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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A importância da posição de joelhos

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Pelo Pe. Leandro Bernardes, do seu blog:

 

A Eucaristia: o dom recebido

É de fundamental relevância o momento da recepção do sacramento eucarístico. Este exige do fiel comungante uma atitude receptiva, pois a Eucaristia foi, é e será o dom recebido. É o dom, e não apenas um dom. A Eucaristia encerra todos os dons, pois condensa sacramentalmente a presença real de Nosso Senhor, isto é, o próprio autor de todo dom, de toda graça. A Eucaristia é sempre recebida, oferecida, transmitida e isso acontece ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.

A posição de joelhos como um gesto cristológico

A tradição multissecular da Igreja sempre compreendeu que a forma de comungar é de joelhos e na boca. O então cardeal Joseph Ratzinger, em seu livro introdução ao espírito da liturgia diz: “A posição de joelhos não é apenas um gesto cristão, mas também um gesto cristológico”. Nos ajoelhamos para receber a eucaristia porque é um gesto cristológico, isto é, não é algo exterior somente, mas algo profundamente cristológico, que nos aproxima do Cristo vivo. Quem se ajoelha diante da eucaristia rompe com o orgulho e humildemente reconhece que ali está quem é maior.

Muitos questionam o gesto de ajoelhar, como se pervertesse o sentido de que Deus se fez simples, como uma exacerbação, um exagero. Ora, o que fazemos diante dos pequenos? não nos rebaixamos a eles? Quando conversamos ou abraçamos as crianças, nos rebaixamos para que elas sejam elevadas, para que elas sejam dignificadas e não rebaixadas pela nossa maior estatura. O Deus que se rebaixou, que se despojou de sua glória nos dignificou. Qual o nosso gesto diante da grandeza que recebemos? Nos ajoelhamos diante da Eucaristia, porque Deus se fez um de nós, justamente porque ele se rebaixou. A atitude diante da kénosis de Deus é também a kénosis do humano. Se Deus deixou a sua glória para nos elevar, nós também fazemos como Ele, nos rebaixamos porque reconhecemos que é dele que provém toda glória.

A dimensão pascal do gesto de ajoelhar-se


Se pensarmos que a glória foi-nos dada por meio do mistério pascal, e por isso devemos permanecer de pé, pois estamos ressuscitados, esvaziamos o sentido de elevação pela humilhação que a própria páscoa é. Cristo se humilhou para nos elevar, sem o sentido de rebaixamento não podemos viver como ressuscitados, não há ressurreição sem morte. Na liturgia vivemos o mistério pascal que consiste em morte e ressurreição; quando nos colocamos em pé é evidenciado o sentido de ressurreição, quando nos colocamos de joelhos é evidenciado o sentido de morte, de despojamento, de humildade. Não há dicotomia entre morte e ressurreição.

É um verdadeiro absurdo não se ajoelhar em uma celebração eucarística; contradiz o real significado da páscoa que é atualizada por meio do sacramento eucarístico. A atitude obediente de se ajoelhar nos momentos específicos, que a piedade eucarística ao longo dos séculos desenvolveu, é profundamente consonante com a riqueza litúrgica e espiritual da fé católica (Lex orandi, Lex credendi: a lei da oração é a lei da fé). Por isso todos os fiéis são chamados a se ajoelharem diante da Eucaristia, seja no momento da consagração, seja na recepção das sagradas espécies ou da exposição do Santíssimo Sacramento, ao passar diante do sacrário, etc. Todos são chamados, e não obrigados. A Igreja não ensina a estrita obrigação, mas chama à obediência livre e consciente de suas normas litúrgicas. Além de ser uma norma litúrgica, a posição de joelhos é uma manifestação da fé no Cristo presente na Eucaristia. Quando se reconhece essa presença real, a posição de joelhos flui naturalmente pela razão e sobrenaturalmente pela graça. Ajoelhar-se não é somente um ato de fé, mas a união entre fé e razão. Se ajoelha quem reconhece pela fé e a razão Deus, sua presença, sua divindade, sua santidade e também, sua humanidade em Jesus Cristo.

A Liturgia Cósmica: de joelhos aos pés do Senhor

O papa nos diz em sua introdução ao espírito da liturgia que: “a liturgia cristã é liturgia cósmica, precisamente porque se ajoelha perante o Senhor crucificado e elevado”. Estar de joelhos é um gesto cósmico, isto é, quem se ajoelha aos pés do Senhor, se une com todo o cosmos, pois é Ele o criador. Diz ainda: “O gesto humilde com que caímos aos pés de Jesus, insere-nos na verdadeira órbita do Universo”. Sem dúvida, quando se ajoelha acontece uma verdadeira inserção na órbita do universo, ou seja, no movimento da criação. Hoje, muitos cristãos buscam essa inserção por meio de outras espiritualidades provindas de religiões orientais que focalizam a união com o cosmos; por meio da tradição cristã, se entra perfeitamente na ordem da criação, na comunhão com o criador, dispensando qualquer elemento não cristão. A liturgia católica não carece em nada de aspectos cósmicos, pois ela mesma é liturgia cósmica.

A tradição litúrgica da recepção da comunhão na boca e de joelhos

Ao longo de dois mil anos, a Igreja encontrou uma expressão ritual para testemunhar sua fé e seu amor ao sacramento eucarístico. A partir do século VI a Igreja começou a distribuir a comunhão diretamente na boca dos fiéis de joelhos. Isso ocorreu devido ao desenvolvimento orgânico da liturgia ao longo dos séculos, não como uma deturpação como dizem alguns liturgistas. A comunhão na boca e de joelhos é atestada pelos Santos Padres da Igreja dos primeiros séculos.

Portanto, a posição de joelhos é um gesto tradicional na liturgia católica, profundamente cristológico, que insere o ser humano na ordem divina, na comunhão com Deus.

Pe. Leandro Luis Bernardes

Missa na forma antiga do Rito Romano

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Por Dom Fernando Arêas Rifan
Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

[CNBBNum gesto de bondade e generosidade, “abrindo plenamente o seu coração”, como ele mesmo se exprime, buscando a “reconciliação interna no seio da Igreja” o Papa Bento XVI, na Carta Apostólica Motu Proprio “Summorum Pontificum”, liberou para todo o mundo o uso da forma antiga do Rito Romano, também chamada Missa no rito de São Pio V ou Missa Tridentina, como forma extraordinária do único Rito Romano, ao lado da sua forma ordinária, que é a Missa no rito de Paulo VI, em vigor atualmente na Igreja. O Motu Proprio é acompanhado de uma elucidativa Carta aos Bispos.
Explicando que essa liberação não afeta a autoridade do Concílio Vaticano II nem a validade da reforma litúrgica dele procedente, o Papa fala que “as duas formas do uso do Rito Romano podem enriquecer-se mutuamente”. E, em termos de reconciliação e convivência, enquanto a nova forma (ordinária) da Missa se apresenta como mais participativa, a antiga forma (extraordinária) exprime mais a sacralidade e a reverência devida ao Mistério Eucarístico.
Sobre os interessados nessa forma antiga, o Santo Padre reconhece que, ao lado de exageros e desvios por parte de alguns, existem pessoas corretamente apegadas à antiga forma litúrgica da Santa Missa: “Quanto ao uso do Missal de 1962, como Forma extraordinária da Liturgia da Missa, quero chamar a atenção para o fato de que este Missal nunca foi juridicamente ab-rogado e, consequentemente, em princípio sempre continuou permitido. Na altura da introdução do novo Missal, não pareceu necessário emanar normas próprias para um possível uso do Missal anterior. Supôs-se, provavelmente, que se trataria de poucos casos individuais que seriam resolvidos um a um na sua situação concreta. Bem depressa, porém, se constatou que não poucos continuavam fortemente ligados a este uso do Rito Romano que, desde a infância, se lhes tornara familiar. Isto aconteceu sobretudo em países onde o movimento litúrgico tinha dado a muitas pessoas uma formação litúrgica notável e uma profunda e íntima familiaridade com a Forma anterior da Celebração Litúrgica. Todos sabemos que, no movimento guiado pelo Arcebispo Lefebvre, a fidelidade ao Missal antigo apareceu como um sinal distintivo externo; mas as razões da divisão, que então nascia, encontravam-se a maior profundidade. Muitas pessoas, que aceitavam claramente o carácter vinculante do Concílio Vaticano II e que eram fiéis ao Papa e aos Bispos, desejavam contudo reaver também a forma, que lhes era cara, da sagrada Liturgia; isto sucedeu antes de mais porque, em muitos lugares, se celebrava não se atendo de maneira fiel às prescrições do novo Missal, antes consideravam-se como que autorizados ou até obrigados à criatividade, o que levou frequentemente a deformações da Liturgia no limite do suportável. Falo por experiência, porque também eu vivi aquele período com todas as suas expectativas e confusões. E vi como foram profundamente feridas, pelas deformações arbitrárias da Liturgia, pessoas que estavam totalmente radicadas na fé da Igreja”.
Em entrevista à revista americana Latin Mass (5/5/2004), o Cardeal Dario Castrillón Hoyos também já afirmara: “Eu não gosto, com efeito, das concepções que querem reduzir o “fenômeno” tradicionalista somente à celebração do Rito antigo, como se se tratasse de um apego nostálgico e obstinado ao passado. Isto não corresponde à realidade que se vive no interior deste vasto grupo de fiéis. Na realidade, nós estamos aí freqüentemente na presença de uma visão cristã da vida de fé e de devoção..., um desejo profundo de espiritualidade e sacralidade,... É interessante em seguida ressaltar como se encontram no seio desta realidade numerosos padres, nascidos depois do Concílio Ecumênico Vaticano II. Eles manifestam...uma ‘simpatia de coração’ por uma forma de celebração, e também de catequese, que... deixa um grande lugar ao clima de sacralidade e de espiritualidade que justamente conquista também os jovens de hoje: não se pode certamente defini-los como ‘nostálgicos’ ou um vestígio do passado.”
Quanto ao uso do latim, língua oficial da Igreja, lembremo-nos que o Concílio Vaticano II, tendo liberado o uso do vernáculo na Liturgia, não deixou de lembrar a norma geral: “Seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos Latinos” (Sacr. Conc. 36). Aliás, era a observação feita pelo Papa Beato João XXIII: “Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso da Língua Latina... nos sagrados ritos da Liturgia.” (Const. Ap. Veterum Sapientia, 11, § 2).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Missa tridentina com assistência pontifical, pelos dez anos de ordenação do Pe. Everaldo, em Campos, RJ

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A Missa ocorreu na Igreja de Nossa Senhora do Carmo (da Administração Apostólica São João Maria Vianney) em Ação de Graças pelos dez anos de sacerdócio do Pe. Everaldo. Dom Fernando Rifan, que fez a homilia, assistiu-a pontificalmente.

Pe. Everaldo recebeu o sacramento da Ordem há 10 anos na Paróquia de São Geraldo pelas mãos de Dom Licínio, e é Diretor Espiritual do Seminário Imaculada Conceição da Adm. Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, e também reitor da Igreja do Carmo (Campos).

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