, 30 de maio de 2010

"Cenas" do XVI Congresso Eucarístico Nacional

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Postamos aqui algumas "cenas" que ocorreram durante diversos momentos do XVI Congresso Eucarístico Nacional. Algumas belíssimas e alguns abusos litúrgicos.



O chamado "Altar-Monumento" que tenta imitar (em tamanho ampliado)
a tenda da primeira missa em Brasília, há 50 anos

A procissão de entrada dos Bispos, na quinta-feira, dia 13 de maio


O beijo do altar

Uma das cenas mais belas: o Cardeal Dom Frei Cláudio Hummes, OFM, o Cura da catedral de Brasília,Monsenhor Marcony Vinícius e o Núncio Apostólico, Dom Lourenço Baldisseri que,
em meio ao barulho da procissão, faziam sua adoração ao Senhor Sacramentado

A procissão com o Santíssimo Sacramento, no sábado, dia 15 de maio
Detalhe: uso do Pálio e da capa com o véu de ombros


A adoração dos Bispos no Simpósio Teológico

A recepção dos Bispos, na subida para o "Presbitério", pela
Guarda Presidencial

Os Fuzileiros Navais guardando a Cruz da 1ª Missa de Brasilia


A Orquestra da Escola de Música de Brasília

Parte do Coral de 1000 vozes voluntárias

O Coração de São João Maria Vianney

Relíquia: Gota do Coração de São Vicente de Paulo,
sob a custódia dos Franciscanos Conventuais



Que postura estranha a desse padre, não?!

Um "belo" modelo de túnica de um padre!
(A moda pode pegar!)


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