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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Romarias em honra dos Beatos Manuel e Adílio - Diocese de Frederico Westphalen, RS

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19ª Romaria a Três Passos, RS, em honra dos beatos Manuel e Adílio. Cavalgada (que saiu de Nonoai, há mais de 300 km, com 120 cavaleiros), II Caminhada dos Jovens (com 50 jovens, representantes das Paróquias da Diocese).

Nota-se a procissão com gaúchos a cavalo e pilchados e a solenidade da celebração litúrgica presidida por D. Antonio Carlos Rossi Keller, bem como exposição do Santíssimo durante o percurso dos jovens, e confissões.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

A adoração eucarística é uma invenção medieval?

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Alguns teólogos sustentam que o suposto desvirtuamento da crença eucarística no segundo milênio da era cristã fez com que a Hóstia e o vinho consagrados fossem guardados longe do povo em armários chamados sacrários. É bem verdade que os receptáculos para armazenar a Sagrada Eucaristia, que hoje chamamos de sacrário ou tabernáculo, mudou de forma, material e local conforme os tempos, mas sempre teve o mesmo propósito: o de guardar a Santíssima Eucaristia em locais seguros e dignos.[1]  

O zelo pela Eucaristia era o motivo pela qual os primeiros cristãos muitas vezes calavam ou ocultavam suas celebrações dos pagãos e dos catecúmenos (aos quais era permitido assistirem somente a Liturgia da Palavra): evitar que o conhecimento do mistério eucarístico pelos inimigos da Igreja causasse profanações e sacrilégios contra o santíssimo dom do Corpo e Sangue de Cristo. As espécies eucarísticas eram objeto de adoração direta já nos primeiros séculos da Igreja. Temos o testemunho das disposições de um bispo de Corinto, escritas antes da Pax Constantiniana (313) e recolhidas nos estudos litúrgicos do Cardeal De Bona que permitem a comunhão em casa (haja vista ser difícil pelas circunstâncias das perseguições que todos os fiéis conseguissem tomar parte nas celebrações eucarísticas). O mencionado texto dispõe que o fiel deposite a Eucaristia em um altar (ou mesa comum com toalha, caso não haja oratório em casa), queime incenso, cante o Trisagion (a oração “Santo Deus, Santo Poderoso, Santo Imortal, tende piedade de nós!”), recite o Credo, ajoelhe e, somente depois destes gestos de clara adoração, poderia então comungar do Corpo de Cristo.[2] 

A Liturgia da Igreja sempre procurou incrementar os gestos, palavras e demais elementos externos que pudessem colocar em evidência a presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados. E foi com esse propósito que a Igreja instituiu a festa de Corpus Christi no século XIII.[3]

Desde os primeiros séculos da Igreja, os escritos buscavam realçar a identidade do corpo eucarístico com o corpo de Jesus, que padeceu na cruz.[4] Assim, Cristo está inteiramente presente nas espécies eucarísticas, inclusive com seu corpo e sangue que assumiu ao tomar natureza humana e que foi glorificado em Sua Ressurreição. Devemos, pois evitar a tese de certos teólogos de uma presença vaga e indefinida de Cristo na celebração eucarística, relegando à Eucaristia o aspecto de mera refeição de pacto entre amigos. A Eucaristia é um banquete sacrifical, na qual o pão e vinho transformados no próprio Cristo substituem o cordeiro pascal da Antiga Aliança. Verdadeiro Sacrifício, Sacrifício perfeito. Os ditos teólogos acusam-nos de termos uma crença em uma presença meramente biológica de Cristo na Eucaristia, dizendo que o vocábulo "corpo" usado nos Evangelhos significa a totalidade da Pessoa de Cristo. Ora, se Ele está presente com toda a Sua Pessoa na Eucaristia, não pode estar separado de Seu Corpo glorioso ressuscitado.

Neste Corpus Christi, renovemos nossa fé em que, debaixo das frágeis aparências do pão e do vinho está o próprio Jesus Cristo: o mesmo Jesus que nasceu em Belém sob o reinado de Herodes, que viveu e pregou na Palestina, que padeceu e foi crucificado sob Pôncio Pilatos, que ressucitou dos mortos, que subiu aos Céus com Seu Corpo Glorioso e está sentado à Direita do Deus Pai Todo-Poderoso.


______
Notas de Referência:

[1] Para mais informações sobre a História do Sacrário, vide: DIEHL, Rafael de Mesquita. A História e o sentido do Sacrário na Liturgia. In: http://www.salvemaliturgia.com/2010/07/historia-e-sentido-do-sacrario-na.html

[2] “O cardeal Bona, em seu Rerum liturgicarum, no nº 17, cita o texto das disposições emitidas por um bispo de Corinto, que permitem conhecer o rito de uma comunhão doméstica. “Se vossa casa for dotada de um oratório, depositareis sobre o altar o vaso que contém a Eucaristia. Se faltar o oratório, sobre uma mesa decente. Estendereis um pequeno véu sobre a mesa e lá depositareis as sagradas partículas; queimareis alguns grãos de incenso e cantareis o trisagion [o nosso Sanctus, ndr.] e o Símbolo; então, depois de terdes feito as genuflexões, em sinal de adoração, absorvereis religiosamente o Corpo de Jesus Cristo”.” PIACENZA, Mauro. O receptáculo da Eucaristia. In: Revista 30 Dias. Junho de 2005. In: http://www.30giorni.it/articoli_id_9093_l6.htm?id=9093

[3] "Embora a Eucaristia seja celebrada solenemente todos os dias, na nossa opinião é justo que, pelo menos uma vez por ano, se lhe reserve mais honra e solene memória. Com efeito, as outras coisas que comemoramos, compreendemo-las com o espírito e com a mente, mas não por isso alcançamos a sua presença real. Ao contrário, nesta comemoração sacramental de Cristo, ainda que seja de outra forma, Jesus Cristo está presente no meio de nós na sua própria substância. Com efeito, quando estava prestes a subir ao Céu, Ele disse: “Eis que Eu estou convosco todos os dias, até ao fim do mundo” (Mt 28, 20)" URBANO IV, Papa. Bula Transiturus de hoc mundo. 11 de agosto de 1264. Citado em: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/porquea-a-festa-do-corpo-de-deus3f

[4] Este texto do Pe. Wagner recolhe diversas citações de várias épocas sobre a Eucaristia como presença real de Cristo: http://pewagner.blogspot.com.br/2010/04/eucaristia-pao-da-vida-em-deus.html


Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - Pe. Francisco F. Carvajal

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Esta solenidade remonta ao século XIII, quando começou a ser celebrada na diocese de Liège, e o Papa Urbano IV estendeu-a a toda a Igreja em 1264. Tem por fim prestar culto à presença real de Cristo na Eucaristia, um culto que, conforme já era descrito por Urbano IV, deve ser popular, refletido em hinos e em alegria. A pedido do Papa, São Tomás de Aquino compôs para o dia de hoje dois ofícios que alimentaram a piedade de muitos cristãos ao longo dos séculos. A procissão com o ostensório pelas ruas engalanadas testemunha a fé e o amor do povo cristão por Cristo que volta a passar pelas nossas cidades e aldeias. A procissão nasceu ao mesmo tempo que a festa.
Nos lugares onde esta festa não é de preceito, celebra-se – como dia próprio – no domingo seguinte ao da Santíssima Trindade.
I. LAUDA, SION, SALVATOREM... “Louva, Sião, o Salvador; louva o guia e o pastor com hinos e cânticos”1. Hoje celebramos esta grande Solenidade em honra do mistério eucarístico. Nela se unem a liturgia e a piedade popular, que não economizaram talento e beleza para cantar o Amor dos amores. São Tomás compôs para este dia os belíssimos textos da Missa e do Ofício divino.

Hoje devemos dar muitas graças ao Senhor por ter permanecido entre nós, desagravá-lo e mostrar-lhe a nossa alegria por tê-lo tão perto: Adoro te, devote, latens Deitas... adoro-Vos com devoção, Deus escondido..., dir-lhe-emos hoje muitas vezes na intimidade do nosso coração. E na nossa Visita ao Santíssimo poderemos continuar a dizer-lhe devagar, com amor: Plagas, sicut Thomas, non intueor..., não vejo as chagas como Tomé, mas confesso que sois o meu Deus. Fazei que eu creia mais e mais em Vós, que em Vós espere, que Vos ame.
A fé na presença real de Cristo na Sagrada Eucaristia levou à devoção a Jesus Sacramentado também fora da Missa. Nos primeiros séculos da Igreja, começaram a conservar-se as Sagradas Espécies para se poder ministrar a comunhão aos doentes e aos que, por terem confessado a sua fé, se encontravam nas prisões à espera de serem martirizados. Com o passar do tempo, a fé e o amor dos fiéis enriqueceram a devoção pelo Corpo do Senhor e levaram a tratá-lo com a máxima reverência e a dar-lhe culto público. Desta veneração temos muitos testemunhos nos mais antigos documentos da Igreja, e foi ela que deu origem à festa que hoje celebramos.
O amor à Eucaristia pode manifestar-se de muitas maneiras: é a bênção com o Santíssimo, é a oração diante de Jesus Sacramentado, são as genuflexões feitas como verdadeiros atos de fé e de adoração... E dentre essas devoções e formas de culto “merece especial menção a solenidade do Corpus Christi, como ato público tributado a Cristo presente na Eucaristia [...]. A Igreja e o mundo têm uma grande necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste sacramento do amor. Não regateemos o nosso tempo para ir encontrá-lo na adoração, na contemplação cheia de fé e desejosa de reparar as graves faltas e delitos do mundo. Não cesse nunca a nossa adoração”2.
O dia de hoje deve estar especialmente cheio de atos de fé e de amor a Jesus Sacramentado. Se participarmos da procissão, acompanhando Jesus, deveremos fazê-lo como aquele povo simples que, cheio de alegria, ia atrás do Mestre nos dias da sua vida na terra, manifestando-lhe espontaneamente as suas necessidades e dores, como também a felicidade de estarem com Ele. Se o virmos passar pela rua, exposto no ostensório, dar-lhe-emos a saber do íntimo do coração tudo o que representa para nós... “Adoremo-lo com reverência e com devoção; renovemos na sua presença o oferecimento sincero do nosso amor; digamos-lhe sem medo que o amamos; agradeçamos-lhe esta prova diária de misericórdia, tão cheia de ternura, e fomentemos o desejo de nos aproximarmos da Comunhão com confiança. Eu me surpreendo diante desse mistério de amor: o Senhor procura como trono o meu pobre coração, para não me abandonar se eu não me afasto dEle”3. Nesse trono, que é o nosso coração, Jesus está mais alegre do que no mais esplêndido ostensório.
II. O SENHOR ALIMENTOU o seu povo com a flor do trigo, e com o mel do rochedo o saciou4, recorda-nos a Antífona de entrada da Missa.
Durante anos, o Senhor alimentou com o maná o povo de Israel no deserto. Esse povo é imagem e símbolo da Igreja peregrina e de cada homem que caminha para a pátria definitiva, o Céu; e o maná é figura do verdadeiro alimento, a Sagrada Eucaristia. “Este é o sacramento da peregrinação humana [...]. Precisamente por isso, a festa anual da Eucaristia, que a Igreja celebra hoje, contém inúmeras referências à peregrinação do povo da aliança pelo deserto”5. Moisés recordará freqüentemente aos israelitas essas intervenções prodigiosas de Deus em favor do seu povo: Para que não esqueças o Senhor teu Deus, que te tirou da escravidão do Egito...6
Hoje é um dia de ação de graças e de alegria porque o Senhor também quis ficar conosco para que nunca nos sentíssemos perdidos, para nos alimentar, para nos fortalecer. A Sagrada Eucaristia é viático, isto é, alimento para o longo caminho da vida em direção à verdadeira Vida. Jesus acompanha-nos e robustece-nos aqui na terra, que é como que uma sombra comparada com a realidade que nos espera; e o alimento terreno é uma pálida imagem do alimento que recebemos na Comunhão. A Sagrada Eucaristia abre o nosso coração para uma realidade totalmente nova7.
Embora celebremos esta festa apenas uma vez por ano, a Igreja proclama todos os dias esta felicíssima verdade: Jesus Cristo entrega-se todos os dias aos homens como alimento e fica com eles nos Sacrários para ser a fortaleza e a esperança de uma vida nova, sem fim nem termo. É um mistério sempre vivo e atual.
Senhor, obrigado por teres ficado conosco. O que seria de nós sem Ti? Aonde iríamos para restaurar as forças e pedir alívio? Como nos facilitas o caminho permanecendo no Sacrário!
III. CERTO DIA, O SENHOR deixava a cidade a caminho de Jerusalém e passou por um cego que pedia esmola à beira da estrada. Ao ouvir o barulho da pequena comitiva que acompanhava o Mestre, o cego perguntou o que era aquilo. E os que estavam ao seu lado responderam: É Jesus de Nazaré que passa8.
Se hoje, em tantas cidades e aldeias onde se vive esse antigo costume de levar Jesus Sacramentado em procissão pelas ruas, alguém perguntasse, ao ouvir também o rumor da multidão: “O que está acontecendo?”, poderiam responder-lhe com as mesmas palavras que se disseram a Bartimeu: É Jesus de Nazaré que passa. É Ele mesmo, que percorre as ruas recebendo a homenagem da nossa fé e do nosso amor. É Ele mesmo!
E, como no caso de Bartimeu, também o nosso coração deveria inflamar-se e gritar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! E o Senhor, que passa abençoando e fazendo o bem9, terá compaixão da nossa cegueira e de tantos males que por vezes afligem a nossa alma. Porque a festa que hoje celebramos, com uma exuberância de fé e de amor, “quer romper o silêncio misterioso que circunda a Eucaristia e tributar-lhe um triunfo que ultrapassa os muros das igrejas para invadir as ruas da cidade e infundir em toda a comunidade humana o sentido e a alegria da presença de Cristo, silencioso e vivo acompanhante do homem peregrino pelos caminhos do tempo e da terra”10.
E isto cumula-nos o coração de alegria. É lógico que os cânticos que acompanham Jesus Sacramentado, especialmente neste dia, sejam cânticos de adoração, de amor, de profunda alegria. Cantemos ao Amor dos amores, cantemos ao Senhor. Deus está aqui; vinde, adoradores, adoremos Cristo Redentor... “Pange, lingua, gloriosi”... Canta, ó língua, o mistério do glorioso Corpo de Cristo...
A procissão solene pelas ruas das aldeias e cidades é de origem muito antiga e constitui um testemunho público da piedade do povo cristão para com o Santíssimo Sacramento11. Neste dia, o Senhor toma posse das nossas ruas e praças, atapetadas em muitos lugares com flores e ramos; para esta festa projetaram-se magníficos ostensórios. Muitos serão os cristãos que hoje acompanharão o Senhor que sai em procissão, que sai ao encontro dos que o querem ver, “fazendo-se encontradiço dos que não o procuram. Jesus aparece assim, uma vez mais, no meio dos seus: como reagimos perante essa chamada do Mestre? [...].
“A procissão do Corpo de Deus torna Cristo presente nas aldeias e cidades do mundo. Mas essa presença [...] não deve ser coisa de um dia, ruído que se ouve e se esquece. Essa passagem de Jesus lembra-nos que devemos descobri-lo também nas nossas ocupações habituais. A par da procissão solene desta Quinta-Feira, deve avançar a procissão silenciosa e simples da vida comum de cada cristão, homem entre os homens, mas feliz de ter recebido a fé e a missão divina de se conduzir de tal modo que renove a mensagem do Senhor sobre a terra [...].
“Peçamos, pois, ao Senhor que nos conceda a graça de sermos almas de Eucaristia, que a nossa relação pessoal com Ele se traduza em alegria, em serenidade, em propósitos de justiça. E assim facilitaremos aos outros a tarefa de reconhecerem Cristo, contribuiremos para colocá-lo no cume de todas as atividades humanas. Cumprir-se-á a promessa de Jesus: Eu, quando for exaltado sobre a terra, tudo atrairei a mim (Jo 12, 32)”12.
(1) Seqüência Lauda, Sion, Salvatorem; (2) João Paulo II, Carta Dominicae Cenae, 24-II-1980, 3; (3) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 161; (4) Sl 80, 17; Antífona de entrada da Missa de Corpus Christi; (5) João Paulo II, Homilia, 4-VI-1988; (6) cfr. Deut 8, 2-3; 14-16; Primeira leituraib., ciclo A; (7) Lc 9, 11-17; cfr. Evangelho da Missaib., ciclo C; (8) Lc 18, 37; (9) cfr. At 10, 38; (10) Paulo VI, Homilia, 11-VIII-1964; (11) cfr. J. Abad e M. Garrido, Iniciación a la liturgia de la Iglesia, Palabra, Madrid, 1988, págs. 656-657; (12) Josemaría Escrivá, op. cit., n. 156.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Santa Missa da Solenidade da Ssma Trindade por Dom Athanasius Schneider, ORC

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No último dia 03 de junho, Dom Athanasius Schneider, ORC oficiou uma Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano na Igreja de Nossa Senhora do Loreto em Borgo Peri, diocese de Albenga-Imperia, no norte da Itália, em ocasião do 250º aniversário de Dedicação da Igreja.

Dom Athanasius, ORC é bispo no Casaquistão e membro da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz (Crúzios) e foi durante muitos anos professor de Patrologia no Institutum Sapientiae, mantido pela Ordem em Anápolis - GO e destinado a seminaristas diocesanos e religiosos de todo o Brasil.

















terça-feira, 5 de junho de 2012

Arautos do Evangelho publicam no Brasil livro de canto gregoriano

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Em iniciativa merecedora dos elogios mais generosos, os Arautos do Evangelho publicam no Brasil, por meio da Editora Lumen Sapientiae, o Liber Cantualis, que contém Ordinários e diversas das peças musicais gregorianas da Liturgia do Rito Romano.

O leitor pode ver neste link algumas páginas da publicação. Como se poderá ver, é fornecida a tradução em português dos textos em latim próprios do canto gregoriano, o que é de grande ajuda para todos.

Nunca é demais lembrar que o canto gregoriano é o canto próprio da Liturgia Romana, sendo encorajado e solicitado por muitos papas. No século XX, praticamente todos os sumos pontífices escreveram em favor do canto gregoriano e da língua latina na Liturgia, e cada um de nós que houver experimentado o gregoriano e o latim na Liturgia saberá quão grande é sua contribuição para a elevação e a solenização do serviço divino.

Bento XVI, o primeiro papa eleito no século XXI, tem repetidamente demonstrado que também sua é a orientação dos seus predecessores.

O leitor poderá encomendar seu livro no Instituto Lumen Sapientiae:

Rua Dom Domingos de Sillos, n° 238
CEP: 02526-030 – São Paulo -SP
Telefone: (11) 4419-2311
Endereço eletrônico: lumen.sapientiae [arroba] arautos [ponto] com [ponto] br

A notícia nos vem deste link, enviado por um leitor que solicitou esta divulgação que consideramos muito oportuna. É também nosso pedido aos caros leitores que divulguem esta animadora novidade.

domingo, 3 de junho de 2012

Santíssima Trindade- Pe. Francisco F. Carvajal

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A Igreja celebra hoje o mistério central da nossa fé, a Santíssima Trindade, fonte de todos os dons e graças, mistério inefável da vida íntima de Deus. A liturgia da Missa convida-nos a chegar ao trato íntimo com cada uma das Três Divinas Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A festa foi estabelecida para todo o Ocidente em 1334 pelo Papa João XXII, e ficou fixada para o domingo depois da vinda do Espírito Santo.
I. TIBI LAUS, tibi gloria, tibi gratiarum actio... “A Ti o louvor, a Ti a glória, a Ti a ação de graças pelos séculos dos séculos, ó Trindade Beatíssima”1.
Depois de ter renovado os mistérios da salvação – desde o nascimento de Cristo em Belém até a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes –, a liturgia propõe-nos o mistério central da nossa fé: a Santíssima Trindade, fonte de todos os dons e graças, mistério inefável da vida íntima de Deus.

Pouco a pouco, com uma pedagogia divina, Deus foi manifestando a sua realidade íntima, foi-nos revelando como Ele é em si, independente de todas as coisas criadas. No Antigo Testamento, dá a conhecer sobretudo a Unidade do seu Ser, bem como a sua completa distinção do mundo e o seu modo de relacionar-se com ele, como Criador e Senhor. Ensina-nos de muitas maneiras que é incriado, que não está limitado a um espaço (é imenso), nem ao tempo (é eterno). O seu poder não tem limites (é onipotente): Reconhece, pois, e medita hoje no teu coração – convida-nos a liturgia – que o Senhor é o único Deus desde o alto dos céus até ao mais profundo da terra, e que não há outro2. Somente Tu, Senhor.
O Antigo Testamento proclama sobretudo a grandeza de Javé, único Deus, Criador e Senhor de todo o Universo. Mas também revela-o como pastor que busca o seu rebanho, que cuida dos seus com mimo e ternura, que perdoa e esquece as freqüentes infidelidades do Povo eleito... Ao mesmo tempo, vai manifestando a paternidade de Deus Pai, a Encarnação de Deus Filho, que é anunciada pelos profetas, e a ação do Espírito Santo, que vivifica todas as coisas.
Mas é Cristo quem nos revela a intimidade do mistério trinitário e o convite para que participemos dele. Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar3. Ele revelou-nos também a existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade de vida entre as Pessoas divinas4.
O mistério da Santíssima Trindade é o ponto de partida de toda a verdade revelada e a fonte de que procede a vida sobrenatural e para a qual nos encaminhamos: somos filhos do Pai, irmãos e co-herdeiros do Filho, santificados continuamente pelo Espírito Santo para nos assemelharmos cada vez mais a Cristo. Assim crescemos no sentido da nossa filiação divina. Assim nos convertemos em templos vivos da Santíssima Trindade.
Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimo-nos ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós, os cristãos, repetimos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
“– Deus é meu Pai! – Se meditares nisto, não sairás dessa consoladora consideração.
“– Jesus é meu Amigo íntimo! (outra descoberta), que me ama com toda a divina loucura do seu Coração.
“– O Espírito Santo é meu Consolador!, que me guia nos passos de todo o meu caminho.
“Pensa bem nisso. – Tu és de Deus..., e Deus é teu”5.
II. A VIDA DIVINA – da qual fomos chamados a participar – é fecundíssima. O Pai gera o Filho eternamente, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Esta geração do Filho e a espiração do Espírito Santo não são algo que tenha acontecido num momento determinado, deixando como fruto estável as Três Divinas Pessoas: essas procedências (os teólogos chamam-nas “processões”) são eternas.
No caso das gerações humanas, um pai gera um filho, mas esse pai e esse filho permanecem depois do ato gerador; o homem que é pai não é somente “pai”: antes e depois de gerar, é “homem”. Mas a essência de Deus Pai está em que todo o seu ser consiste em dar a vida ao Filho. Isso é o que o determina como Pessoa Divina, distinta das outras. Na vida natural, o filho que é gerado tem a sua realidade própria, mas a essência do Unigênito de Deus é precisamente ser Filho6. Em Deus, a Paternidade, a Filiação e a Espiração constituem todo o ser do Pai, do Filho e do Espírito Santo7.
Desde que o homem é chamado a participar da própria vida divina pela graça recebida no Batismo, está destinado a participar cada vez mais dessa Vida. É um caminho que é preciso percorrer continuamente. Do Espírito Santo recebemos constantes impulsos, moções, luzes, inspirações para avançarmos mais depressa por esse caminho que conduz a Deus, para estarmos numa “órbita” cada vez mais próxima do Senhor. “O coração necessita então de distinguir e adorar cada uma das Pessoas divinas. De certa maneira, o que a alma realiza na vida sobrenatural é uma descoberta semelhante às de uma criaturinha que vai abrindo os olhos à existência. E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e submete-se facilmente à atividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega sem o merecermos: os dons e as virtudes sobrenaturais!
“Corremos como o cervo, que anseia pelas fontes das águas (Ps XLI, 2); com sede, gretada a boca, ressequida. Queremos beber nesse manancial de água viva. Sem esquisitices, mergulhamos ao longo do dia nesse veio abundante e cristalino de frescas linfas que saltam até a vida eterna (cfr. Ioh IV, 14). Sobram as palavras, porque a língua não consegue expressar-se; começa a serenar-se a inteligência. Não se raciocina, fita-se! E a alma rompe outra vez a cantar com um cântico novo, porque se sente e se sabe também fitada amorosamente por Deus, em todos os momentos”8.
III. A SANTÍSSIMA TRINDADE habita na nossa alma como num templo. E São Paulo faz-nos saber que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado9. E aí, na intimidade da alma, temos de nos acostumar a relacionar-nos com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo. “Vós, Trindade eterna, sois mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais descubro, mais vos procuro”10, dizemos-lhe no recolhimento da nossa alma.
“Ó meu Deus, Trindade Santíssima! Extraí do meu pobre ser o máximo rendimento para a vossa glória e fazei de mim o que quiserdes no tempo e na eternidade. Que eu jamais levante o menor obstáculo voluntário à vossa ação transformadora [...]. Segundo a segundo, com intenção sempre atual, quereria oferecer-vos tudo quanto sou e tenho; e que a minha pobre vida fosse, em união íntima com o Verbo Encarnado, um sacrifício incessante de louvor de glória à Santíssima Trindade [...].
“Ó meu Deus, como quereria glorificar-vos! Oh, se em troca da minha completa imolação, ou de qualquer outra condição, estivesse em minhas mãos incendiar o coração de todas as vossas criaturas e toda a Criação nas chamas do vosso amor, como quereria fazê-lo de todo o coração! Que ao menos o meu pobre coração vos pertença por inteiro, que nada reserve para mim nem para as criaturas, nem uma só das suas pulsações. Que eu ame imensamente todos os meus irmãos, mas unicamente convosco, por Vós e para Vós [...]. Desejaria, sobretudo, amar-vos com o coração de São José, com o Coração Imaculado de Maria, com o Coração adorável de Jesus. Desejaria, finalmente, submergir nesse Oceano infinito, nesse Abismo de fogo que consome o Pai e o Filho na unidade do Espírito Santo e amar-vos com o vosso próprio infinito amor [...].
“Pai Eterno, Princípio e Fim de todas as coisas! Pelo Coração Imaculado de Maria eu vos ofereço Jesus, vosso Verbo Encarnado, e por Ele, com Ele e nEle, quero repetir-vos sem cessar este grito arrancado do mais fundo de minha alma: Pai, glorificai continuamente o vosso Filho, para que o vosso Filho vos glorifique na unidade do Espírito Santo pelos séculos dos séculos (cfr. Jo 17, 1).
“Ó Jesus, que dissestes: Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar (Mt 11, 27), “mostrai-nos o Pai, e isso nos basta! (Jo 14, 8).
“E Vós, ó Espírito de Amor!, ensinai-nos todas as coisas (Jo 14, 26) e formai com Maria, em nós, Cristo Jesus (Gal 4, 19), até que sejamosconsumados na unidade (Jo 17, 23), no seio do Pai (Jo 1, 18). Amém”11.
(1) Triságio Angélico; (2) Deut 4, 39; Primeira leitura da Missa da Solenidade da Santíssima Trindade, ciclo B; (3) Mt 11, 27; (4) Jo 16, 12-15;Evangelhoib., ciclo C; (5) Josemaría Escrivá, Forja, n. 2; (6) cfr. J. M. Pero-Sanz, El Símbolo Atanasiano, Palabra, Madrid, 1976, pág. 51; (7) Um Cartuxo, La Trinidad y la vida interior, 2ª ed., Rialp, Madrid, 1958, págs. 45-47; (8) Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, ns. 306-307; (9) Rom 5, 5; Segunda leituraib., ciclo C; (10) Santa Catarina de Sena, Diálogo, 167; (11) Sor Isabel da Trindade, Elevación a la Santísima Trinidad, em Obras completas, 4ª ed., Ed. Monte Carmelo, Burgos, 1985, págs. 757-758.

sábado, 2 de junho de 2012

Deixai vir a mim as criancinhas (ou: a participação ativa de crianças na Forma Extraordinária)

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O New Liturgical Movement trouxe recentemente um interessantíssimo relato de uma leitora a respeito da participação de crianças numa Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.

A Missa foi rezada para uma Junior school (mais ou menos equivalente ao nosso Ensino Fundamental) na cidade de Birmingham (Inglaterra) pelo Pe. George Grynowski. Antes da Missa, houve uma breve palestra sobre a história da Missa e as diferenças entre as duas formas do Rito Romano. Durante a Missa, foram inseridos três comentários (antes do Ofertório, do Cânon e após a Comunhão), lidos por crianças. E após a Missa, o Regina Caeli foi cantado (detalhe: o pedido partiu de uma das crianças!).

As crianças recebendo a Santa Comunhão
Na volta para a escola, os alunos escreverem uma breve redação sobre a Missa da qual participaram. E aqui veio a parte que mais me surpreendeu! O retorno delas foi extremamente positivo. Comentários como: “Eu gostei que ela foi rezada em latim, como deveria ser sempre”, “Ela é silenciosa e mais cheia de paz”, “Ela era quieta, o que me deu mais tempo para rezar”. De fato, um terço das crianças do 5º Ano (aprox. 10 anos de idade) disse preferir a Missa na Forma Extraordinária.

Quem sabe é justamente a pureza destas crianças – livres de preconceitos e ideologias – de que necessitamos todos nós, principalmente aqueles que se opõem radicalmente à Forma Extraordinária. O argumento de que o usus antiquior ou o latim impedem a participação verdadeira e ativa cai por terra diante da simplicidade destas crianças.

Bem tinha razão Nosso Senhor: «Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas. Em verdade vos declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará» (Lc XVIII, 16-17).

Que Nossa Senhora nos ensine a ter um coração de criança para que possamos, como uma criança que se agarra na saia de sua mãe, nos colocar ao seu lado diante do Sacrifício de Seu Filho que se atualiza em cada Santa Missa.

E você, caro leitor, tem alguma história positiva acerca da participação de crianças na Santa Missa na Forma Extraordinária?
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