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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ordenação Episcopal no Rio de Janeiro

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No dia 23 de junho, na Catedral São Sebastião do Rio de Janeiro, ocorreu a ordenação episcopal de Mons. Roque Costa Souza, nomeado bispo auxiliar desta mesma arquidiocese e titular de Castellum Medianum. 

Dom Roque, até a sua nomeação era o reitor do Seminário Arquidiocesano São José bem como pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Antiga Sé, igreja na qual sempre se celebra a missa na forma extraordinária do Rito Romano, e ainda capelão da Policia Militar.

O ordenante principal foi Dom Orani João Tempesta, OCist, e foram co-ordenantes Dom Edney Mattoso (bispo de Nova Friburgo) e Dom Assis Lopes (bispo auxiliar emérito da arquidiocese).

A partir das fotos e de relatos de alguns que estiveram presentes fica evidente o zelo com o qual foi preparada tal celebração, ocorrendo de acordo com as normas prescritas no Pontifical Romano para a Ordenação Episcopal.

Dom Roque foi e é conhecido como um zeloso padre, de um cuidado muito grande com a liturgia e com os fieis.

Seguem algumas fotos.






















Créditos das fotos: Portal Um (http://www.portalum.com.br/)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Missa na forma extraordinária do Rito Romano na Diocese de Guarulhos - SP

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Recebemos do leitor Júnior Ferreira a noticia a seguir. 

No último domingo, 26 de agosto, 21º Domingo do Tempo Comum, no Santuário São Judas Tadeu, na Diocese de Guarulhos, a missa na forma extraordinária do rito romano, voltou a ser celebrada para os fieis daquela diocese, presidida pelo Padre José Henrique do Carmo, contou-se com um número pequeno de pessoas, porém fiéis. Entoaram os cantos o coro do próprio Santuário. 

As Missas na forma extraordinária na Cidade de Guarulhos aconteciam na Catedral Nossa Senhora da Conceição, porém com a reforma da Capela Histórica Nossa Senhora do Rosário, as Missas foram transferidas para a Catedral, ocupando o horário da Missa na Tridentina. Depois que a histórica Capelinha do Rosário passou por reformas, os fiéis guarulhenses ficaram por quase um ano sem a Missa Tridentina.
A Cidade de Guarulhos é uma das mais antigas do país, e tem na sua fundação uma história muito íntima com o catolicismo, por isso os fiéis da Diocese tem muito apego a Tradição da Santa Igreja.

O intuito é de que a Missa Tridentina seja realizada sempre no último Domingo do de cada mês.
A próxima Missa já está marcada para o dia 30 de Setembro ás 16:00hs, novamente no Santuário São Judas Tadeu. 

Agradecemos aos padres Antônio Bosco, José Henrique e aos amigos do Blog Salvem a Liturgia !


Blog da Missa Tridentina em Guarulhos:

Seguem algumas fotos da celebração. 












segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mais fotos dos 10 anos da Administração Apostólica

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Via Facebook do Pe. Gaspar Pelegrini:

 

 

 

Pontifical Solene da Festa do Senhor Bom Jesus Crucificado

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Informações e fotos do leitor Hernan Gouveia:
Fotos do Pontifical Solene da Festa do Sr. Bom Jesus Crucificado e Posse Canônica do novo Pároco da Paróquia Pessoal Senhor Bom Jesus Crucificado e Imaculado Coração de Maria, o Revmo. Pe. Ivoli Latrônico, celebrada por S.E.R. Dom Fernando Arêas Rifan no dia 06 de agosto 2012 em Bom Jesus do Itabapoana RJ. A Santa Missa foi precedida pela solene procissão com o andor do Padroeiro e no início da Santa Missa o sr. Bispo deu a posse canônica ao novo Pároco, após, o Chanceler da Administração Apostólica, o revmo Mons. José de Matos conduziu o novo Pároco aos lugares devidos (Confessionário, Batistério, o local onde se guarda os vasos sagrados, a capela e ao púlpito). Na celebração além dos sacerdotes e os seminaristas da Administração Apostólica também estiveram presente autoridades civis e militares. Rezemos para que o novo Pároco, Pe. Ivoli, junto com seus vigários, revmos. Pe. Renan Damaso e Pe. Rafael Lugão, com zelo e alegria conduzam suas ovelhas, da Paróquia e mais 19 capelas rumo a santidade.

































domingo, 26 de agosto de 2012

A liturgia, obra da Trindade: Deus Espírito Santo (Parte 3)

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Dos estudos dos consultores do Departamento das Celebrações do Sumo Pontífice


A liturgia, ou obra pública realizada em nome do povo, é a nossa participação na oração de Cristo ao Pai no Espírito Santo. A sua celebração mergulha-nos na vida divina de Deus, como expressado pelo Prefácio Comum IV: “Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários, Vós concedeis o dom de vos louvar. Eles nada acrescentaram ao que sois mas nos aproximam de vós, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. Consequentemente, a liturgia existia antes de que nós tivéssemos participado dela, porque foi iniciada na Santíssima Trindade, e Cristo, que na sua vida terrena nos mostrou o exemplo de como adorar o Pai, concedeu àqueles que creem, os meios para deixar transformar as suas vidas a partir da celebração da liturgia, que nos comunica a vida da Trindade.
A obra do Espírito Santo na liturgia, santificando-nos, nos sela na relação de amor da Trindade que é o coração da Igreja. É o Espírito Santo que inspira a fé e provoca a nossa cooperação. É esta cooperação genuina, indicativa do nosso desejo de Deus, que faz que a liturgia se torne uma obra comum da Trindade e da Igreja (CIC 1091-1092).
Antes que a missão salvífica de Cristo no mundo pudesse começar, o Espírito Santo tinha colocado os fundamentos para receber a Cristo, cumprindo assim as promessas da Antiga Aliança, cuja narração das maravilhas de Deus, forma, nada mais e nada menos que a espinha dorsal da nossa liturgia, do quanto fez pela liturgia da casa de Israel. Desde o Antigo Testamento, com a sua vasta coleção de literatura, juntamente com a beleza dos Salmos, onde estaria a celebração do Advento da Igreja sem o profeta Isaías? E a liturgia da tarde da Quinta-Feira Santa, sem a proclamação do ritual da Páscoa em Êxodo 12? Além disso, como a Vigília Pascal, evidenciaria,  da forma tão extraordinária como o faz, a harmonia do Velho e do Novo Testamento sem a narração da Travessia do Mar Vermelho, com o seu cântico, em Êxodo 14-15? (CIC 1093-1095) As grandes festas do ano litúrgico revelam a relação intrínseca entre as liturgias hebraica e cristã como pode-se ver na celebração da Páscoa, "Páscoa da história, dirigida para o futuro, junto aos hebreus; entre os cristãos, Páscoa realizada na morte e na ressurreição de Cristo, embora ainda aguardando a consumação final"(CIC 1096).
Enquanto, na liturgia da Nova Aliança, a assembléia deve ser preparada no seu encontro com Cristo e na sua Igreja, esta preparação, em primeiro lugar, não é uma recepção intelectual de verdades teológicas, mas um assunto interior do coração, onde a conversão se expressa melhor e a convicção à uma vida em união com a vontade do Pai é reconhecida mais vivamente. Essa disponibilidade, ou docilidade ao Espírito Santo, é o pré-requisito para as graças recebidas durante a mesma celebração em si e para os seus sucessivos afetos e efeitos (CIC 1097-1098).
A ligação entre o Espírito e a Igreja manifesta Cristo e a sua obra salvadora na liturgia. Especialmente na Missa, a liturgia é "Memorial do mistério da salvação", enquanto o Espírito Santo é a "memória viva da Igreja" porque ele recorda o mistério de Cristo. A primeira maneira pela qual o Espírito Santo lembra o sentido do evento da salvação, é dando vida à Palavra de Deus proclamada na liturgia para que possa se tornar um projeto de vida para aqueles que a ouvem.Sacrosanctum Concilium [SC] 24 explica que a vitalidade da Sagrada Escritura coloca tanto os ministros quanto os fiéis em uma relação viva com Cristo (CIC 1099-1101).
"É enorme a importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as acções e os sinais."(SC 24) .
A assembleia litúrgica, portanto, não é tanto uma coleção de diferentes temperamentos, mas uma comunhão na fé. A proclamação litúrgica pede uma "resposta da fé", indicativa tanto de "adesão e empenho " e fortalecida pelo Espírito Santo que infunde nos membros da Assembleia "a memória das obras maravilhosas de Deus", por meio de uma anámnese desenvolvida. Naquele momento a ação de graças a Deus por tudo o que fez leva naturalmente ao louvor a Deus ou doxologia (CIC  1102-1103).
Nas celebrações do Mistério Pascal, o Mistério Pascal não se repete. São as celebrações que se repetem. Em cada celebração, é o derramamento do Espírito Santo que torna este específico mistério presente. A Epíclese é a invocação do Espírito Santo e, recebendo o Corpo e Sangue de Cristo na Santíssima Eucaristia com disposições apropriadas, os próprios fiéis também se tornam uma oferta vida para Deus, ansiosos na esperança da sua herança celeste e testemunhando a vida do Espírito Santo, além da mesma celebração litúrgica. Naquele momento “o fruto do Espírito na liturgia é inseparavelmente comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão fraterna" (CIC 1104-1109). Como abade Alcuíno Deutsch de Collegeville escreveu em 1926 em seu prefácio para a tradução Inglesa da Virgil Michel de La pieté de l'Églisede Lambert Beauduin, "a liturgia é a expressão, num modo solene e público, das crenças, amores, aspirações, esperanças e temores dos fiéis com relação a Deus. [...] é o produto de uma experiência emocionante, que pulsa com a vida e o calor do fogo do Espírito Santo, de cujas mesmas palavras está cheia, e sob cuja inspiração nasceu. 
Como nada mais tem o poder de abalar a alma, de vivificá-la, e dar-lhe interesse pelas coisas de Deus. (p.IV).

sábado, 25 de agosto de 2012

A liturgia, obra da Trindade: Deus Filho (Parte 2)

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Dos estudos dos consultores do Departamento das Celebrações do Sumo Pontífice


Na segunda parte da seção sobre a liturgia como obra da Santíssima Trindade, dedicada a Deus Filho, o Catecismo da Igreja Católica apresenta os elementos essenciais da doutrina sacramental. Cristo, ressuscitado e glorificado, derramando o Espírito Santo no Seu Corpo que é a Igreja, age agora nos sacramentos e por meio deles comunica a sua graça. O Catecismo lembra a definição clássica dos sacramentos, que são: 1) "sinais sensíveis (palavras e ações)", 2) instituídos por Cristo, 3) que "realizam de modo eficaz a graça que significam" (n. 1084).
Na celebração dos sacramentos, ou seja, na sagrada liturgia, Cristo, no poder do Espírito Santo, significa e realiza o Mistério pascal da sua Paixão, Morte de Cruz e Ressurreição. Tal Mistério não é simplesmente uma série de eventos do passado distante (embora não se possa ignorar a historicidade daqueles acontecimentos!), mas entra na dimensão da eternidade, porque o "ator" – ou seja, Aquele que agiu e sofreu naqueles eventos – foi o Verbo encarnado. Por isso, o Mistério pascal de Cristo "transcende todos os tempos e em todos se torna presente" (n. 1085) por meio dos sacramentos que ele mesmo confiou à sua Igreja, especialmente o Sacrifício Eucarístico.
Este dom particular foi dado primeiro aos apóstolos, quando o Ressuscitado, na força do Espírito Santo, deu-lhes o seu próprio poder de santificação. E os Apóstolos também deram tais poderes aos seus sucessores, os Bispos, e dessa forma os bens da salvação são transmitidos e atualizados na vida sacramental do povo de Deus até a parusia, quando o Senhor vier na glória para cumprir o Reino de Deus. Assim a sucessão apostólica assegura que na celebração dos sacramentos, os fiéis estejam imersos na comunhão com Cristo, que os abençoa com o dom do seu amor salvífico, especialmente na Eucaristia, onde oferece a si mesmo sob as aparências do pão e do vinho.
A participação sacramental na vida de Cristo tem uma forma específica, dada no "rito" que o então cardeal Ratzinger em 2004 explicou como “a forma de celebração e de oração que amadurece na fé e na vida da Igreja." O rito – ou melhor a família dos ritos que vêm das Igrejas de origem apostólica – "é forma condensada da Tradição viva [...] fazendo assim sensível, ao mesmo tempo, a comunhão entre as gerações, a comunhão com aqueles que rezam antes de nós e depois de nós. Assim, o rito é como um dom dado à Igreja, uma forma viva de parádosis [tradição] " (30Giorni, nr 12. - 2004).
Referindo-se ao ensinamento da Constituição conciliar sobre a Sagrada Liturgia, o Catecismo aponta as diversas formas da presença de Cristo nas ações litúrgicas. Em primeiro lugar, o Senhor está presente no sacrifício eucarístico na pessoa do ministro ordenado, porque "oferecido uma vez na cruz, oferece novamente a si mesmo através do ministério dos sacerdotes" [Concílio de Trento] e, especialmente, sob as espécies eucarísticas. Além disso, Cristo está presente com a sua virtude nos sacramentos, na sua Palavra quando é proclamada a Sagrada Escritura, e, finalmente, quando os membros da Igreja, Esposa amadíssima de Cristo, se reúnem em seu nome para a oração e o louvor (cf. n. 1088, Sacrosanctum Concilium, n. 7). Assim, na liturgia terrena, realiza-se a dupla finalidade de todo o culto divino, isto é, a glorificação de Deus e a santificação do homem (cf. n. 1089).Na verdade, a celebração terrena, tanto no esplendor de uma das grandes catedrais como nos lugares mais simples, mas dignos, participa da liturgia celeste da nova Jerusalém e antecipa a glória futura na presença do Deus vivo. Essa dinâmica dá à liturgia a sua grandeza, impede que a comunidade individual se feche em si mesma e a abre à assembléia dos santos da cidade celestial, como evocado na carta aos Hebreus: "Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da Cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, e de milhões de anjos reunidos em festa, e da assembléia dos primogênitos cujos nomes estão inscritos nos céus, e de Deus, o Juiz de todos, e dos espíritos dos justos que chegaram à perfeição, e de Jesus, mediador de nova aliança, e do sangue da aspersão mais eloquente que o de Abel"(Hb 12, 22-24).
Parece apropriado, portanto, concluir estes breves comentários com as palavras certeiras do beato Cardeal Ildefonso Schuster, que descreveu a liturgia como "um poema sagrado, ao qual realmente colocaram as mãos tanto o céu quanto a terra".  


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Onde celebrar?

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Dos estudos dos consultores do Departamento das Celebrações do Sumo Pontífice


Na sua existência, o homem é identificado por duas coordenadas fundamentais: o espaço e o tempo, duas realidades que não se constroem, mas que lhe são dadas. O homem está ligado ao espaço e ao tempo, e também a sua oração a Deus está. Enquanto a oração como simples ato religioso pode ser feita em todos os lugares, a liturgia, no entanto, como um ato de culto público e ordenado, requer um lugar, geralmente um edifício, onde possa ser realizada como rito sagrado.
O edifício de culto cristão não é o equivalente do templo pagão, onde a câmara com a imagem da divindade também era considerada, de alguma forma, a casa dela. Como diz São Paulo aos atenienses: "Deus não habita em templos construídos pelo homem" (Atos dos Apóstolos 17,24).
Em vez disso, há um relacionamento mais próximo com a Tenda do Encontro, erguida no deserto de acordo com as instruções do próprio Deus, onde a glória do Senhor (shekinah) se manifestava (Êxodos 25,22; 40,34). No entanto, Salomão, depois de ter construído o Templo de Jerusalém, o prédio que toma o lugar da Tenda da reunião,  exclama: "Mas será que é verdade que Deus habita na terra? Eis os céus, e os céus dos céus não podem te conter, muito menos esta casa que eu edifiquei!" (1 Reis 8,27). Na história do povo de Israel há uma espiritualização, que leva à famosa passagem do profeta Isaías: "Toda a terra está cheia de sua glória" (Isaías 6,3; cf. Jeremias 23,24;Salmos 139,1-8; Sabedoria 1,7), texto passado depois para o Sanctus da Liturgia Eucarística. "Toda a terra é santa e confiada aos filhos dos homens" (Catecismo da Igreja Católica, n. 1179).
Uma nova etapa está presente no Evangelho segundo João, quando Cristo declara, durante o seu encontro com a mulher Samaritana, que "chegou a hora, e agora é quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade" (João 4,23). Isso não significa que, à luz do Evangelho, não se deveria ter algum culto público ou edifício sagrado. O Senhor não disse que não deveriam ter lugares de culto na Nova Aliança;  ao mesmo tempo, na profecia sobre a destruição do Templo, Ele não afirma que nunca mais deva existir edifícios construídos em honra de Deus, mas sim que não deve existir somente um lugar exclusivo.
O próprio Cristo, seu corpo vivo, ressuscitado e glorificado, é o novo templo onde Deus habita e onde acontece o seu culto universal "em espírito e verdade" (cf. J. Ratzinger, Introduzione allo spirito della liturgia, San Paolo, Cinisello Balsamo 2001, pgs. 39-40). Como São Paulo escreve: "É em Cristo que habita corporalmente toda a plenitude da divindade e vocês têm nele parte da sua plenitude” (Colossenses 2, 9-10). Por participação, por força do Batismo, também o corpo do cristão se torna templo de Deus (1 Coríntios 3, 16-17; 6,19; Efésios 2, 22). Usando uma frase muito querida por Santo Agostinho, Christus Totus, o Cristo inteiro é o verdadeiro lugar de culto cristão, isto é, Cristo como Cabeça e os cristãos como membros do seu Corpo Místico. Os fiéis que se reunem num mesmo lugar para o culto divino são as "pedras vivas", colocadas juntas “para a construção de um edifício espiritual” (1 Pedro 2,4-5). De fato, é significativo que a palabra que antes indicava a ação do reunir-se dos cristãos, ou seja ekklesia – Igreja –, tenha passado a indicar o mesmo lugar onde acontece a reunião. O Catecismo da Igreja Católica insiste no fato de que as igrejas (como edifícios) "não são simples lugares de reunião, mas significam e manifestam a Igreja que vive naquele lugar, lar de Deus com os homens reconciliados e unidos em Cristo” (n. 1180).
Em época paleocristiana, forma típica do edifício igreja foi a basílica com grande nave central retangular, que termina num ábside semicircular. Tal tipo de edifício correspondia às exigência da liturgia cristã e, ao mesmo tempo, deixava grande liberdade aos contrutores, para a escolha dos elementos arquitetônicos e artísticos. A basílica exprime também uma orientação axial, que abre a assembléia para as dimensões transcendente e escatológica da ação litúrgica. Na tradição latina, a disposição do espaço litúrgico com a orientação axial permaneceu como norma e se acha que também hoje seja a melhor forma, porque exprime o dinamismo de uma comunidade a caminho do Senhor.
Como afirma Bento XVI, "a natureza do templo cristão define-se pela mesma ação litúrgica” (Sacramentum Caritatis, n. 41). Por esta razão, também o projeto das alfaias sacras (altar, tabernáculo, sede, ambão, batistério, lugar da penitência) não pode apenas seguir critérios funcionais. A arquitetura e a arte não são elementos extrínsecos à liturgia e nem sequer têm uma função meramente decorativa. Por isso, o compromisso de construir ou adequar as igrejas deve estar permeado do Espírito e das normas da liturgia da Igreja, ou seja daquela lex orandi que exprime a lex credendi, e disso nasce a grande responsabilidade seja dos que projetam seja dos que encomendam.
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