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terça-feira, 21 de maio de 2013

Peregrinação Totus Tuus

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Karol Wojtyła, primeiro como Bispo Auxiliar e depois como Arcebispo de Cracóvia, participou no Concílio Vaticano II e bem sabia que dedicar a Maria o último capítulo da Constituição sobre a Igreja significava colocar a Mãe do Redentor como imagem e modelo de santidade para todo o cristão e para a Igreja inteira. Foi esta visão teológica que o Beato João Paulo II descobriu na sua juventude, tendo-a depois conservado e aprofundado durante toda a vida; uma visão, que se resume no ícone bíblico de Cristo crucificado com Maria ao pé da Cruz. Um ícone que se encontra no Evangelho de João (19, 25-27) e está sintetizado nas armas episcopais e, depois, papais de Karol Wojtyła: uma cruz de ouro, um "M" na parte inferior direita e o lema "Totus tuus", que corresponde à conhecida frase de São Luís Maria Grignion de Monfort, na qual Karol Wojtyła encontrou um princípio fundamental para a sua vida: "Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria – Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Tomo-vos como toda a minha riqueza. Dai-me o vosso coração, ó Maria" (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 266).

A Peregrinação Totus Tuus será sempre no mês de Maio,partindo do Santuário de Nossa Senhora do Loreto em direção a Igreja de Nossa Senhora da Penna - Freguesia - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - RJ.

Lembrando que na segunda semana de Outubro, teremos a 2ª Peregrinação Per Mariam ao Santuário de Nossa Senhora da Penha - Penha - Rio de Janeiro - RJ.

Veja mais algumas fotos da Peregrinação abaixo:

















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segunda-feira, 20 de maio de 2013

49° Romaria de Nonoai, em Honra aos Beatos Manuel e Adílio.(Domingo)

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Neste domingo, 19 a Paróquia Nossa Senhora da Luz de Nonoai recebeu milhares de fiéis que prestigiaram a 49ª edição da Romaria Penitencial em honra à Nossa Senhora da Luz e Beatos Manuel e Adílio. A Romaria iniciou-se ainda durante a semana, com novena. 

No domingo desde às 06h00min a programação já havia iniciado, com Santa Missa e recepção dos Romeiros que vieram de diversas partes do estado e de outras localidades como da Diocese de Chapecó, em Santa Catarina. Estiveram presentes também parentes do Coroinha Adílio. 

Às 10h00min, Dom Antônio Carlos Rossi Keller celebrou a Santa Missa no palco principal, juntamente com vários padres da Diocese. Mesmo com o tempo severo, milhares de fiéis se colocaram diante do palco para acompanhar. Dom Antonio agradeceu a presença de todos os romeiros, padres seminaristas, autoridades e também aos trabalhadores da romaria. “Hoje todos vocês que se encontram aqui, principalmente os que vieram de muito longe, estão dando um testemunho de fé e devoção” comentou o bispo. 

Dom Antonio também falou sobre a profundidade da fé dos Beatos. “Nossos Beatos morreram em nome da fé, anunciando a Palavra de Deus. Que ao sairmos daqui hoje, nós levemos para nossas vidas um pouco da mensagem deixada por eles”. 

O Padre Manuel Gomez Gonzalez nasceu no dia 29 de maio de 1877 em São José de Ribarteme, Puenteareas, diocese de Tuy, província de Pontevedra, na região da Galícia, na Espanha. Manuel cresceu num ambiente calmo e religioso, recebendo boa formação cristã. E foi na família que Manuel sentiu o germe da vocação sacerdotal. Ordenou-se sacerdote no dia 24 de maio de 1902. 

Manuel, homem de fé, com bondade e paciência, soube exercer seu trabalho pastoral. Reativou o apostolado, realizou um fecundo trabalho com as crianças, abrindo uma escola gratuita. De espírito humanitário trabalhou pelo bem da cidade e do seu povo. 

Beato Adílio Daronch 

Adílio Daronch é o terceiro filho do casal Pedro Daronch (este nascido em Agordo, Itália, vindo para o Brasil com sua família, quando tinha 7 anos de idade) e de Judite Segabinazzi. Nasceu em Dona Francisca, Distrito de Cachoeira, Rio Grande do Sul, no dia 25 de outubro de 1908. Por volta de 1915, a família veio a estabelecer-se em Nonoai, se tornando grandes colaboradores do padre Manuel nas obras sociais e espirituais da Igreja. 

Seus filhos foram alunos do sacerdote, que exercia também a missão de professor. Além de aluno, do padre Manuel, Adílio exerceu o ministério de coroinha e auxiliava nos serviços do Altar e da Paróquia. Embora bastante jovem e, talvez conhecedor dos perigos que a missão poderia apresentar a sua vida, manteve fidelidade a Deus e ao Batismo no serviço da justiça e da paz. 

Adílio, testemunho leigo, deixou-se seduzir pelo Senhor e colocou-se a serviço de seu Altar redentor. Vítima inocente de uma época de violências mostrou sua coragem e sua fé. Um exemplo de zeloso cuidado com as coisas de Deus. Nele nossos adolescentes e jovens devem buscar a inspiração para seus ideais. 

O Martírio 

Os dois religiosos, exemplos de fé e de justiça, foram assassinados por anticlericais, em 21 de maio de 1924, na localidade de Feijão Miúdo, hoje denominada Padre Gonzáles. Este local, em meio à mata nativa, se tornou, através do tempo, alvo de peregrinações religiosas, sendo conhecido como "Chão Sagrado".

A caminho de uma missão e numa perseguição pelas comunidades de colonos, próximo de Três Passos, distante 250km de Nonoai, padre Manuel e seu coroinha Adílio caíram numa emboscada armada por soldados provisórios. Foram amarrados e maltratados. Tudo terminou com dois tiros no sacerdote e três tiros no menino de 15 anos. (FB / JS)

Em 1904, depois de exercer seu ministério sacerdotal em sua terra natal, passou para a Arquidiocese de Braga, Portugal, onde foi pároco das Paróquias Nossa Senhora do Extremo (1905-1911), e de Santo André e São Miguel de Taias e Barrocas (1911-1913). 

Em 1913, devido à perseguição religiosa à Igreja Católica Portuguesa, obteve licença para vir ao Brasil. Chegando ao Brasil, apresenta-se ao Bispo de Rio de Janeiro e é encaminhado ao Bispo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que o nomeia pároco de Soledade - RS em 23 de janeiro de 1914. 

No dia 29 de dezembro de 1915 é nomeado pároco da Paróquia de Nonoai, região norte do Estado. Em Nonoai desempenhou sua missão evangelizando seu povo com esmero e dedicação até 1924.




Algumas fotos da Romaria: 
















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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Membro do Salvem a Liturgia é nomeado Bispo Auxiliar de Brasília

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Mons. José Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo Auxiliar de Brasília e Titular de Enera.
Será Ordenado por Dom Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília

Cidade do Vaticano (RV) – A Arquidiocese de Brasília ganhou nesta quarta-feira um novo bispo auxiliar: Mons. José Aparecido Gonçalves de Almeida, do clero da diocese de Santo Amaro, Vice-Secretário do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, no Vaticano. 

Dom Aparecido Gonçalves de Almeida nasceu em 21 de julho de 1960 na cidade de Ourinhos (São Paulo). É encardinado na Diocese de Santo Amaro, onde foi ordenado em 21 de dezembro de 1986. Estudou Filosofia na FAI – “Faculdades Associadas do Ipiranga” em São Paulo (1980-1982) e Teologia na “Faculdade Nossa Senhora da Assunção”, São Paulo (1983-1986). É Doutor em Direito Canônico, tendo estudado no Ateneu Pontifício “Santa Croce”.

Durante o ministério sacerdotal foi vigário paroquial e administrador paroquial da paróquia “Santa Cruz” em Parelheiros, Diocese de Santo Amaro (1987-1988); Pároco de “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” no Jardim Prudência, Diocese di Santo Amaro (1988-1990); e em 1994 começou a trabalhar na secretaria do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, na Cúria romana. 


(CM)

http://www.news.va/pt/news/brasilia-ganha-bispo-auxiliar-dom-aparecido-deixa-

Festa de São Domingos Sávio

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Santa Missa Solene, celebrada pelo Pe. Rafael Rodrigo Scolaro, na festa de São Domingos Sávio, Padroeiro do Seminário Menor (Ensino Médio) da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, no último dia 06 de maio de 2013.    

Domingos nasceu no dia 2 de abril de 1842, na província de Turim, no norte da Itália, em uma família humilde mas, ao mesmo tempo, muito fervorosa. Já desde a mais tenra idade, decidiu imitar fielmente Jesus Cristo, aproximando-se dele tanto quanto podia. Com sete anos de idade, fez a primeira comunhão e, com doze, entrou no Oratório de São João Bosco. Sob a direção pessoal do grande santo salesiano, transformou-se em tabernáculo do Senhor e em modelo e exemplo de amor a Deus e ao próximo. Foi um verdadeiro apóstolo e missionário de Jesus, com a simples presença da sua vida.Quem o conheceu durante a sua vida disse que não era pequeno de estatura, mas magro, quase frágil. Preferia mais ouvir do que falar. Era humilde e respeitoso diante de todos e tinha a habilidade natural de apaziguar as discussões e as desavenças, que naquela época surgiam quase naturalmente entre os seus companheiros.

Seu único interesse era Deus e o modo como fazer com que os outros concentrassem as suas energias para servi-Lo melhor. Aquilo que lhe faltava a nível de força física, ele recuperava em excelência moral, em fortaleza de coração e em aceitação da vontade de Deus, qualquer que esta fosse.

A primeira biografía da vida de Domingos foi escrita pelo seu mestre, São João Bosco, e destas páginas nasceram muitas vocações, inclusive a do futuro Papa Bento XVI que, com tanta ternura, admirava a Obra da Infância Missionária.

Domingos faleceu com apenas quinze anos de idade, no dia 9 de março de 1857. Sua Santidade o Papa Pio XII canonizou-o no ano de 1954. Há exatamente 50 anos.

Veja algumas fotos da Missa solene abaixo:















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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Espiritualidade pagã e espiritualidade cristã

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Todos nós conhecemos as críticas de Nosso Senhor Jesus Cristo aos fariseus por tratarem muitas vezes a observância da Lei cerimonial do Antigo Testamento de forma ritualista, supervalorizando o exterior e descuidando do interior. Creio eu que essa espiritualidade exterior possa ter sido influenciada pelo paganismo. Mas para isso, é necessário retrocedermos um pouco...

Em finais do século V a. C., o profeta Malaquias anunciava a indignação de Deus com relação ao desleixo dos sacerdotes judeus com o culto do Templo de Jerusalém (ofereciam pães profanados, animais coxos, enfermos ou com ossos quebrados, contrariando as prescrições levíticas do Pentateuco mosaico).  Logo após a repreensão, o Senhor anuncia, pela boca de Malaquias, uma nova e pura oblação. Os Padres da Igreja interpretaram essa oblação pura anunciada (a ser oferecida do nascer ao por do Sol em todo o lugar) como a Celebração Eucarística, a Santa Missa. Não é nosso objetivo nesse momento analisar a superioridade e plenitude do Sacrifício eucarístico da Nova Aliança com os sacrifícios da Lei antiga. O erro condenado por Deus na Profecia de Malaquias refere-se ao desleixo nos aspectos exteriores do culto, que muitas vezes torna-se reflexo do desleixo interior ou de uma compreensão errada da Misericórdia Divina e do dever de se fazer as coisas com empenho. Esse delito recorda-nos as banais oferendas de frutos de Caim, diferentes de Abel que buscava oferecer a Deus os melhores cordeiros de seu rebanho. A Deus devemos oferecer o que temos de melhor, sendo as pequenas coisas e as coisas exteriores reflexos de uma adoração interior.


Nos tempos de Jesus, ao que parece, o desleixo litúrgico havia decaído, sobrando talvez como centelha deste fenômeno apenas o comércio e câmbio monetário dentro dos átrios do Templo de Jerusalém. Flávio Josefo relata como o povo e os sacerdotes conservavam o silêncio durante os sacrifícios. No mundo pagão sob o Império de Roma, as coisas não pareciam estar tão diferentes: na passagem do séc. I a.C. para o I d.C. Otaviano César Augusto havia reformado a liturgia dos sacrifícios, restaurando os usos da tradição do povo romano, apoiando-se no caráter ritualista. O culto dos gregos e romanos (e de muitos povos idólatras com quem os judeus tiveram contato no Antigo Testamento) era ritualista, ou seja, baseava-se unicamente na perfeita execução dos elementos exteriores, dos ritos, nos seus mínimos detalhes (um único erro invalidava o sacrifício, tornando necessária sua completa repetição desde o início). Para isso é necessário que entendamos que na religião greco-romana a relação do home com a divindade era em sua essência uma relação de troca: o homem busacava agradar os deuses com sacrifícios, oferendas, libações, jogos, etc em troca de favores. A moral e as normas de conduta não integravam a religião, tendo sido objeto de reflexão dos filósofos e suas escolas. A religião era apenas mais um dos diversos departamentos da vida, tendo um aspecto doméstico (os deuses e ancestrais protetores da família e da casa) e o público (os deuses do universo, responsáveis pelo funcionamento do universo e de vários aspectos da vida). A religião pública era considerada um dos componentes das autoridades e magistrados, que legislavam sobre os ritos e sacrifícios, além de auxiliar materialmente a construção e preservação dos templos, santuários e altares públicos.

 
A mentalidade religiosa pagã pode ter penetrado com maior força entre os judeus sob o reinado de Herodes, o Grande. Herodes era filho de mãe judia e pai idumeu (os idumeus eram uma tribo árabe que havia sido submetida ao judaísmo sob a dinastia dos reis Asomneus) e parece não ter sido extamanete o que chamaríamos de um judeu convicto: quando esteve em Roma e recebeu a coroa da Judeia das mãos do triúnviro romano Marco Antônio, Herodes subiu ao templo do Monte Capitólio onde ofereceu um sacrifício a Júpiter. Embora Herodes tenha eliminado grande parte da aristocracia judaica que compunha o Sinédrio, conseguiu controlar o cargo de Sumo Sacerdote do Templo judaico o que fizeram também depois os governadores nomeados por Roma. Assim, a aristocracia do Templo era bastante influenciada pelos pagãos. Por outro lado, os fariseus buscavam acentuar a identidade judaica, pregando uma observância rigorista da Lei mosaica. Trata-se, naturalmente, do segundo erro extremo concernente ao culto: a supervalorização dos elementos exteriores em detrimento da vida interior. Opondo-se a isso, Nosso Senhor fala da verdadeira adoração como sendo "em espírito e verdade". A adoração deve refletir uma vida de santidade. 

A Lei mosaica era composta de dois elementos: prescrições morais (princípios de conduta com relação a Deus e ao próximo, do qual o centro é o Decálogo, os 10 mandamentos) e prescrições cerimoniais (alguns costumes, hábitos e formas de celebrar o Culto). Contudo, o historiador Paul Veyne aponta que o Cristianismo fora recebido no mundo romano com um certo ar de novidade ao combinar uma religião (relação homem-Deus, culto) com uma filosofia de vida (moral, normas de conduta). Tal fato pode nos levar a corroborar a veracidade das críticas de Jesus aos fariseus, corrente predominante nas diversas comunidades judaicas então espalhadas pelo Império. Ao mundo romano, a observância farisaica da Lei pode ter sido visto de forma muito semelhante a sua forma ritualista de encarar a religião. Basta lembrarmos que os Césares ordenavam oferecer em seu nome ocasionalmente sacrifícios no Templo de Jerusalém.

A liturgia deve estar unida a nossa vida: os ritos exteriores devem ser executados com amor e cuidado, mas sendo esse amor e cuidado um gesto de amor e carinho para com Deus, tal como um filho que prepara com toda dedicação um presente para seus pais, ainda que dentro de suas limitações. Tal como as nossas boas obras obras devem ser reflexo de uma Fé reta, a celebração da Sagrada Liturgia da Igreja deve ser um reflexo de uma vida santa de seus membros. No Ofertório da Missa, oferecemos nossos trabalhos, obras, orações, sacrifícios, afetos, intenções e nosso ser por inteiro juntamente com o Sacrifício de Cristo que se torna presente debaixo das aparências do Pão e do Vinho eucarístico
s. São Josemaría Escrivá escreveu que deveríamos amar a Santa Missa como sendo o centro de nosso dia, onde oferecêssemos nosso trabalho, apostolado, obras, intenções e ações de graças e onde nos muniríamos das graças necessárias para continuar nossos afazeres e dar testemunho cristão durante o dia, de forma que o dia tornasse um prolongamento da Missa celebrada. Tal pensamento vale igualmente para os que assistem missa diária quanto para os que assistem somenta a missa dominical.


Porventura não agem às vezes muitos cristãos como os maus sacerdotes do Antigo Testamento, desprezando o aspecto exterior do culto? Não agem outros no extremo contrário, achando que rendas e brocados e o barroco em larga escala converterão o mundo? Em nossas orações e participação da Missa não agimos muitas vezes com uma mentalidade de troca? Não estão em muitas almas as devoções corrompidas por essa barganha pagã? Que façamos essas perguntas em nosso exame de consciência e possamos cada vez mais ao participarmos da Liturgia unirmo-nos às intenções de toda a Igreja, buscando como Jesus no jardim das oliveiras aquele desejo de que "faça-se a Tua vontade e não a minha". E que esse participação ativa seja também frutuosa, refletindo em uma santificação de todas as nossas atividades cotidianas e de nossa relação com o próximo.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

A Alma Concorde com a Voz

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Homilia da Santa Missa na Forma Extraordinária celebrada pelo nosso querido Padre Demétrio Gomes na Comunidade Canção Nova. "Experimentar aqui na terra um pouco daquilo que nos espera no céu, isto é Liturgia", completou Padre Demétrio. 

Vale ressaltar que foram 400 jovens em um acampamento assistindo a uma Missa celebrada na Forma Extraordinária, ou seja, o Belo também atrai os nossos jovens.


Segue a transcrição adaptada da homilia:

“O Salmo 42, que rezamos no início desta Santa Missa, é aquele que os sacerdotes antigamente rezavam todos os dias quando se aproximavam ao pé do altar: “Subirei ao altar de Deus. Do Deus que é a alegria da minha juventude”. E assim passavam-se anos e anos e aqueles sacerdotes, já com seus cabelos brancos, continuavam a subir ao altar de Deus, dizendo o mesmo refrão: “Subirei ao altar de Deus. Do Deus que é a alegria da minha juventude”. O altar de Deus nos renova. O altar de Deus nos mantém nessa juventude sempre viva e sempre atual. É a fonte da nossa vida. A que nos alegramos infinitamente porque toda alegria do Céu é derramada sobre nós. E nos impressiona ver aqui, nessa manhã de domingo, essa nossa “Igreja”, por que não dizer, (A Santa Missa foi celebrada no Centro de Evangelização da Canção Nova) cheia de almas que querem experimentar aqui na Terra um pouco daquilo que nos espera no Céu! Isto é Liturgia: Viver essa comunhão de oração com todos aqueles que contemplam o Senhor face a face no Céu, diante do trono do Cordeiro, e aqueles que estão aqui na Terra pelejando, lutando, para que um dia contemplemos ao Senhor, face a face.

Mas teria sentido celebrar no meio de um acampamento de jovens uma Missa Tridentina? Uma Missa que nossos avós participavam no seu tempo…! Será que isso não é um pouco anacrônico? Será que isso não é um pouco fora do tempo? Não deveríamos ter uma missa mais adaptada aos nossos tempos? Qual o sentido de celebrar esta Santa Missa aqui, hoje, precisamente nesse lugar? Por que o Senhor permitiu que isso acontecesse? Vamos tentar responder a essa pergunta no final.

Fala-se muito hoje em Liturgia, discute-se muito acerca da Liturgia, e isso não é algo acidental, por mais que pareça ser. A tentação que dá é fazer entrar também em nossas discussões aquilo que o Papa Bento XVI condenava como ditadura do relativismo: cada um celebra do jeito que quiser e todo mundo encontra o seu lugar, todo mundo tem o seu posto na Igreja. Mas será que é assim? Será que somos nós, os homens, que determinamos como deve ser a oração da Igreja?

O mesmo Papa Bento XVI, como comentava nas suas catequeses sobre a oração, dizia, citando o Catecismo da Igreja Católica, que uma das fontes da nossa oração é a Sagrada Liturgia. O Papa mencionava ali uma expressão da Regra de São Bento, que dizia assim: “mens concordet voce”: “A alma concorde com a voz”. E o Papa utilizava essa expressão para falar como deve ser a oração litúrgica, a fonte da nossa oração, a fonte da nossa vida interior. Ele dizia que na oração acontece aquilo que é contrário ao que acontece cotidianamente, nos nossos diálogos comuns com os homens. O que acontece com nossos diálogos comuns com os homens? Primeiro nós pensamos aquilo que vamos falar. Geralmente a maioria das pessoas faz isso, embora nem todas pensem antes de falar. Mas o normal é que a pessoa pense e, depois, fale. Ela imagina aquilo que quer falar. A sua alma forja o conteúdo que ela quer falar, e a voz concorda com a alma: isso é o comum. Mas na Liturgia passa o contrário, é o revés: a alma concorda com aquilo que nós pronunciamos. E o que nós pronunciamos não é o que queremos pronunciar, mas é o que a Igreja coloca em nossos lábios.

Por que é que nós chegamos aqui e já temos uma Liturgia pronta? Será que isso não fere a espontaneidade que nós queremos ter no trato com Deus? 

Certamente não. Todas essas orações que nós estamos pronunciando são orações que a Igreja não criou de um dia para o outro. São orações que a Igreja veio forjando, ela, que é esposa do Cordeiro, ao longo de muitos séculos. Foi preparando, através da vida de muitos santos, de muitos mártires. Temos aqui no altar relíquias de mártires que deram sua vida pelo Senhor. Celebramos em cima das relíquias desses homens que morreram derramando seu sangue por Cristo. Toda uma história, todo um peso de dois mil anos de Igreja em cada palavra pronunciada. E a nossa alma é chamada a adaptar-se àquilo que nossa boca pronuncia. Se a nossa boca pronuncia o que a nossa alma não concorda, vivemos uma hipocrisia. Nosso corpo diz algo e nossa alma está em outro lugar. Daí é necessário aprender a mergulhar fundo no mistério de Deus, e eu penso que essa Santa Missa pode nos ajudar muito.

Desde 2007, com o Motu Próprio Summorum Pontificum, o Papa Bento XVI permitiu que todos os sacerdotes que quisessem poderiam celebrar a agora chamada Forma Extraordinária do Rito Romano. Existem vários ritos na Igreja. Todos eles partiram da primeira Missa: a antecipação do Calvário, a última ceia do Senhor com seus discípulos. Daquela noite derradeira, onde o Senhor descia para o seu sacrifício na Cruz, e, a partir dali, como o Senhor diz: “Fazei isto em memória de Mim”, a Igreja obedeceu à voz do seu Senhor, e foi realizando todos os dias, ao longo desses dois mil anos, o mesmo sacrifício do Calvário, atualizando o seu sacrifício redentor. E ao longo do tempo, com a expansão da Igreja, essa oração que o Senhor confiou aos seus foi adquirindo expressões diferentes. Daí vão nascendo os diversos ritos, de acordo com as culturas por onde a Igreja vai se espalhando. E nós temos mais de 20 ritos na Igreja Católica.

O nosso rito é o Rito Romano, que agora tem duas formas: a forma ordinária, com a qual todos nós estamos talvez mais habituados, e a forma extraordinária, que é essa. Talvez alguns daqui presentes estejam participando pela primeira vez, e é uma riqueza extraordinária para cada um de nós. O Papa Bento XVI lembrava que esse rito nunca foi abolido da Igreja. E nós, quando realizamos esse rito, estamos querendo secundar esse desejo do Santo Padre, o Papa, de querer viver aquilo que ele chama de Hermenêutica da Continuidade, ou seja, que nós entendamos o Concílio Vaticano II, o vigésimo primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, como continuidade de toda a tradição da Igreja. O Vaticano II não veio nos apresentar uma Igreja nova. Veio nos apresentar umas novidades, sim, mas dentro do grande tronco da Igreja, daquilo que o Espírito Santo vem suscitando, desde os primórdios, nos corações dos fiéis. E só entendendo esse Concílio e tudo o que veio depois, legitimamente, em continuidade com a tradição da Igreja, é que viveremos o espírito que a Igreja quer que nós vivamos, o espírito da continuidade. É o mesmo espírito que continuava antes do Concílio Vaticano II e continua depois. Não é uma nova Igreja; é a mesma Igreja Católica que nasce do lado aberto do Senhor morto na Cruz.

Existem alguns elementos que nos chamam a atenção logo à primeira vista quando a gente vem participar dessa missa. Não me toca aqui agora esgotar todos esses elementos, até porque nosso tempo é curto e não é ocasião, mas eu gostaria apenas de dar uma pincelada, sobretudo naqueles que saltam à nossa vista. Talvez não sejam os mais relevantes teologicamente, mas aqueles que chamam a nossa atenção.

Talvez o primeiro deles seja o fato de o padre estar de costas pra gente. E algumas pessoas, inclusive alguns dos liturgistas, falam “Nossa! Mas que coisa mal-educada! A gente vem participar da missa e o padre dá as costas pra gente!” Como entender isso? Como a Igreja viveu isso durante tanto tempo? Será que os padres eram pessoas mal-educadas, que davam as costas para os fiéis? Nada mais longe da realidade. O padre não está de costas para os fiéis: o padre está de frente para Deus, junto com os fiéis. A Igreja entendeu isso. Desde o princípio celebrava as suas Santas Missas virada ao Oriente: o Oriente de onde virá o Ressuscitado, o sol nascente que nos veio visitar. Toda a Igreja se volta na expectativa do Senhor que vem ao nosso encontro. “Maranathá, vem, Senhor Jesus!”. E o padre, como um grande capitão do navio, vai à frente dos seus. O pastor não é aquele que empurra as ovelhas por trás, mas é aquele que vai à frente dando a vida por elas. O pastor sobe ao Calvário e aí convida todas as suas ovelhas a subir o Calvário junto a si.

Quando Bento XVI era ainda o Cardeal Ratzinger, no seu livro “Introdução ao Espírito da Liturgia”, falava do risco que se tem, quando a Missa é celebrada de frente para o povo, de darmos uma concepção de que a Missa é um diálogo entre o padre e o povo, um círculo fechado, como se a celebração fosse esse diálogo horizontal, onde o padre fala e o povo responde a ele. Essa concepção não é a concepção da Liturgia da Igreja. A Liturgia da Igreja é um diálogo, sobretudo, da Igreja com o Senhor. É um diálogo vertical. Quando o padre se volta para o crucifixo ou se volta para o Sacrário, quando temos a ocasião de tê-lo, toda a Igreja se volta para o seu Senhor. Isso nos mostra que a Liturgia se abre para o Céu, não é um círculo fechado aqui entre nós. Todos nós nos elevamos a Deus.

E pra remediar um pouco quando a missa é celebrada de frente para o povo, o Papa pediu que se colocasse - e demonstrava isso com seu exemplo - um crucifixo no altar. Aqui vocês já percebem isso nas Santas Missas. Em quantas paróquias isso tem sido realizado! E algumas pessoas acham que isso tapa a visão do padre, “queria ver o rosto do padre!”. Mas o mais importante não é o rosto do padre: o mais importante é o Senhor. E quando o padre olha pro Senhor ele lembra aos fiéis isso: o mais importante é Ele. É para Ele que nós devemos olhar.

Outra coisa que talvez chame a atenção, certamente chamará, é a língua. A língua latina, que é a língua da nossa Igreja. Que orgulho devemos ter dessa língua! Mesmo que não entendamos todas as palavras que o padre reza em latim ou que se canta, nem sempre a língua vernácula, a língua que nós entendemos e vivemos habitualmente, é a língua que todas as pessoas entendem. Hoje a missa é rezada em português e muitas pessoas não entendem nada, absolutamente nada da Santa Missa.

Pero Vaz de Caminha, quando narra a primeira missa realizada no Brasil, na Corte Portuguesa, diz que os índios ficavam pasmados ali olhando aquela missa. Não entendiam nada. Imagine os índios vendo a sua primeira missa ali, em latim! Uma missa como essa que nós celebramos hoje! E ficavam ali, maravilhados! E, de repente, durante a Santa Missa, aparece um outro grupo de índios, que chega atrasado. E aquele grupo de índios que chega depois começa a perguntar ao grupo anterior o que está acontecendo ali. Certamente os índios que aí estavam não iam explicar que estava acontecendo a atualização do sacrifício de Cristo no Calvário. Mas eles fizeram uma coisa: apontaram o altar, e apontaram o céu… Apontaram o altar, e apontaram o céu! Aqueles homens brutos, que não entendiam nada de teologia, sabiam, misteriosamente, pela ação do Espírito Santo, sem conhecer exatamente o que acontecia ali, que algo de misterioso unia a Terra ao céu! Sem entender absolutamente uma palavra do latim!

Outra característica que pode também nos ajudar bastante - certamente nos ajuda -, e nos choca, sobretudo na cultura barulhenta em que nós vivemos hoje, é o silêncio.

Aqui na Santa Missa nós somos chamados a participar vivendo no silêncio. O Concílio Vaticano II fala da necessidade de uma participação ativa na Liturgia, e nós frequentemente associamos participação ativa ao “fazer coisas”. Se eu não cantar, se eu não falar, se eu não me mover, parece que eu sou um sujeito passivo na Liturgia. O mesmo Papa Bento XVI lembrava que o silêncio é também uma participação ativa. Porque para fazer silêncio é necessário muito combate espiritual. Nós sabemos como é difícil fazer silêncio em nossa oração. Não tanto o silêncio exterior, que é um pouco mais fácil, mas silenciar as potências da nossa alma, para que Deus possa falar como falou outrora a Elias na mansidão da brisa. É assim que o Senhor quer falar aos nossos corações. E, se não aprendermos a silenciar diante do mistério de Deus, não vamos estar aptos para escutar sua voz. O silêncio é a atitude daquele que fica sem palavras diante de algo de extraordinário que acontece diante de si.

Na Santa Missa, daqui a pouco, no Cânon Romano, quando o padre consagrar o Corpo e o Sangue do Senhor, nós cairemos de joelhos. E as palavras emudecem, porque, diante do mistério de Deus, toda palavra é muito pobre, sempre fica aquém daquilo que nós gostaríamos de falar diante de Deus. Nos calamos, maravilhados, com aquilo que se realiza diante de nós. O padre, antes da missa, pede perdão dos seus pecados; o povo reza para que Deus perdoe o padre; depois, o povo pede perdão e o padre reza para que Deus perdoe o povo. Que bonita a vivência da intercessão dentro da Santa Missa! O povo rezando para que Deus tenha misericórdia do padre, o padre rezando para que Deus tenha misericórdia dos seus… Isso aconteceu agora a pouco, e, novamente, antes da comunhão, acontecerá. O padre só rompe o silêncio do Cânon Romano, o grande silêncio, pra dizer uma palavra: “e a nós, pecadores”. Tudo é em silêncio, mas quando o padre diz “e a todos nós, pecadores”, “nobis quoque peccatoribus”, o padre fala em voz alta, pra que todos se lembrem que aquele homem que sobe ao altar também é indigno de estar ali. Ele é um pecador, como todos os outros. E, se sobe ao altar do Deus que é a alegria da sua juventude, é por pura misericórdia de Deus. Essa Santa Missa também nos ensina a obedecer às rubricas litúrgicas, aquilo que a Igreja propõe para que nós rezemos. A Liturgia não é minha, a Liturgia não é do padre, eu não posso mudá-la a meu bel-prazer. Nós estamos vivendo uma antropocentrização da Liturgia: o homem tem sido colocado no centro. O mais importante torna-se o homem, que deveria ser colocado de lado. Em nome de uma suposta inculturação nós estamos fazendo uma verdadeira baderna litúrgica. E a Liturgia, ao invés de ser uma imagem da Jerusalém celeste, passa a ser uma imagem da nossa vida cotidiana, da nossa vida habitual. E não é isso que a Igreja quer para cada um de nós. Quando o padre coloca essas roupas tão distintas do nosso dia-a-dia (nós não usamos uma casula para sair andando por aí… Uma estola, uma alva…), o padre se reveste de paramentos sagrados fazendo a oração que cada paramento expressa para sua vida espiritual. Ele está dizendo com esse gesto “eu vou agora viver um momento que não é um momento habitual da minha vida. Eu vou viver agora um pedaço do Céu.” E as vestes sagradas, as músicas distintas das músicas populares que nós ouvimos, nos revelam que aquilo que é vivido aqui é muito diferente, é extraordinariamente superior àquilo que nós vivemos na nossa vida habitual na Terra. Isso aqui é o Céu, por isso tudo é diferente.

Nós não precisamos copiar as coisas que nós temos aí fora e trazê-las para a Liturgia, porque nós esvaziaremos o seu conteúdo. É a esposa que nos ensina como se deve rezar. Quando eu obedeço aquilo que a Igreja me pede, eu me aniquilo. Qualquer sacerdote que vier celebrar a missa, se ele celebrar conforme a Igreja pede, a sua personalidade desaparece, e aparece somente a Cristo, não importa se é o Pe. Demétrio, não importa se é o Pe. Roger, se é o Mons. Jonas… Se se segue a Liturgia da Igreja, aquele padre desaparece e só aparece Cristo nele. É isso que nós queremos! De um padre não se espera outra coisa senão Jesus Cristo, e, quando eu começo a inventar coisas, a colocar algo que é meu, Cristo desaparece e o que aparece é a minha personalidade. Está errado. O padre deve diminuir, para que só Cristo cresça, como ouvimos no Evangelho de ontem. 

Bom, poderíamos enumerar várias características desta Missa e iríamos gastar horas e horas, mas, que ao menos, isso que nós ouvimos e aquilo que nós vamos ver, já nos dê um gostinho, já ajude a mudar a nossa concepção da oração da Igreja. Nos ajude a rezar como a esposa quer que nós rezemos, nos ajude a caminhar em sintonia com ela.

Tem sentido, então, celebrar uma Missa assim num acampamento pra jovens? Será que isso não aprisiona a nossa espontaneidade na vida de oração? Claro que não!

O mesmo Espírito Santo que suscita os carismas na Igreja, o mesmo Espírito Santo que suscita as diversas expressões lícitas que existem na Igreja, é o mesmo Espírito que guia o Magistério da Igreja. O Espírito Santo não poderia dizer para o Magistério propor uma série de normas litúrgicas e para os fiéis, dizer algo diferente. E, se há uma contraposição aqui, nós diríamos que é uma contradição com o próprio Espírito Santo. É o próprio Espírito que guia o Magistério e os carismas. No dia em que houver uma contraposição entre os carismas e o Magistério, não tenham dúvida, aqueles carismas são falsos. Porque é ao Magistério da Igreja que o Senhor confiou sua assistência infalível, Nós queremos acompanhar tudo aquilo que a Igreja nos ensina. Nós queremos ser um com ela, para que glorifiquemos a Deus como Ele quer ser glorificado. Do jeito que Ele nos ensinou, do jeito que Ele confiou à Sua Igreja, a Sua esposa.”

Transcrição: Cristiano Ramos.

terça-feira, 30 de abril de 2013

O Belo também atrai os mais novos

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Fofo, legal, engraçado, divino, maravilhoso, poderíamos usar muitos adjetivos para descrever o vídeo de Samuel Jamarillo, uma criança, de não mais do que uns dez anos de idade, que "brinca" de celebrar a Missa. Alguns pontos, precisam ser ressaltados sobre este vídeo:

1. Parabéns à família da criança que desde cedo leva-o a Missa.
2. Parabéns ao pároco porque o pequeno Samuel só consegue celebrar tão bem, porque tem como exemplo um padre que zela pela Liturgia!
3. A "Missa" do pequenino Samuel é melhor celebrada que muitas que existem por aí!
4. Muitos argumentam que modificam a Missa, porque esta é muito lenta, não atrai aos jovens, bem, este vídeo desmistifica este argumento, já que prova que o belo também atrai os mais novos!


Nos comentários, gostaríamos que vocês respondessem a seguinte pergunta: Se até uma criança consegue, porque os nossos padres "não conseguem?"

Fiquem com Deus!



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