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sábado, 15 de novembro de 2014

Cerimônia de investidura - Paróquia de Nossa Senhora do Rosário do Novo Guararapes em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco

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Cerimônia de investidura realizada no dia 07/09/2014, na paróquia de Nossa Senhora do Rosário do Novo Guararapes em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, Brasil, paróquia sob a administração do Padre Fábio Potiguar. A cerimônia foi realizada de acordo com o rito de consagração de novos acólitos, e foram consagrados para o altar 26 adolescentes, com idades entre 12 e 34 anos, meninos e meninas, sendo entre estes 8 cerimoniários. A celebração contou com a presença da comunidade e de acólitos vindos de paróquias vizinhas. As vestes foram confeccionadas em um atelier especializado em costura para a Igreja Católica, e escolhemos batinas pretas e sobrepeliz branca, com detalhes em linha desfiada e costura com fios dourados para os cerimoniários e cinza para os demais acólitos.


Fotos enviados pelo nosso leitor: Alexandre Joventino.

















quarta-feira, 26 de março de 2014

Liturgia da Ostentação (ou: A função da beleza na Liturgia)

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A Era da Ostentação

Vivemos no que poderia, tranquilamente, ser chamado de Era da Ostentação. Que uma das notas da modernidade seja o materialismo, isto vem sendo facilmente observado há um bom tempo e continua muito válido. Recentemente, recordou-nos disto o Papa Francisco, ao dizer que "a ambição do poder e do ter não conhece limites" (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, n. 56). Agora, porém, não basta ao homem ter cada vez mais posses materiais e possuir um poder crescente - subentenda-se aqui as mais diversas formas de poder: influências sociais, status, e mesmo a posse de conhecimento. Não! O homem de hoje precisa também ostentar seus bens, materiais e imateriais, perante os outros.

Pode-se perceber manifestações deste fenômeno nas redes sociais: perfis recheados de fotos selfie - em sua maioria de pessoas exibindo seus corpos e seus bens materiais -, de fotos de viagens luxuosas e também de certas disputas de influência. Infelizmente, mesmo no meio católico, nota-se uma disputa pelo número de seguidores e a presença constante do vanglorioso hábito de escrachar alguém num debate e publicar a captura de tela em diversos grupos. Outras manifestações podem ser vistas nos programas de reality show - o sonho de ficar famoso da noite para o dia pela simples ostentação de sua imagem pública (de seus corpos, principalmente) e viver da fama - e, como exemplo mais atual, na moda de se colocar aparelhos ortodônticos mesmo quando não há necessidade.

Num mundo em que tudo precisa ser ostentado, não é de se espantar que este fenômeno afetasse o culto litúrgico. Enquanto na maioria do orbe católico seu aspecto divino foi de há muito diminuído, cresceu demasiadamente, por outro lado, seu papel social. Sendo a Liturgia entendida como uma atividade (quase que) puramente humana, acaba ela por refletir o comportamento humano, ao passo que podemos falar de uma "Liturgia da Ostentação".

Liturgia da Ostentação

Na Liturgia da Ostentação não faltam belas alfaias, lindos paramentos com brocados e, principalmente, batinas para acólitos e cerimoniários feitas de tecido importado e sobrepelizes com rendas francesas caríssimas. Não que estas coisas sejam per se más. A própria tradição anglicana - e agora dos católicos dos Ordinariatos, conversos do anglicanismo - do smells and bells é um exemplo de como, se devidamente ordenada, a beleza exterior pode levar a uma maior participação dos fiéis no culto. Não obstante, vemos outra coisa: estes elementos todos foram desvirtuados de seu real objetivo, a maior glória de Deus, a adoração perfeita a Ele.


Destarte, pode-se definir a Liturgia da Ostentação como a beleza por ela mesma, para a vanglória do homem. Seus adeptos frequentam a Pastoral do Pano, que se encontra em franca expansão: não se restringe apenas aos "seminaristas do pano", mas aos "acólitos e cerimoniários do pano". O conhecimento a respeito dos diversos tipos de tecidos e rendas é tamanho, que poderiam tranquilamente organizar - trocadilhando importante evento de moda no Brasil - a Renda Fashion Week.

Renda Fashion Week?
A ostentação na Liturgia se enquadra como uma das muitas formas de mundanismo espiritual, referida pelo Papa Francisco como uma das tentações dos agentes pastorais. Deste perigo, disse o Santo Padre:
"O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal. É aquilo que o Senhor censurava aos fariseus: «Como vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do Deus único?» (Jo 5, 44). É uma maneira subtil de procurar «os próprios interesses, não os interesses de Jesus Cristo» (Fl 2, 21). Reveste-se de muitas formas, de acordo com o tipo de pessoas e situações em que penetra. Por cultivar o cuidado da aparência, nem sempre suscita pecados de domínio público, pelo que externamente tudo parece correcto. Mas, se invadisse a Igreja, «seria infinitamente mais desastroso do que qualquer outro mundanismo meramente moral»". (ibidem, n. 93)
Pouco mais adiante, fala o Sumo Pontífice que  "há um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas não se preocupam que o Evangelho adquira uma real inserção no povo fiel de Deus e nas necessidades concretas da história" (ibidemn. 95). E logo depois fala sobre a ostentação de bens, que já mencionei anteriormente:
"Noutros, o próprio mundanismo espiritual esconde-se por detrás do fascínio de poder mostrar conquistas sociais e políticas, ou numa vanglória ligada à gestão de assuntos práticos, ou numa atracção pelas dinâmicas de auto-estima e de realização autoreferencial. Também se pode traduzir em várias formas de se apresentar a si mesmo envolvido numa densa vida social cheia de viagens, reuniões, jantares, recepções. [..] Já não há ardor evangélico, mas o gozo espúrio duma autocomplacência egocêntrica." (ibidem, loc. cit.)
Ostentação na liturgia e ostentação na vida. Um leva ao outro e, neste círculo fechado, Cristo acaba ficando de fora.

É preciso ter em vista que os adeptos da ostentação litúrgica não se deram conta do perigo que esta inversão de valores oferece. Em verdade, creio que a imensa maioria - se não sua totalidade - não se apercebeu disto. Ao minimalismo e à feiura da arte e da arquitetura pós-modernas, buscam na exacerbação da beleza uma resposta. Acabam, porém, saindo de um excesso para cair no excesso do lado oposto, que configura uma espécie de idolatria da beleza.

No tocante aos acólitos e cerimoniários do pano, vejo que dois de seus comportamentos típicos precisam de correção, ao que, fraternalmente e humildemente, me proponho aqui. Primeiramente, não é apropriado que leigos usem fotos suas trajando batinas como avatares em redes sociais. A batina é um traje propriamente clerical, cujo uso, da parte de um leigo, é reservado apenas para as celebração litúrgicas (cf. Sagrada Congregação dos Ritos, consulta de número 4194, par. 2). Se usar batina fora da celebração litúrgica é clericalização do leigo, representar-se a si mesmo numa rede social desta forma também o é.


Segundo, não podemos nos ocupar demasiado em qual o paramento mais bonito e questões do tipo. Se em dúvida sobre qual sobrepeliz ou renda é mais bela, peça-se ajuda a alguém com bom gosto (mulheres geralmente possuem melhor sensibilidade para isto). Mas fazer enquetes a este respeito em redes sociais é desnecessário. Deixemos de perder o tempo de si e dos outros com este tipo de pergunta; não é assim que se trabalha para salvar a Liturgia.

A função da beleza na Liturgia

Dado que a beleza na Liturgia não é um fim em si mesmo, qual é sua função na Liturgia e, em primeira instância, em nossas vidas? Responde-nos o Papa João Paulo II:
"A beleza é chave do mistério e apelo ao transcendente. É convite a saborear a vida e a sonhar o futuro. Por isso, a beleza das coisas criadas não pode saciar, e suscita aquela arcana saudade de Deus que um enamorado do belo, como S. Agostinho, soube interpretar com expressões incomparáveis: «Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!»." (Papa João Paulo II, Carta aos Artistas, n. 16)

Esta saudade que sentimos de Deus, secreta para nós mesmos, porque, de tão íntima e profunda, está enraizada em nossa alma e disto não nos damos conta, é aquela inquietude perene que Santo Agostinho expressou tão bem e que o Papa João Paulo II explicitou:
"«Fizestes-nos, Senhor, para Vós, e o nosso coração está inquieto, até que não repouse em Vós». Nesta inquietude criativa bate e pulsa aquilo que é mais profundamente humano: a busca da verdade, a insaciável necessidade do bem, a fome da liberdade, a nostalgia do belo e a voz da consciência". (idemRedemptor Hominis,18)
O Papa Bento XVI entende a beleza como fundamental em toda a vida cristã, a ponto de podermos falar  em toda uma "teologia da beleza", que ele desenvolveu ainda quando cardeal:
"Para Platão a categoria do belo era determinante: o belo e o bom para ele coincidiam por último em Deus. Com a aparição do belo nós ficamos profundamente feridos, e essa ferida nos arrebata fora de nós mesmos, põe em movimento o vôo da saudade e nos impele ao encontro daquilo que é o verdadeiro belo, o próprio bem." (RATZINGER, Joseph. Introduzione allo spirito della liturgia, San Paolo, Cinisello Balsamo, 2000, p. 122, apud MOREROD, Charles. A beleza na Teologia de Joseph Ratzinger)
Não é por nada que, como bem disse Dostoiévski, "a beleza salvará o mundo". Tudo o que é verdadeiramente belo aponta para Deus. Dito de outro modo, na beleza contemplamos a Deus. Se sentimos saudade de Deus, também sentimos saudade do belo, e pelo belo chegamos a Deus. É o que se chama de Via Pulchritudinis, a Via da Beleza. Dela, o Pontifício Conselho para a Cultura disse o seguinte:
A via da beleza responde ao íntimo desejo por felicidade que reside no coração de cada pessoa. Abrindo horizontes infinitos, ela impele a pessoa humana a empurrar-se para fora de si mesma, da rotina da efêmera passagem do instante para o Transcendente e o Mistério, e a buscar, como fim último da jornada pelo bem-estar e nostalgia total, esta beleza original que é o próprio Deus, criador de toda beleza criada. (A Via Pulchritudinis, Caminho Privilegiado para a Evangelização e o Diálogo, tradução livre)

Falamos da beleza na vida. Mas e sua ligação com a liturgia, onde se encontra? Ora, basta pensarmos que na Liturgia temos a ação sagrada do homem por excelência, onde o próprio Deus permite que o homem ali o encontre e o receba dentro de si, como alimento espiritual. Se a beleza possui este dom de conduzir-nos para Deus, posto que é atributo do próprio Deus, e se na Liturgia devemos sempre encontrá-Lo, está aí a importância da beleza na Liturgia.
"De fato, a liturgia, como aliás a revelação cristã, tem uma ligação intrínseca com a beleza: é esplendor da verdade (veritatis splendor). [..] Referimo-nos aqui a este atributo da beleza, vista não enquanto mero esteticismo, mas como modalidade com que a verdade do amor de Deus em Cristo nos alcança, fascina e arrebata, fazendo-nos sair de nós mesmos e atraindo-nos assim para a nossa verdadeira vocação: o amor." (Papa Bento XVI, Sacramentum Caritatis, n. 35)
Digo mais: uma vez que a participação ativa - que é também espiritual, e não apenas um mero ativismo, um "fazer coisas" - consiste também em mergulhar mais profundamente nos mistérios celebrados, é fácil perceber que só haverá participação plena quando houver beleza na Liturgia, de modo que esta ajude nossa alma, por meio dos sentidos, a perceber que por trás daqueles mesmos gestos e palavras repetidos, daquelas vestimentas e vasos sagrados, ocorre algo do Mistério, que ultrapassa nossa capacidade de entendimento, que nos aproxima de Deus de um modo como nenhum outro.
"A verdadeira beleza é o amor de Deus que nos foi definitivamente revelado no mistério pascal.

"A beleza da liturgia pertence a este mistério; é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o céu que desce à terra. O memorial do sacrifício redentor traz em si mesmo os traços daquela beleza de Jesus testemunhada por Pedro, Tiago e João, quando o Mestre, a caminho de Jerusalém, quis transfigurar-Se diante deles (Mc 9, 2). Concluindo, a beleza não é um fator decorativo da ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza." (ibidem, loc. cit.)
Coloca-se a beleza em seu devido lugar na Liturgia quando se entende que os paramentos litúrgicos "não são endossados pela aparência do padre, mas para dar glória a Deus. Por isso, devem ser tão esplêndidos quanto possível, porque na Liturgia se realiza a tarefa dos anjos, dos servos de Deus" (Mons. Nicola Bux, Conferenza al Convegno dei Francescani dell'Immacolata. Roma, 2010)

Coloca-se a beleza em seu devido lugar na Liturgia quando se compreende que toda liturgia terrestre aponta para a Liturgia celeste:
"As nossas liturgias da terra, inteiramente dedicadas a celebrar este ato único da história [o mistério da Redenção] não conseguirão nunca expressar totalmente a sua densidade infinita. Sem dúvida, a beleza dos ritos nunca será bastante procurada, nem suficientemente cuidada nem assaz elaborada, porque nada é demasiado belo para Deus, que é a Beleza infinita. As nossas liturgias terrestres não poderão ser senão um pálido reflexo da liturgia que se celebra na Jerusalém do céu, ponto de chegada da nossa peregrinação na terra." (Papa Bento XVI, Vésperas na Catedral de Paris, 12 de setembro de 2008)

 Finalizo trazendo à reflexão alguns trechos do pensamento do Cardeal Ratzinger sobre este assunto, todos compilados no artigo "A beleza na Teologia de Joseph Ratzinger", de autoria de Charles Morerod:
  • "A onda de esoterismo, a difusão das técnicas asiáticas de distensão e de auto-esvaziamento mostram que nas nossas liturgias falta algo. Justo no mundo de hoje temos necessidade do silêncio, do mistério para além do individual, da beleza." (“La Nuova Evangelizzazione”, L’Osservatore Romano, 11-12 dicembre 2000, 11)
  • "A liturgia existe para todos. Deve ser “católica”, ou seja, comunicável a todos os crentes, sem distinção de lugar, de proveniência, de cultura. Deve ser portanto “simples”. Mas simples não significa de baixo nível. Há a simplicidade do banal e a simplicidade que é a expressão da maturidade." (Joseph Ratzinger, La festa della fede, p. 97)
  • Em uma bela liturgia, “ainda que os participantes não entendam talvez todas as palavras individualmente, percebem o significado profundo, a presença do mistério que transcende todas as palavras” (“La nuova evangelizzazione”, L’Osservatore Romano, 11-12 dicembre 2000, 11)

  • "A Igreja deverá aprender novamente a celebrar as festas e a irradiar o esplendor. A sua submissão ao mundo racional nestes últimos anos foi muito profunda, debaixo deste ponto de vista, de tal maneira que a Igreja se despojou de algo que lhe era totalmente próprio. Ela deve nos conduzir às festas que conserva na sua fé, assim poderá em alguma medida deixar felizes aqueles para os quais o seu anúncio, se visto racionalmente, permanece inacessível." (Elementi di teologia fondamentale, p. 76-78)

Outras Referências:

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Coroas ou Coroinhas?

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Já falamos por diversas vezes aqui dos cuidados com o grupo de coroinhas e também do uso e abuso quanto aos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECEs). Como exemplo destes abusos, pode-se citar a delegação de atribuições do ministério do acolitato (logo, também dos grupos de coroinhas) aos MECEs.

Em muitos lugares foi precisamente por conta deste abuso que os grupos de coroinhas foram deixados de lado: foram vistos como desnecessários já que os MECEs poderiam, em tese, cumprir o seu papel. O resultado tenebroso foi, em última instância, a redução do próprio número de vocações sacerdotais e religiosas, uma vez que muitas destas vocações saíram e continuam saindo dos grupos de coroinhas.

Faz-se necessário retomar em todas as paróquias e comunidades o costume dos grupos de coroinhas para servir ao sacerdote e ao altar durante o Santo Sacrifício da Missa, o que, graças a Deus, já está acontecendo em muitos lugares.

Neste sentido é interessante a contribuição do texto que segue, publicado no ZENIT. Se o grupo de coroinhas estiver fortalecido, não se fazem necessários tantos MECEs, e cada qual pode fazer estritamente aquilo que lhe compete (cf. IGMR, 91)


COROAS OU COROINHAS?
Do livro "Reflexões de um Católico" de Edson Luiz Sampel
*Edson Luiz Sampel
SÃO PAULO, sexta-feira, 28 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Um importante antístite disse certa vez que os coroinhas são “fonte de vocação”. Realmente, concordo com o conspícuo prelado em gênero, grau e número. Todavia, o ministério do acolitato (coroinhas) precisa receber maiores e melhores cuidados.
Há uns vinte anos, eram apenas os coroinhas que ajudavam o padre no altar. Não havia os “coroas”, ou seja, os ministros extraordinários da comunhão. Permitem-me o emprego jocoso e carinhoso da expressão “coroas”, que, na gíria, quer dizer “pessoa mais velha”; faço-o não por desdém dessa gente impoluta e laboriosa que se entrega ao apostolado, a quem rendo homenagens, mas somente para enfatizar uma antítese semântica e litúrgica, que restará esclarecida neste artigo. Não tenciono macular suscetibilidades. Desde já, peço desculpas pelo chiste.
Bem, voltando ao tema principal. Hoje em dia, os coroinhas são pouquíssimos. É raro encontrá-los em nossas celebrações. Quando os vemos, ocupam o mesmo espaço que os “coroas”. Todos no presbitério: “coroas” e coroinhas.  Aqui vem a minha sugestão. Por que não deixar só os coroinhas ao redor do presidente da celebração, sentados ao seu lado, auxiliando-o no altar? Os ministros extraordinários da comunhão, isto é, os coroas, permanecem na assembleia, no lugar social deles. Penso que esta disposição é bastante didática e litúrgica, porquanto na hora de ajudar a distribuir as hóstias consagradas – e somente nesta hora –, os ministros extraordinários, ao saírem dos bancos, frisarão sobremaneira sua vocação de leigos, que vão ao encontro das necessidades da comunidade e, assim, exercem autenticamente o ministério extraordinário. Vejam, a própria palavra o explica: “extraordinário”, ou seja, fora da ordem, incomum. Demais, no meu modo de ver, os ministros extraordinários da comunhão não deveriam portar nenhuma vestimenta que os diferencie do resto do povo, como jalecos, por exemplo. Usem roupa normal, com asseio, para que ninguém pense que os “coroas” sejam algum tipo de fiel especial. Os coroinhas, por seu turno, encarregam-se de todas as funções no altar, como era antigamente. Acolitam o celebrante em tudo que for necessário e litúrgico. Somente eles ficam no presbitério.
Creio que a experiência de ser coroinha é maravilhosa. Quantos padres não passaram pelo altar quando eram meninos. Mas, para que essa experiência seja realmente frutífera, suscitando vocações sacerdotais, é mister devolver o acolitato eucarístico-litúrgico aos coroinhas, outorgando-lhes a responsabilidade plena e exclusiva do manuseio de todos os instrumentos e funções coadjuvantes da mesa eucarística. 
*Edson Luiz Sampel é Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano; Professor do Instituto Teológico Pio XI (Unisal) e da Escola Dominicana de Teologia (EDT); Membro da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC).

ZP12092804 - 28-09-2012
Permalink: http://www.zenit.org/article-31407?l=portuguese

sábado, 14 de julho de 2012

Cerimonial para a Missa rezada com um Acólito ~ Missa Lecta

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O referido manual, que pode ser baixado, em formato PDF, foi redigido com base em alguns outros manuais de liturgia; é uma espécie de cerimonial para o acólito único da Missa Lecta (missa rezada). Tendo em vista certa confusão de regras que se encontra estudando o assunto, parece-nos oportuno um manual mais detalhado. O conteúdo básico está complementado com comentários a respeito das variações de costume ou mesmo comentários sobre a liturgia sacrifical. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

V Curso Teológico-Litúrgico-Pastoral

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Tema: Oratória Sacra



Com grande êxito, o Vicariato Episcopal Jacarepaguá, com o incentivo de seu Vigário episcopal Mons. Jan kaleta promoveu o V Curso Teológico-Litúrgico-Pastoral, já uma tradição no Vicariato.  Durante cinco anos seguidos, alguns bispos e sacerdotes professores da PUC-RIO, Instituto Superior de Direito Canônico, Faculdade São Bento, Seminário São José e Escola de Fé e Catequese Mater Ecclesiae, especialistas em Arte Sacra, Música Sacra, História da Igreja, Direito Canônico, Liturgia e Sagrada Escritura passaram pelo Curso Teológico-Litúrgico-Pastoral, deixando sua contribuição acadêmica, aplicada à pastoral. Este ano, seguindo as orientações da Exortação Apostólica Verbum Domini, o Curso tratou, de modo especial,da Oratória Sacra.



Organizado pelo coordenador da Pastoral da Liturgia no Vicariato, Alexandre Mendes da Silva, colaborador do Salvem a Liturgia, o objetivo do Curso foi desenvolver as competências necessárias para a melhor comunicação nas atividades litúrgicas, leituras sagradas e palestras, para a maior eficiência na transmissão da Palavra de Deus.

Foram utilizadas, como método, aulas interativas, dinãmicas, exercícios vivenciais, uso do projetor multimpidia e da música. Teve grande ênfase no Curso a maneira correta de se proclamar a Palavra de Deus,onde foram abordados alguns aspectos, tais como, a subida dos leitores ao presbitério coma reverência ao altar, a postura diante do ambão, o posicionamento correto do microfone, as técnicas de leitura e principalmente uso do Lecionário. Alguns sacerdotes apoiaram e prestigiaram o Curso com sua presença, fazendo importantes intervenções,citando os documentos da Igreja, principalmente a Instrução Geral do Missal Romano, a Redemptionis Sacramentum, da Congregação para o Culto Divino e a e a Exortação Apostólica Verbum Domini, de Bento XVI.


Ademais, outros aspectos técnicos da proclamação da Palavra de Deus foram também motivo de estudo: a entonação, a modulação da voz, a apoio vocal (impostação da voz), o aperfeiçoamento vocal, a percepção e a respiração, a ressonância e potência, a articulação, a dicção, a intelegibilidade da leitura,o uso do microfone e a acústica das igrejas, a questão do som, seu retorno e reverbação, etc.

A orientação teológico-espiritual de Monsenhor Jan Kaleta, Vigário episcopal do Vicariato Jacarepaguá, da Arquidicoese do Rio de Janeiro, foi importante, pois foram feitas relevantes ponderações de índole pastoral, no tocante à proclamação litúrgica da Palavra de Deus, na linha da Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini.


Participaram do evento cerca de 60 colaboradores da pastoral litúrgica do Vicariato oriundos de diversas paróquias. Alguns alunos da cadeira de Liturgia, da Escola Mater Ecclesiae participaram do evento, com pertinentes observações, muito preocupados com a preparação técnica, espiritual e litúrgica dos nossos leitores.


sábado, 23 de junho de 2012

A Beleza da Liturgia Mozárabe descrita por um cronista muçulmano

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No século XI grande parte da Península Ibérica estava sob dominação muçulmana. O cronista Almakkari, relata um episódio dessa época: um chanceler de Abd-er-Rahman V, Califa de Córdoba, foi a uma igreja de Córdoba para observar a celebração de uma missa. Naquela época a Liturgia seguia o rito conhecido como Hispano-Moçárabe. Diz o cronista que o dito chanceler ficou encantado com a beleza da celebração:

"[O chanceler] a viu [a igreja] coberta com ramos de murta e suntuosamente decorada enquanto o som dos sinos encantava seu ouvido e o esplendor dos círios deslumbrava seus olhos. Deteve-se relutantemente fascinado com a visão da majestade e da alegria sagrada que emanava do recinto; em seguida, recordou com admiração a entrada do oficiante e dos outros adoradores de Jesus Cristo, revestidos de admiráveis ornamentos; o aroma do velho vinho que os ministros vertiam sobre o cálice, onde o sacerdote molhava seus lábios puros; o modesto vestuário e a beleza dos meninos e adolescentes que ajudavam ao lado do altar; a recitação solene dos salmos e das sagradas orações, todos os ritos, em suma, dessa cerimônia; a devoção e o gozo solene com que se celebrava e o fervor do povo cristão..." (Citado em FONTAINE, Jacques. La España Románica 10. El Mozárabe, p. 45. Extraído de: http://www.arquired.es/users/mrgreyes/ermita/index.htm )
*Detalhe de uma miniatura do Libro de los Testamentos da Catedral de Oviedo, c. 1125. Na ilustração, que representa uma Missa sendo celebrada por um bispo auxiliado por um acólito e um diácono, podemos ter uma idéia dos ornamentos litúrgicos do Rito Moçárabe: O altar, decorado somente com panos bordados e coloridos, é iluminado por lamparinas que pendem do teto. O bispo veste alva, dalmática e casula; o diácono veste uma túnica colorida (semelhante as vestes usadas atualmente pelos acólitos e diáconos no rito bizantino) e uma estola pendurada sobre o ombro esquerdo, tal como ainda em uso entre os bizantinos. O diácono está segurando um livro, provavelmente uma espécie de missal, e o báculo episcopal. O acólito está levando ao altar os vasos litúrgicos. Provavelmente esta pintura representa o momento do Ofertório.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Escola de Acólitos São João Bosco na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

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A Escola de Acólitos São João Bosco na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro para a Forma Extraordinária do Rito Romano informa a todos do curso de formação de acólitos a iniciar-se no dia 27/05/2012.

O objetivo do curso é formar acólitos para ajudar os padres que querem rezar a Missa na forma extraordinária. Todos são muito bem vindos! 

O curso será na  Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, localizada na Rua Primeiro de Março-Centro-Rio de Janeiro/RJ. Sempre no 2° e 4° Domingo do mês,depois da Santa Missa das 9h00.

Há uma taxa de R$ 15,00 referente à apostila do curso, que terá a duração de aproximadamente seis meses.

A iniciativa conta com a benção de sua Exa. Revma. Dom Orani João Tempesta e apoio do Revmo. Monsenhor Sérgio Costa Couto (Arquidiocese do Rio de Janeiro), Revmo. Monsenhor José de Matos (Adm. Apostólica São João Maria Vianney), Revmo. Pe.João Jefferson Chagas (Arquidiocese do Rio de Janeiro), Revmo. Pe.Thiago Carvalho (Arquidiocese do Rio de Janeiro) e Revmo. Pe. Eduardo (Arquidiocese do Rio de Janeiro).

Os interessados podem fazer a sua inscrição através do e-mail missatridentinario@hotmail.com ou no dia do curso.

domingo, 3 de abril de 2011

Homilia de Mons. José Francisco Falcão

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Venha a nós o vosso reino!
http://www.materecclesiaedobrasil.com/

Homilia de Mons. José Francisco Falcão, Bispo auxiliar eleito da Arquidiocese Militar do Brasil, na Cerimônia de Acolitato e Leitorato.


Desejo, antes de tudo, saudar afetuosamente o Reverendíssimo Reitor desse Seminário, Pe. Deomar, em cuja pessoa contemplo, abraço e reverencio todos os demais membros da equipe de formadores, os professores, os alunos e os funcionários do Seminário Maria Mater Ecclesiae. Como sacerdote eleito para o Episcopado e para o ofício de Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil, trago o ósculo santo, o carinho e a bênção do Sr. Arcebispo, D. Osvino José Both, que se encontra neste momento em retiro espiritual com o clero do nosso Ordinariado, em Itaici. Com a minha presença, desejo que possais reconhecer o apreço e a admiração do nosso presbitério militar e dos leigos e leigas que integram a nossa Igreja particular por todos vós, família legionária do Senhor. Desejo também manifestar a minha estima, a minha proximidade em orações e o meu particular reconhecimento por todos os Legionários de Cristo espalhados no mundo inteiro. Vós, diletos Legionários, sois amados filhos da Igreja. Vós já fizestes e ainda continuais a fazer um bem imenso à Igreja Católica, pois a formação que dispensais aos jovens que se preparam para o sacerdócio ministerial ou ordenado é absolutamente fiel ao Sucessor de Pedro e à grande Tradição da Igreja. Desejamos que essa Obra perdure sempre. Não esqueçais: a vossa dor é a nossa dor, as vossas alegrias são as nossas alegrias. Se estais com o Papa e o Papa vos ama, nós vos amamos com o Santo Padre! Muito obrigado por esse serviço eclesial tão relevante!


Daqui a pouco, serão conferidos pela Igreja os ministérios de Leitor e Acólito a três dos seminaristas do Ordinariado Militar do Brasil que aqui estudam. Nós nos rejubilamos em Deus por esse significativo acontecimento eclesial, pois se trata de um passo importante que dão esses nossos irmãos rumo ao sacerdócio ministerial ou ordenado.

Na Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio Ministeria Quaedam, com a qual se estabelecem algumas normas a respeito da ordem sacra do Diaconado, o Servo de Deus Papa Paulo VI afirma: “Os Ministérios de Leitor e de Acólito sejam confiados àqueles que desejam consagrar-se especialmente a Deus e à Igreja, enquanto candidatos à Ordem do Diaconado ou do Presbiterado. A Igreja, que não deixa nunca de tomar o Pão da Vida, da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo de Cristo, e de distribuí-lo aos fiéis, julga ser muito oportuno que os candidatos às Ordens sacras, quer com o estudo quer com o exercício gradual dos ministérios da Palavra e do Altar, através de um contato íntimo, meditem nesse duplo aspecto da função sacerdotal e se familiarizem com ele. Disso resultará a autenticidade do mesmo ministério, que lhe dará também grande eficácia. Os candidatos, então, aproximar-se-ão das Ordens sacras plenamente conscientes da sua vocação, ferventes de espírito, desejosos de servir ao Senhor, dispostos a perseverar na oração e generosos no prover às necessidades dos santos”.

Amados irmãos, o leitor é instituído para uma função que lhe é própria: ler a Palavra de Deus na assembleia litúrgica. Por isso, na Missa e em outras ações sagradas, é ele quem faz as leituras, exceto a do Evangelho; na falta do salmista, recita o salmo entre as leituras; e, na falta do diácono, enuncia as intenções da oração universal. Tem também a seu cuidado, quando necessário, preparar os fiéis que, nas ações litúrgicas, hão de ler a sagrada Escritura.

Por sua vez, o acólito é instituído para ajudar o diácono e ministrar ao sacerdote. O seu serviço, portanto, é cuidar do altar, ajudar o diácono e o sacerdote nas ações litúrgicas, principalmente na celebração da Missa. Também lhe pertence, como ministro extraordinário, distribuir a sagrada comunhão, segundo as normas do direito. Quando necessário, ele deverá ensinar aqueles que exercem algum ministério nas ações litúrgicas, seja os que levam o livro, a cruz, as velas, o turíbulo, seja os que exercem outras funções semelhantes.

Diletos seminaristas, como leitores, lembrai-vos da dignidade da Palavra de Deus e da importância do vosso ofício. Prestai assídua atenção à maneira de dizer e pronunciar os textos sagrados, de modo que a Palavra de Deus seja percebida com toda a clareza pelos que participam do culto divino. Ao anunciardes a palavra divina aos outros, vós mesmos deveis acolhê-la com docilidade e meditá-la com diligência, para dela dardes testemunho com o vosso modo de viver.

Caro seminarista, para mais dignamente exerceres a função de acólito, procura participar diariamente da sagrada Eucaristia com fervor e piedade, busca alimentar-te dela e adquire a respeito dela um conhecimento cada vez mais elevado. Empenha-te em penetrar o sentido íntimo e espiritual das ações que realizarás, de modo que, todos os dias, te ofereças inteiramente a Deus e te entregues com sincero amor ao Corpo místico de Cristo, quer dizer, ao povo de Deus, cuidando principalmente dos fracos e dos enfermos.

Não foi casual, mas providencial, que a liturgia da instituição dos ministérios de leitor e acólito ocorresse no tempo sagrado da Quaresma. Esse precioso período do Ano Litúrgico, que tem como finalidade preparar os nossos corações para a digna celebração da Páscoa do Senhor, é um convite a cada um de nós, especialmente aos seminaristas, para que voltemo-nos para Deus com sinceridade de espírito, retidão de consciência e honestidade de coração, e busquemo-Lo enquanto Ele se deixa achar, invoquemo-Lo enquanto Ele está perto. Nesse tempo favorável, a Igreja nos convida, segundo as primeiras palavras do capítuto 12 da Carta aos Hebreus, a nos desvencilhar do pecado e a correr para o certame que nos é proposto, tendo os nossos olhos fixos no autor e consumador da nossa fé, Cristo Jesus. Na luta contra o pecado, ainda não resistimos até à efusão de sangue. Deus não nos quer apenas bons, Deus não nos quer apenas melhores; Deus nos quer Santos: Sede Santos como Eu sou santo (Lv 19, 2). Jesus nos quer perfeitos: Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5, 48)!

A liturgia que nós acabamos de ouvir é um rico ensinamento sobre como buscar essa santidade almejada.

Na primeira leitura, escutamos a denúncia de Jeremias contra os pecados do povo e, em especial, os pecados dos chefes do povo e dos representantes oficiais da religião de Israel. Ao se pronunciar daquela forma, o profeta cumprira o seu dever; fora intransigente com o pecado, pois tinha consciência de que agira em nome de Deus para suscitar a conversão. Por causa disso, fora envolvido em uma perseguição. Acusado de “perturbador da ordem”, era caçado pelos seus inimigos que buscavam surpreendê-lo em algo de que pudessem acusá-lo, para acabar com a sua vida. Por outro lado, esses seus adversários não podiam deixar de reconhecê-lo como profeta. Diziam que, se acabassem com ele, não iriam contra o profetismo nem contra as instituições religiosas que regiam a Israel. O profeta lamenta-se diante de Deus porque os mesmos a quem ele serviu a Palavra e por quem intercedeu, agora querem a sua morte.

Amados irmãos, o texto de Jeremias recorda-nos que não é simples nem fácil aceitar as consequências de nossa ação profética perante os homens. Por vezes, o cristão, na fidelidade a Jesus e à sua Igreja, deverá levantar a sua voz contra os pecados dos homens que ferem a Deus e as suas criaturas. Em muitas situações, tais denúncias podem suscitar maus propósitos no coração dos que vierem a se considerar afetados em seu interesses cheios de maldades e de injustiças. Nem por isso devemos ficar mudos. Assim pensaram os confessores da fé, assim agiram os mártires da nossa Igreja. A angústia do profeta Jeremias faz-nos lembrar das angústias da Igreja em todos os tempos. Pensemos, por exemplo, na dor que o Santo Padre tem experimentado, recentemente, pelos ataques ferozes à sua pessoa e a nossa Igreja... Não obstante, o Senhor nos ensina que devemos rezar pelos nossos inimigos, por todos os que nos perseguem e maltratam. Rezemos pelos que atacam a nossa Igreja. O esforço sincero de conversão é a melhor resposta que podemos dar aos que nos desejam o mal. Nos momentos mais difíceis da história da nossa Igreja, em que ela foi atacada e perseguida, o que a revigorou, o que a levantou, o que a sustentou, o que a dignificou foi a santidade. Precisamos de santos! Santidade, apenas santidade, nada mais que santidade é o que precisa a Igreja de Jesus!

O Santo Evangelho que escutamos é um precioso ensinamento sobre aquilo que o Senhor Jesus considera essencial para os pretendem segui-lo: o serviço humilde, radical, incondicional ao próximo, em contraposição à busca do prestígio, das glórias, das primeiras posições, do reconhecimento dos outros. Escutamos a bem intencionada mãe dos filhos de Zebedeu fazer um pedido a Jesus: Manda que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda (Mt 20, 21). A resposta de Jesus a esse apelo nos mostra que não existe prêmio sem esforço, recompensa sem luta, triunfo sem labuta, vitória sem batalha, conquista sem disputa. De fato, o céu é prêmio, que será dado a quem perseverar em Cristo; é recompensa, que será concedida a quem não desanimar no seguimento de Cristo; é repouso, que será oferecido a quem não desistir de ser fiel a Cristo; é vitória, que obterá aquele que não desertar de militar em Cristo, por causa de Cristo e para a glória de Cristo.

Perseveremos na fé. Busquemos, nesta vida, a fidelidade ao Senhor Jesus. Até o último instante de nossas vidas, pertençamos a Ele, para, em breve, habitarmos com e Ele e com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

Amém.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dom Alberto Taveira celebra Missa em Roma e confere o acolitato a um seu seminarista

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Fotos de D. Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém, durante a celebração da Santa Missa, no Almo Collegio Capranica, em Roma, ocasião em que foi conferido o acolitato ao Sem Glaucon Feitosa de nossa Arquidiocese que estuda em Roma.

As imagens foram gentilmente cedidas pelo Pe. Carlos Augusto Azevedo da Silva, amigo do Salvem a Liturgia.

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sábado, 22 de maio de 2010

"Salvo pela Liturgia" - Uma vocação "fruto de celebrações conforme a tradição da Igreja"

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“... se salvarmos a Liturgia, seremos salvos por ela.” (Pe. Paulo Ricardo)

Desde criança, ainda no seio do lar, já batia em mim uma grande vontade de ser diferente, de levar uma vida que não era a que os meus irmãos levavam: cresciam, estudavam, trabalhavam, casavam-se... Mesmo estando numa sociedade onde o capital é o que voga, lá nos anos 1994 o Senhor mesmo já suscitava em mim o desejo de querer servi-lo mais e melhor.

E isto se deu, a princípio, por meio do meu avô Antão – um neto de holandeses que, em sua cidade era o prefeito, o médico, o delegado e o padre. Um típico fazendeiro que, em seu tempo, soube dar respostas aos que lhe eram subalternos e mesmo àqueles que lhe eram iguais.

Cresci sendo levado por meus pais todos os sábados para a sua fazenda para reunir toda a família, na longínqua cidade do sertão pernambucano e rezarmos (cantarmos) juntos o Ofício da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Ficava abismado como um casal de velhinhos sabia de cor todo o ofício. Faziam-nos ajoelhar todos ante um pequeno altar preparado em sua fazenda e cantar, mesmo sem sabermos ainda. E isso me marcou profundamente.

Outro fato foi um encontro que tive com frei Damião de Bozzano, OFMCap., em 1990, em uma de suas missões, na minha cidade. Na ocasião, lembro-me dele ter dito: “menino, você vai preparar o caminho do Senhor...” Mal eu sabia que este seria o lema escolhido por mim, sem esta recordação, para a minha ordenação diaconal, a profecia de São Zacarias: “Serás profeta do Altíssimo, ó menino, pois irás à frente do Senhor para aplainar e preparar os seus caminhos.” (Lc 1,76). Ele estava na sola da sacristia, preparando-se para iniciar a Santa Missa e eu fui com meu avô pedir a bênção. De fato, a profecia daquele santo frei ainda hoje mexe e incomoda, pois me remete ao momento do “primeiro toque do Senhor”.

Depois disso, fui embora para Brasília com os meus pais. A minha grande surpresa e alegria foi saber que a nossa nova paróquia era franciscana! Mas ainda não tinha feito a primeira comunhão. Logo fui inscrito na catequese e, ao mesmo tempo, ingressei no grupo de coroinhas. Inesquecível foi a primeira vez em que servi o altar do Senhor: eu era bem pequenino e ficava atrás do altar, quase que escondido. Em vista disso, por muitos anos fui chamado de “o mascote” do grupo mas, ao mesmo tempo, um dos que mais se dedicavam ao aprendizado dos serviços.

Após a primeira eucaristia, aquela chaminha acesa por frei Damião começou a fumegar mais forte quando soube que o irmão que me precede (sou o sexto e caçula) havia ingressado na Ordem dos Frades Menores Conventuais. Mas não durou muito tempo esta alegria da família, pois o que pareceu uma decepção para todos, foi o meu grande impulso; disse para mim mesmo: “vou terminar o que ele não conseguiu” e isso foi apenas pensado por mim, mas não logo retomado... só cinco anos mais tarde esse pensar voltou ao coração.

Do tempo entre a primeira eucaristia e o Crisma, servi como coroinha e, a cada dia, fui me aperfeiçoando cada vez mais em querer aprender as “coisas da Missa”; e isso, sobretudo, olhando, perguntando (era bastante curioso) e incomodando a muitos com o meu jeito de querer sempre fazer o que era o certo, pois já lia bastante a respeito.

Sempre fui agraciado por Deus por ter os Franciscanos Conventuais ao meu redor. Sempre muito zelosos em tudo o que faziam, procuravam dar exemplos para nós, coroinhas. Recordo-me quando fui escalado pela primeira vez para servir como turiferário: mas, como sempre, muito pequeno, não conseguia levantar a corrente do turíbulo... e chorei porque sempre sonhava com aquele dia e não vingou... Na ocasião, um frei me disse: “não se preocupe, não chore... você ainda vai segurar tanto o turíbulo que pode até cansar, mas será pra sempre.” Suspirando ainda, fui servir sem função naquela Missa, porém, mais tranqüilo com o que ele me havia dito. Desde então, assistia as Santas Missas diariamente: saía da escola e ia direto para a paróquia.

Com este gosto, o zelo pelas coisas do Senhor ia crescendo cada vez mais. Até que chegou o dia em que por lá apareceu e passou o Pe. Marcony Vinícius (hoje Dom Marcony Vinícius) e quis me levar consigo para dar formações para melhor servir durante a Santa Missa. E assim o foi. Foram pelo menos cinco anos de preparações, aulas, enfim, recebia muito e esta consciência crescia cada vez mais.


Mas o fato de estar constantemente na igreja não me fez deixar viver a minha adolescência; ao contrário, vivi-a intensamente!! Porém, de modo diverso, pois me sentia incomodado com algo que ainda não sabia o que era... anos mais tarde, um frade me alertou: “você é um vocacionado!” Aquilo me assustou e quando dei por mim, já estava fazendo os encontros vocacionais, com os Franciscanos Conventuais. Claro que além de uma certa convivência que tinha com os frades, um outro fator primordial, que despertou a minha atenção, foi o uso quando não constante, mas ao menos frequente do hábito! O primeiro atrativo é óbvio que é estético, pois é belíssimo; mas a lembrança do 'tau', do sinal dos escolhidos, da cruz do Senhor me cativou ainda mais e fomentou a busca de querer portá-lo "por todo o tempo da minha vida".

Até que chegou o ano de 2000 – ano jubilar, ano do primeiro Congresso Eucarístico Paroquial da Arquidiocese de Brasília – na minha paróquia. Trabalhei bastante na preparação e execução do mesmo. Já era um cerimoniário (o primeiro de lá) e já estava formando outros também. O desejo de sempre querer aprender mais, saber mais sobre as coisas crescia de forma estupenda. No final deste mesmo ano, fui aprovado para ingressar no ano seguinte na Ordem Franciscana Conventual.

No dia 03 de fevereiro de 2001 pisei no convento Jardim da Imaculada, em Cidade Ocidental-GO, tendo sido levado por um dos primeiros freis missionário polonês que ao “entregar-me” ao formador, disse: “aqui está um futuro bom frade”. E aquilo ficou na minha cabeça.

O ano de 2001 foi bem puxado, mas dentro do que eu esperava; inclusive, pude ajudar na preparação da Sagração Episcopal do Bispo Coadjuntor da Diocese de Luziânia-GO, pois meu mestre era o Mestre de Cerimônias da Diocese, em quem muito me inspirei e me inspiro. Mas seis meses após a Ordenação, o novo Bispo faleceu.

Aqui vale ressaltar todo o zelo e amor de um verdadeiro “pai” (para não dizer “padre”) que o meu mestre passava, ensinava e vivia (e ainda vive); sobretudo, na Santa Missa! É um exemplo para tantos ainda hoje!

No ano seguinte, ano do noviciado – fui com grandes expectativas, por conta de ser o principal ano da vida religiosa e também pelo mestre que teria e que continuava o estilo de zelo e decoro, respeito e amor ao que é realmente da Tradição Católica e Franciscana! Sem delongar-me aqui, quero chamar a atenção para o fomento que este grande homem me deu e ainda o dá, no que se refere à celebração do Santo Sacrifício da Missa: foi com ele que ouvi pela primeira vez esta expressão, de modo mais concreto, pois, até então, já ouvira, mas não do modo como ele ensinava e vivia. Desde então, comecei a perceber a grande diferença entre o querer saber mais sobre as coisas do Senhor e a partir delas. O ‘a partir’ pressupõe uma experiência nelas, sendo que o ‘sobre’ pode indicar muita teoria, mas pouca prática, pouco espírito!


Em um segundo momento de noviciado, meu mestre ensinou-me a grande diferença entre o ser frade e o fazer frade: o segundo é conseqüência do primeiro, isto é, em sendo, toda ação que se fizer, acontece como irradiação do ser; é o tomar para si a essência de Deus; é querer ser de Deus!

Desde então, vivendo o tempo da profissão dos votos, compreendi, com o passar dos anos, com a ajuda dos estudos próprios da Ordem, dos que a Santa Igreja pede para poder ser ordenado que o canto, a música sempre estiveram presentes em minha vida. Desde os sete anos de idade, já cantava nos comícios do meu avô.

Trouxe esta parte da história da minha vida para ilustrar que uma guinada, uma conversão, uma volta para o Senhor fez-se necessária com o passar do tempo e nele compreendi que, como reza a Sacrossanctum Concilium 112: “A música [...] será, [...] tanto mais santa quanto mais intimamente unida estiver à ação litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como fator de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas”.

Esta afirmação me impulsiona a querer a cada dia mais, tomado pelo Senhor, imbuído por seu amor misericordioso, que olhou para a pequenez do seu servo e fez maravilhas; por isso, posso dizer: “Santo! Santo! Santo! É o Senhor!”

Hoje, estando quase às portas da minha ordenação diaconal, tenho meditado bastante sobre e partir do Santo Sacrifício da Missa. Certa vez, meditava com as Constituições da Ordem e reparei que no nº 73, nos parágrafos 1 e 2, estava contido grande parte do meu anseio e tomada de consciência de que fui, sou e só poderei “ser salvo pela Liturgia”. Assim reza: “Dado que a comunhão de vida com Deus cresce e se aprofunda especialmente através dos atos litúrgicos, os frades procurem preparar-se por meio do estudo freqüente dos textos litúrgicos, e participem dos atos litúrgicos como o exige o próprio estado e a própria natureza da liturgia. [§2]: Nos sagrados atos litúrgicos, siga-se com fidelidade o rito da Igreja e observem-se as prescrições do calendário e do ritual da Ordem. [...]

Está tudo aqui resumido. Mas, certamente, sou testemunha viva de que fui um dia e o sou a cada dia “salvo pela liturgia!” O blog "Salvem a Liturgia", que admiro muito o ardoroso e zeloso trabalho de toda a equipe, da qual faço parte, diariamente traz um conteúdo, como essencial. É como ensina o meu Seráfico Pai São Francisco de Assis, no final da sua vida, falando aos frades: "... que sempre sejam fiéis e sujeitos aos prelados e a todos os clérigos da Santa Mãe Igreja..." (Testamento de Sena, 4), tenho muito a testemunhar, compartilhar e certamente ainda a aprender também, para um melhor fomento e, oxalá, ser um autêntico testemunho vivo de que "uma celebração conforme a tradição da Igreja é fonte de vocações para a Igreja [...]" (Pe. Paulo Ricardo).

Posso dizer até que sou fruto concreto desta afirmação. Cresci vendo, participando, preparando e, por fim, ensinando como preparar belas, piedosas e frutuosas Santas Missas celebradas pelos frades da paróquia donde provenho. Tenho a sã consciência de que ter obrigação de colocar a serviço do povo de Deus, sobretudo, utilizando dos dons que Ele mesmo me deu. Urge sermos coerentes em tudo e com tudo o que lemos, escrevemos e, por conseqüência, vivemos, experimentamos, cada qual em seu estado de vida! Afinal, como diz o antigo jargão francês, noblesse oblige! (a nobreza [do nosso estado] nos obriga a [..]!)

sábado, 17 de abril de 2010

Curso para cerimoniários no Rio de Janeiro (Vicariato Jacarepaguá)

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O Mestre de cerimônias episcopal da Diocese de Frederico Westphalen e colaborador do site, o Sem. Wescley Luis de Andrade estará no Rio de Janeiro nos dias 22-25 de abril, atendendo ao convite do também colaborador do site, Prof. Alexandre Mendes da Silva, coordenador da Pastoral Litúrgica no Vicariato Jacarepaguá, para ministrar o Curso para Cerimoniários na Paróquia N. S. de Fátima, Pechincha, Vicariato episcopal Jacarepaguá, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Grupo de Coroinhas: uma tarefa complicada?

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Fonte: blog La Buhardilla de Jerônimo, do original “What Does The Prayer Really Say?”

Tradução: Wagner Marchiori

“O blog do Padre Z relata um programa destinado a aumentar a participação de meninos e jovens na Missa como coroinhas.”

A participação dos coroinhas teve um aumento de 500% ao adotar regras mais exigentes

Voltando a adotar práticas mais exigentes para os coroinhas, dois homens foram capazes de aumentar a participação em sua paróquia de 10 para 60 rapazes.

“Servir no altar na paróquia Sagrada Família permite aos jovens estarem mais plenamente integrados na Missa e lhes dá oportunidade de experimentar mais de perto o Sacrifício de Cristo. Sagrada Família propicia um ambiente que os fazem sentir bem-vindos e necessários e é uma excelente experiência”, explica Carson Lind, de 19 anos, um “veterano coroinha com 7 anos de atividade”.

Resposta a uma necessidade

Bob e Mark, membros da paróquia Sagrada Família em St. Louis Park, Minnesota, queriam ver mais garotos envolvidos na Missa. Parecia-lhes que a função de coroinha poderia ajudar aos jovens a participarem mais plenamente e, possivelmente, chegar a discernir uma vocação sacerdotal. Bob e Mark aproximaram-se de seu pároco, o padre Dufner, e compartilharam com ele esta visão.

De onde surgiu a idéia

Ambos haviam servido, quando jovens, em grupos de coroinhas reservados somente a meninos e lembravam da experiência com carinho.

Como funciona

Em primeiro lugar propuseram fazer o programa somente para rapazes. Acreditavam que isso aumentaria o desejo dos jovens em participar do programa. O padre Dufner concordou. Depois trataram de criar uma atmosfera mais reverente usando batinas e sobrepelizes e comprando calçados iguais. Finalmente treinaram os rapazes nas funções tradicionais de coroinhas, instituindo um sistema de cargos “hierárquicos” com nomenclatura própria que tornou mais acessível e atraente para os jovens a atividade. Com estas regras mais rigorosas o programa experimentou um enorme crescimento.

Os resultados

O grupo cresceu, nos últimos sete anos, de 10 para 60 participantes. Há rapazes de várias idades, o que permite que os mais velhos instruam os mais novos.

Elementos chaves

Bob e Mark crêem que há alguns elementos chaves que ajudaram no sucesso do programa. Os jovens da paróquia responderam bem à atmosfera reservada para rapazes e, especialmente, o tempo extra que lhes permitiram passar com o padre Dufner, tanto durante os treinamentos como fora da Missa em diversas atividades como jogar bola ou pescar. Também ajudou a motivação a hierarquia de funções, junto com o alto padrão de ordem e disciplina do programa.

Como implementar

Uma boa maneira de implementar esse programa é encontrar homens com espírito de liderança que tenham o desejo de ver uma maior participação de rapazes na Missa e animar-lhes a começar um programa de coroinhas. Ajudar a estes líderes a criar um ambiente divertido e competitivo instituindo um sistema de faixas hierárquicas com distintas nomenclaturas, colocando em vigor um rígido código de vestimenta e organizando atividades esportivas complementares somente para os coroinhas. Isto ajudará a estimular os rapazes a servir a Deus e à sua Igreja.

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