"O Espírito e a Esposa dizem "Vem!" E aquele que ouve diga: "Vem!" Aquele que o deseja, receba gratuitamente a água da vida!" (Ap. 22, 17)
Todo o Tempo Pascal é coroado pelo Pentecostes e esta vida é precedida por nove dias de expectativa, a contar da Quinta Feira da Ascensão. Aquela novena preparatória foi uma vivência cada vez mais intensa do "Vem!", do cumprimento das palavras do Mestre: "Tenho-vos dito isto, enquanto estou convosco. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recor- dará tudo o que vos tenho dito" (Jo. 14,26).
Mas será que o dia de Pentecostes foi a primeira vinda do Paráclito? Não teria já anteriormente havido outros Pentecostes", isto é, outras descidas do Espírito Santo na criação?
NO ALVOR DA CRIAÇÃO
"Deus é Amor" (Jo. 4,8. 16) no Seu modo de Ser e de Existir, mas o Amor em Pessoa no seio Trinitário é o Espírito Santo. Ele é a expressão pessoal do doar-Se, desse Ser-Amor (S. Th. I a, pp 37-38). O Espírito enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na Divindade é Amor e Dom incriado do Qual deriva como de uma fonte, toda a dádiva em relação às criaturas, que são dom criado: mediante a criação Ele doa a existência a todas as coisas.
O princípio do dar-se Divino, que se identifica com o próprio mistério da criação, lemos: "No princípio, Deus criou os céus e a terra, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn. 1,1-2). Isto significa, não só o chamamento à existência das criaturas espirituais (criou os céus), mas também das materiais (criou a terra: o ser humano e todo o universo). Noutras palavras: o dom da existência inclui também a presença do Espírito de Deus na criação e, isto é o início da comunicação salvífica de Deus às coisas que cria.
Contudo São Paulo ensina-nos: "N'Ele (no Filho) foram criadas todas as coisas nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis... Tudo foi criado por ele e para Ele" (Col. 1,16). Com estas palavras paulinas fica claro que tudo existe directamente por causa do Filho. Opina o Doutor da Igreja João Duns Scoto que, mesmo que não houvesse pecado para redimir (cfr. Lectura paris, III, d. 7, q. 4), o Verbo sempre se uniria à nossa carne e habitaria entre nós, sendo o "Emanuel" (Is.7,14), que quer dizer "Deus está connosco" conforme explicaria o Anjo (cfr. Mt.1,23). Mas não podemos separar esta realidade da palavra Mariana: "Faça-se em Mim segundo a tua palavra!" (Lc. 1,37).
Por isso Deus ao "pensar" na criação e ao saber no Seu eterno presente da existência do pecado dum terço dos anjos (cfr. Ap. 12,4) e dos homens, também pensou na única resposta válida da criatura ao Criador: "Eu sou a serva do Senhor" (Lc. 1,37). Deste modo quando Ele "estendia os Céus" (Prov. 8,27) para o Seu Filho, Maria já estava no Seu eterno presente. "Quando sujeitava os abismos ao curso de leis invioláveis, quando estabelecia a abóbada dos Céus e punha as fontes das águas em equilíbrio; quando punha ao mar o seu termo e lhe impunha como lei que não violasse os seus limites; quando lançava os fundamentos da Terra, Eu já estava com Ele dispondo todas as coisas" (Prov. 8,27-30a).
Por conseguinte podemos afirmar: por Maria nos veio a criação e com ela a presença do Espírito, pois também por Seu intermédio nos foi dado o Criador conforme nos ensina o Evangelista: "Tudo foi feito por meio do Verbo e sem Ele nada foi feito" (Jo. 1,3).
NO MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO
Com o pecado original o homem perdeu a sua dignidade original e com ele foi quebrada toda a ordem do universo (cfr. Rom.8,19-22).
Mas o Pai une a maldição da serpente à Redenção: "Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar" (Gn.3,15). Com estas palavras o Pai exprimiu o Seu consentimento à Encarnação de Seu Filho. Por isso Ele "quis ser, por meio de Seu amado Filho, não só Criador da humanidade mas também o autor generoso da nova Criação" (Prefácio Comum III). E na "plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei" (Gal. 4,4).
São Gabriel ao explicar como se daria a Encarnação afirma: "O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a Sua sombra" (Lc. 1,35).
Aí o Espírito faz n'Ela o Seu Pentecostes no começo da "nova criação". Diz-nos São Luís Maria G. Montfort que "sendo o Espírito Santo estéril em Deus, isto é, não produzindo nenhuma outra Pessoa Divina, tornou-Se fecundo por Maria, que desposou. Foi com Ela e n'Ela que formou a Sua obra-prima: um Deus feito homem. Não se quer dizer com isto que a SSma. Virgem de ao Espírito Santo a fecundidade, como se Ele a não tivesse... O que se quer dizer é que o Espírito Santo pôs em acção a Sua fecundidade por intermédio da Virgem, de quem Se quer servir, embora disso não tenha necessidade absoluta, para produzir n'Ele e por Ela Jesus Cristo" (TVD nº 21).
NO JORDÃO
"Por aqueles dias, aconteceu que Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão, e, logo ao subir da água, ele viu os céus se rasgando e o Espírito, como uma pomba, descer até Ele, e uma voz veio dos céus: "Tu és o Meu Filho amado, em Ti Me comprazo" (Mc. 1,9-11).
Desta forma o Espírito Santo ungiu e consagrou a SSma. Humanidade do Filho de Deus. Noutras palavras: aquela carne e aquele sangue imaculado que Maria Lhe deu na Encarnação e alimentou durante 30 anos na Sua vida oculta, agora está preparada pelo Espírito para começar o Seu ministério público.
No Jordão o Consolador fez a Sua terceira vinda e ao mesmo tempo cumpre o que Isaías anunciara: "Eis o Meu servo, que Eu amparo, o Meu eleito, no Qual a Minha alma põe a Sua complacência; fiz repousar sobre Ele o Meu Espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça" (Is. 42,1).
Este "Pentecostes" sobre Jesus no Seu Baptismo foi ao mesmo tempo o sinal que o Pai tinha dado a João para reconhecer o Messias (cfr. Jo. 1,32-34).
Desde essa hora a direcção do Espírito Santo na humanidade de Jesus, na qual reside, começa a manifestar-se. Ele parecia estar circunscrito aos limites normais da Sua actividade humano e de Seu raio de acção. É por isso que tudo o que Jesus faz é movido pelo Espírito desde a primeira coisa após o Seu Baptismo. "Em seguida, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo demónio" (Mt. 4,1).
NO CALVÁRIO
Nas horas que a Mãe das Dores passou junto à Cruz de Seu Filho, realizou-se a plenitude do mistério do Espírito do Amor em relação a Ela.
Em Nazaré o Consolador gerou n'Ela a "Cabeça da Igreja" (Col. 1,18). Ora na ordem da criação, "a mesma mãe não pode dar à luz a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça. Do mesmo modo na ordem da graça, a Cabeça e os membros nascem duma mesma Mãe" (TVD nº 32).
Para essa geração dos membros do Seu Filho, o Paráclito baixa sobre Ela como num Pentecostes, quando estava sob a Cruz. Aqui não é mais um Anjo que Lhe anuncia a Sua nova maternidade, é o próprio Deus Humanado que da Cruz diz-Lhe: "Mulher, eis aí o teu filho!" (Jo. 19,26). Em Nazaré Maria tinha dito o Seu "SIM" em palavras; no Calvário repetiu-o silenciosamente ao aceitar ser recebida em casa do discípulo (cfr. Jo. 19,27).
Aqui deu-se a "Anunciação" da Maternidade Eclesial da Mãe, mas para que Ela concebesse, a morada do Espírito teve que ser rasgada: "Chegando a Jesus e vendo-o já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados transpassou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água" (Jo. 19,34). O sangue (cfr. Lv. 1,5ss; Ex. 24,8ss) testemunha a realidade do sacrifício do cordeiro imolado para a salvação do mundo (cfr. Jo. 6,51). A água, é símbolo do Espírito e da Sua fecundidade (cfr. nota "E" da Bíblia de Jerusalém sobre Jo. 19,34).
Esta fecundidade pousou sobre a Mãe do novo Povo de Deus, que daria à luz 50 dias após a Páscoa.
NO CENÁCULO DE JERUSALÉM
M. Join Lambert e P. Grelot ("Temps" in VTB, 1053/4), afirmam: "Entre a Ascensão e o fim dos tempos, em que sedará a segunda vinda de Cristo, situa-se o tempo da Igreja".
Por isso no momento da Ascensão Maria estava presente quando Jesus fez a promessa: "O Espírito Santo descerá sobre vós e d'Ele recebereis a força. Sereis, então, Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra" (Act. 1,8). Continua São Lucas a narrativa: "Então, do monte que se chama das Oliveiras, voltaram a Jerusalém... Tendo entrado na cidade subiram à sala superior, onde habitualmente ficavam. Todos unânimes, eram assíduos à oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de Jesus" (Act. 1,12-14).
Se pela força das Suas súplicas Ela abriu o Coração do Pai para a Encarnação do Verbo, e conseguiu o que os desejos dos Patriarcas, os suspiros dos Reis ou as ânsias dos Profetas se mostraram ineficazes, também foi pela beleza do Seu ser e preces que o Espírito Santo Se deixou novamente atrair, e desce por Ela à Igreja, que dá à luz de manhã cedo ao chegar o décimo dia depois da Ascensão (cfr. Act. 2, 1-4a).Que o Entendimento produza novas almas virgens e consagradas que,
EM CADA CRISTÃO
"Este derramar o Espírito sobre a comunidade - afirma Schenackenburg - é um equivalente comparável à unção pessoal do Messias no Baptismo para a Sua actividade terrestre" (KNT, 60). Assim o Espírito desce sobre os membros da comunidade, como desceu sobre Cristo e toma posse deles, enquanto toma posse dos Doze.
A estes é comunicado o Espírito Santo e tornam-se os portadores e transmissores originários do Espírito e como tais testemunhas da Ressurreição e era com grande poder que davam esse testemunho (cfr. Act. 4,33). Os "Doze", cheios do Espírito Santo, enchem o mundo com este Espírito.., sempre em novos Pentecostes (cfr. Act. 8.14-17; 10,44-47; 19,1-7; Rom. 15,16).
Afirma São Luís Maria G. Montfort: "O procedimento que a SSma. Trindade teve na primeira vinda de Jesus Cristo, tem-no ainda todos os dias, duma maneira invisível, na Santa Igreja, tê-lo-ão até à consumação dos séculos" (TVD n. 22).
Assim Deus Espírito Santo quer formar em Maria e por Maria os eleitos e diz-Lhe: "Lança raízes entre os Meus eleitos" (Ecli. 24, 13). Lança raízes com os Meus Dons em Ti nos Meus ungidos, a fim de que cresçam de virtude em virtude e de graça em graça!
entendendo o chamamento divino digam o SIM e inflamem o mundo!
Que a Sabedoria dê novos teólogos e doutores da Igreja que,
penetrando rectamente nos divinos Mistérios, renovem a Igreja!
Que o Conselho suscite novos Sacerdotes e Ministros Sagrados que,
com a sua palavra sarem tantas chagas nos corações!
Que a Ciência produza novos pais e mães que,
iluminados pela ciência divina, transformem os seus lares em santuários!
Que a Fortaleza gere novos mártires e confessores que,
com o seu heroísmo sejam semente de novos cristãos.
Que o Santo Temor conceba novos jovens puros e renovados,
de modo a serem suave incenso que sobe ao céu!
Que a Piedade conceda novos templos que,
com a sua piedade aqueçam todos os recantos do mundo!
"Depois de Maria lançar as Suas raízes numa alma, opera nela maravilhas de graça... Maria produziu com o Espírito Santo a maior maravilha: o Homem-Deus! E produzirá, consequentemente as coisas mais admiráveis que hão-de existir nos últimos tempos: a formação e educação de grandes santos" (TVD n. 35).
"Tendo-A encontrado numa alma, o Espírito Santo Seu Esposo, voa para lá, entra plenamente e comunica-Se a essa alma abundantemente e na mesma medida em que a alma dá lugar à Sua Esposa; e uma das grandes razões por que o Espírito Santo não opera agora maravilhas retumbantes nas almas é porque não encontra nelas uma união bastante íntima com a Sua fiel e indissolúvel Esposa... E indissolúvel Esposa, porque desde que o Amor Incriado A desposou para Jesus Cristo, a Cabeça dos eleitos, e Jesus Cristo nos eleitos, nunca mais A repudiou, porque ela foi sempre fiel e fecunda" (TVD n. 36).
NA CONSUMAÇÃO
O sétimo e definitivo Pentecostes se dará no momento da realização da visão joanina: "Vi, então, um novo céu e uma nova Terra, porque o primeiro céu e a primeira Terra haviam desaparecido, e o mar já não existia" (Ap. 21,1).
Das cinzas do primeiro céu e da primeira terra que foram corrompidos pelo pecado, mas abertos pela Redenção ao retorno à Casa do Pai pela acção santificadora do Espírito em Maria, surgirá o novo e definitivo Céu e Terra "liberta enfim, da corrupção do pecado e da morte" (Or. Euc. IV). E surgirá como "a cidade santa, a nova Jerusalém... bela como uma esposa que se ataviou pare o seu esposo. E ouvi outra grande voz, que dizia: "Eis aqui o tabernáculo de Deus entre os homens! Habitará com eles, serão o Seu povo e o próprio Deus estará com eles" (Ap. 21,3).
Pensando EM Maria o Pai pronunciou o "Faça-se!" no alvor da criação. COM a cooperação de Maria o Filho operou a Redenção na plenitude dos tempos; POR Maria o Espírito realizará a entrada nesta Cidade Santa dos que estiverem à direita do Rei da Glória, juntamente com os Anjos fiéis e a criação santificada.
Não é por acaso que a Igreja na sua liturgia nas Missas Marianas apresenta a Nova Jerusalém como imagem d'Aquela que invocamos como "Porta do Céu".
Por Maria todos entrarão na Casa do Pai, a Cidade de Deus e aí "Ele enxugará as lágrimas dos seus olhos; não haverá mais morte, nem pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Ap. 21,4).
Esta definitiva maravilha se realizará graças à palavra "d'Aquele que estava sentado no trono, que disse: "Eis que renovo todas as coisas!... E acrescentou:
"Está feito! Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Aquele que tiver sede dar-lhe-ei a beber gratuitamente da fonte da água da vida. O que vencer, possuirá estas coisas; Eu serei Seu Deus e ele será Meu filho!" (Ap. 21 ,5-6)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Maria, Esposa do Espírito Santo
Por
Anônimo
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Santa Missa na Forma Extraordinária no CEN - "Parte 3"
Por
Cleiton Robsonn.
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Nota: O Salvem a Liturgia agradece pela colaboração do "Ecclesia Design", na pessoa do Pablo Neves, pelo banner temático.
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Em seqüência às fotos da Santa Missa na Forma Extraordinária, celebrada por Dom Fernando Rifan, durante o XVI CEN, em Brasília, postamos da procissão de entrada até o início da Homilia. Aqui, algumas fotos principais, a continuação da série completa, pode ser vista no flickr, clicando no link no fim da postagem. A Santa Missa foi a votiva da Santíssima Eucaristia, com leituras e orações próprias.
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Em seqüência às fotos da Santa Missa na Forma Extraordinária, celebrada por Dom Fernando Rifan, durante o XVI CEN, em Brasília, postamos da procissão de entrada até o início da Homilia. Aqui, algumas fotos principais, a continuação da série completa, pode ser vista no flickr, clicando no link no fim da postagem. A Santa Missa foi a votiva da Santíssima Eucaristia, com leituras e orações próprias.
Detalhe para o conjunto de paramentos: é um só: Pluvial, Casula e Dalmáticas,
exceto para os diáconos-assistentes, que têm outro conjunto.
O Confiteor do Bispo
O Confiteor dos Assistentes
Impostação do Manípulo do Bispo
O beijo do Altar
Incensação do Altar
Incensação do Bispo
No Trono
Leitura
A Mitra para andar ("Preciosa")
Ouvindo a proclamação do Santo Evangelho
Início da Homilia
Veja mais fotos desta parte (completa) no flickr Parte 1
Missa em latim e outras reflexões paroquiais...
Por
Rafael Vitola Brodbeck
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Quando as pessoas pessoal em "Missa em latim", geralmente pensam no chamado "rito tridentino". Essa forma de Missa, que era o rito romano em uso até a reforma da liturgia pedida pelo Concílio Vaticano II e executada pelo Papa VI, foi restaurada ao uso universal, e agora é chamada de "forma extraordinária do rito romano", ao lado da "forma ordinária do rito romano" (que vem a ser exatamente o rito romano reformado por Paulo VI).
A forma do rito romano mais usada na maioria das paróquias e institutos é a forma ordinária, geralmente celebrada na língua do povo, o vernáculo. Mas, embora a forma extraordinária, o rito romano tridentino, antigo, seja sempre em latim, a forma ordinária, o rito romano moderno, reformado, em que pese ser na maioria das vezes oferecido em vernáculo, pode ser também feito em latim.
O que diferencia a forma ordinária da extraordinária não é a língua. Não é que uma seja em vernáculo e outra em latim. Ambas são em latim, ainda que a ordinária possa ser também em vernáculo.
Também não é a posição do sacerdote que a diferencia, de vez que nenhuma norma proíbe que a forma antiga seja celebrada "de frente ao povo", nem que a forma nova seja celebrada "de frente para Deus" ou "de frente para ábside". Escapa a esse artigo falar das profundas razões teológicas, espirituais e históricas que nos fazem preferir que a Missa, em qualquer das duas formas (e mesmo em outros ritos), seja celebrada sempre "de frente para Deus" (no que importa que o padre fique, como erroneamente se diz, "de costas para o povo").
Enfim, também não são os paramentos que se diferenciam. Ambas as formas são do rito romano, portanto os paramentos são os mesmos: a alva, o cíngulo, o amito, a estola, a casula. Apenas que no rito antigo havia a obrigatoriedade do uso de um paramento em desuso na forma nova: o manípulo.
Tampouco é a música que diferencia as duas formas. Tanto em uma como em outra, o gregoriano deve ocupar o lugar da primazia. Depois, a polifonia sacra, especialmente da escola romana. E, nas Missas baixas, pode haver um canto popular acompanhando determinados ritos. Claro, no rito novo, como pode ser celebrada a Missa em vernáculo, nada mais natural que haver justas adaptações ao idioma vulgar de melodias gregorianas e composições polifônicas.
Alguns poderiam nos interpelar: mas a Missa no rito novo, na forma ordinária, em minha paróquia é com um sacerdote que não usa casula, que odeia latim e não quer nem saber de rezar "de frente para Deus" ou de cantar gregoriano...
Pois é... É bem verdade que é lícito (e, nas circunstâncias atuais, com tantos abusos litúrgicos, pode ser pastoralmente recomendável ir "tijolo a tijolo" dentro da licitude, claro) celebrar "de frente ao povo" (desde que se centre em Deus e não no povo, o que se faz sem ficar olhando para os fiéis, e evitando tratá-los como se fossem o outro pólo da relação, como se a igreja fosse um auditório). Também se pode, na Missa baixa, usar cantos populares, e mesmo na Missa solene ou na Missa cantasda usar um canto popular mais parecido com o gregoriano e a polifonia - para ver as regras do canto na Missa leia aqui). E, por último, é perfeitamente possível usar o vernáculo.
Todavia, evitar o latim a todo custo, ignorar "solenemente" o gregoriano e a polifonia e nem sequer entender os motivos teológicos da Missa "de frente para Deus", é inconcebível a qualquer padre que se pretenda católico! Ademais, a casula, não utilizada pelo pároco do exemplo de nosso pobre fiel, é obrigatória, só sendo dispensada em ocasiões muito peculiares.
É de se refletir como a liturgia em nossa própria paróquia... E, além de desejar o rito tridentino, tentar que nosso rito moderno mesmo seja também bem celebrado! Um novo movimento litúrgico!
A forma do rito romano mais usada na maioria das paróquias e institutos é a forma ordinária, geralmente celebrada na língua do povo, o vernáculo. Mas, embora a forma extraordinária, o rito romano tridentino, antigo, seja sempre em latim, a forma ordinária, o rito romano moderno, reformado, em que pese ser na maioria das vezes oferecido em vernáculo, pode ser também feito em latim.
O que diferencia a forma ordinária da extraordinária não é a língua. Não é que uma seja em vernáculo e outra em latim. Ambas são em latim, ainda que a ordinária possa ser também em vernáculo.
Também não é a posição do sacerdote que a diferencia, de vez que nenhuma norma proíbe que a forma antiga seja celebrada "de frente ao povo", nem que a forma nova seja celebrada "de frente para Deus" ou "de frente para ábside". Escapa a esse artigo falar das profundas razões teológicas, espirituais e históricas que nos fazem preferir que a Missa, em qualquer das duas formas (e mesmo em outros ritos), seja celebrada sempre "de frente para Deus" (no que importa que o padre fique, como erroneamente se diz, "de costas para o povo").
Enfim, também não são os paramentos que se diferenciam. Ambas as formas são do rito romano, portanto os paramentos são os mesmos: a alva, o cíngulo, o amito, a estola, a casula. Apenas que no rito antigo havia a obrigatoriedade do uso de um paramento em desuso na forma nova: o manípulo.
Tampouco é a música que diferencia as duas formas. Tanto em uma como em outra, o gregoriano deve ocupar o lugar da primazia. Depois, a polifonia sacra, especialmente da escola romana. E, nas Missas baixas, pode haver um canto popular acompanhando determinados ritos. Claro, no rito novo, como pode ser celebrada a Missa em vernáculo, nada mais natural que haver justas adaptações ao idioma vulgar de melodias gregorianas e composições polifônicas.
Alguns poderiam nos interpelar: mas a Missa no rito novo, na forma ordinária, em minha paróquia é com um sacerdote que não usa casula, que odeia latim e não quer nem saber de rezar "de frente para Deus" ou de cantar gregoriano...
Pois é... É bem verdade que é lícito (e, nas circunstâncias atuais, com tantos abusos litúrgicos, pode ser pastoralmente recomendável ir "tijolo a tijolo" dentro da licitude, claro) celebrar "de frente ao povo" (desde que se centre em Deus e não no povo, o que se faz sem ficar olhando para os fiéis, e evitando tratá-los como se fossem o outro pólo da relação, como se a igreja fosse um auditório). Também se pode, na Missa baixa, usar cantos populares, e mesmo na Missa solene ou na Missa cantasda usar um canto popular mais parecido com o gregoriano e a polifonia - para ver as regras do canto na Missa leia aqui). E, por último, é perfeitamente possível usar o vernáculo.
Todavia, evitar o latim a todo custo, ignorar "solenemente" o gregoriano e a polifonia e nem sequer entender os motivos teológicos da Missa "de frente para Deus", é inconcebível a qualquer padre que se pretenda católico! Ademais, a casula, não utilizada pelo pároco do exemplo de nosso pobre fiel, é obrigatória, só sendo dispensada em ocasiões muito peculiares.
É de se refletir como a liturgia em nossa própria paróquia... E, além de desejar o rito tridentino, tentar que nosso rito moderno mesmo seja também bem celebrado! Um novo movimento litúrgico!
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Santa Missa na Forma Extraordinária no CEN - "Parte 2"
Por
Cleiton Robsonn.
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Continuando as nossas postagens, nesta segunda parte, publicamos aqui algumas fotos da Recepção do Bispo pelo pároco, na porta da igreja, sua entrada e paramentação na sacristia. As outras fotos (completas) estão no flickr e podem ser acessadas no final desta postagem.
Um esclarecimento: os paramentos com os quais D. Rifan chegou à igreja são próprios do Ordinário do lugar. Porém, o Arcebispo de Brasília lhe deu permissão para usar todos os paramentos e insígnias, inclusive a capa magna e o báculo - próprios do Ordinário local, como o próprio D. Rifan notificou no início da Santa Missa.
O Pároco, Pe. Marian recebe o Bispo e lhe entrega a caldeira de água benta.
Veja mais fotos da Recepção do Bispo no flickr
Após ter sido despido dos paramentos da entrada, reveste-se com o Amito e a Alva
A cada paramento, a oração própria: aqui, o Cíngulo
Após revestir-se com a Estola e a Cruz Peitoral, reveste-se da primeira "Dalmática" (Tunicela): de Subdiácono
Amarração das tiras da segunda Dalmática: de Diácono
Impostação da Chirotecae esquerda
Amarração da Casula
Imposição do Anel Episcopal
O Bispo e seu séquito
Veja mais fotos da Paramentação
(Completa - Parte 1) no flickr
Parte 2 no flickr
terça-feira, 18 de maio de 2010
Monsenhor Guido Marini, celebra Versus DEUM na Capela de Maria Salus Populi Romani
Por
Anônimo
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