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sábado, 3 de novembro de 2012

Antífonas eucarísticas e de aspersão, em português

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Já há alguns meses o Salvem a Liturgia publicou um anúncio oferecendo a seus leitores partituras gregorianas de melodias para antífonas de Comunhão em português, cujo texto é o das sete antífonas eucarísticas ad libitum, previstas pelo Graduale Romanum de 1974.

Voltamos a oferecê-las aos leitores que ainda não as tenham pedido, por e-mail, ao autor deste texto, no endereço alfredo [arroba] salvemaliturgia [ponto] com.

Temos, agora, também as duas antífonas de aspersão, ambas em português, equivalentes ao Asperges me e ao Vidi aquam, que se usam, respectivamente, fora do Tempo Pascal e no próprio Tempo Pascal.

Uma segunda novidade é que dispomos agora de quatro antífonas de Comunhão do Comum de Nossa Senhora, isto é, antífonas que se podem utilizar nas comemorações da Santíssima Virgem.

Repetimos que as melodias se encontram escritas na notação gregoriana, e que o texto está em português; ademais, todas as melodias foram compostas recentemente (exceto a de uma das antífonas marianas).

Estas melodias têm sido utilizadas por leitores do Salvem a Liturgia, e esperamos noticiar, oportunamente, tais ocasiões.

Se, tendo recebido as partituras, o leitor as utilizar na Liturgia, pedimos que nos comunique. Por quê? Para que saibamos que o trabalho está sendo útil, e que multipliquemos nossos esforços litúrgico-musicais.

Repetimos: para receber as partituras, o leitor as pedirá em e-mail a alfredo [arroba] salvemaliturgia [ponto] com. O uso das peças é livre para fins litúrgicos e didáticos, e sua cópia e difusão se permite com a menção ao apostolado Salvem a Liturgia.

Finalmente, pedimos aos leitores que rezem pela Liturgia, pela Música Litúrgica e pelos músicos litúrgicos!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Santa Missa dos Fiéis Defuntos na Forma Extraordinária na Canção Nova

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[Canção Nova] "O cristão não teme a vida e nem a morte. O único medo que um cristão deve ter é o de ofender a Cristo". Estas foram palavras do Padre Demétrio Gomes, sacerdote da Arquidiocese de Niterói-RJ, durante a sua homilia na Santa Missa pelos fiéis defuntos celebrada na Forma Extraordinária do Rito Romano nesta sexta-feira, 02, na sede da Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista-SP.
A Missa, no Rito Extraordinário, foi celebrada pela segunda vez na Canção Nova e contou com a participação dos membros da comunidade, sacerdotes e seminaristas. Em 2007 o Papa Bento XVI – através do Motu Proprio Summorum Pontificum – concedeu aos sacerdotes do Rito Latino a permissão para celebrar a Santa Missa segundo Missal Romano, editado pelo Papa João XXIII em 1962.
Vale lembrar que o Concilio Vaticano II nunca aboliu a missa em latim (língua oficial da Igreja), a posição do sacerdote voltado para Deus como o centro (e não ‘de costas para o povo’) e o canto gregoriano. Trata-se do mesmo sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, porém celebrado em formas diferentes, como nos explica o documento da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.
“(…) trata-se aqui de dois usos do único Rito Romano, que se põem um ao lado do outro. Ambas as formas são expressões da mesma lex orandi da Igreja. Pelo seu uso venerável e antigo a forma extraordinária deve ser conservada em devida honra”
“Hoje nós celebramos a memória do fiéis defuntos. Este é um tempo propício para rezarmos por aqueles que já partiram, pelas almas que estão no purgatório, mas é um tempo para pensarmos sobre a nossa morte, porque todos nós passaremos por ela, no entanto quem sabe viver a sua vida com Deus não tem medo da morte” disse padre Demétrio em sua homilia.
O sacerdote ainda ressaltou a importância de rezarmos para as almas do purgatório, pois estes irmãos contam com as as orações da Igreja militante. “Os que estão no purgatório estão felizes porque, apesar de estarem sofrendo com chamas de purificação, eles já garantiram o céu. No entanto, as almas do purgatório não podem fazer mais nada por si, a única coisa que fazem é esperar por nossas orações para que entrem na glória eterna. Um dias estas almas irão nos receber no céu por causa da nossa intercessão” salientou o sacerdote.

































quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Todos os Santos e o canto do Sanctus

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No momento do Prefácio do Sacrifício da Missa, o sacerdote dirige-se a Deus para relembrar seus louvores e suas maravilhas e, no final, exorta os fiéis da Igreja Militante a se unirem ao canto dos anjos e dos santos para cantarem a Santidade do Deus Três vezes Santo. Este momento pode ser vivido de forma muito especial na Liturgida da Missa de Todos os Santos. Lembremos nesse momento que não estamos sozinhos. Ao participarmos da Santa Missa, estamos unidos espiritualmente a todos os santos e anjos no Céu, mesmo aqueles dos quais não conhecemos o nome. No Sanctus, a Igreja canta em toda a sua unidade a Santidade sublime Daquele que a faz Santa e que é a origem e fonte de toda a santidade.

Para ilustrar isso, vejamos abaixo as iluminuras do Sacramentário do rei dos francos Carlos II, o Calvo, datado de c. 870, que decoram as páginas do Prefácio e do Sanctus da Missa.

Na primeira imagem, do Folio 05 nrº, vemos Cristo entronizado nos Céus, acima de um serafim, rodeado por anjos e pelos tetramorfos simbolizando os 4 evangelistas. Aí vê-se representada a santidade e a glória da qual goza o Verbo de Deus humanado, assentado à dextra do Pai nos Céus.


No Folio 05 vº vemos a multidão dos santos prestando adoração ao Senhor que reina nos Céus e se fará presente sobre o Sacramento Santíssimo do Altar. Muitos deles oferecem coroas, lembrando a visão que São João Evangelista teve do Trono de Deus.


No Folio 06 rº vemos novamente o Cristo em Majestade (maiestas Domini) ladeado por dois serafins, acima de duas alegorias, provavelmente representando o Céu e a Terra, repletos de Sua Glória.



Que possamos, pois, nos lembrar sempre dessa excelsa realidade da Comunhão dos Santos e nos unirmos a eles para cantar a Santidade de Deus que nos santifica e nos eleva.

O Sacramentário de Carlos II (do ano 870) pode ser vizualizado completo neste link.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Repostagem sobre o Halloween

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Aproveitando a data de hoje, clique aqui para ler nosso artigo do ano passado.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Homilia sobre o Dies Irae

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Com a proximidade da Celebração dos Fiéis Defuntos, publicamos hoje uma homilia sobre o Dies Irae, sequência cantada antes do Evangelho na Forma Extraordinária do Rito Romano na Missa pelos falecidos.

Na Forma Ordinária o Dies Irae não está presente, tendo sido transferido para a última semana do Tempo Comum na Liturgia das Horas.

Já publicamos aqui um texto sobre o Dies Irae e outro sobre sequências, que esperamos possam ser úteis para o leitor:



A homilia foi proferida no dia 14 de Julho de 2012 pelo padre Robert Pasley numa Missa em sufrágio pelas almas dos membros falecidos da Associação de Música Eclesiástica da América (CMAA). O leitor de língua inglesa poderá lê-la neste link: http://www.chantcafe.com/2012/07/fr-robert-pasley-on-dies-irae.html

* * *

Hoje oferecemos esta Missa de Requiem pelas almas dos membros falecidos da CMAA.
Dai-lhes o descanso eterno, Senhor, e que a luz perpétua brilhe sobre eles. Que descansem em paz. Amen.
Neste dia em que rezamos pelos mortos e meditamos acerca da realidade da morte com relação à nossa Fé, eu gostaria de usar alguns momentos para meditar um dos poemas mais sublimes já compostos para a Sagrada Liturgia.
Já foi dito: “Esta é a maior glória da poesia sacra e o mais precioso tesouro da Igreja Latina.
Este poema já foi traduzido para quase todas as línguas, e possui mais de 230 traduções distintas em inglês.
Estou falando do Dies Irae.
Há muitas teorias sobre a sua origem. A maioria dos historiadores parece supor sua origem entre 1253 e 1255. Também existem muitas teorias sobre seu autor. Muitos eruditos o attribuem a Tomás de Celano, amigo, confrade e biógrafo de São Francisco de Assis. Foi rapidamente incorporado ao Missal Romano e se tornou parte integrante da Liturgia Fúnebre até 1970. Esteve em uso constante por mais de 700 anos.
O Dies Irae é rico e de inexaurível profundidade espirital. Reflete sobre as palavras da Sagrada Escritura e tem algo muito importante a nos dizer enquanto rezamos pelos mortos, meditamos sobre a morte e nos preparamos para o dia da nossa própria morte.
Começa com temor reverente e humildade. “Ele é o Rei da Tremenda Majestade. A trombeta esparge o poderoso som pela região dos sepulcros, convocando todos ante o Trono.”
O homem moderno precisa aprender de novo a conhecer seu lugar diante da majestade de Deus. Deus é maior do que o poder do Sol que brilha no céu. É maior que o poder de todas as estrelas do universo. É incompreensível em glória e força – e virá para nos julgar todos.
Aqueles mergulhados no pecado, sem arrependimento, arrogantes, presunçosos e orgulhosos devem saber e ser advertidos de que será um Dia de Ira, um dia terrível. Para aqueles que morrerem na amizade com Deus, mas ainda com necessidade de purificação, será um lugar de fogo purificador – um tempo de purificação purgatorial.
O Dies Irae nos diz que a verdade será revelada. Todos os nossos pensamentos, palavras e ações virão à luz. Deus é um Deus de verdade e não pode ser enganado por mentiras. Somos responsáveis individualmente por nossas ações. Não é mais oportunidade de culpar os outros pelo que fizemos – “O livro da vida será aberto, e tudo que ele contém será lido, para julgar os vivos e os mortos.”
Deus é um Deus de justiça. Ele deve pagar o bem com bem e punir o mal. Ele não ignora nossos pecados se não nos arrependemos, e se nos arrependemos ainda precisamos fazer penitência para reparar o dano.
“Quando o Juiz se assentar
o oculto se revelará,
nada haverá sem castigo !”.
Repentinamente, depois destes pensamentos muito sóbrios e sombrios, a atmosfera muda e vemos agora o outro lado da relação de Deus conosco.
Ele é um Deus de Misericórdia. Ele nos salvará se gritarmos por ele. Ele nos perdoará se nos arrependermos de nossos pecados. “
“Que direi eu, pobre miserável?
A que Paráclito rogarei,
quando só os justos estão seguros ?”
“Rei, tremenda Majestade,
que ao salvar salva pela Graça,
salva-me, fonte Piedosa..”
“Recordai-vos, piedoso Jesus,
de que sou a causa de Vossa Via;
não me percais nesse dia.”
Cristo, nosso Senhor e Salvador, compreende nossa fraqueza, porque se tornou um de nós.
“Resgatando-me, sentistes lassidão,
me redimistes sofrendo a Cruz;
Que tanto trabalho não tenha sido em vão.”
O Senhor é cheio de compaixão.
“Ao que perdoou a Madalena,
e ouviu à súplica do ladrão,
Dai-me também esperança.”
Ele aceita um coração contrito e uma penitência sincera.
“Oro-Vos, rogo-Vos de joelhos,
com o coração contrito em cinzas,
cuidai do meu fim.”
Finalmente, somos novamente lembrados do Santo Temor, da Humildade e da Reverência.
Lacrimoso aquele dia
no qual, das cinzas, ressurgirá,
para ser julgado, o homem réu.”
E então, com um ultimo suspiro, nossa última petição, uma prece cheia de ternura e esperança…
“Perdoai-os, Senhor Deus
Piedoso Senhor Jesus,
Dai-lhes descanso eterno, Amém!”
Tira o nosso fôlego – e eu mal toquei a superfície.
Que profundidade, que equilíbrio, que realismo.
Que candor, que esperança, que jóia da nossa herança espiritual e litúrgica. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rio: Missa na Forma Extraordinária no Santuário de Nossa Senhora da Penha

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Uma Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano marcou as comemorações da abertura do Ano da Fé na Arquidiocese do Rio de Janeiro, dia 13 de Outubro.

A Celebração deu-se no Santuário de Nossa Senhora da Penha, no bairro da Penha, Rio de Janeiro. A Missa celebrada pelo Revmo Pe. José Edilson de Lima, da Administração Apostólica São João Maria Vianey, foi também o ponto central da Peregrinação "Per Mariam", que congregou os fieis ligados à Forma Extraordinária.












 

sábado, 27 de outubro de 2012

Tolkien e a Comunhão heróica

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Uma pergunta comum que brota espontaneamente naqueles que começam a descobrir o sentido da Liturgia e mergulhar em seu verdadeiro espírito é: "o que fazer quando os abusos litúrgicos são tamanhos e a bagunça tão generalizada que a Santa Missa fica quase que desfigurada e a vontade maior é chorar e sair correndo dali?".

É bem verdade que, em último caso, o fiel pode discretamente sair da celebração (e procurar outra mais adequada caso o dia seja de preceito). E por "último caso" entenda-se aqui uma situação verdadeiramente excepcional, em que permanecer na missa levaria o fiel a pecar (e.g. contra a caridade no que diz respeito ao celebrante ou alguém que o auxilia), pois aplicar isto corriqueiramente pode demonstrar duas coisas da parte do fiel:
  1. um mau entendimento de que a liturgia na terra é perfeita, o que não é verdade, pois enquanto a liturgia celeste é perfeita em essência e forma, a terrestre é imperfeita em sua forma); 
  2. uma vaidade florescente, em contraposição à humildade que diminui, por se considerar uma espécie de Sr. Liturgista. Parafraseando Tomás de Kempis na Imitação de Cristo: "Que te aproveita discutires sabiamente sobre a Sagrada Liturgia e o Santíssimo Sacramento, se não és humilde, desagradando, assim, ao mesmo Nosso Senhor presente no Santíssimo Sacramento?"[1]
Esta mesma pergunta possui uma outra resposta, muito mais heróica e meritória. Desta vez eu a li das penas do católico J. R. R. Tolkien, autor da famosíssima série O Senhor dos Anéis:


"A única cura para o alquebramento da fé débil é a Comunhão. Apesar de sempre em Si próprio perfeito e complexo e inviolável, o Sagrado Sacramento não opera completamente e de uma vez por todas em qualquer um de nós. Como o ato de Fé, ele deve ser contínuo e cultivado pelo exercício. A frequência é o maior efeito. Sete vezes por semana é mais acalentador do que sete vezes a intervalos. Recomendo também isto como um exercício (infelizmente muito fácil de se encontrar a oportunidade para tal): faça sua comunhão em circunstâncias que afrontem seu gosto. Escolha um padre fanho ou gago ou um frade orgulhoso e vulgar; e uma igreja repleta da usual multidão burguesa, com crianças malcomportadas – daquelas que gritam àqueles produtos de escolas católicas que no momento em que o tabernáculo é aberto recostam-se e bocejam – , jovens sem gravata e sujos, mulheres de calças e frequentemente com o cabelo despenteado e descoberto. Vá à Comunhão com eles (e reze por eles). Será exatamente (ou melhor) como uma missa conduzida por um homem visivelmente santo e compartilhada por algumas pessoas devotas e decorosas. (Não poderia ser pior do que a bagunça da alimentação dos Cinco Mil – após a qual [Nosso] Senhor propôs a alimentação que estava por vir.)" [2] 
Já ouvi referirem-se a isto como a "técnica de São João", que consistiria em: como o jovem apóstolo, agarrar-se na barra da saia de Nossa Senhora aos pés da Cruz e chorar de dor pelo descaso com que é tratado Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento do Altar... e aguentar. Aguentar, pois o Calvário certamente não foi fácil de suportar, mesmo para aqueles que apenas o presenciaram. Era o momento em que o Salvador e Rei remia o mundo. E era o momento em que o mesmo Salvador e Rei era brutalmente injuriado, seu corpo todo esfacelado sendo entregue por nossos pecados.

Por que isto seria mais heróico e meritório? Faço uma analogia com a água pura e a água suja. Em ambos os casos a água está presente em essência. As impurezas da água barrenta não a tornam menos água, não ferem sua essência. Contudo, nos impedem de enxergar sua pureza e cristalinidade. É o mesmo com a Santa Missa. As impurezas dos abusos litúrgicos não a tornam menos Missa [3]. Mas atrapalham a nós, sensíveis como somos, e nos impedem de enxergar seu brilho e glória.

Poucos são os que conseguem enxergar além da água barrenta e ver sua essência. Poucos também são os que conseguem enxergar além dos abusos litúrgicos. Mas com os olhos da fé podemos nos esforçar por fazê-lo, e é mister que o façamos.

--
[1] Diz a frase original: "Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade?" (Imitação de Cristo, Livro I, Cap. 1, n.3)
[2] Trecho da carta para seu filho Michael Tolkien, 1 de Novembro de 1963. Mais trechos desta carta podem ser lidos aqui.
[3] A menos, claro, que as partes essenciais sejam alterados e a Santa Missa, além de ilícita, não seja válida.


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