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sexta-feira, 13 de maio de 2011

O ano litúrgico copta

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Tirado do site do Instituto dos Filhos e Filhas Misericordiosos da Cruz, congregação religiosa melquita:

O ano é calculado de acordo com o “Era dos Mártires”, datado em 29 de agosto 284 d.C., o início do reinado de Diocleciano, o grande perseguidor dos cristãos. As datas abaixo são apresentadas de acordo com o calendário gregoriano. Em anos bissextos um dia deve ser acrescentado entre 12 setembro e 29 fevereiro.

Os 365 dias do ano são divididos em 13 meses: 12 meses de 30 dias e ao fim um mês de 5 dias (6 no ano bissexto).

Os 13 meses são:

Thôout (Tût árabe) 11 setembro-10 outubro

Paopi (Bâbah) 11 outubro-9 novembro

Athôr (Hâtûr) 10 novembro-9 dezembro

Khoiak (Kîhah) 10 dezembro-8 janeiro

Tôbi (Tûbah) 9 janeiro-8 fevereiro

Mekhir (Amshîr) 9 fevereiro-9 março

Pharnenôth (Baramhât) 10 março-8 abril

Parmouthi (Baramûdah) 9 abril-8 maio

Pakhôn (Bashuns) 9 maio-7 junho

Paôni (Baû'ûnah) 8 junho-7 julho

Epêp (Abîb) 8 julho-6 agosto

Mesori (Misrâ) 7 agosto-5 setembro

Enabot de Pikoudi (Khamsat Ayâm um-Nasî) 6 setembro-10 setembro

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Padre católico de rito copta

1. As três estações

Há três estações que dependem, como o ritmo inteiro da vida agrícola no Egito, na inundação do Vale do Nilo. Na liturgia copta há orações próprias para estas estações, por uma abundância de água no Nilo, pela fertilidade da terra, e pelas colheitas.

Inundação (nîlî- Nilo), um período de 123 ou 124 dias, de 12 Paôni até 9 Paopi (19 junho a 19 outubro).

Semeando (shetwî-inverno), 91 dias de 10 Paopi até 10 Tôbi (20 outubro a 18 janeiro).

Atmosfera e frutos da terra (sêfi-verão), tempo de colheita, 151 dias de 11 Tôbi até 11 Paôni (19 janeiro a 18 junho).

2. A semana

A semana copta tem sete dias: começa em segunda-feira e termina no domingo.

O dia litúrgico começa ao pôr-do-sol, assim “o domingo pela noite” é o que precede domingo, quer dizer, nossa noite de sábado.

Os dias da semana são divididos em dois grupos:

Adão: de domingo a terça-feira

Watos: de quarta-feira a sábado

Esta divisão é o resultado dos cantos litúrgicos usados nestes dias. Os nomes Adão e Watos são as primeiras palavras do “Theotokía”[2] de segunda-feira e de quinta-feira.

Sábado e domingo têm rubricas especiais e, com exceção de sábado Santo, nunca é dia jejum.

3. Jejuns

Quarta-feira e sexta-feira jejuando é observado ao longo do ano exclua durante o período de Pentecostes e sempre que o Natal e a Epifania caem acesa desses dias.

Na Igreja cóptica, a liturgia Eucarística é normalmente diariamente até mesmo célebre durante períodos de jejuar.

Os seis períodos de jejum são:

Natal, durante 43 dias, de 25 novembro a 6 janeiro

Jonas ou Nínive, durante 3 dias, de segunda-feira a quarta-feira da 10ª semana antes de Páscoa.

Heráclios, de segunda-feira a sábado da 8ª semana antes de Páscoa

Quaresma, durante 7 semanas, como para os bizantinos

Os Apóstolos, um período variável de entre 15 e 49 dias, da segunda-feira depois de Pentecostes até 12 julho (= 29 junho no calendário gregoriano), a festa dos Santos Pedro e Paulo.

A Dormição, 15 dias, de 7 a 22 agosto (25 julho a 9 agosto no calendário gregoriano).

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Patriarca de Alexandria e Toda a África dos Coptas Católicos, S. Beatitude, Antonio Naguib

4. Ciclo Móvel

Jejum de Jonas, de segunda-feira à quarta-feira da 10ª semana antes de Páscoa, quando o livro inteiro de Jonas é lido durante o Ofício matutino de Incenso. Na quinta-feira, “a Páscoa de Jonas” é celebrada.

Jejum de Heráclios, o jejum Pre-quaresmal, a semana antes da própria Quaresma.

Quaresma, 40 dias, de segunda-feira após o 7º domingo antes de Páscoa (como para os bizantinos) até e incluindo a sexta-feira de Qandil', chamado de “Sigilo do Jejum” (sexta-feira antes do sábado de Lázaro).

Durante a Quaresma, são permitidas somente duas festas:

A Festa da Cruz, dia 10 de Phamenoth (19 março = 6 março no calendário gregoriano)

A Festa da Proclamação, dia 29 de Phamenoth (7 abril = 25 março no calendário gregoriano)

O 5º ou 6º domingo de Quaresma é chamado “dos Batismos” e onde os mesmos são celebrados.

Na sexta-feira de Qandil, marcando o fim da Quaresma, todo fiel recebe a Unção dos Enfermos. O rito deve ser celebrado por sete sacerdotes.

Sábado de Lázaro.

Domingo de ramos e procissão, (que acontece na igreja durante o Ofício Matutino de Incenso). Durante a liturgia eucarística há uma segunda procissão aos quatro pontos cardeais da igreja onde as quatro versões do Evangelho da Entrada em Jerusalém são proclamadas (Mt 21:1-17; Mc 11:1-11; Lc18:29-48; Jo 17:12-19). Após a liturgia, as ‘exéquias’ são celebradas por todos os que morrerão durante a Semana Santa, quando são proibidos os funerais.

Semana santa, chamada “Semana da Paixão” pelos coptas. O ritual Pascal desta semana inclui 5 “Horas”, isso é 5 ofícios noturnos e como muitos ofícios diários, com:

Leituras do Antigo Testamento

Leituras Patrísticas

O hino: “A Vós o Poder”

Um salmo

O Evangelho

Tarh (hino comentando o Evangelho)

Ladainha

Elevação da Cruz com o Kyrie eleison cantado trinta e seis vezes

Durante a semana todos os quatro Evangelhos são lidos.

Nos primeiros 3 dias não há nenhuma celebração Eucarística, mas uma vez na terça-feira faz-se o lava-pés e a Liturgia dos Pré-Santificados.

Temas das leituras da Semana Santa:

Segunda-feira: o anúncio da Paixão; a árvore de figo estéril; a expulsão dos vendedores do Templo.

Terça-feira: o discurso escatólgico de Mt 24-25.

Quarta-feira: chamado “o Dia de Trabalho”: os Evangelhos “dos perfumes”. Os perfumes para a Sexta-feira santa são preparados.

Quinta-feira da Aliança: O Ofício da Nona Hora - bênção da água, o lava-pés e a Eucaristia.

Grande sexta-feira: durante as horas noturnas o discurso final de Cristo após a Última Ceia (Jo) e a Paixão de acordo com os quatro Evangelhos é lida. Durante o dia existem “as Grandes Horas” com os Evangelhos da Paixão, a procissão até o túmulo à décima segunda hora, e a distribuição de uma mistura de vinagre e mirra.

Sábado de Alegria: Vigília da sexta-feira pela noite antes do túmulo: recitação dos salmos, os cânticos bíblicos completos; Ofício matutino de Incenso, com a leitura do todo o Apocalipse; a Eucaristia.

Domingo de Páscoa/Vigília com leituras

Rito da Ressurreição: abertura da porta do santuário, com a recitação do salmo 23 (24), 7-8, e o “Christós Anésti” (Cristo Ressuscitou!); iluminação da igreja; Eucaristia.

Pela noite, comemoração da primeira aparição de Cristo Ressuscitado.

Segunda-feira de Páscoa: Shamn en-Nessin (“Respirando a Brisa”), festa da Fonte.

- Período de Pentecostes:

Nenhum jejum previsto

Procissão com o ícone da Ressurreição em cada liturgia

Os ritos de exéquias neste período não têm nenhuma expressão de aflição ou tristeza.

Quinta-feira dos Quarenta Dias: a Ascensão.

Pentecostes, com o rito de Genuflexão pela noite.

- Jejum dos Apóstolos, da noite de Pentecostes até a festa dos Santos Apóstolos.

- Festas dos Santos Apóstolos (12 julho = 29 junho no calendário gregoriano) que coincide com a inundação do Nilo; benção da água e lava-pés.

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Divina Liturgia em rito copta

5. banquetes fixos, de acordo com várias categorias.

- Festas do Senhor:

a) As 7 festas principais: a Anunciação, Natal, a Epifania, domingo de Ramos, Páscoa, Ascensão, Pentecostes,.

b) As 7 secundárias: Circuncisão, o Primeiro Milagre em Caná (21 janeiro), a Apresentação, Quinta-feira Santa, S. Tomé, fuga para o Egito (1 junho), a Transfiguração.

c) Festas da Mãe de Deus: Natividade, Apresentação, Dormição (29 janeiro), Assunção, Consagração da Igreja da Mãe de Deus em Filipos (28 junho).

- Festas dos Santos: Nairuz (“Novo Dia”), Ano novo (1 Thôout = 11 setembro) e a festa dos Mártires; as duas festas da Cruz: a ‘Invenção’ no dia 14/27 setembro e a de 6/19 março que desde os tempos antigos derivam da festa da Inundação do Nilo; S. Marcos, S. Miguel Arcanjo, Santos Pedro e Paulo, a Decapitação de João Batista e a festa patronal da igreja.

Todos os outros dias de festa são comemorações simples.

Reflexões - A alternação de períodos freqüentes de jejum e penitência, o aspecto penitencial dos ritos de Incenso e a alegre ênfase no mistério do Natal-Teofania durante o mês de Khoiak, junto com os temas pascais comum a todas as tradições, oferece amplo material para desenvolver os temas do Jubileu no contexto do calendário copta.

sábado, 2 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Para não tornar inútil o jejum

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Um artigo do Arquimandrita. Manuel Nin, Reitor do Pontifício Colégio Grego de Roma, e sacerdote católico de rito bizantino, sobre o jejum e a Quaresma, nos chega do Oblatvs, via Sinaxe, o blog sobre ritos orientais do Philippe Gebara, que em breve embarcará para o Líbano, onde será recebido como aluno do Seminário Patriarcal Melquita.

Para não tornar inútil o jejum

por Arquimandrita Manuel Nin,

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“Jejuando de alimentos, ó minha alma, sem que te purifiques das paixões, em vão te alegras pela abstinência, porque se esta não se torna para ti ocasião de correção, como mentirosa, tendes ódio a Deus e te tornas semelhante aos pérfidos demônios que jamais se alimentam. Não tornais, pois, inútil o jejum, pecando, mas permanecei firme sob os impulsos desregrados, considerando que estás junto do Salvador crucificado, ou melhor, estás crucificada junto d’Aquele que por ti foi crucificado, gritando-lhe: recorda de mim, Senhor, quando vieres no teu reino”. Este tropário da terceira semana da pré-quaresma na tradição bizantina resume de modo incisivo o que é o período quaresmal de cada uma das tradições cristãs: o jejum e a abstinência são vãos se não correspondem a uma verdadeira conversão do coração.

Na tradição bizantina, o período de dez semanas que precede a Páscoa é chamado “Triodion” – nome que indica as três odes bíblicas cantadas no ofício da manhã – e compreende a pré-quaresma e a quaresma. O período pré-quaresmal é comum a todas as tradições litúrgicas cristãs, do “Triodion” bizantino, ao “Jejum dos ninivitas” siríaco, ao “Jejum de Jonas” dos coptas, à “Septuagésima” na antiga tradição latina. A quaresma bizantina propriamente dita compreende quarenta dias – da segunda-feira da primeira semana à sexta-feira antes do Domingo de Ramos – e desenvolve as semanas de segunda-feira a domingo, apresentando o caminho semanal em direção ao domingo, como modelo da própria quaresma em direção à Páscoa. Faz ainda uma clara distinção entre o sábado e o domingo e os outros dias: nos primeiros se celebra a Divina Liturgia (aos domingos com a Anáfora de São Basílio, aos sábados com a de São João Crisóstomo), enquanto nos dias de semana celebra somente o ofício das horas, com o acréscimo durante as vésperas de quarta-feira e sexta-feira da Liturgia dos Pré-santificados, isto é a comunhão com o Corpo e o Sangue do Senhor consagrados no domingo precedente.

A quaresma bizantina é um período muito rico na escolha dos textos bíblicos: salmos, leituras; na hinografia e nas leituras dos padres. Os textos hinográficos se concentram sobretudo no tema da alma humana, dominada pelo pecado, que encontra, por meio da quaresma, a possibilidade de salvação. Nos quatro domingos da pré-quaresma encontramos os grandes temas que marcam o percurso quaresmal: a humildade (domingo do publicano e do fariseu); o retorno a Deus misericordioso (domingo do filho pródigo); o juízo final (domingo de carnaval), o perdão (domingo dos laticínios). Neste último domingo, comemora-se a expulsão de Adão do paraíso: Adão, criado por Deus para viver em comunhão com Ele no paraíso, é dele expulso por causa do pecado, mas na quaresma começa o caminho de retorno que culminará quando o próprio Cristo, no mistério pascal, desce aos infernos e lhe dá sua mão para arrancá-lo da morte e reconduzi-lo ao paraíso, que é quase personificado na oração da Igreja. No final da véspera do quarto domingo se celebra o rito de perdão com o qual se inicia a quaresma.

A quaresma dura quarenta dias, com cinco domingos. Em cada um deles vemos um duplo aspecto: de uma parte as leituras bíblicas que preparam para o batismo, de outra os aspectos históricos ou hagiográficos. No domingo da ortodoxia, a vocação de Felipe e Natanael é modelo da vocação de todo ser humano e se celebra o triunfo da ortodoxia sobre o iconoclasmo e o restabelecimento da veneração dos ícones. No domingo de São Gregório Palamas se recorda a fé do paralítico curado por Cristo [Nota minha: e se veneram as relíquias dos santos]. O domingo da exaltação da santa Cruz é dedicado à veneração da Cruz vitoriosa de Cristo, levada solenemente ao centro da Igreja e venerada pelos fiéis durante toda a semana como sinal de vitória e de alegria, não de sofrimento. No domingo de São João Clímaco, modelo de ascese, celebra-se a cura do endemoninhado, e no de Santa Maria Egípcia, modelo de arrependimento, o anúncio da ressurreição. No sábado da quinta semana se canta o hino “Akathistos”, ofício dedicado à Mãe de Deus.

A sexta e última semana da quaresma, chamada de Ramos, tem como centro a figura de Lázaro, o amigo do Senhor, desde o momento da doença até a morte e à sua ressurreição. Os textos litúrgicos nos aproximam daquilo que se manifestará plenamente nos dias da Semana Santa, isto é, a filantropia de Deus manifestada em Cristo, o seu amor real e concreto pelo homem. Toda a semana se enquadra na contemplação do encontro, já próximo, entre Jesus e a morte, a do amigo em primeiro lugar, e sua própria na semana seguinte. Os textos litúrgicos visam a nos envolver neste caminho de Jesus em direção a Betânia, em direção a Jerusalém. Na liturgia bizantina jamais somos expectadores, mas sempre participantes e concelebrantes, presentes na liturgia e no evento de salvação que a liturgia celebra. Com as vésperas do sábado de Lázaro se conclui o período quaresmal.

Ao longo de toda a quaresma, a tradição bizantina recita, ao final de todas as horas do ofício, a oração atribuída a Santo Efrém, o Sírio, que resume o caminho de conversão de todo cristão: “Senhor e soberano de minha vida, que não me dês [ou em outra tradução "afaste de mim..."] um espírito de preguiça, de indolência, de soberba, de vanglória. Dá-me, a mim teu servidor, um espírito de sabedoria, de humildade, de paciência e de amor. Sim, Senhor e rei, dá-me enxergar os meus pecados e não condenar o meu irmão, a fim de que sejas bendito pelos séculos”.

(©L’Osservatore Romano – 25 de fevereiro de 2009)

terça-feira, 22 de março de 2011

As características das Santas Missas da Quaresma

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Apresentamos um interessante artigo do Arquimandrita João Carlos Teodoro, sacerdote católico da Igreja Greco-Melquita no Brasil, sobre as características da Quaresma bizantina, tirado de sua página na internet:

 

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A Igreja ajuda aos cristãos no seu esforço de jejuar, criando condições, que dispõem ao jejum e à penitencia. Durante a Quaresma, tudo muda na igreja, tudo é incomum: as missas, as orações, os cânticos, as melodias, as prostrações e todo o ambiente. O ambiente festivo e a solenidade são substituídos pelo arrependimento e pela purificação da consciência. Os padres se vestem em vestimentas escuras; a Porta Real se abre com menos freqüência, a iluminação é mais fraca, o sino toca menos, há poucos cânticos e mais leitura de salmos e de outras orações que predispõem à penitencia; as pessoas se ajoelham com mais freqüência.

Durante a Quaresma se repete freqüentemente a oração do Sto. Efrem o Sírio: "Senhor e Mestre da minha vida" com prostrações. A missa liturgica completa, como a mais solene de todas as missas, só é oficiada aos sábados e aos domingos, às 4as e 6as feiras durante toda a Quaresma há missas liturgicas dos Dons Pré-Santificados, que têm o caráter de penitencia.

A primeira semana tem o caráter especialmente rigoroso e suas missas são repletas de uma profundidade espiritual. Na 2a, 3a, 4a e 5a — feiras durante o grande vesperal é lido o cânone de Sto. André de Creta, que é capaz de comover até a alma mais empedernida e conduzi-la à penitencia. No sábado é lembrado o milagre do S. Teodoro de Tiro, o Megalomártir , que com a sua aparição salvou os cristão da profanação pelo sangue derramado em honra dos falsos deuses e ordenou a eles de comer o trigo cozido com mel no lugar da comida impura.

O primeiro domingo da Quaresma se chama de Domingo de Ortodoxia, que foi estabelecido em comemoração da vitória sobre os iconoclastas dos séculos 8 e 9, quando os santos ícones voltaram a ser novamente veneradas. Após a liturgia, é celebrada uma missa especial pedindo a conversão dos enganados.

O terceiro domingo da Quaresma é dedicado à adoração da venerável e vivificante cruz. No sábado, durante a missa vesperal a santa Cruz é levada do altar para o centro da igreja para adoração. Com isto, a Igreja inspira os fiéis para continuarem a jejuar, porque pela cruz Nosso Senhor retirou o poder do diabo e livra-nos dos pecados. A cruz fica no centro da igreja durante toda a quarta semana. Ao adorar a cruz, cantamos ou rezamos: "Adoramos a Tua cruz, Senhor, e glorificamos a Tua santa ressurreição."

Na quarta-feira da quinta semana, à noite, novamente é lido o Grande Cânon do Sto. André de Creta e é oferecida como exemplo a vida da Sta. Maria Egípcia, a qual, sendo uma grande pecadora, após a penitencia, se regenerou e se transformou numa santa igual-aos-apóstolos. Na sexta-feira à noite é oficiado o akáthistos em louvor da Nossa Senhora, A Qual, com a sua perfeição espiritual excedeu todos os homens e se transformou no nosso maior exemplo de inspiração.

Toda a sexta semana da Quaresma é uma preparação para a digna glorificação do Nosso Senhor, Que foi para Jerusalém para voluntariamente sofrer por nós. Na sexta-feira da sexta semana termina a Quaresma, como período designado para a penitencia. No domingo é comemorada a entrada do Nosso Senhor em Jerusalém e começa a Semana Santa — em que são lembrados os últimos dias de vida na terra do Nosso Senhor.

Durante a Quaresma, tudo nos ajuda a corrigir as nossas vidas: a abstinência da comida e de diversões, uma atenção especial nas orações em casa bem como na igreja. Desde os tempos antigos veio o costume de terminar a Quaresma com confissão e comunhão. Cada um de nós deve se preparar para a confissão, confessar sem pressa, com um profundo sentimento de arrependimento e com a intenção de modificar o nosso modo de viver. A comunhão nos proporciona uma enorme força espiritual. Por isso, é recomendável repetir a confissão e a comunhão várias vezes durante a Quaresma.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Domingo das Santas Relíquias em Juiz de Fora, MG

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O II Domingo da Grande Quaresma, no rito bizantino, é chamado de “Domingo de São Gregório Palamas”, como vimos ontem, mas também de “Domingo das Santas Relíquias”.

A seguir, fotos da Divina Liturgia (Missa) bizantina por ocasião dessa data, celebrada ontem, na Paróquia Melquita São Jorge, em Juiz de Fora, MG, pelo Arquimandrita João Carlos Teodoro:

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A Liturgia dos Pré-Santificados, o coração da Quaresma bizantina

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Apresentamos um artigo de um autor convidado, Marcelo Wallace Paiva, membro da Igreja Ortodoxa Russa, que nos falará sobre essa liturgia tão típica da Quaresm em rito bizantino, comum a ortodoxos e católicos orientais (melquitas, ucranianos, ítalo-albaneses, gregos, rutenos etc).

A Liturgia dos Pré-Santificados, o coração da Quaresma bizantina
Por Marcelo Wallace Paiva,
Leigo da Igreja Ortodoxa Russa (Patriarcado de Moscou) e membro da Paróquia Ortodoxa Santa Zenaide, no Rio de Janeiro, RJ


A Liturgia dos Dons Pré-santificados pode ser caracterizada, sem exagero, como o coração, o centro dos serviços da Grande Quaresma. Em alguns manuscritos antigos dos livros do serviço, ela é conhecida como a "Liturgia da Grande quaresma."
De fato, é o serviço que melhor caracteriza este tempo sagrado do ano.

A essência deste serviço é revelado em seu próprio nome: é a "Liturgia dos Dons Pré-Santificados." Distingue-se da Liturgia de São Basílio, o Grande, e da Liturgia de São João Crisóstomo, em que a Eucaristia, a oferta e a santificação dos Dons ocorre nelas.

Durante esta "Liturgia da Grande Quaresma" são oferecidos os Santos Dons "pré-santificados", ou seja, já santificados com uma liturgia celebrada no dia anterior. Estes Santos dons são oferecidos a nós para que possamos ter a oportunidade de comungar delas e sermos santificados por eles.

Em outras palavras, a Liturgia dos Dons Pré-Santificados não é essencialmente uma "Liturgia" no sentido das liturgias de São João Crisóstomo e São Basílio, o Grande, mas sim um rito especial de Comunhão. Não é, pois, Missa, atualização do sacrifício.

Para entender por que este rito de Comunhão dos Santos Dons Pré-Santificados entrou em vigor, é preciso considerar sua história, pois suas raízes estão na antiga prática da Igreja.

Nos primeiros séculos da história cristã, os fiéis se aproximavam para receber os Santos Dons em cada Santa Liturgia. Era uma prática entre os fiéis, quando não havia nenhuma liturgia da semana, que ficariam privados de receber os Santos Dons até a celebração dominical.

Em razão disso, um rito especial de oração foi instituido dentro dos mosteiros: todos os monges oravam juntos antes da Comunhão, e depois, agradeciam a Deus, Que tinha que lhes permitido ser os communicantes dos Santos Mistérios. Tal rito era feito, quer depois das Vésperas, ou depois das horas (a Nona Hora cerca de 3h). Com o tempo, essa regra de oração assumiu a forma de um serviço, algo semelhante ao rito da Liturgia.

Assim, se desenvolveu o que hoje chamamos de "Ordem do Typica", existente na prática contemporânea, celebrada após a sexta e a nona horas.

O próprio nome "Típica" aponta para o fato de que, em certa medida este serviço tipifica a Liturgia. Neste sentido, ele é um precursor de nossa Liturgia dos Dons Pré-Santificados.

Durante a Grande Quaresma, a Divina Liturgia é celebrada somente aos sábados e domingos. A antiga prática da Igreja, confirmada nos cânones dos Conselhos, proíbe o serviço de liturgias em dias de semana durante a Grande Quaresma, na medida em que esses dias são inteiramente dedicados ao jejum e ao arrependimento. O serviço da Divina Liturgia, seria incompatível com o carácter triste de tais dias, pois a liturgia é um mistério pascal, uma festa da Igreja, cheios de alegria e júbilo espiritual.

Os fiéis do passado, recebiam a Comunhão, não só aos sábados e domingos, mas também pelo menos duas vezes durante a semana - às quartas e sextas-feiras. Assim, surgiu a pergunta: Como eles podem comungar fora da Liturgia? A resposta já tinha sido prevista: eles podem comungar dos Santos Dons santificados em uma das liturgias anteriores.

Nesses dias, o jejum significa abstinência completa de alimentos até o pôr do sol, e a comunhão dos Santos Dons era a coroa, ao final de um dia de Quaresma. Por essa razão, nesses dias de semana, a comunhão desses Dons ocorria depois das Vésperas.

O rito da Liturgia dos Dons Pré Santificados ocorre nas Vésperas, quando os Santos Dons Pré-Santificados são oferecidas, e as orações antes da comunhão são lidas.

A Comunhão se realiza, e é seguida pelas orações de agradecimento.

O serviço é imerso em sua especial "tristeza", tipica da Grande Quaresma. A mesa do altar e os vasos sagrados contendo os Santos Dons estão cobertos com paramentos de cor escura. As orações são lidas com um senso de humildade e ternura.

No seu todo, o serviço é marcado por um sentido especial de mistério.

Algumas fotos de uma Liturgia dos Pré-Santificados em uma igreja ortodoxa na Rússia:

























domingo, 20 de março de 2011

Domingo de São Gregório Palamas, no rito bizantino

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Os fiéis católicos bizantinos (melquitas, ucranianos, gregos, russos, ítalo-albaneses, rutenos etc), celebram no II Domingo da Quaresma, tal qual suas contrapartes da “Igreja Ortodoxa”, o santo Bispo Gregório Palamas, teólogo falecido em 1359.

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A muitos causa estranheza que alguém que viveu após o Cisma de 1054, seja filho da Igreja cismática “ortodoxa”, seu Bispo, e que a defendeu doutrinariamente, possa ser venerado por católicos. Que São Sérgio de Radonezh, falecido em 1392, possa ser santo católico, embora oriental, pós-cisma e súdito de uma Igreja em cisma, se compreende, dado que a consciência do que era realmente o cisma ainda não era muito clara na Rússia de então. Todavia, Gregório Palamas viveu, embora na mesma época, em uma região em que o cisma já era claro, com posições muito definidas, e uma explícita oposição entre Roma e Constantinopla. Palamas era, ao contrário do monge Sérgio, um Bispo de uma importante cidade grega, Tessalônica, e debateu com latinos. E, se foi monge, como Sérgio, o foi no Monte Athos, que desde aqueles anos já era um importante centro de confrontação com os ocidentais.

Como se pode, pois, venerar como santo católico, justamente, um santo não-católico?

Em primeiro lugar, cabe responder que, se se venera Gregório Palamas, ele não pode ser um santo “dos orientais” apenas. A Igreja é una, sob um mesmo Papa. Não há um “santo dos melquitas” não aceito por católicos latinos. O santo ou é de todos os católicos, ou não é santo.

Aos perplexos, o fato é que São Gregório está inscrito nos calendários litúrgicos oficiais dos bizantinos, e “lex orandi, lex credendi”. Embora não seja uma declaração ex cathedra, dificilmente não se consideraria como “fato dogmático” a inscrição de um santo em uma liturgia. De outra sorte, antes que se acuse tal inscrição de modernista ou “fruto do Vaticano II”, é importante notar que foi feita na época de Pio XII e por ele aprovada.

Ora, mas então católicos veneram um cismático? Sim, é fato. E, para tentar “resolver” o problema, escrevi, no Orkut, as linhas abaixo, certa feita:

A questão (…) [é] a autorização oficial para culto que Pio XII concedeu a santos orientais pós-cisma, e com consciência do cisma, como Serafim de Sarov. Canonização certamente não é. Qual a solução? A meu ver, beatificação, pois autorização para culto é beatificação (canonização é empenho infalível da palavra da Igreja, não mera autorização de culto).

E uma beatificação análoga à equipolente.

Assim, não teríamos uma certeza absoluta da salvação de Serafim de Sarov nem se poderia prestar culto UNIVERSAL a ele (privilégio dos santos canonizados), mas uma certeza meramente moral e uma autorização de culto LOCAL.

E o fato de continuarem a ser chamados santos e não beatos se resolve por concessão da Igreja, para manter a tradição dos orientais. São santos em um sentido lato, não no estrito (canonizados). Tecnicamente, ainda que mantendo o título "santo", seriam beatificados.

A canonização de ortodoxos não é possível, mas não vejo óbice à beatificação. Até porque é um fato e temos que lidar com isso.

Um argumento a favor de minha teoria de que os santos orientais pós-cisma, ao serem reconhecidos pela Santa Sé, o foram na qualidade de beatos, ainda que se chamem santos, é o caso do frade dominicano português Gonçalo do Amarante.

Ele foi beatificado, mas não canonizado. No entanto, o povo o chama de São Gonçalo e há igrejas dedicadas a ele com esse nome "santo" e não "beato". Ninguém põe dúvida, todavia, de que se trata de um beato.

Qual a diferença entre a beatificação e a canonização? Nesta última, a Igreja empenha sua palavra: é um ato infalível. Na primeira, há uma mera autorização de culto oficial, mas sem infalibilidade.

São Serafim de Sarov e São Gregório Palamas não podem ser canonizados pela Igreja Católica em face de sua ciência quanto ao cisma e a alguns problemas em seus ensinos. A Igreja, se os canonizasse, estaria como que comprometendo sua infalibilidade.

Sem embargo, é fato que os calendários litúrgicos dos católicos bizantinos, oficialmente aprovados por Roma, falam nos dois santos, e em outros.

Como resolver o impasse?

A meu ver, ambos foram beatificados pela Igreja, e não canonizados. A canonização dos mesmos é impossível, mas a beatificação (autorização de culto) não. A Igreja poderia autorizar um culto dos dois. Não uma autorização por processo normal, mas por equipolência, onde já exista, como é o caso das Igrejas orientais católicas. E essa autorização, por não ser infalível, é aceitável: a Igreja não atesta que os dois estão no céu, e sim autoriza que os fiéis, se desejarem, os cultuem.

Quanto ao fato de que, se forem mesmo somente beatos para a Igreja Católica, como é que se os chamam “São” Serafim e “São” Gregório, o exemplo de “São” Gonçalo do Amarante responde. O termo “santo” figura como tradição, podendo estar até mesmo na denominação de templos, desde que, tecnicamente, se saiba que é uma mera beatificação.

Para conhecer mais da história de São Gregório Palamas (que, para a Igreja Católica, que não pode canonizar cismáticos, é meramente um beato, porque a beatificação não implica infalibilidade, sendo mera autorização de culto; Beato Gregório Palamas, então, embora, por tradição se o possa chamar São Gregório Palamas, como vimos), veja abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_Palamas

http://www.ortodoxiaplena.com/2010/02/ii-domingo-do-grande-jejum-sao-gregorio.html

http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/s_gregorio_palamas_antologia.html

São Gregório Palamas é um baluarte do cristianismo, e sua memória tem tudo a ver com a Quaresma que estamos celebrando, cujo II Domingo se encerra em poucos minutos.

domingo, 6 de março de 2011

Ordenação subdiaconal em rito armênio, em São Paulo, SP

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As tradições litúrgicas católicas sempre denominaram as cerimônias pelas quais se concediam ministérios não-sacramentais de ordenações, ainda que não fossem, claro, o sacramento da Ordem. O sacramento só se concede na ordenação diaconal, na sacerdotal e na episcopal (sagração). As demais ordenações não são sacramentos, mas celebrações nas quais se conferem “ordens menores” (ainda que o subdiaconato, que não é sacramento, seja “ordem maior”).

A reforma de Paulo VI extinguiu o subdiaconato no rito romano e passou a denominar as ordens menores de ministérios, sendo que as ordenações menores foram chamadas de instituições. A intenção é louvável: evitar toda confusão das ordens menores e do subdiaconato com o sacramento da Ordem, e das ordenações que não são sacramento com as que são. Todavia, isso foi, de certa forma, uma rompimento com uma tradição ininterrupta de denominações de tais institutos quer no Ocidente, quer no Oriente.

Feito o parêntese, algumas fotos de uma ordenação subdiaconal entre os armênios católicos, aqui no Brasil. O rito armênio é ancestral, mas bebe em fontes bizantinas com alguma influência latina (vejam a mitra do Bispo, que, entretanto, é mais comprida do que a latina). Majoritariamente, é praticado por uma cismática e monofisita Igreja Armênia Apostólica, independente, pois, de Roma. Todavia, há uma vibrante e fiel parcela católica, conservando o rito armênio, e com patriarca próprio, submisso ao Papa. Eles mantém o subdiaconato e ainda chamam as instituições de ministérios de ordenações.

A presente cerimônia de ordenação/instituição, no contexto de uma Divina Liturgia (Missa) em rito armênio, foi celebrada no dia 9 de janeiro deste ano, na Catedral Armênia Católica de São Gregório, o Iluminador, em São Paulo, SP. O novo subdiácono se chama Fábio Silveira Wagner.

Eis as fotos, gentilmente cedidas pelo amigo e leitor Romman Werneck, que se encontram originalmente no blog do Movimento dos Amigos da Realeza de Cristo.

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