Nossos Parceiros

Mostrando postagens com marcador ritos ocidentais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ritos ocidentais. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fotos: Rito bracarense em Fátima, dia 26 de julho

View Comments

Do blog da Una Voce Portugal:

Colocamos à vossa disponibilidade algumas fotografias da Santa Missa celebrada segundo o rito Bracarense. Esta celebração decorreu hoje (sic!), dia 26 de Julho, em Fátima. Esperemos poder em breve facultar-vos trechos de vídeo da Missa, assim como a entrevista com o Pe. Joseph Santos.

image

image

image

image

image

image

image 

image 

image

terça-feira, 14 de junho de 2011

Fotos de Missas dos Eremitas Carmelitas na Semana Santa

View Comments

Nossos leitores devem conhecer a nova congregação dos Eremitas Carmelitas, fundada aqui no Brasil. Aos que não conhecem, recomendo o link da entrevista com os frades e também as fotos de uma Missa celebrada pelo prior do Carmelo Eremítico na intenção de nosso apostolado.

Abaixo, algumas outras fotos que o Fr. Tiago, superior do instituto, nos manda, de Missas celebradas por eles no rito carmelitano clássico durante a Semana Santa:

 

DSC03643

DSC03467

DSC03551

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Missal celta de Stowe

View Comments

Em tempos de reconciliação dos anglicanos com a Igreja, sempre é bom consultar as fontes litúrgicas das Ilhas Britânicas, entre os quais as liturgias celtas, como a de Stowe. Ainda que a base da liturgia anglicana seja o Sarum, um uso do rito romano, outras liturgias, de corte mais suntuoso e parecidas com os ritos orientais, também se celebraram na Grã-Bretanha e na Irlanda.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Convite: Ordenação diaconal de Fr. Roberto, OP

View Comments
Segue abaixo os dados da cerimônia de ordenação diaconal de Frei Roberto, OP, que ocorrerá no dia 9 de abril na Paróquia Santo Antônio em Curitiba:



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Missa em rito carmelita nas intenções do Salvem a Liturgia e seus leitores

View Comments

Celebrada pelo prior do Mosteiro Santo Elias, da congregação dos Eremitas Carmelitas, Fr. Thiago de São José, ECarm, no dia 12 de dezembro passado, III Domingo do Advento, com paramentos rosas, na intenção especial do Salvem a Liturgia e seus leitores.

GEDC0377 GEDC0380 GEDC0328 GEDC0342 GEDC0368

GEDC0369

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Declaração dos Bispos da Inglaterra e de Gales na implementação da Anglicanorum Coetibus

View Comments

Tradução do Fernando Tavolaro para uma postagem em inglês do The Anglo-Catholic:

Declaração na implementação da Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus

O estabelecimento de um Ordinariato Pessoal na Inglaterra e em Gales

Muito foi alcançado durante muitos anos como resultado de diálogo e frutíferas relações ecumênicas foram desenvolvidas entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana. Obediente à oração do Senhor Jesus Cristo a Seu Pai Celestial, a unidade da Igreja permanece um constante desejo na visão e na vida de Anglicanos e Católicos. A oração pela Unidade dos Cristãos é a oração pelo dom da comunhão completa de uns com os outros. Nós nunca cansamos de rezar e trabalhar por essa meta.

Durante sua visita ao Reino Unido em setembro, Sua Santidade, o Papa Bento XVI fez questão de salientar que a Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus: “... deve ser vista como um gesto profético que pode contribuir positivamente no desenvolvimento das relações entre Anglicanos e Católicos. Ela nos ajuda a focar nossa visão na meta última toda atividade ecumênica: a restauração da comunhão eclesial completa no contexto dos quais trocas de presentes de nossos patrimônios espirituais respectivos serve como um enriquecimento para nós todos.

É passado um ano desde que a Constituição Apostólica foi publicada. A iniciativa do Papa provém o estabelecimento de Ordinariatos Pessoais como um dos caminhos pelos quais membros da tradição Anglicana podem buscar entrar em comunhão plena com a Igreja Católica. Como o Santo Padre declarou daquela vez, ele estava respondendo a pedidos feitos “repetidamente e insistentemente” a ele por grupos de Anglicanos desejando “serem recebidos em comunhão plena individualmente e também em grupo”. Desde então, tornou-se claro que um número de clérigos anglicanos e os seus fiéis, de fato, a intenção de interpor o seu desejo de plena comunhão eclesial com a Igreja Católica para a realização dentro de uma estrutura de Ordinariato.

Em colaboração com a Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, os Bispos da Inglaterra e de Gales prepararam o estabelecimento de um Ordinariato no começo de janeiro de 2011. Embora possa haver dificuldades de ordem prática nos próximos meses, os Bispos estão trabalhando para responder a estas em um nível nacional e local.

Cinco Bispos Anglicanos que autalmente pretendem entrar no Ordinariato já anunciaram sua decisão de se juntar ao ministério pastoral na Igreja da Inglaterra efetivamente em 31 de dezembro de 2010. Eles entrarão em comunhão plena com a Igreja Católica no começo de janeiro de 2011. Durante o mesmo mês, é esperado que o Decreto estabelecendo o Ordinariato seja emitido e que o nome do Ordinário seja anunciado. Logo depois, os ex-bispos anglicanos não-aposentados, cujas petições para serem ordenados forem aceitas pela CDF, serão ordenados ao diaconato e ao sacerdócio católico para o serviço no Ordinariato.

É esperado que os Bispos Anglicanos aposentados cujas petições para ordenação forem aceitas pela CDF sejam ordenados ao Diaconato Católico e ao Sacerdócio antes da Quaresma. Isso irá incentivá-los, juntamente com o Ordinariato e outros ex-Bispos Anglicanos a assistir com a preparação e recepção de antigos clérigos Anglicanos e seus fiéis em comunhão plena com a Igreja Católica durante a Semana Santa.

Antes do início da Quaresma, esses clérigos Anglicanos,que com grupos de fiéis que decidirem entrar no Ordinariato passarão por um período de formação intensa para sua ordenação como Sacerdotes Católicos

Após o início da Quaresma, os grupos de fiéis, juntamente com seus pastores, serão inscritos como candidatos ao Ordinariato. Então, e uma data a ser acordada entre o Ordinário e o Bispo Diocesano local, eles serão recebidos na Igreja Católica e confirmados (com o Sacramento da Crisma). Isso irá provavelmente ocorrer durante a Semana Santa, na Missa da Quinta-Feira Santa ou durante a Vigília Pascal. O período de formação para os fiéis e seus pastores continuará no Pentecostes. Até então, essas comunidades serão cuidadas sacramentalmente por clérigos locais, como designado pelo Bispo Diocesando e pelo Ordinário.

Durante o Pentecostes, esses antigos padres Anglicanos, cujas petições para ordenação foram aceitas pela CDF serão ordenados ao Sacerdócio Católico. A Ordenação ao Diaconato irá preceder esta em algum momento do Tempo Pascal. Formação em Teologia Católica e Prática Pastoral continuará por um tempo apropriado após a ordenação.

Em uma resposta generosa e oferecendo calorosas boas vindas àqueles buscando plena comunhão eclesial com a Igreja Católica através do Ordinariato, os Bispos sabem que os clérigos e fiéis que estão nesta jornada trarão seus próprios tesouros espirituais, os quais irão enriquecer a vida espiritual da Igreja Católica na Inglaterra e em Gales. Os Bispos farão tudo o que puderem para assegurar que haverá uma colaboração efetiva e próxima com o Ordinariato em nível diocesano e paroquial.

Finalmente, com as bênçãos e encorajamento recebidos pela visita recente do Papa Bento XVI, os Bispos Católicos da Inglaterra e de Gales resolveram continuar seu diálogo com outras Igrejas Cristãs e Comunidades Eclesiais na jornada em direção à comunhão na fé e na plenitude da unidade pela qual Cristo rezou.

Publicamos no Salvem a Liturgia pela relevância que terá, em assuntos litúrgicos, a entrada desses anglicanos “anglo-católicos”, com todo o seu rico patrimônio cultual. Mais Bispos, sacerdotes e fiéis comprometidos com uma liturgia enraizada na tradição ocidental, com incenso, gregoriano, latim, versus Deum, e, agora católicos, uma correta compreensão da teologia litúrgica e a fé no aspecto sacrifical da Missa.

Abaixo, fotos da Missa em um recente encontro promovido pela paróquia católica americana de uso anglicano (rito dos anglicanos convertidos à Igreja Católica nas dioceses dos EUA desde os tempos da Pastoral Provision de João Paulo II). O encontro foi para ex-anglicanos e anglicanos que querem ser recebidos na Igreja. A Missa, bem entendia, é no “rito” anglicano católico, que combina elementos do Uso de Sarum (pré-tridentino, vigente na época do cisma de Henrique VIII), tridentinos e do Novus Ordo:

image

image

image

image

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O rito cartuxo

View Comments
A Ordem Cartusiana, ou Ordem Cartuxa, fundada por São Bruno, é uma das mais rigorosas da Igreja, e muitos santos e beatos saíram de seus silenciosos claustros.

Nem todos sabem, por conta do sacro mistério que envolve esse instituto religioso tão importante para a nossa vida espiritual, mas os cartuxos possuem um rito próprio para a celebração de sua liturgia. O chamado rito cartuxo difere, pois, do romano, quer em sua forma ordinária, quer na extraordinária - que com ele convivia nos primórdios da Ordem.

Basicamente, o rito cartuxo é um desenvolvimento do antigo rito lionês, praticado na região francesa onde a primeira Cartuxa - assim se chamam seus mosteiros - se instaurou.

Alguns aspectos desse rito, diferenciando-o do rito romano, serão por nós abordados no presente e despretensioso artigo, que publicamos nesta semana em que celebramos a memória de São Bruno, fundador da Ordem.

A Missa conventual é sempre cantada. Antes da mesma, como que formando parte do rito, há uma adoração do Santíssimo Sacramento, diante do qual se canta a Ladainha de Todos os Santos, incluindo o nome do fundador, São Bruno. Essa adoração se faz sem ostensório, dado que é um objeto desconhecido da liturgia cartusiana.

Durante a Missa, mesmo a cantada e conventual, não há acólitos. Não há, como no rito romano tradicional, três tipos básicos - rezada (simples), cantada e solene -, e sim apenas a privada (rezada, simples), e a conventual (que é sempre cantada e solene). Na Missa cantada, solene, conventual, o sacerdote celebrante é ajudado por um diácono, mas sem subdiácono e, como dissemos, sem acólitos. A simplicidade é marca da Ordem e se reflete também na liturgia. Não é uma Missa para o fausto e o esplendor, ainda que eles sejam legítimos, e isso porque suas igrejas são fechadas. Ninguém penetra na solidão da Cartuxa, nem para assistir Missa. O Santo Sacrifício é parte de seu silêncio, de sua espiritualidade, misto de cenóbio e eremitério...

Pois bem, nessa Missa conventual, com diácono, há diferenças para com o rito romano. O diácono, por exemplo, não usa dalmática nem alva, cíngulo ou amito. Ele está trajado somente com o hábito religioso cartuxo e uma túnica, sem qualquer paramento. Quando vai cantar o Evangelho, o diácono põe uma estola por cima de seu hábito, retirando-a depois dessa cerimônia. É uma tradição curiosa, bastante distinta de nossa liturgia romana a que estamos acostumados. No Ofertório, sem a estola, o diácono, por cima do hábito, veste uma espécie de véu umeral menor, chamado de syndon. Ele não coloca o vinho no Cálice no Ofertório, nem o padre o faz, pois já foi feito no início da Missa, como no rito dominicano e em ritos orientais. Ademais, no Ofertório, as oblatas do pão e do vinho são cobertas com um corporal: não há pala sobre o cálice, mas um corporal.



O diácono só entra no presbitério quando for desempenhar suas funções. Fora disso, permanece no coro.

O subdiácono também não fica no presbitério, permanecendo no coro, de cujo meio, sem qualquer paramento, revestindo-se apenas do hábito, canta a Epístola. Aliás, a igreja cartuxa tem apenas coro e presbitério, sem nave, pois não há fiéis que não os monges.

Vejam o subdiácono cantando a Epístola aqui:



Nas leituras, aliás, em certas festas, os cartuxos utilizam três leituras, como no rito romano moderno. Aliás, também como no rito moderno, o cartusiano termina com o "Ite, Missa est", e não como, no rito tridentino, com a bênção. Isso parece demonstrar o costume medieval, antes da codificação de São Pio V, e que foi retomado, sabiamente, pela comissão pós-conciliar que reformou a liturgia romana.

Durante a Comunhão, os monges recebem a Sagrada Eucaristia exclusivamente consagrada naquela Missa a que assistem. A reserva eucarística no tabernáculo, que contém apenas três hóstias pequenas, é para adoração e para os monges enfermos que não podem assistir Missa conventual. Desse modo, nunca se usam, para a Comunhão na Missa, as hóstias da reserva. Os monges comungam na boca, mas permanecem de pé. Como também estão de pé durante a Consagração.

É comum a postura do celebrante in modum Crucifixi, como forma de salientar o caráter sacrifical da Missa, como na imagem a seguir, atual e bem representativa do despojamento da liturgia cartuxa:



Durante a Missa, o sacerdote celebrante usa, por cima de seu hábito, o amito, a alva, o cíngulo, o manípulo, a estola, que nunca é cruzada - no que difere da forma extraordinária do rito romano -, e a casula. Quando está na sede (cadeira), usa um gremial. A vestição dos paramentos é feita diante do altar e não em uma sacristia, no que aproxima a Missa conventual cartuxa da Missa pontifical romana.

Os beijos cerimoniais são distintos de ambas as formas do rito romano: o padre beija o altar apenas no início e no fim da Missa, bem como no Credo cantado - na parte "Et homo factus est" -, no Supplices, e antes de beijar o instrumentum pacis, caso o Abraço da Paz seja distribuído entre os monges. Também se beija o Evangeliário, depois de cantar o Evangelho e, ao contrário do rito tridentino, isso se dá mesmo nas Missas de Réquiem.

O Asperges, feito aos Domingos, como no rito romano, é cantado não depois da Tércia e antes da Missa, mas antes mesmo da Tércia. Daí que a Missa conventual diária tem, como preparação, a adoração ao Santíssimo, a ladainha, a Tércia e a vestição; e a Missa conventual dominical, a adoração ao Santíssimo, a ladainha, a vestição, o Asperges e a Tércia.

O canto gregoriano cartuxo é bem menos elaborado, em suas melodias, do que o romano e beneditino. Para o Kyrie, por exemplo, há apenas três melodias, e para o Gloria somente duas. Falando em Gloria, uma das frases está invertida, sem tomarmos por referência o rito romano: em vez de "propter magnam gloriam tuam", o rito cartuxo traz "propter gloriam tuam magnam".

O Confiteor é cantado em reto tom, ao contrário do rito romano tradicional, em que é recitado - mas parecido com o rito romano moderno, em que pode ser cantado, semelhantemente à Missa Pontifical em qualquer das formas. Em vez de "mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa", o texto do Confiteor cartusiano dispõe, e apenas uma vez, "mea culpa per superbiam". Após o Confiteor, como parte das Orações ao Pé do Altar, o sacerdote reza um Pater Noster e uma Ave Maria.

A duplicidade de orações na Missa cantada (enquanto o coro, diácono ou subdiácono cantam uma parte, o sacerdote rezaria a mesma parte em vox submissa), característica das rubricas tradicionais do rito romano, inexiste na liturgia cartusiana.

Há diferenças, enfim, no Calendário Litúrgico, nos Próprios e suas antífonas, no Lecionário, nos sinais-da-cruz durante a Missa, e também na Liturgia das Horas. Desta última, a mais característica, é que cada Ofício é rezado duas vezes: uma conforme o dia, e outra, em seguida, tirada do Ofício da Bem-aventurada Virgem Maria. Assim, há duas Laudes, duas Vésperas, duas Completas etc. Ademais, os textos do Próprio, do Saltério e do Ordinário da Liturgia das Horas são diferentes do disposto no Breviário Romano.

Outra distinção, própria do rito, é que nas profissões religiosas solenes das monjas cartuxas, elas são revestidas de estola e de manípulo, conforme se vê na imagem a seguir:



No jubileu monástico, a religiosa cartuxa voltará a usar esses paramentos, bem como quando for velada e enterrada. Alguns vêem nessa prática um resquício da antiga cerimônia de instituição de diaconisas - as quais, entretanto, não recebiam o sacramento da Ordem, sendo antepassadas das religiosas de vida ativa.

Após a Missa, o sacerdote celebrante se prostra diante do altar, e faz sua ação de graças desse modo, durante quinze minutos. São quinze minutos de prostração, com um significado penitencial profundíssimo.



Ainda na questão dos paramentos, o pluvial é desconhecido dos cartuxos.

Enfim, quem quiser, pode ler o texto, em latim, do Ordo Missae cartuxo, que pode ser baixado, em formato Word, aqui.

A Missa privada é celebrada, por cada padre, após ter assistido a Missa conventual, e é sempre combinada com a hora canônica de Tércia.

Cabe lembrar que, após a reforma de Paulo VI em relação ao rito romano, o rito cartuxo também foi levemente modificado, a partir de 1981. As três novas Orações Eucarísticas, por exemplo, podem hoje ser usadas pelos cartuxos, porém apenas nas Missas "privadas", i.e., celebradas pelos padres do mosteiro com a presença de apenas um assistente ou sem ninguém. A Missa conventual diária, celebrada normalmente pelo prior, continua a usar apenas o Cânon Romano tradicional. Outra pequena modificação, após o Vaticano II, foi a introdução de novos santos e festas no calendário. A palavra "omissione" foi acrescida no Confiteor, como no rito romano moderno.

Algumas imagens dos cartuxos na Missa e na Liturgia das Horas:
















domingo, 26 de setembro de 2010

Paramentos anglicanos e Anglicanorum Coetibus

View Comments
Por ocasião da organização futura dos Ordinariatos para os anglicanos que se convertem à fé católica, haverá, ao que tudo indica, uma disciplina litúrgica apropriada, possivelmente recolhendo a boa experiência do Anglican Use e seu Book of Divine Worship, talvez complementada com pelas antigas versões do Book of Common Prayer e do Anglican Missal.

Um tema que não se vê comentar, entretanto, é o do uso dos paramentos tradicionais anglicanos, que possuem uma leve diferenciação em relação aos católicos.

É certo que na High Church - de que formam parte os grupos anglo-católicos da Comunhão Anglicana e as províncias da Traditional Anglican Communion -, os clérigos usam, no que chamam de Missa, paramentos semelhantes aos nossos, quando não os mesmos: alva, cíngulo, amito, estola, casula, dalmática. E, celebrando o Ofício Divino de modo solene, usam o pluvial. As cores são geralmente as mesmas.

Todavia, embora improvável, é perfeitamente possível que setores da Low Church e da Broad Church se convertam, pela via da Anglicanorum Coetibus, e esses grupos, como se sabe, não costumam primar pela manutenção de paramentos sofisticados: para seus clérigos, tanto na Missa quanto no Ofício, basta que usem a batina, a sobrepeliz e o típete (e, quando Bispos, a quimera).

Mesmo os da High Church usam a quimera e o típete, quando celebram o Ofício Divino de modo menos solene, e, ainda que seja solene, por vezes no Ofício da Manhã e no da Noite. Há ainda o colarinho de pregação, também chamado peitilho ou colarinho genebrino, que os clérigos utilizam para assistir os Ofícios e a Missa como parte de sua veste coral, ou sobre a batina em sermões extralitúrgicos.

Toda essa variedade deve ser levada em conta ao estabelecer as normas litúrgicas dos anglicanos convertidos ao catolicismo.

Uma sugestão é que se adotem todos os padrões rigorosos da High Church, por serem mais próprios do que se poderia chamar tradicional. Se o que se deve preservar, segundo o ethos da Anglicanorum Coetibus, é o patrimônio tradicional anglicano, e sabemos que a Broad Church e a Low Church não enfatizam esse patrimônio na esfera da liturgia, o natural é que busquemos na High Church - até por ser mais exteriormente católica - a inspiração.

Assim, para a Missa, os clérigos anglicanos católicos adotariam a mesma padronização dos católicos latinos: alva, amito, cíngulo, estola, com a casula aos sacerdotes e a dalmática aos diáconos. Já é assim para os anglo-católicos. E os Bispos utilizariam as mesmas insígnias: báculo, anel, mitra. O uso do "conjunto Low Church", só com o típete ou a quimera, e batina com sobrepeliz, restaria descartado para a Missa.

Para o Ofício de Vésperas rezado de modo menos solene, batina, sobrepeliz, típete e, quando Bispos, a quimera por cima. Para as Vésperas Solenes, batina, sobrepeliz, estola, pluvial e, se Bispos, a mitra. Os demais Ofícios, solenes ou não, com a batina, sobrepeliz, típete e, quando Bispos, também a quimera.

Ao celebrar os sacramentos fora da Missa, dar bênçãos solenes e distribuir a Comunhão também fora da Missa, usariam batina, sobrepeliz, típete e, quando Bispos, igualmente a quimera.

Como veste coral, para assistir aos ritos sagrados, batina, sobrepeliz (ou roquete para os Bispos), típete e, quando Bispos, também a quimera. O colarinho de pregação poderia ser usado, dependendo do costume local.

O leitor instituído, quando faz uma leitura na Missa, usa, em cima da sobrepeliz e batina, ou da alva, um típete azul.

Para os ritos que admitem a quimera, ou como veste coral suplementar, ao Bispo seria facultado o uso da chamarra.

A batina dos Bispos anglicanos também é somente a violeta, nunca a preta com faixa violeta.

Para melhor visualização dos leitores não-acostumados aos paramentos específicos do anglicanismo - que, na verdade, eram usados, smj, pelo clero católico romano medieval na Inglaterra -, damos algumas imagens abaixo:

File:Cotton bands.jpg
O colarinho de pregação

File:William Laud.jpg
A quimera é essa echarpe negra grossa

File:Choirhabit.jpg
O típete é essa echarpe negra, semelhante a uma estola

A chamarra é esse "colete" longo vermelho


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Missa no rito bracarense

View Comments
Celebrou-se, durante a peregrinação a Fátima, Portugal, promovida pelos Cônegos Regulares de São João Câncio, uma Missa Cantada no antigo rito bracarense, variação bastante similar ao rito romano, mas que guarda certas peculiaridades, como a Ave Maria ao início.
As fotos podem ser achadas, clicando aqui.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O rito carmelita celebrado regularmente no Brasil! Entrevista com os frades carmelitas eremitas

View Comments
O Salvem a Liturgia acompanha, com vivo interesse, a fundação de novos institutos religiosos. É nesse sentido que nossa atenção foi despertada para a recente ereção do Carmelo Eremítico no Brasil.

Trata-se de uma congregação que não faz parte nem da Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo ou Ordem Carmelita da Antiga Observância (OCarm) nem da Ordem dos Irmãos Descalços da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo ou Ordem Carmelita Descalça (OCD). A OCarm, até onde sabemos, mantém eremitérios tanto femininos quanto masculinos, mas esta de que tratamos é uma instituição autônoma.

Abaixo, na entrevista que fizemos com o prior, Fr. Tiago de São José, ECarm, temos acesso a mais informações.

Adiantamos que o mosteiro brasileiro, dedicado a Santo Elias, fundador ideal da Ordem do Carmo, foi aprovado pelo Bispo de Bragança Paulista, estando em plena comunhão com a Santa Igreja.

O novo ramo da grande família carmelita - que, aliás, não é tão novo, e sim a vida primitiva dos carmelitanos - leva a denominação justamente de Irmãos Eremitas da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo (ECarm). E uma de suas distinções, além da vida contemplativa masculina - de vez que na OCarm e na OCD, as monjas são contemplativas, mas os frades são mendicantes, de vida ativa -, é a celebração exclusiva no rito próprio carmelitano. Sim, esses carmelitas não usam o rito romano moderno, nem o rito romano tradicional, mas o seu próprio, específico, que nem mesmo, s.m.j, os carmelitas da antiga observância e descalços utilizam.

Fotos do rito carmelita celebrado no Mosteiro Santo Elias podem ser vistas abaixo:







Segue a entrevista:

1. Reverendo frei, vemos que se trata de uma congregação nova, não fazendo parte da OCarm nem da OCD. Estamos certo nessa nossa impressão?

Caro Dr. Rafael: somos sim uma nova fundação mas que se trata de uma restauração do carisma monástico original do carmelo que já tinha se perdido desde o fim do século XIII. De fato Santa Teresa quis recuperá-lo ao propor o seguimento da Regra primitiva na sua reforma descalça. Entretanto, na metade do Século XIX, o Beato Francisco Palau movido por uma revelação mística fundou o Carmelo Eremítico na Espanha, com esse mesmo objetivo. Este grupo existiu até a década de 30. Nós agora estamos recomeçando com as mesmas Constituições que ele escreveu.

2. Há outros mosteiros desse instituto no Brasil e no mundo?

Não. A nossa fundação está nascendo agora em Atibaia. O Mosteiro Santo Elias (monges) e o Mosteiro Santa Maria (monjas).

3. Os monges carmelitas dos EUA são da mesma congregação que os senhores ou se trata de um instituto distinto?

Eles são um instituto distinto apesar de terem surgido na mesma época com os mesmos elementos fundamentais do carisma. Estivemos interessados numa eventual união, porém, não concordamos com algumas posturas deles. Por exemplo: nós não vendemos nada; não pedimos dinheiro para ninguém; não desejamos construir grandes abadias, mas pobres e simples ermidas; não temos uma vida comunitária tão intensa, ou seja, destacamos mais a solidão.

4. Os senhores celebram a liturgia própria do rito carmelita. Qual o motivo que os levou a isso?

O principal motivo é esse: não há como nos identificarmos com os primeiros carmelitas seguindo a regra primitiva se não celebramos a mesma liturgia, pois a liturgia é parte essencial de nossa vida.

5. Os carmelitas da antiga observância (OCarm) e os descalços (OCD) ainda usam esse rito, ainda que esporadicamente?

Os Descalços renunciaram à liturgia própria desde a edição pós-tridentina do missal carmelitano (1585). Entretanto, os Carmelitas da Antiga Observância preservaram o rito do Santo Sepulcro de Jerusalém até 1971. Depois desta data não puderam mais celebrar nem esporadicamente, conforme decisão do Capítulo Geral. Eles argumentavam que o Rito era impróprio para suas atividades paroquiais. Como não temos paróquia, mas vivemos em mosteiros, o rito para nós é perfeitamente bem-vindo.

6. O senhor poderia nos descrever algumas particularidades desse rito?

Uma particularidade é que o salmo de entrada é rezado pelo sacerdote em silêncio. As primeiras palavras após o início são: Confitemini Domino quoniam bonus, quoniam in saeculum misericordia ejus. Esta frase nos introduz na liturgia da ressurreição, pois o rito nasceu no santo sepulcro. Entretanto, isso torna o rito carregado de mais de 50 cruzes feitas de diversas formas e marca a força do Calvário.

7. Como aprenderam o rito? Ainda existem os livros litúrgicos e manuais de rubricas?

O próprio missal traz as rubricas e as diversas variações. Também vimos um vídeo de uma missa celebrada na década de 50 que nos ajudou a melhorar alguns aspectos da liturgia solene.

8. Quais os frutos dessa liturgia bem celebrada no mosteiro e na vida dos fiéis que os visitam?

Para mim celebrar neste rito desde outubro do ano passado tem incrementado muito minha espiritualidade sacerdotal. Nos outros irmãos percebemos também um acréscimos de piedade e introspecção. Igualmente no povo, temos observado muitos frutos espirituais.

9. Usam, eventualmente, o rito romano antigo? E o rito romano moderno? Se o fazem, é em latim ou em vernáculo?

Não. Celebramos somente o Rito Carmelitano, ou Rito do Santo Sepulcro, todo em latim.

10. A Missa dos senhores é versus Deum, correto? O que poderiam nos falar a respeito dessa orientação?

Acostumamos a falar assim, mas a orientação verdadeira é versus orientem, ou seja, de frente para o oriente. Assim a Igreja nos primeiros tempos celebrava a eucaristia. Há tantos que querem valorizar a participação do povo e por isso se viram para o povo. Nunca a Igreja conheceu isto. A pregação é para o povo. O sacrifício é para Deus Pai, com o povo "por Cristo, com Cristo e em Cristo".

11. Como recuperar uma autêntica espiritualidade litúrgica no Brasil? Os fiéis estão sedentos de uma piedade que nasça da Eucaristia, não lhe parece?

Acredito nisto também. Também vejo o Brasil como um grande celeiro de vocações. Porém a ignorância do clero e do povo torna essa missão um árduo desafio, mas a graça do Espírito Santo nos ajuda.

12. Quais os planos de seu Carmelo? Pretendem construir novas casas no Brasil?

Fui ordenado padre em 2000 e queria celebrar o rito tradicional. Não tive nenhuma chance nem oportunidade. Fui para a Itália e para a França, mas não estava feliz longe da minha nação.

Entrei nesse Carmelo em 2002 que havia sido recém fundado por um carmelita descalço que eu já conhecia. Este meu superior tinha bons propósitos sobre usar o hábito e viver a regra mas não aceitava a liturgia tradicional. Enfim, em 2007 ele foi para sua diocese e se tornou padre secular.

Eu permaneci sozinho e no ano passado estruturamos as coisas e começamos a receber vocações. Acredito que seja uma obra de Nossa Senhora e sinto que temos condição de crescer muito. Ela é que sabe...

13. Por fim, uma palavra aos membros e leitores do blog, e um conselho para que os pretendem "salvar a liturgia".

Peço a Deus que abençoe todos os que buscam com zelo salvar a liturgia, pois isso significa salvar a Igreja. Os inimigos da Igreja sabem disto... Portanto vamos em frente reconstruir os altares do Senhor!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Parceiros