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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Dom Rifan participará da Peregrinação Summorum Pontificum em Roma


Dom Fernando Rifan, Ordinário da Administração Apostólica São João Maria Vianney, ligada à Forma Extraordinária do Rito Romano, estará participando da Peregrinação do Povo Summorum Pontificum (Una Cum Papa Nostro) deste ano.

Além dele, participam da peregrinação, que acontece de 24 a 27 de outubro em Roma, o Cardeal Castrillón Hoyos, presidente da Comissão Ecclesia Dei, e Dom Athanasius Schneider. A programação prevê uma Missa Pontifical na Basílica de São Pedro no sábado (26), dia em que o Cardeal Hoyos celebra seu 61° aniversário de ordenação sacerdotal.


O secretário-geral da peregrinação, Guillaume Ferluc, em entrevista à revista americana The Remnant, comentou o convite a Dom Rifan e os frutos da Jornada Mundial da Juventude do Rio (grifos meus):
Para o acompanhamento da nossa prática religiosa, para se poder ir à missa tradicional nas próprias paróquias, é preciso que haja sacerdotes, e por conseguinte, seminários que os formem e bispos que os ordenem. Actualmente, Dom Fernando Rifan é o único bispo em todo o mundo que tem por missão pastoral fazer isso mesmo; por isso, pareceu-nos importante tê-lo entre nós!

Além disso, recebemos excelentes testemunhos das Jornadas Mundiais da Juventude do Rio de Janeiro, durante as quais, Dom Fernando Rifan esteve encarregado da catequese dos jovens do Juventutem, um grupo cujo apostolado assenta na liturgia tradicional. A igreja esteve cheia, as celebrações tiveram grande dignidade e as pregações foram muito apreciadas.

Até há pouco, quem poderia imaginar que, no Brasil, centenas de jovens poderiam seguir três dias de pregações e missas, e confessar-se a sacerdotes ligados à tradição da Igreja? E tudo isso com o apoio oficial da Igreja? Naturalmente, poder-se-á objectar que era apenas um bispo entre 300, mas já é um primeiro passo dado e algo de adquirido, tanto mais que o lugar que aí se destinou ao Juventutem foi um lugar simbólico: a antiga Catedral do Rio de Janeiro, um local carregado de história e marcado pela fé das gerações passadas.

Sobretudo, as Jornadas foram uma boa ilustração de como a liturgia tradicional atrai os jovens. Por essa razão, não temos o direito de ficarmos apenas abrigados debaixo das nossas certezas, mas devemos antes ir ao encontro de todos aqueles que desejam ter uma maior presença do sagrado e da solenidade na sua vida de fé.
Desta mesma entrevista, destaco a resposta de Ferluc quando questionado sobre a relação entre este novo pontificado do Papa Francisco e os católicos tradicionais (grifos meus):
Sabemos bem que a história da Igreja não ficou parada em 1962, como também não se completou com o pontificado de Bento XVI. Este novo pontificado do Papa Francisco parece dever ser visto como um convite para uma reflexão sobre o facto de que a liturgia e a tradição da Igreja não são algo de um grupo restrito, isto é, de uma elite, como alguns parecem achar.

Partindo das palavras do Papa, inclinar-me-ia mesmo a defender que a liturgia tradicional, com todo o seu esplendor que nos manifesta a presença de Deus, é de facto uma liturgia que nos leva à humildade. Na liturgia tradicional, a actuosa participatio dos fiéis é uma participação humilde, feita de silêncio, de adoração, de genuflexões, de súplica, de acção de graças… tudo atitudes que nos lembram alguém que sofre, que são próprias do homem que está em dificuldade e que pede ajuda.

Não esqueçamos que por entre os sacerdotes mais célebres elevados à honra dos altares, muitos são os que foram simples padres que poderíamos dizer “do campo”, na medida em que estiveram em contacto com os estratos mais humildes do povo. Penso no Santo Cura d’Ars, no Padre Orione, no Padre Pio… Mesmo se as suas celebrações eram marcadas pela maior das solenidades, elas não excluíam quem quer que fosse, desde o camponês à mãe de família, pessoas que nunca precisaram de estudar latim na Universidade ou em qualquer outra escola de prestígio para se poderem sentir parte integrante da liturgia e do culto que assim se prestava a Deus.
O restante da entrevista pode ser lida no Paix Liturgique.

Já a programação completa e mais informações em português encontram-se no site oficial.

Atualização: Dom Fernando Rifan publicou um texto sobre sua participação na peregrinação, que pode ser lido em seu blog pessoal.
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