Nossos Parceiros

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ordem de Incensação das Oferendas e Orações para a Paramentação

View Comments

Disponibilizamos, para Download, as formas de incensação das oferendas, para a Forma Ordinária do Rito Romano, no modo tradicional (em cruzes e círculos), em forma de cruz e em 3 ductus, conforme a tradução vigente e a da 3ª edição do missal (nº 277). O que difere uma da outra são as orações. Na forma tradicional (6 cruzes e 3 círculos), são as orações que, na forma atual, é feita em silêncio.

Ao mesmo tempo, disponibilizamos também, as orações para serem rezadas durante a paramentação, na sacristia. Fizemos de modo emoldurado, já no intuito de serem impressos, em latim e português.

Para o Download, basta clicar nos títulos:






domingo, 20 de maio de 2012

Ascensão do Senhor: Jesus Espera-nos no Céu - Pe. Francisco F. Carvajal

View Comments

– A exaltação de Cristo glorioso culmina neste mistério.
– A Ascensão fortalece e estimula o nosso desejo de alcançar o Céu. Fomentar esta esperança. 
– A Ascensão e a missão apostólica do cristão. 

I. SEGUNDO O EVANGELHO de São Lucas, o último gesto de Jesus Cristo na terra foi uma bênção (1) Os Onze tinham partido da Galileia e ido ao monte que Jesus lhes indicara, o monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Os discípulos, ao verem novamente Aquele que havia ressuscitado, adoraram-no (2), prostraram-se diante d'Ele como seu Mestre e seu Deus. Agora estão muito mais profundamente conscientes daquilo que já muito tempo antes tinham no coração e haviam confessado: que o seu Mestre era o Messias (3).

O Mestre fala-lhes com a majestade própria de Deus: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra (4). Jesus confirma a fé dos que o adoram e ensina-lhes que o poder que irão receber deriva do próprio poder divino. A faculdade de perdoar os pecados, a de renascer para uma vida nova mediante o Batismo... são o próprio poder de Cristo que se prolonga na Igreja. Esta é a missão da Igreja: continuar para sempre a obra de Cristo, ensinar aos homens as verdades sobre Deus e as exigências que essas verdades trazem consigo, ajudá-los com a graça dos sacramentos... Jesus diz-lhes: O Espírito Santo descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo.

Dizendo isto, elevou-se da terra à vista deles, e uma nuvem o ocultou (5). Assim nos descreve São Lucas a Ascensão na primeira leitura da Missa de hoje.

Foi-se elevando pouco a pouco. Os Apóstolos permaneceram um longo tempo olhando para Jesus que ascendia ao céu com toda a majestade, enquanto lhes dava a última bênção, até que uma nuvem o ocultou. Era a nuvem que acompanhava a manifestação de Deus (6): “Era um sinal de que Jesus tinha entrado já nos céus” (7).

A vida de Jesus na terra não termina com a sua morte na Cruz, mas com a Ascensão aos céus. É o último mistério da vida do Senhor aqui na terra. É um mistério redentor, que constitui, com a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o mistério pascal. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema. Cumprem-se agora dian­te dos seus olhos as palavras que um dia o Senhor lhes tinha dito: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus (8).

Contemplamos a Ascensão do Senhor aos céus no segundo mistério glorioso do Santo Rosário. “Jesus foi para o Pai. – Dois anjos de brancas vestes se aproximam de nós e nos dizem: Homens da Galileia, que fazeis olhando para o céu? (At I, 11).

“Pedro e os restantes voltam para Jerusalém – cum gaudio magno – com grande alegria (Lc XXIV, 52). – É justo que a Santa Humanidade de Cristo receba a homenagem, a aclamação e a adoração de todas as hierarquias dos Anjos e de todas as legiões dos bem-aventurados da Glória” (9).

II. “HOJE NÃO SÓ FOMOS constituídos possuidores do paraíso – ensina São Leão Magno nesta solenidade –, mas com Cristo ascendemos, mística mas realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que a que havíamos perdido” (10).

A Ascensão fortalece e estimula a nossa esperança de alcançarmos o Céu e incita-nos constantemente a levantar o coração a fim de procurarmos as coisas que são do alto, como nos sugere o Prefácio da Missa. Agora a nossa esperança é muito grande, pois o próprio Cristo foi preparar-nos uma morada (11).

O Senhor está já no Céu com o seu Corpo glorificado, com os sinais do seu Sacrifício redentor (12), com as marcas da Paixão que Tomé pôde contemplar e que clamam pela salvação de todos nós. A Humanidade Santíssima do Senhor tem já no Céu o seu lugar natural, mas Ele, que deu a sua vida por cada um, espera-nos ali. “Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do céu (Fl III, 20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá sabermo-nos filhos amados de Deus [...]. E se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, recorramos à sua Mãe, como fizeram os Apóstolos: Tornaram então a Jerusalém... e oravam unanimemente... com Maria, a Mãe de Jesus (At I, 12-14)” (13).

A esperança do Céu encherá de alegria o nosso peregrinar diário. Imitaremos os Apóstolos que “tiraram tanto proveito da Ascensão do Senhor que tudo quanto antes lhes causava medo, depois se converteu em gozo. A partir daquele momento, elevaram toda a contemplação das suas almas à divindade que está à direita do Pai; a perda da visão do corpo do Senhor não foi obstáculo para que a inteligência, iluminada pela fé, acreditasse que Cristo, mesmo descendo até nós, não se tinha afastado do Pai e, com a sua Ascensão, não se separou dos seus discípulos” (14).

III. ENQUANTO OLHAVAM atentamente para o céu à medida que Ele se afastava, eis que lhes apareceram dois homens vestidos de branco que lhes disseram: Homens da Galileia, por que ficais aí a olhar para o céu? Este Jesus que acaba de vos deixar para subir ao céu voltará do mesmo modo que o vistes subir (15).

“Tal como os Apóstolos, ficamos meio admirados, meio tristes ao ver que Ele nos deixa. Na realidade, não é fácil acostumarmo-nos à ausência física de Jesus. Comove-me recordar que Jesus, num gesto magnífico de amor, foi-se embora e ficou; foi para o Céu e entrega-se a nós como alimento na Hóstia Santa. Sentimos, no entanto, a falta da sua palavra humana, da sua forma de atuar, de olhar, de sorrir, de fazer o bem. Gostaríamos de voltar a vê-lo de perto, quando se senta à beira do poço, cansado da dura caminhada (Jo 4, 6), quando chora por Lázaro (Jo 11, 35), quando se recolhe em prolongada oração (Lc 6, 12), quando se compadece da multidão (Mt 15, 32; Mc 8, 2).

“Sempre me pareceu lógico – e me cumulou de alegria – que a Santíssima Humanidade de Jesus Cristo subisse à glória do Pai. Mas penso também que esta tristeza, própria do dia da Ascensão, é uma manifestação do amor que sentimos por Jesus, Senhor Nosso. Sendo perfeito Deus, Ele se fez homem, perfeito homem, carne da nossa carne e sangue do nosso sangue. E separa-se de nós, indo para o céu. Como não havíamos de notar a sua falta?” (16).

Os Anjos dizem aos Apóstolos que é hora de começar a imensa tarefa que os espera, e que não devem perder um só instante. Com a Ascensão termina a missão terrena de Cristo e começa a dos seus discípulos, a nossa. E hoje, na nossa oração, é bom que ouçamos de novo as palavras com que o Senhor intercede diante de Deus Pai por nós: Não peço que os tires do mundo, do nosso ambiente, do nosso trabalho, da família..., mas que os preserves do mal (17). Porque o Senhor quer que cada um no seu lugar continue a tarefa de santificar o mundo, para melhorá-lo e colocá-lo aos seus pés: as almas, as instituições, as famílias, a vida pública... Porque só assim o mundo será um lugar em que se valoriza e se respeita a dignidade humana, em que se pode conviver em paz, com essa paz verdadeira que está tão ligada à união com Deus.

“Recorda-nos a festa de hoje que o zelo pelas almas é um mandamento amoroso do Senhor: ao subir para a sua glória, Ele nos envia pelo orbe inteiro como suas testemunhas. Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunha de Cristo implica, antes de mais nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima” (18).

Os que convivem ou se relacionam conosco devem aperceber-se da nossa lealdade, sinceridade, alegria, la­bo­rio­si­da­de; temos de comportar-nos como pessoas que cumprem com retidão os seus deveres e sabem atuar como filhos de Deus nas pequenas situações de cada dia. As próprias normas correntes da convivência, que para muitos não passam de algo externo, necessário apenas para o relacionamento social – os cumprimentos, a cordialidade, o espírito de serviço... – devem ser fruto da caridade, manifestações de uma atitude interior de interesse pelos outros.

Jesus parte, mas permanece muito perto de cada um. De modo especial encontramo-lo no Sacrário mais próximo, talvez a menos de uma centena de metros do lugar onde vivemos ou trabalhamos. Não deixemos de procurá-lo com freqüência, ainda que na maioria das vezes só possamos fazê-lo com o coração, para dizer-lhe que nos ajude na tarefa apostólica, que conte conosco para estender a sua doutrina por todos os ambientes.

Os Apóstolos voltaram a Jerusalém em companhia de Santa Maria. Juntamente com Ela, esperam a chegada do Espírito Santo. Disponhamo-nos nós, nestes dias, a preparar a próxima festa de Pentecostes muito unidos a Nossa Senhora.


Referências:
______________
(1) Lc 24, 51; (2) cfr. Mt 28, 17; (3) cfr. Mt 16, 18; (4) Mt 28, 18; (5) At 1, 7 e segs.; (6) cfr. Ex 13, 22; Lc 9, 34 e segs.; (7) São João Crisóstomo, Homilias sobre os Atos, 2; (8) Jo 20, 17; (9) Josemaría Escrivá, Santo Rosário, IIº mist. glorioso; (10) São Leão Magno, Homilia I sobre a Ascensão; (11) cfr. Jo 14, 2; (12) cfr. Apoc 5, 6; (13) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 126; (14) São Leão Magno, Sermão 74, 3; (15) At 1, 11; (16) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 117; (17) Jo 17, 15; (18) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 122.


sábado, 19 de maio de 2012

Silêncio e Palavra: Caminho de Evangelização

View Comments

    
Mensagem do Papa Bento XVI
Para o 
46º Dia Mundial
das Comunicações Sociais

[Domingo, 20 de Maio de 2012]


Amados irmãos e irmãs,

Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.



O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.

Grande parte da dinâmica actual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.

No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que dêem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de cépticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, «quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).

Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem actual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 30 de Setembro de 2010, n. 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos» (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.

Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. «Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora» (Homilia durante a Concelebração Eucarística com os Membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de «anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.

Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de «acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (Const. dogm. Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.

Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da acção comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio «escuta e faz florescer a Palavra» (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de Setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.

Vaticano, 24 de Janeiro – dia de São Francisco de Sales – de 2012.

BENEDICTUS PP. XVI

Fonte: Vaticano

 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Reforma da reforma e recepção de adultos convertidos

View Comments

Um dos grandes pontos positivos da reforma de Paulo VI, que originou o que hoje chamamos forma ordinária do rito romano, foi o resgate do catecumenato litúrgico pela separata do Ritual Romano denominada Rito da Iniciação Cristã de Adultos. Penso que ele deve não só ser mantido, como tornado obrigatório, e não meramente recomendado como é hoje. Estranhamente, os pontos negativos do rito moderno são quase obrigatórios e os positivos geralmente facultativos. É preciso corrigir isso com urgência.

A Quaresma é o tempo adequado para se fazer a Entrega da Oração Dominical, do Credo, os escrutíneos, sempre na Missa ou, em absoluta incapacidade de se celebrá-la, em uma celebração fora da Missa presidida por sacerdote, diácono, subdiácono, ou acólito ou leitor (instituídos, não os eventuais).

A recepção de convertidos da heresia, do cisma, do judaísmo e do islamismo deverá ser resgatada pelo rito conforme o uso tradicional. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dom José Falcão celebra Páscoa dos Militares em Brasília

View Comments

Páscoa dos Militares reuniu mais de 1200 fiéis do Ordinariado Militar do Brasil na Igreja de São João Bosco em Brasília na última quinta-feira 10 de maio de 2012 em Santa Missa presidida por Dom José Francisco Falcão de Barros, bispo auxiliar.












Missa votiva em honra ao Imaculado Coração de Maria na Forma Extraordinária

View Comments

Recebemos do leitor Hernan Gouveia:
Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano celebrada na véspera da Festa de Nossa Senhora de Fátima, votiva em honra ao Imaculado Coração de Maria. Celebrada pelo Revo. Padre Anderson na Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Manilha - RJ, Arquidiocese de Niterói.















terça-feira, 15 de maio de 2012

Carta do Prof. Carlos Ramalhete ao Salvem

View Comments

Nosso apostolado é apoiado por vários Bispos. É lido em Roma, como vemos no tráfego de visitas. Tem como Padres orientadores um Monsenhor que trabalha na Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, no Vaticano, e um sacerdote conhecido por seu valioso apostolado na formação de Seminaristas e na celebração de ambas as formas do rito romano. Possuimos dois seminaristas na equipe, um deles estudando em Roma. Dezenas de Padres e Bispos nos escrevem e mandam fotos de suas celebrações, e nos parabenizam pelo resgate e defesa da liturgia.

Agora, recebemos uma carta do Prof. Carlos Ramalhete, conhecido apologista brasileiro, um dos pioneiros nos apostolados via internet.

O Santo Padre Bento XVI escreveu que a liturgia “não pode vir da nossa própria imaginação, da nossa própria criatividade”.  Este dado elementar de algo tão próximo à essência do Mistério de nossa salvação hoje, infelizmente, muitas vezes precisa ser lembrado.

A crise pela qual a Igreja vem passando é, em grande parte, refletida, amplificada e alimentada por uma crise litúrgica de seriíssimas proporções. O Beato João Paulo II e, agora, Bento XVI vêm tentando sanar a situação e instituir uma percepção correta da liturgia. Os documentos emanados da pena destes dois grandes Pontífices são muitos, todos apontando na mesma direção: o respeito à liturgia, a sua percepção como algo que recebemos de Deus, que recebemos da Igreja, que deve ser acolhido, não inventado.

A prática litúrgica, contudo, ocorre verdadeiramente no nível das paróquias e capelas. São os padres e os leigos que, juntos, vivem o Mistério litúrgico a cada dia. A Missa celebrada em uma paróquia paupérrima é a mesma Missa que é celebrada pelo Papa em Roma: ambas são o Sacrifício Salvífico de Nosso Senhor Jesus Cristo, tornado novamente presente de forma incruenta sobre o altar. Ambas as Missas são, na verdade, janelas que se abrem à Eternidade, aberturas pelas quais, como no sonho de Jacó, sobem e descem os anjos.

Quando, contudo, cai-se no erro de fazer da liturgia algo voltado para as pessoas que ali estão, uma celebração do estar-junto, uma mera festa de comunidade, a janela para o Eterno é como que apagada, esquecida em prol de coisas passageiras, cuja importância empalideceria diante da magnitude do Mistério que ali é celebrado. E, com isso, sofre a Fé dos paroquianos, que – de tanto ver referências ao imanente obnubilando o transcendente – acabam por achar que o que importa é o que o século já diz que importa: casa, comida, roupa lavada. Prazeres sensíveis e honrarias mundanas. Coisas passageiras, coisas que não nos levam ao Céu.

Esta experiência litúrgica, boa ou ruim, ocorre necessariamente na vida cotidiana, na prática litúrgica de cada paróquia. Os documentos que vêm de Roma, se não são aplicados em cada paróquia, em cada Missa, tornam-se rapidamente letra morta. É na paróquia o campo de batalha, e somos nós – leigos e padres – os soldados em campo, sempre guiados pela santa obediência e pelas sapientíssimas palavras dos Sumos Pontífices a quem Deus nos confiou.

A resposta aos incessantes apelos de já dois Papas, assim, deve surgir no nível paroquial, em cada capela, em cada paróquia. De lá, de maneira aliás perfeitamente adequada ao que nos é indicado pelo princípio da subsidiariedade, a reta compreensão da liturgia – e, nela, da Fé – se espalha horizontal e verticalmente.

Com este objetivo, o Bem-Aventurado Papa João Paulo II viajou por todo o mundo, criou meios de comunicação direta que levassem aos leigos imediatamente as sábias palavras dos Santos Padres.
Não se trata de um aumento do centralismo, mas, ao contrário, de um pedido de ajuda, de um reconhecimento da importância que tem a participação do laicato, a participação de cada pároco, na obra de restauração litúrgica e doutrinal da Igreja.

O trabalho do apostolado Salvem a Liturgia, assim, insere-se perfeitamente na estratégia traçada por João Paulo II e continuada por seu augusto sucessor. Pelo exemplo prático das fotografias e vídeos apresentados, pelas oportunidades educacionais oferecidas nos textos, pelos auxílios diretos à sanação da crise litúrgica oferecidos na forma de instruções e mesmo doação de Missais, vai sendo feito este trabalho de lenta restauração, de lenta reconstrução da grandeza litúrgica em cada paróquia, em cada capela. Uma de cada vez, todas em perfeita união com a Santa Sé.

Vale notar que não se trata de uma volta ao passado, sim de uma ordenação do presente, com vistas ao futuro. De acordo com o determinado pela Santa Sé, este apostolado procura ajudar a aprimorar a celebração de ambas as Formas do mesmo Rito Romano, que é a nossa herança e nosso direito, para que a liturgia de hoje seja não a liturgia de ontem, mas sim o reflexo fiel da liturgia eterna da Jerusalém Celeste, ensinando a reta Fé e conduzindo à santificação de cada um de nós.

Inúmeros sacerdotes uniram-se a este apostolado, quer seja por participações diretas – envio de fotografias, de histórias, de subsídios litúrgicos – quer seja pela meditação dos exemplos por ele apresentados, conduzindo a um aperfeiçoamento da experiência litúrgica paroquial, de acordo com o determinado pela Santa Sé e em perfeita comunhão com o Vigário de Cristo.

E todos contam a mesma história: a beleza da liturgia bem celebrada, a valiosa catequese que ela, por si só, já representa. Quer seja na Forma Ordinária, quer seja na Forma Extraordinária, é a mesma Missa, o mesmo Sacrifício Eterno, a mesma abertura ao Sagrado que nos faz trazer a Eternidade para nossas vidas e contemplá-las em função do que não passa.

A receita é teoricamente simples: cumprir o que ensina a Igreja, respeitar as rubricas, ater-se àquilo que recebemos, ao invés de tentar ser mais criativo que o Espírito Santo. A prática, contudo, é de um lento trabalho de restauração, como que de uma obra de arte que herdamos, um trabalho carinhoso e movido pelo mais puro amor à Igreja.

Altar por altar, capela por capela, paróquia por paróquia, diocese por diocese vai sendo feito este trabalho, vão os leigos e os padres, unidos pela Fé, pelos Sacramentos e pelos laços da Sagrada Hierarquia, atender ao apelo do Santo Padre João Paulo II:

“Sinto o dever de fazer um veemente apelo para que as normas litúrgicas sejam observadas, com grande fidelidade, na celebração eucarística. Constituem uma expressão concreta da autêntica eclesialidade da Eucaristia; tal é o seu sentido mais profundo. A liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do celebrante, nem da comunidade onde são celebrados os santos mistérios.

O apóstolo Paulo teve de dirigir palavras àsperas à comunidade de Corinto pelas falhas graves na sua celebração eucarística, que tinham dado origem a divisões (skísmata) e à formação de facções ('airéseis) (cf. 1 Cor 11, 17-34). Actualmente também deveria ser redescoberta e valorizada a obediência às normas litúrgicas como reflexo e testemunho da Igreja, una e universal, que se torna presente em cada celebração da Eucaristia. O sacerdote, que celebra fielmente a Missa segundo as normas litúrgicas, e a comunidade, que às mesmas adere, demonstram de modo silencioso mas expressivo o seu amor à Igreja.[...] A ninguém é permitido aviltar este mistério que está confiado às nossas mãos: é demasiado grande para que alguém possa permitir-se de tratá-lo a seu livre arbítrio, não respeitando o seu carácter sagrado nem a sua dimensão universal.” (Ecclesia de Eucharistia, 52)

É este apelo que é espelhado e amplificado pelas obras do apostolado Salvem a Liturgia. É este apelo que devemos, todos, considerar como tendo sido feito pessoalmente a cada um de nós pelo Vigário de Cristo, levando a cabo, na medida da nossa responsabilidade e capacidade, a nossa parte neste santo empreendimento.

Graças e louvores se deem, a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Carmo de Minas,
na Festa de Santa Doroteia,
no ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2012,

Prof. Carlos Ramalhete.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Parceiros