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domingo, 24 de março de 2013

Bento XVI colocou a Liturgia à frente e no centro

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Por Trent Beattie – National Catholic Register, em 20/03/2013
Tradução: Salvem a Liturgia

Papa Bento XVI dá Comunhão a uma religiosa. 28 de outubro, Missa de Encerramento do Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização. Foto: CNA/Anne Hartney
O forte interesse do Papa Bento XVI pela liturgia é bem conhecido aos católicos devotos. Ainda antes de seu papado, os livros do Cardeal Joseph Ratzinger, como The Feast of Faith [A Festa da Fé, ainda sem tradução para o português] e Introdução ao Espírito da Liturgia, foram formativos para muitos dos fiéis em busca de princípios litúrgicos verdadeiros.

Durante seu Pontificado, documentos como a Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, de 2007, continuaram a catequese de Bento sobre a fonte e o ápice da vida cristã. Enquanto estes escritos têm sido muito significantes para a Igreja, padres e bispos próximos ao agora aposentado Santo Padre acreditam que seu exemplo tem sido ainda mais [significante].

Mons. James Moroney teve o privilégio de trabalhar com o Papa Bento XVI na conclusão da nova tradução do Missal Romano para o inglês, implementada no Advento de 2011.

O esforço começou com o Papa João Paulo II, que nomeou Mons. Moroney consultor para a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Ele é também secretário executivo do Comitê Vox Clara, fundado com o propósito de auxiliar a congregação na emissão de uma nova tradução ao inglês dos textos litúrgicos.

Mons. Moroney,  que atualmente é reitor do Seminário São João, em Boston, acredita que o Papa Bento XVI é, em muitos aspectos, o melhor articulador da reforma litúrgica pós-conciliar.

“Isto era verdade ainda antes de seu papado”, disse Mons. Moroney. "Como chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, ele era um líder em corrigir equívocos populares sobre o que os Padres Conciliares disseram em vários tópicos, inclusive na liturgia.”

“A revivificação da verdadeira reforma litúrgica foi inspirada não tanto pelas palavras do Santo Padre, por mais importantes que elas fossem”, disse ele. “Ela foi inspirada primeiramente pelas suas ações. Ele tinha uma devoção para com a liturgia que era manifestada no modo alegre e solene em que a celebrava. Ele sabia que ela era a fonte e o ápice da vida cristã, de modo que este entendimento trouxe alegria e maravilha ao seu coração, o que era percebido em sua face.”

Contribuição em Três Partes

No centro do legado litúrgico do Papa Bento, de acordo com Mons. Moroney, está a própria definição de “plena e ativa participação de todo o povo”, recomendada pela Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium. Mons. Moroney acredita que a contribuição do Santo Padre para o entendimento do que significa participar na liturgia pode ser resumida em três partes.

“A primeira”, disse ele, “é a ênfase de Bento na participação interior na liturgia. Nossa participação não é constituída principalmente de ações exteriores, mas de [ações] interiores. A celebração adequada da liturgia somente é possível quando uma compreensão do mistério pascal está presente. Esta compreensão é o coração da verdadeira participação litúrgica.”

A segunda parte é o apoio excepcional de Bento à retradução do Missal Romano ao inglês. Ele continuou o trabalho de seu predecessor, devido a um desejo para “uma cada vez mais profunda e plena participação dos fiéis”, que se fez possível com uma tradução mais precisa.

“A terceira parte”, disse Mons. Moroney, “da contribuição de Bento para uma definição mais apropriada de participação na liturgia, é sua promoção do mistério e da solenidade inerente ao culto oficial da Igreja. Ele sabia que a liturgia não era algo que inventamos, mas algo que recebemos, e que era um encontro com o Deus Vivo, a fonte do nosso bem-estar.”

Interpretação Autêntica do Vaticano II

O Padre Ambrose Criste, dos Cônegos de São Norberto, atualmente serve como mestre dos noviços da Abadia São Miguel, em Silverado, Califórnia. Os padres da abadia oferecem tanto o Novus Ordo como a Missa tradicional. Na verdade, várias das Missas dominicais oferecidas na Forma Extraordinária no sul da Califórnia são rezadas pelos Cônegos de São Norberto, que se aventuram em paróquias fora da abadia.

Pe. Criste, como Mons. Moroney, acredita que a maior contribuição do Papa Bento à sagrada liturgia é a interpretação autêntica dos escritos dos Padres do Concílio Vaticano II.

“Tantas falsas idéias sobre a liturgia foram espalhadas após o Concílio. Foi refrescante ter o Papa Bento esclarecendo as coisas, o que ele realmente começou a fazer muito antes de seu pontificado”, disse o Pe. Criste.

Após o Cardeal Ratzinger se tornar o Papa Bento XVI, ele deu um passo à frente no sentido de tornar seus ensinamentos litúrgicos prévios aparentes, de acordo com o Pe. Criste. Em 2007, ele promulgou o Summorum Pontificum, que possibilitou aos fiéis terem um maior acesso ao rito tradicional da Missa. Na carta que acompanha o motu proprio, o Santo Padre deixou claro que a Missa oferecida de acordo com o Missal de 1962 nunca foi abrogada.

“Isso foi muito significativo”, disse o Pe. Criste, “porque a liturgia autêntica nunca é uma questão de romper com o passado, mas uma continuação dele. Pode haver desenvolvimentos legítimos, certamente, mas fazer algo sem conexão alguma com o que o precedeu é decididamente não-católico.”

Padre Criste teve a honra de servir como diácono do Santo Padre em duas Missas. Dessas ocasiões, ele disse: "A humildade e reverência com as quais Bento conduziu-se foram extraordinárias. Não havia nada de casual no que ele fez. Ao invés disso, você podia ver que ele estava dedicado profundamente e em espírito de oração à Sagrada Liturgia. Ele sabia que ela não era uma questão de criatividade ou novidade, mas fidelidade e tradição".

“Bento mostrou com êxito que o Vaticano II era todo sobre fidelidade e tradição, também”, acrescentou o Pe. Criste. “Para uma correta interpretação do ‘espírito do Concílio’, ele recomendou a leitura da letra do Concílio. Isto vem acontecendo gradualmente, com o passar dos anos, e estamos mais próximos do que os Padres Conciliares pretenderam a respeito da liturgia.”

Bispo Conley

O Bispo James Conley, de Lincoln, Nebraska, vê a promoção da beleza da liturgia do Papa Bento como seu legado primário.

“Quando vim a primeira vez à Roma, em 1989, como um padre estudante, tive a sorte de presenciar muitas das Missas do Cardeal Ratzinger”, disse o ex-auxiliar de Denver. “Elas eram na Forma Ordinária, mas em latim. Elas eram sempre feitas com reverência, dada a percepção do cardeal para a natureza transcendente da liturgia. Ele sabia que casualidade não era aceitável quando se encontra o Todo Poderoso”.

“Ele sabia, ainda antes de seus dias como o Cardeal Ratzinger, que sem reverência – que está intimamente ligada à fidelidade às rubricas – não se permite que a liturgia influencie a alma”, disse o bispo Conley. “Pelo contrário, você é quem cria sua própria liturgia à sua própria imagem”.

O bispo Conley acredita que a edição do Summorum Pontificum foi um enorme ponto de virada na vida litúrgica moderna da Igreja porque tornou a Forma Extraordinária do Rito Romano mais acessível aos fiéis e eliminou quaisquer sombras que poderiam ter sido associadas com ele. Isto influenciou não apenas aqueles que participam da forma extraordinária, como também os que participam da forma ordinária.

“Tornou-se mais comum testemunhar o uso da língua latina, do órgão de tubos e do canto gregoriano na Forma Ordinária”, apontou o bispo de Lincoln. “Bento queria demonstrar que as duas formas estão muito conectadas. Esta realidade esteve obscurecida na maioria dos lugares após o Concílio porque os escritos dos Padres Conciliares frequentemente foram ignorados. Bento quis deixar claro que, assim como seu núcleo, a liturgia da Igreja é una, embora tenha várias formas.”

“Para qualquer forma da liturgia ser eficaz, ela deve expressar a ordem, harmonia e o apelo a Deus. A beleza não é opcional, mas essencial, para a liturgia adequada”, explicou o bispo Conley. “Isto foi ensinado pelos Padres Conciliares, de uma forma muito particular aos bispos, no artigo 124 da Sacrosanctum Concilium, que diz: ‘Tenham os Bispos todo o cuidado em retirar da casa de Deus e de outros lugares sagrados aquelas obras de arte que não se coadunam com a fé e os costumes e com a piedade cristã, ofendem o genuíno sentido religioso, quer pela depravação da forma, que pela insuficiência, mediocridade ou falsidade da expressão artística.’”

A Majestade de Deus

O bispo Conley afirmou que Bento sabe que a arte sacra não é sobre a autoexpressão, mas sobre apontar para a fonte da beleza – Deus Onipotente. A arte sacra, seja visual ou auditiva, nos possibilita transcender as nossas vidas diárias e encontrar o Deus Vivo de um jeito que é frequentemente muito mais eficaz do que meramente relatar fatos sobre Deus.

“Bento pensa que os argumentos mais poderosos para a fé são a arte cristã e as vidas dos santos”, disse o bispo Conley. “Estas duas entidades são muito intimamente relacionadas, porque os santos receberam as graças necessárias para suas vidas exemplares através da liturgia da Igreja, que é o manancial da arte cristã.”

“Somos gratos ao Papa Bento por muitas coisas. No que diz respeito à liturgia, especificamente, creio que sua contribuição mais notável foi chamar nossa atenção para a majestade de Deus. Isso foi feito através de seus escritos e ações, que dirigiram nossa meta para fora do nosso próprio círculo e em direção a uma relação mais completa com o nosso Criador, Redentor e Santificador.”

quinta-feira, 21 de março de 2013

Pobre Bento XVI

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 O jornalista Marcio Antonio Campos, editor de Opinião e blogueiro de ciência e religião da Gazeta do Povo, analisa, com propriedade, a abordagem da imprensa aos primeiros dias de Pontificado do Papa Francisco, contrapondo-o a seu antecessor.

"A simplicidade e a humildade serão, de fato, características marcantes do pontificado do papa Francisco. Praticamente toda reportagem faz questão de ressaltar esses pontos, que são, realmente, elogiáveis. No entanto, a maior parte dos relatos da imprensa também faz questão de estabelecer um antagonismo entre Francisco e seu antecessor, Bento XVI.[...]"


quarta-feira, 20 de março de 2013

Aclamação ao Evangelho na Quaresma no Início do Pontificado do Papa Francisco

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Foto AFP Filippo Monteforte - Rádio Vaticana

Os leitores do Salvem a Liturgia estão familiarizados com o fato de que nas Missas da Quaresma não existe o Alleluia. E já de início sou obrigado a abrir aqui um parêntese e dizer que, escrevendo este texto na Quinta Semana da Quaresma, eu até desejaria nem escrever essa palavra ou, quem sabe, abreviá-la; parece um exagero beirando a superstição, mas ainda assim um reflexo litúrgico num simples texto sobre a própria Liturgia.

Um segundo parêntese: é muito comum ouvirmos perguntar, na Quaresma, por que se canta o Gloria na Missa deste dia. De fato, o Gloria desaparece das Missas dominicais, durante este tempo, mas é cantado (ou recitado), sim, se ocorre uma Solenidade. A celebração de São José tem esse grau de Solenidade, requerendo assim o Gloria. Mas Alleluia, nunca, durante a Quaresma, por mais festiva que seja a celebração.

Existem, na Quaresma, três opções para aquilo comumente chamado “Aclamação ao Evangelho”:

1) Uma peça musical composta sobre a Aclamação dada pelo Missal, constante de um refrão e um versículo bíblico.

2) A peça musical gregoriana prescrita pelo Graduale Romanum, constante unicamente de versículos bíblicos, chamada Tractus.

3) A peça musical gregoriana prescrita pelo Graduale Simplex, constante de versículos bíblicos ou de algum outro texto; algumas delas são “Antífonas de Aclamação”, outras também com a designação Tractus.

Na Missa de Início de Pontificado do Santo Padre o Papa Francisco foi utilizada a primeira opção. A melodia é gregoriana, no modo VIII. A Liturgia foi aquela própria do dia 19 de Março, da Solenidade de São José. O refrão se alterna com o versículo 5 do Salmo 83:

Louvor a vós, ó Cristo, Rei da eterna glória.
Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de vos louvar. (Sl 83, 5)
Louvor a vós, ó Cristo, Rei da eterna glória.

A Aclamação foi cantada em latim, como todo o Próprio da Missa (o Introito, o refrão do Salmo Responsorial, esta Aclamação, o Ofertório e a Comunhão) e também o Ordinário (o Kyrie, o Gloria, o Credo, o Sanctus e o Benedictus). O leitor pode ver abaixo como a Aclamação aparece no livreto da celebração:



Dá-se a partitura gregoriana para o refrão, cantado pela schola (os cantores) e repetido pela assembléia. O versículo é cantado apenas pelos cantores.

O Evangelho foi cantado em grego por um diácono oriental, o que é muito comum nas Missas celebradas pelo Santo Padre. O diácono pode ser visto na primeira foto deste texto, à esquerda, na qual se vêem também o Santo Padre e o Monsenhor Guido Marini. O mais comum é que o Evangelho seja proclamado duas vezes: uma vez em latim, e uma vez em grego. Nesta Missa se o fez somente em grego.

O vídeo abaixo mostra a Aclamação ao Evangelho e o próprio Evangelho. Apesar dos locutores do canal de TV dificultarem um tanto a audição da música, é possível ter uma idéia desta cerimônia de grande beleza.



Eis o texto do Santo Evangelho desta Missa:
Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.
Se o leitor desejar ler a homilia do Sumo Pontífice em português, poderá fazê-lo ao visitar este link:

segunda-feira, 18 de março de 2013

A Missa de Pedro no dia de São José

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Texto original publicado na página Direto da Sacristia, no Facebook.


Foram divulgados os detalhes da Capela Papal para o início do ministério petrino do Bispo de Roma, dia 19 de março, Solenidade de São José, Esposo da Virgem Maria, às 9h30 (de Roma, 5h30 no Brasil).

É importante frisar que, ao contrário de qualquer outro Bispo ou Prelado equiparado pelo Direito a Ordinário do lugar, o Papa não recebe de ninguém a posse de seu ofício de Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, assim como não apresenta a ninguém a sua possível demissão. Ele faz estas coisas por si só, independente de qualquer outra autoridade eclesiástica.

A Missa terá lugar a partir do sagrado (átrio) da Basílica de São Pedro, como nas outras missas celebradas na Praça São Pedro.

Contudo, antes mesmo da celebração eucarística, segundo o pensamento de distinguir da missa aquilo que não lhe é estritamente próprio, serão executados os ritos próprios do início do ministério, seguidamente:

1. Ao primeiro canto do "Tu es Petrus", o novo Sumo Pontífice, com os Patriarcas das Igrejas Orientais, descerão ao Sepulcro de São Pedro e lá se deterão em oração, e depois ele incensará as relíquias do Apóstolo, onde estarão, como parte de si, o pálio pastoral e o Anel do Pescador. O Papa e os Patriarcas retornarão ao piso da Basílica Vaticana e se unem à procissão de ingresso.

Com o início da procissão, será cantado o glorioso hino "Laudes Regiae", executado em grandes momentos na vida da Igreja, semelhante a um presente na coroação do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Junto à invocação de todos os Santos, será pedida a salvação eterna "à Igreja santa de Deus, que reúne as almas além dos confins dos reinos", "a docilidade ao rebanho e a graça e a caridade ao Papa Francisco, que reúne os povos na unidade da doutrina", como também, "a força, a sabedoria do Espírito Santo e o cuidado pela Igreja universal". Com o refrão "Cristo vive! Cristo reina! Cristo impera!".

2. No trono, o Papa receberá do Cardeal Protodiácono Tauran (o mesmo do anúncio da eleição) o pálio pastoral, depois de terem sido invocadas as Três Pessoas Divinas, recordando que é o Pai que lhe dá o pálio da Confissão de Pedro, que é na Igreja de Cristo "gerada na fé com o Apóstolo Paulo" que o Papa sucede a Pedro, e que seja o Espírito da Verdade a lhe dar "discernimento para confirmar os irmãos na unidade da fé".

E se canta, segundo o salmo 67, que "Deus confirme o que Ele tem feito por ti".

3. O Cardeal Protopresbítero rezará diante do Papa uma curta oração, pedindo "Deus, que não desampara quem Vos invoca com coração reto e fiel, escuta a súplica da Vossa Igreja" e que Ele, pelo humilde serviço dos Cardeais, colocou o Papa Francisco no alto do ministério apostólico, conceda ao Pontífice o Dom do Espírito "para que corresponda à grandeza do carisma que lhe foi conferido".

4. Ainda no trono, o Papa receberá do Cardeal Decano Sodano o Anel do Pescador depois da oração que reza que é o mesmo Cristo, "o Pastor e Bispo das nossas almas" e "que edificou a Sua Igreja sobre a rocha", que lhe dar o Anel de Pedro e que seja o Espírito a manter a força do ministério com os crentes em Cristo, na unidade da comunhão com o ensinamento do Apostólo Paulo.

5. Por fim, apenas uma representação dos Cardeais presta obediência ao Santo Padre, e não cada membro do Colégio, como aconteceu no início do pontificado de João Paulo II, entre os últimos atos de seu pontificado, restaurou isto que, no entanto, ainda dependeria da vontade de seu sucessor, ora expressada.

Será novamente cantado o "Tu es Petrus", agora com o Papa totalmente revestido como Sumo Pontífice.

A Missa, em latim e própria da Solenidade de São José, Esposo da Virgem Maria, terá os cantos "De angelis".

A primeira leitura, em inglês, será do livro de Samuel; o salmo responsorial será o 88; a segunda leitura, em espanhol, será da Carta de São Paulo aos Romanos. Diversamente das outras missas de inauguração do pontificado e da "In Coena Domini", o Evangelho será proclamado unicamente em grego, por um diácono oriental, e não também e primeiramente em latim, por um diácono de rito romano.

A Oração dos fiéis terá preces, seguidamente, em russo, francês, árabe, a africana suaíle e chinês.

Será rezado o Cânon Romano e o próprio Papa pedirá por si "una cum me indigno famulo tuo".

Ao fim da Missa, depois da "Salve, Regina", será entoado o oportuno "Te Deum".

***

Link do arquivo .pdf do livreto para essa Missa, AQUI.

Créditos da foto: CNS/Catholic Press.

domingo, 17 de março de 2013

Cardeal Bergoglio sobre a Eucaristia

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O atual Papa Francisco, quando Cardeal, gravou vários programas para a rede católica de Televisão EWTN. Nesse vídeo acima podemos ver sua piedade eucarística em uma curta reflexão aonde o Cardeal fala do desejo que cultivava de receber o Senhor na Eucaristia pela manhã e como fomentava seu louvor e ação de Graças após a Comunhão no longo trajeto de ônibus em seus tempos de seminarista. 

Lembremo-nos de que a Eucaristia pode nos fortalecer ao longo do dia e que comungando com devoção podemos encontrar o Senhor nas tarefas quotidianas sem cair numa mera rotina enfadonha. A mensagem é, naturalmente, um incentivo a salutar prática da Missa e comunhão diária.

A paz entre Francisco e Guido

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O Papa Francisco não só manteve Marini como lhe deu a paz, e aos risos, o que mostra sintonia entre eles. #MenosMimimi #MaisOração

Alfaiataria napolitana que confecciona as Casulas do Papa Francisco

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Tradução e adaptação da narração do vídeo, por Cleiton Robsonn.



O Papa Francisco celebrará a Missa de inauguração do seu pontificado na Terça-feira, 19 de Março de  2013, dia consagrado a São José. A veste litúrgica que envergará naquela ocasião, a chamada “Casula”, é confeccionada pela Alfaiataria Serpone de Nápoli. O proprietário, Paolo Serpone, explica: “Utilizamos tecidos desenhados por nós em pano branco e ouro, que representam motivos litúrgicos de alegria, porque, obviamente, é a nomeação de um novo Papa, sobretudo em um momento  difícil não somente para a Igreja mas para o mundo inteiro e, por isso mesmo, é causa de alegria, representados pela videira e as uvas e, claro, tem sempre ao centro do galão a cruz em ouro e seda, para simbolizar que o Papa é o vigário de Cristo na terra, aquele que deve portar sobre a Terra a cruz de Jesus.”
Alinhados com o estilo humilde do Papa Bergoglio, que escolheu o nome de São Francisco de Assis, padroeiro dos pobres, Serpone explica que as vestes que o Pontífice envergará, de modo solene são, na realidade muito baratas. O Alfaiate conclui: “Sendo uma fábrica onde produzimos de tudo, desde os tecidos até as grandes encomendas, tudo é feito inteiramente aqui; os preços são muito menores do que se pode encontrar nas lojas e é por isso que o Vaticano e, no caso específico, a Sacristia Pontifícia, veio até nós para estes trabalhos, porque além de um produto de qualidade, pode-se ter um preço muito acessível.”
Estas casulas serão utilizadas por todos os concelebrantes na Missa de entronização para dar à celebração um sentido [maior] de harmonia e de alegria pela nomeação do novo Papa.

sábado, 16 de março de 2013

Domingo Laetare segundo a Forma Extraordinária em Guarulhos, SP

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Guarulhos-SP, a maior cidade brasileira que não é capital estadual, teve em sua Catedral Nossa Senhora da Conceição a celebração da Santa Missa segundo a Forma Extraordinária do Rito Romano no Domingo Laetare deste ano de 2013, o Quarto Domingo da Quaresma, no dia 10 de Março.

O celebrante foi o Padre José Henrique do Carmo.

A próxima celebração na Forma Extraordinária em Guarulhos ocorrerá no dia 24 de Março, Domingo de Ramos, no Santuário São Judas Tadeu, às 16 horas.

Recebemos de Junior Ferreira, a quem agradecemos, as fotos da celebração do Domingo Laetare, do qual são próprios os paramentos róseos.











sexta-feira, 15 de março de 2013

O Papa Francisco e a liturgia

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Pululam na internet ataques ao Papa Francisco, vindos de radicais tradicionalistas ao Papa, tanto quanto de progressistas e adeptos da teologia da libertação, o que faz com que a idéia do Carlos Ramalhete de que ambos os grupos sejam de modernistas - os radtrads seriam "modernistas de direita" - seja bastante crível.

De um lado, podemos responder às críticas dos radtrads, sem caridade e sem reverência para com o Sumo Pontífice, com breves apontamentos:

Em primeiro lugar, como católicos temos que AMAR o Papa, não necessariamente "ir com a cara dele"... Eu vou, gosto de Sua Santidade, mas não vejo problema em alguém, com a devida reverência, estar mais apreensivo. Além disso, é o Papa que parece certo para o momento atual: com aquele sorriso e a postura de servo, de humilde, como é que os gayzistas, os midiáticos e os pró-aborto vão atacar? Até atacam, mas só os mais raivosos... Aquele "católico" que acredita em coisas liberais, que não gosta "do nazista Ratzinger" fica desarmado com a imagem que Francisco passa.

De um lado os TLs e os radtrads criticando o Papa. De outro, os ingênuos achando tudo uma maravilha porque o Espírito Santo escolhe de modo infalível o Sumo Pontífice - sem se atentar que são pessoas os Cardeais e o Papa, com suas opiniões, seus defeitos, suas virtudes.

E nós no meio da tempestade, elogiando as coisas bonitas do novo Papa, a importância dele na nova evangelização, na DSI e na melhora na imagem da Igreja, e percebendo também, infelizmente, que, se por um lado, a "tara pelas rendinhas" é uma infantilidade, por outro, o cuidado "ratzingeriano" e "tridentino" para com a liturgia é algo importante e que, ao que parece, pelo seu histórico como Arcebispo de Buenos Aires, Francisco não leva tão em conta assim.

De qualquer maneira, um Papa não tem por função ser santo canonizado ou altamente intelectual, mas governar a Igreja. Quem governe. Se não for o Papa dos sonhos de alguns, como Scola, Ouillet, O'Mahley, Ranjith, Burke, Erdo, etc, ainda é o Papa. Pode não fazer o que achamos que deveria fazer, mas governará a Igreja, e penso que acertará em vários pontos. E ao Papa amamos, não necessariamente temos que virar seus fãs.

Enfim, para fechar parênteses, indico três textos que tratam dessa onda de desrespeito ao Papa, vinda de setores tradicionalistas extremos, nos blogs:




Passemos ao tema da liturgia.

Considero que, realmente, em Bento XVI, tivemos um Papa que não apenas celebrava a liturgia conforme o Missal Romano - como Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II -, mas que deu um "salto" em direção à tradição do rito romano. Bento não se contentou em simplesmente observar as normas e fazer o mínimo. Ele explorou vários aspectos da sacralidade da liturgia romana, inserindo o Novus Ordo na grande tradição ocidental que nos legou o rito de São Pio V.

Bento XVI promulgou o Motu Proprio Summorum Pontificum, liberando o uso do Missal de 1962 para todos os fiéis e sacerdotes, sem necessidade de permissão do Bispo.

Bento XVI criou os Ordinariatos Pessoais para atrair para a Igreja os anglicanos tradicionais e conservadores, que possuem um amor muito grande à liturgia reverente, celebram em latim, versus Deum, e praticam ritos medievais ingleses. Isso muito contribuirá para o enriquecimento litúrgico do próprio rito romano atual.

Bento XVI revogou as excomunhões dos quatro Bispos sagrados por D. Lefebvre e que constituem-se na liderança da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Ao mesmo tempo, empenhou-se nas negociações doutrinárias e litúrgicas para os atrair à plena comunhão com Roma, o que reforçaria em muito o movimento pelo resgate da sacralidade litúrgica, do correto entendimento teológico e espiritual do que é a Missa, e promoveria o rito antigo.

Bento XVI celebrou, em algumas ocasiões, a Missa no rito novo versus Deum, "de costas" ao povo, dando exemplo.

Bento XVI instituiu o uso dos candelabros e do crucifixo no altar, chamado de "arranjo beneditino", de tal forma que, mesmo versus populum, Cristo ficasse no centro da celebração da Missa.

Bento XVI passou a distribuir a Comunhão aos fiéis de joelhos e exclusivamente na boca.

Bento XVI continuou com as grandes catequeses de João Paulo II sobre a obediência às normas litúrgicas e foi além: desenvolveu a sua teologia da liturgia, da época em que era Cardeal, e impulsionou o "novo movimento litúrgico".

Bento XVI priorizou a Missa em latim, mesmo no rito novo, e não em italiano.

Bento XVI escolheu paramentos mais nobres, usou várias vezes a casula romana, e as casulas góticas eram mais cuidadas, mais dignas.

Bento XVI incentivou o canto gregoriano e a polifonia sacra.

Bento XVI elegeu Mons. Guido Marini como seu mestre de cerimônias.

E Francisco?

Bem, o então Cardeal Bergoglio não era um adepto da chamada "reforma da reforma". No mais das vezes, celebrava dignamente a Santa Missa, obedecendo às normas do Missal, sempre com casula, usando incenso, sendo sacral, mas nada muito "extraordinário", contendo-se com o mínimo. Em alguns episódios, deu algumas derrapadas, como a Missa das Crianças que se encontra facilmente na internet, ou o lava-pés de estola diaconal e com mulheres. Parece que não se acertou muito bem com a forma extraordinária em Buenos Aires, ainda que a tenha autorizado em tempo recorde após o Summorum Pontificum.

Em sua primeira aparição como Papa, recusou trajar vestes corais, usando apenas a batina. Envergou, por isso, a estola apenas para dar a bênção.

Já na Missa Pro Ecclesia, no encerramento do Ordo Rituum Conclavis, Sua Santidade deixou de lado a bela tradição resgatada por Bento XVI em usar o altar-mor, "grudado" na parede, de modo versus Deum, e colocou um segundo altar em que pudesse se enfiar atrás para celebrar versus populum, o que não se pode deixar de, respeitosamente, lamentar. Na mesma Missa, dispensou a mitra e o báculo para fazer a homilia - uma belíssima e profunda homilia, aliás! -, e pregou do ambão e não da cátedra, deixando de manifestar, assim, símbolos profundos de sua autoridade primacial. Entretanto, na mesma Missa, usou a férula de Bento XVI, uma casula com conchas - símbolo muito caro a Bento - houve canto gregoriano, polifonia sacra, e a celebração foi em latim, não em italiano: pontos positivos!



Se essas posturas forem identificações de um Papado que, embora celebre de acordo com as normas, não se empenhem na "reforma da reforma" ou em uma especial promoção da liturgia, seria algo triste, temos de reconhecer.

Todavia, é triste, mas não um pecado, não motivo para rasgar as vestes e profetizar o Apocalipse, como alguns têm feito. A função do Papa não é somente promover a liturgia. A liturgia é uma missão importantíssima, mas não é única, e outras mais urgentes podem ser levadas a termo pelo Papa Francisco. É ele quem comanda a barca de Pedro, não nós. Se ele, ao celebrar a liturgia sem aquele "ethos" ratzingeriano, cumprir o mínimo, mas trabalhar bem em outros campos - o combate ao laicismo e à cultura da morte, como fez de modo brilhante na Argentina, ou a reforma da Cúria, como se espera que o faça -, teremos um bom e até um excelente Papa.
Aliás, a limpeza já começou: Papa proíbe cardeal acusado de encobrir 250 casos de pedofilia de frequentar basílica 

Outra notícia interessante, desta vez, afeita ao tema da liturgia é a retomada de um costume que foi quebrado faz alguns anos: o de criar Cardeal ao secretário do Conclave imediatamente após a eleição do Papa, dando-lhe o solidéu vermelho do agora Sumo Pontífice!

Bento foi um líder do movimento litúrgico contemporâneo, e Francisco talvez não seja. E daí? Continua sendo o Romano Pontífice e terá outros acertos, será motivo para outras alegrias.

O New Liturgical Movement traz um bom artigo do Shawn Tribe sobre isso.  Em suma, Tribe diz que é bom ter as liturgias do Papa como modelo a seguir, porém não é isso essencial. Vibramos com as Missas de Bento XVI não por serem "Missa do Papa", e sim porque, enquanto Papa, aplicou o que pensava em termos de liturgia: tradição, sacralidade, diálogo entre o rito novo e o antigo, promoção da Missa tridentina, latim, gregoriano etc. E outros sacerdotes, se o Papa Francisco não o fizer, podem e devem continuar fazendo em suas paróquias, em suas dioceses, em seus institutos, em seus movimentos, essa aplicação da "hermenêutica da continuidade" nos ritos sagrados.

Temos um novo Papa. Mas o Magistério de Bento XVI não foi para o lixo. Até porque é o Magistério da Igreja, não de Bento XVI. E os pensamentos do Cardeal Ratzinger sobre o tema, em que pese não serem Magistério, são profundos o suficiente para que possa se manter vivo e influente o novo movimento litúrgico, no qual o Salvem a Liturgia se enquadra e ao qual presta um relevante serviço no Brasil, digamos sem falsa modéstia. A elevação de Ratzinger ao Papado fez com que todos descobrissem o tesouro de seus escritos sobre a liturgia anteriores ao assumir a Sé Petrina.

Não esmoreçamos. A defesa da sagrada liturgia encontra no Papa Francisco seu líder, como Sumo Pontífice, ainda que não como principal impulsionador como nos tempos de Bento. Ainda assim, falar em retrocesso ou lamentar, sem motivo, que "tudo está perdido" em termos de liturgia, é exagero.

Podemos, ademais, nos surpreender positivamente.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Primeira Homilia do Papa Francisco (14/03/2013)

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Missa Pro Ecclesia

Leituras: Is 2,2-5; Sl 97
1Pd 2, 4-9 
Evangelho: Mt 16, 13-19

Nestas três leituras reconheço-lhes algo de comum: o movimento. Na Primeira Leitura o movimento no caminho, na Segunda Leitura, o movimento na edificação da Igreja; na terceira, no Evangelho, o movimento no professar. Caminhar, edificar, professar.

Caminhar. “Casa de Jacó, vinde, caminhemos na luz do Senhor” (ls 2,5). Esta é a primeira coisa que Deus diz a Abraão: Caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e quando paramos, não corre bem. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão na sua promessa. 

Edificar. Edificar a Igreja. Fala-se em pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras untadas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Eis um outro movimento da nossa vida: edificar.

Em terceiro lugar, professar. Podemos caminhar quanto quisermos, podemos edificar muitas coisas, mas se não professarmos Jesus Cristo, não corre bem. Nos tornaremos uma ONG que presta assistência, e não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não caminhamos, permanecemos parados. Quando não se edifica sobre as pedras o que é que acontece? Passa-se o mesmo com as crianças, na praia, quando constroem castelos na areia e tudo desaba sem consistência. 

Quando não se professa Jesus Cristo, vem-me à memória a frase de León Bloy: “Quem não prega o Senhor, prega o diabo”. Quando não se professa Jesus Cristo, professa-se a mundanidade do demônio.

Caminhar, edificar-construir, professar. Não é assim tão fácil, porque no caminhar, no construir, no professar, por vezes sofremos choques, sucedem ações que não são próprias das ações do caminhar: são ações que nos fazem andar para trás. 

Este Evangelho prossegue com uma situação especial. O mesmo Pedro que professou Jesus Cristo, diz-Lhe: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo. Seguir-te-ei. Seguir-te-ei mas não falemos de Cruz. Isso não interessa. Seguir-te-ei de outras formas que não a Cruz. Quando caminhamos sem a Cruz, quando edificamos sem a Cruz e quando professamos um Cristo sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos Bispos, Padres, Cardeais, Papas, mas não discípulos do Senhor. 

Queria que todos, assim que passarem estes dias de graça, que tivéssemos a coragem, uma verdadeira coragem, de caminhar com o Senhor presente, com a Sua Cruz; de edificar a Igreja sobre o Seu sangue derramado sobre a Cruz; e de professar a única glória: Cristo Crucificado. Assim a Igreja seguirá em frente.

Desejo para todos nós que o Espírito Santo, pela oração a Nossa Senhora, nossa Mãe, nos conceda esta graça: de caminhar, edificar, professar Jesus Cristo Crucificado.


terça-feira, 12 de março de 2013

Conclave 2013: Pro Eligendo Romano Pontifice

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Foi celebrada hoje pela manhã, em Roma, a Santa Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, que antecede o Conclave. A missa foi celebrada pelo Cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício. Todos os cardeais presentes, eleitores ou não, foram convidados a concelebrar.

Observa-se que o arranjo beneditino (cruz e castiçais) permanece sobre o altar, um dos bons frutos da reforma litúrgica conduzida pelo Papa Bento XVI. Contudo, apenas seis velas sobre o altar, e não sete, uma vez que não temos Bispo em Roma.

O Cardeal Sodano também fez uso do báculo. Isso é permitido pelas rubricas, basta que ele tenha recebido autorização do Ordinário local. Em tempo de vacância, este seria o arcipreste da Basílica de São Pedro, o Cardeal Comastri.

O site do Vaticano disponibilizou o livreto da celebração, o vídeo e também a homilia, traduzida para o português, do Cardeal Sodano.

Algumas fotos da celebração abaixo:
































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