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terça-feira, 26 de abril de 2011

Convite: Missa tridentina em Porto Alegre, RS

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Pelo que apuramos, será uma Missa regular. Mais detalhes nos comentários, quando tivermos notícias novas, ou em postagens posteriores.

Semana Santa em Quevedos, RS

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Diocese de Santa Maria. Pe. Rodrigo da Rosa Cabrera.

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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Reforma da reforma: Procissão do Encontro, Terça-Feira Santa, em Campanha, MG

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Informações do amigo e leitor Giovani Rodrigues:

Padre Marquinho Iabrud - pároco - Campanha MG

Padre Bruno Cesar - vigário paroquial - Campanha MG

Diácono Robson - Diocese de Guaxupé - MG

Procissão com andor de Nosso Senhor sai da Igreja das Dores. Procissão com andor de Nossa Senhora sai da Catedral. Percorrem caminhos diferentes e encontram-se na Praça Dr. Jefferson. Acontece o Sermão do Encontro. Diácono Robson faz uma belíssima reflexão. Inicia cantando magnificamente um trecho de Isaías. Cita em seu sermão palavras de Santo Agostinho e frases em latim, traduzindo em seguida. As procissões, agora unidas, seguem rumo à Catedral. Durante o percurso, para-se nos passos onde motetos são cantados em latim pelo Coral Campanhense acompanhado por violinos e contrabaixo (músicos da Orquestra de Campinas-SP). Encerra-se com a veneração das imagens na Catedral.

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domingo, 24 de abril de 2011

Excerto da Paschalis Sollemnitatis, sobre o Tempo Pascal

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Terminando nossa série.

As antigas postagens da mesma se encontram aqui:

Domingo de Ramos

Missa Crismal e celebração penitencial final

Tríduo Pascal em geral

Quinta-feira Santa na Ceia do Senhor

Sexta-feira Santa da Paixão

Sábado Santo

VIII. O TEMPO PASCAL

100. A celebração da Páscoa continua durante o tempo pascal. Os cinqüenta dias que vão do domingo da Ressurreição ao domingo de Pentecostes são celebrados com alegria como um só dia festivo, antes como “o grande domingo”.[105]

101. Os domingos deste tempo devem ser considerados como “domingos de Páscoa” e têm precedência sobre qualquer festa do Senhor e qualquer solenidade. As solenidades que coincidem com estes domingos são celebradas no sábado anterior.[106] As festas em honra da bem-aventurada Virgem Maria ou dos santos, que ocorrem durante a semana, não podem ser transferidas para estes domingos.[107]

102. Para os adultos que receberam a iniciação cristã na vigília pascal, todo este tempo é reservado à mistagogia. Portanto, onde houver neófitos, observe-se tudo o que é indicado no Rito da Iniciação cristã dos adultos, n. 37-40 e 235-239. Faça-se sempre, na oitava da Páscoa, a oração de intercessão pelos neo-batizados, inserida na oração eucarística.

103. Durante todo o tempo pascal, nas missas dominicais, os neófitos tenham reservado um lugar especial entre os fiéis. Procurem eles participar nas missas juntamente com os seus padrinhos. Na homília e, segundo a oportunidade, na oração universal, faça-se menção deles.

No encerramento do tempo da mistagogia, nas proximidades do domingo de Pentecostes, faça-se alguma celebração segundo os costumes da própria região.[108] Além disso, é muito oportuno que as crianças recebam a sua Primeira Comunhão nestes domingos pascais.

104. Durante o tempo pascal os pastores instruam os fiéis, que já fizeram a Primeira Comunhão, sobre o significado do preceito da Igreja de receber neste tempo a Eucaristia.[109] Recomenda-se, sobretudo na oitava da Páscoa, que a sagrada Comunhão seja levada aos doentes.

105. Onde houver o costume de benzer as casas por ocasião das festas pascais, tal bênção seja feita pelo pároco ou por outros sacerdotes ou diáconos por ele delegados. É esta uma ocasião preciosa para exercitar o múnus pastoral.[110] O pároco faça a visita pastoral a cada família, tenha um colóquio com os seus membros e ore brevemente com eles, usando os textos contidos no Ritual das Bênçãos.[111] Nas grandes cidades veja-se a possibilidade de reunir mais famílias, para juntas celebrarem o rito da bênção.

106. Segundo a diversidade dos lugares e dos povos, existem muitos costumes populares vinculados com as celebrações do tempo pascal, que às vezes suscitam. maior participação popular que as mesmas celebrações litúrgicas; tais costumes não devem ser desprezados, e podem muitas vezes manifestar a mentalidade religiosa dos fiéis. Por isso, as conferências episcopais e os ordinários do lugar cuidem de que estes costumes, que podem favorecer a piedade, possam ser ordenados do melhor modo possível com a liturgia, estejam impregnados do seu espírito e a ela conduzam o povo de Deus.[112]

107. O domingo de Pentecostes conclui este sagrado período de cinqüenta dias, quando se comemora o dom do Espírito Santo derramado sobre os apóstolos, os primórdios da Igreja e o início da sua missão a todos os povos, raças e nações.[113] Recomenda-se a celebração prolongada da missa da vigília, que não tem um caráter batismal como a vigília da Páscoa, mas de oração intensa segundo o exemplo dos apóstolos e discípulos, que perseveravam unânimes em oração juntamente com Maria, a Mãe de Jesus, esperando a vinda do Espírito Santo.[114]

108. “É próprio da festividade pascal que toda a Igreja se alegre pelo perdão dos pecados, concedido não àqueles que renascem no santo Batismo, mas também aos que há tempo foram admitidos no número dos filhos adotivos”.[115] Mediante uma atividade pastoral mais intensa e maior empenho espiritual da parte de cada um, com a graça do Senhor, será possível a todos os que tenham participado nas festas pascais testemunhar na vida o mistério da Páscoa celebrado na fé.[116]

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Notas:

[105] “Normas gerais para o ordenamento do ano litúrgico e do calendário”, n. 22.

[106] Cf. ibid., n. 5, 23.

[107] Cf. ibid., n. 58.

[108] Cf. Rito da iniciação cristã dos adultos, n. 235-237; cf. ibid., n. 238. 239.

[109] Cf. Código de Direito Canônico, cân. 920.

[110] S. Congr. dos Ritos, Decr. Maxima redemptionis nostrae mysteria. 16111955, n. 24, AAS 47 (1955) 847.

[111] De Benedictionibus, cap. I, II, Ordo benedictionis annuae familiarum in propriis domibus.

[112] Cf. Conc. VAT. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. 13; cf. Congr. para o Culto Divino, Orientações e propostas para a celebração do Ano Mariano, 3.4.1987, n. 3, 51-56. 61

[113] 113. Cf. “Normas gerais para o ordenamento do ano litúrgico e do calendário”, n. 23.

[114] As primeiras vésperas da solenidade podem unir-se com a missa, segundo o modo previsto nos Princípios e Normas para a Liturgia das Horas, n. 96. Para conhecer mais profundamente o mistério deste dia, podem ser lidas mais leituras da Sagrada Escritura, dentre as propostas pelo Lecionário, como facultativas para esta missa. Neste caso, o leitor lê no ambão a primeira leitura; depois o salmista ou cantor diz o salmo, com a resposta do povo. Em seguida todos se levantam e o sacerdote diz Oremos. Depois de um breve espaço de tempo em silêncio, diz a oração adaptada à leitura (p. ex. uma das orações marcadas para os dias feriais depois do VII Domingo da Páscoa

[115] S. Leão Magno, VI Sermão da Quaresma, 1-2, PL 54, 285.

[116] Cf. Missal Romano, Sábado depois do VII Domingo da Páscoa, oração.

Sermão de Santo Agostinho de Hipona sobre a Ressurreição do Senhor

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A ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo lê-se estes dias, como é costume, segundo cada um dos livros do santo Evangelho. Na leitura de hoje ouvimos Jesus Cristo censurando os discípulos, primeiros membros seus, companheiros seus porque não criam estar vivo aquele mesmo por cuja morte choravam. Pais da fé, mas ainda não fiéis; mestres - e a terra inteira haveria de crer no que pregariam, pelo que, aliás, morreriam - mas ainda não criam. Não acreditavam ter ressuscitado aquele que haviam visto ressuscitando os mortos. Com razão, censurados: ficavam patenteados a si mesmos, para saberem o que seriam por si mesmos os que muito seriam graças a ele.
E foi deste modo que Pedro se mostrou quem era: quando iminente a Paixão do Senhor, muito presumiu; chegada a Paixão, titubeou. Mas caiu em si, condoeu-se, chorou, convertendo-se a seu Criador.

Eis quem eram os que ainda não criam, apesar de já verem. Grande, pois, foi a honra a nós concedida por aquele que permitiu crêssemos no que não vemos! Nós cremos pelas palavras deles, ao passo que eles não criam em seus próprios olhos.

A ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo é a vida nova dos que crêem em Jesus, e este é o mistério da sua Paixão e Ressurreição, que muito devíeis conhecer e celebrar. Porque não sem motivo desceu a Vida até a morte. Não foi sem motivo que a fonte da vida, de onde se bebe para viver, bebeu desse cálice que não lhe convinha. Por que a Cristo não convinha a morte.

De onde veio a morte?

Vamos investigar a origem da morte. O pai da morte é o pecado. Se nunca houvesse pecado ninguém morreria. O primeiro homem recebeu a lei de Deus, isto é, um preceito de Deus, com a condição de que se o observasse viveria e se o violasse morreria. Não crendo que morreria, fez o que o faria morrer; e verificou a verdade do que dissera quem lhe dera a lei. Desde então, a morte. Desde então, ainda, a segunda morte, após a primeira, isto é, após a morte temporal a eterna morte. Sujeito a essa condição de morte, a essas leis do inferno, nasce todo homem; mas por causa desse mesmo homem, Deus se fez homem, para que não perecesse o homem. Não veio, pois, ligado às leis da morte, e por isso diz o Salmo: “Livre entre os mortos” [Sl 87].

Concebeu-o, sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu. Ele viveu sem culpa, não morreu por motivo de culpa, comungava conosco no castigo mas não na culpa. O castigo da culpa é a morte. Nosso Senhor Jesus Cristo veio morrer, mas não veio pecar; comungando conosco no castigo sem a culpa, aboliu tanto a culpa como a castigo. Que castigo aboliu? O que nos cabia após esta vida. Foi assim crucificado para mostrar na cruz o fim do nosso homem velho; e ressuscitou, para mostrar em sua vida, como é a nossa vida nova. Ensina-o o Apóstolo: “Foi entregue por causa dos nossos pecados, ressurgiu por causa da nossa justificação” [Rm 4,25].

Como sinal disto, fora dada outrora a circuncisão aos patriarcas: no oitavo dia todo indivíduo do sexo masculino devia ser circuncidado. A circuncisão fazia-se com cutelos de pedra: porque Cristo era a pedra. Nessa circuncisão significava-se a espoliação da vida carnal a ser realizada no oitavo dia pela Ressurreição de Cristo. Pois o sétimo dia da semana é o sábado; no sábado o Senhor jazia no sepulcro, sétimo dia da semana. Ressuscitou no oitavo. A sua Ressurreição nos renova. Eis por que, ressuscitando no oitavo dia, nos circuncidou.

É nessa esperança que vivemos. Ouçamos o Apóstolo dizer. “Se ressuscitasses com Cristo…” [Cl 3,1] Como ressuscitamos, se ainda morremos? Que quer dizer o Apóstolo: “Se ressuscitasses com Cristo?” Acaso ressuscitariam os que não tivessem antes morrido? Mas falava aos vivos, aos que ainda não morreram … os quais, contudo, ressuscitaram: que quer dizer?

Vede o que ele afirma: “Se ressuscitasses com Cristo, procurai as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus, saboreai o que é do alto, não o que está sobre a terra. Porque estais mortos!”

É o próprio Apóstolo quem está falando, não eu. Ora, ele diz a verdade, e, portanto, digo-a também eu… E por que também a digo? “Acreditei e por causa disto falei” [Sl 115].

Se vivemos bem, é que morremos e ressuscitamos. Quem, porém, ainda não morreu, também não ressuscitou, vive mal ainda; e se vive mal, não vive: morra para que não morra. Que quer dizer: morra para que não morra? Converta-se, para não ser condenado.

“Se ressuscitasses com Cristo”, repito as palavras do Apóstolo, “procurai o que é do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus, saboreai o que é do alto, não o que é da terra. Pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, aparecer, então também aparecereis com ele na glória”. São palavras do Apóstolo. A quem ainda não morreu, digo-lhe que morra; a quem ainda vive mal, digo-lhe que se converta. Se vivia mal, mas já não vive assim, morreu; se vive bem, ressuscitou.

Mas, que é viver bem? Saborear o que está no alto, não o que sobre a terra. Até quando és terra e à terra tornarás? Até quando lambes a terra? Lambes a terra, amando-a, e te tornas inimigo daquele de quem diz o Salmo: “os inimigos dele lamberão a terra” [Sl 79,9].

Que éreis vós? Filhos de homens. Que sois vós? Filhos de Deus.

Ó filhos dos homens, até quando tereis o coração pesado? Por que amais a vaidade e buscais a mentira? Que mentira buscais? O mundo.

Quereis ser felizes, sei disto. Dai-me um homem que seja ladrão, criminoso, fornicador, malfeitor, sacrílego, manchado por to- dos os vícios, soterrado por todas as torpezas e maldades, mas não queira ser feliz. Sei que todos vós quereis viver felizes, mas o que faz o homem viver feliz, isso não quereis procurar. Tu, aqui, buscas o ouro, pensando que com o ouro serás feliz; mas o ouro não te faz feliz. Por que buscas a ilusão? E com tudo o que aqui procuras, quando procuras mundanamente, quando o fazes amando a terra, quando o fazes lambendo a terra, sempre visas isto: ser feliz. Ora, coisa alguma da terra te faz feliz. Por que não cessas de buscar a mentira? Como, pois, haverás de ser feliz? “Ó filhos dos homens, até quando sereis pesados de coração, vós que onerais com as coisas da terra o vosso coração?” [Sl 4,3] Até quando foram os homens pesados de coração? Foram-no antes da vinda de Cristo, antes que ressuscitasse o Cristo. Até quando tereis o coração pesado? E por que amais a vaidade e procurais a mentira? Querendo tornar-vos felizes, procurais as coisas que vos tornam míseros! Engana-vos o que descaiais, é ilusão o que buscais.

Queres ser feliz? Mostro-te, se te agrada, como o serás. Continuemos ali adiante (no versículo do Salmo): “Até quando sereis pesados de coração? Por que amais a vaidade e buscais a mentira?” “Sabei” - o quê? ? “que o Senhor engrandeceu o seu Santo” [Sl 4,3].

O Cristo veio até nossas misérias, sentiu a fone, a sede, a fadiga, dormiu, realizou coisas admiráveis, padeceu duras coisas, foi flagelado, coroado de espinhos, coberto de escarros, esbofeteado, pregado no lenho, traspassado pela lança, posto no sepulcro; mas no terceiro dia ressurgiu, acabando-se o sofrimento, morrendo a morte. Eia, tende lá os vossos olhos na ressurreição de Cristo; porque tanto quis o Pai engrandecer o seu Santo, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu a honra de se assentar no Céu à sua direita. Mostrou-te o que deves saborear se queres ser feliz, pois aqui não o poderás ser. Nesta vida não podes ser feliz, ninguém o pode.

Boa coisa a que desejas, mas não nesta terra se encontra o que desejas. Que desejas? A vida bem-aventurada. Mas aqui não reside ela.

Se procurasses ouro num lugar onde não houvesse, alguém, sabendo da sua não existência, haveria de te dizer: “Por que estás a cavar? Que pedes à terra? Fazes uma fossa na qual hás de apenas descer, na qual nada encontrarás!”

Que responderias a tal conselheiro? “Procuro ouro”. Ele te diria: “Não nego que exista o que descias, mas não existe onde o procuras”.

Assim também, quando dizes: “Quero ser feliz”. Boa coisa queres, mas aqui não se encontra. Se aqui a tivesse tido o Cristo, igualmente a teria eu. Vê o que ele encontrou nesta região da tua morte: vindo de outros paramos, que achou aqui senão o que existe em abundância? Sofrimentos, dores, morte. Comeu contigo do que havia na cela de tua miséria. Aqui bebeu vinagre, aqui teve fel. Eis o que encontrou em tua morada.

Contudo, convidou-te à sua grande mesa, à mesa do Céu, à mesa dos anjos, onde ele é o pão. Descendo até cá, e tantos males recebendo de tua cela, não só não rejeitou a tua mesa, mas prometeu-te a sua.

E que nos diz ele?

“Crede, crede que chegareis aos bens da minha mesa, pois não recusei os males da vossa”.

Tirou-te o mal e não te dará o seu bem? Sim, da-lo-á. Pro- meteu-nos sua vida, mas é ainda mais incrível o que fez: ofereceu-nos a sua morte. Como se dissesse: “À minha mesa vos convido. Nela ninguém morre, nela está a vida verdadeiramente feliz, nela o alimento não se corrompe, mas refaz e não se acaba. Eia para onde vos convido, para a morada dos anjos, para a amizade do Pai e do Espírito Santo, para a ceia eterna, para a fraternidade comigo; enfim, a mim mesmo, à minha vida eu vos conclamo! Não quereis crer que vos darei a minha vida? Retende, como penhor a minha morte”.

Agora, pois, enquanto vivemos nesta carne corruptível, morramos com Cristo pela conversão dos costumes, vivamos com Cristo pelo amor da justiça.

Não haveremos de receber a vida bem-aventurada senão quando chegarmos àquele que veio até nós, e quando começarmos a viver com aquele que por nós morreu.

Fonte: http://cocp.50webs.com/fixas/sermressr.htm

Sermão de Santo Antônio de Pádua sobre a Ressurreição do Senhor

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1. “A amendoeira florescerá, o gafanhoto engordará, o tempero perderá seu sabor” (Ecl 12,5). Exórdio: Na Ressurreição, a humanidade de Cristo floresceu como a vara de Aarão.

2. Nós lemos no Livro dos Números que a “vara de Aarão germinou, floresceu ficou cheia de brotos e produziu amêndoas” (Nm 17,23). Aarão, sumo pontífice, é figura de Cristo, o qual, “entrou no santuário não com sangue de bodes ou bezerros, mas com o próprio sangue” (Hb 9,12). Ele é o pontífice que “fez de si uma ponte” para que, através dele pudéssemos passar da margem da mortalidade à margem da imortalidade: hoje floresceu a sua vara! A vara é sua humanidade sobre a qual se diz: “A vara do teu poder estende o Senhor desde Sião” (Sal 109,2). Com efeito, a humanidade de Cristo por meio da qual a divindade exercia o seu poder teve origem em Sião, isto é, o povo judeu “porque, como é dito no Evangelho, a Salvação, isto é, o Salvador, vem dos Judeus” (Jo 4,22). Esta vara permaneceu quase seca no sepulcro por três dias e três noites, mas depois floresceu e produziu fruto, porque ressuscitou e nos trouxe o fruto da imortalidade.


3. “Florescerá a amendoeira”. Diz Gregório que a amendoeira é a primeira entre todas as plantas a dar flores; e diz o Apóstolo que “Cristo é o primogênito daqueles que ressuscitam dos mortos” (cf Col 1,18) porque ele ressuscitou por primeiro. Observe-se que a pena dada ao homem era dupla: a morte da alma e a morte do corpo. “No dia em que comeres - disse o Senhor - morrerás “de morte” ( Gn 2,17), da morte da alma e não poderás subtrair-te à lei da morte. Com efeito, uma outra tradução diz com maior precisão “tornar-te-ás mortal”. Veio o nosso samaritano, Jesus Cristo, e sobre estas duas feridas derramou vinho e óleo, porque com o derramamento de seu sangue destruiu a morte da nossa alma. Diz muito bem Oséias: “Eu os livrarei da mão da morte, eu os resgatarei da morte. Ó morte, eu serei a tua morte! Eu serei a tua mordaça, ó inferno!” (13,14). Do inferno ele pegou uma parte, e outra parte ele deixou à maneira daquele que morde e com a sua ressurreição aboliu a lei da morte, porque deu esperança de ressurgir: “E não haverá mais a morte” (Ap 21,4). A ressurreição de Cristo é indicada pelo óleo que fica acima dos líquidos. A alegria provada pelos apóstolos na ressurreição de Cristo superou qualquer outra alegria por eles experimentada, quando Jesus ainda estava com eles em seu corpo mortal. Também a glorificação dos corpos superará qualquer outra alegria: “Os discípulos se alegraram ao verem o Senhor” (Jo 20,20).


4. “E o gafanhoto engordará”. Aqui é representada a Igreja primitiva que com a flor da ressurreição do Senhor tornou-se grande e encheu-se de maravilhosa alegria. Escreve Lucas: “Pois que pela grande alegria ainda não acreditavam e ficavam emocionados, Jesus lhes disse: “Tendes aqui algo para comer? “Ofereceram-lhe então uma porção de peixe frito e um favo de mel” (24,41-42). Peixe frito é figura do nosso Mediador que sofreu a paixão, preso com o laço da morte nas águas do gênero humano, “frito”, por assim dizer, no tempo da paixão; ele é para nós também o favo de mel, por causa de sua ressurreição que hoje celebramos. O favo apresenta o mel na cera e isso representa a divindade revestida pela humanidade. É nesta mistura de cera e mel que se indica que Cristo acolhe no eterno repouso, no seu corpo aqueles que quando sofrem tribulações por causa de Deus, não desistem do amor para com a eterna doçura. Os que, aqui na terra, são por assim dizer “fritos” pela tribulação, serão saciados no céu com a verdadeira doçura. Observe-se que hoje o Senhor apareceu cinco vezes: primeiro a Maria Madalena, depois novamente a ela junto com outros, quando saiu correndo a dar o anúncio aos discípulos; depois a Pedro; depois a Cléofas e seu companheiro e finalmente aos discípulos, a portas fechadas, após o retorno dos dois discípulos de Emaús. Eis, portanto, em que sentido o gafanhoto engordou com a flor da amendoeira, quer dizer, em que sentido a Igreja primitiva se alegrou pela ressurreição do Senhor. O gafanhoto, quando o sol queima, salta e voa. Assim a Igreja primitiva: quando no dia de Pentecostes o Espírito Santo a inflamou, saltou e voou pelo mundo inteiro através da pregação. “Por toda a terra ecoou o som de sua voz” (Sal 18,5).

Assim engrandecida a Igreja, dissipou-se o tempero que é uma plantinha que se gruda na pedra e representa a Sinagoga a quem foi dada lei escrita sobre a pedra para mostrar sua dureza à qual permaneceu sempre apegada. “Este é um povo de cabeça dura” (Ez 34,9). Quanto mais a Igreja crescia, tanto mais a Sinagoga se dispersava, isto é, perdia o eu sabor. Está de acordo com tudo isso o que se lê no Livro dos Reis: “Houve uma longa luta entre a casa de Saul e a casa de Davi. A casa de Davi crescia e tornava-se cada vez mais forte enquanto a casa de Saul enfraquecia dia-a-dia.” (2R 3,1). A casa de Davi é a Igreja. A casa de Saul - que quer dizer “aquele que abusa” - representa a Sinagoga que, abusando dos dons especiais de Deus, recebeu o libelo do repúdio e abandonou o tálamo do esposo legítimo. Quão longa tenha sido a luta entre a Igreja e a Sinagoga, mostram-no os Atos dos Apóstolos. A Igreja crescia porque “a cada dia o Senhor acrescentava a ela aqueles que eram salvos” (2,47). Ao invés, a Sinagoga, a cada dia diminuía. “Chama o seu nome de ‘Não meu povo’ porque vós não sois o meu povo e eu não serei o vosso Deus”. E ainda: “Eu me esquecerei totalmente deles. Ao contrário, terei misericórdia da casa de Judá” (Os 1,9), isto é, da Igreja. A Jesus Cristo honra e glória por todos os séculos do séculos. Amém.

Sermões Dominicais e Festivos, 1979 Ed. Messaggero, Padova, Volume III, pp. 179-182
Tradução: Frei Geraldo Monteiro, OFM Conv

Hinos Pascais

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Para o Domingo de Páscoa, a sequência Victimae paschali laudes:





Para o Tempo Pascal, a Antífona Mariana que substitui, com oração própria, o Angelus - Regina Caeli:





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