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terça-feira, 7 de julho de 2009

Alguns motivos para a Missa em latim

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Não se quer acabar com o vernáculo. Apenas o Papa quer incentivar a que se façam mais Missas na língua oficial da Igreja. No que está coberto de razão.

Alguns vêem isso com maus olhos, como se fosse algo terrível o cultivo das mais caras tradições da Igreja. É justamente a falta de tradição que dificulta a formação dos católicos.

Durante centenas de anos, celebrou-se a Missa em latim, e o povo não deixou a Igreja por isso. Há fortes razões teológicas, pastorais e litúrgicas para que se celebre em latim (sem deixar de celebrar em português; não é uma oposição, podendo-se celebrar em ambos os idiomas).

Conheço pessoas bem simples, de pouca instrução, que assistem a Missa em latim (seja no rito tridentino, seja no rito novo). E com muito proveito espiritual!

Participar da Missa é unir-se a Cristo, ao seu sacrifício, não necessariamente entender cada palavra proferida ou responder a cada oração.

Mas a Missa em latim não catequizará o povo – é o que dizem alguns...

Ocorre que Missa não é catequese. Missa em latim. Catequese em português. Nunca se deu catequese em latim (salvo para os que o entendem). Somos catequizados pelos meios de catequese: livros, aulas, a homilia na Missa, tudo isso em português.

O único modo pelo qual podemos entender a Missa como catequese é considerando-a em suas cerimônias como algo que nos ensina, passo a passo, os mistérios da fé. Se é assim, há mais um argumento a favor do latim: o uso de uma outra língua, distinta da comum, demonstra que estamos diante de algo sagrado. E isso é catequese. A melhor de todas: a que mostra que a Missa não é show, é sacrifício, e diante do sacrifício não importa que entendamos as palavras, mas o que elas, em seu conjunto, significam.

O latim, por ser língua morta, está protegido das constantes mudanças de significado dos idiomas vivos e, por isso, preserva de modo muito mais eficaz o correto entendimento da doutrina. As línguas modernas assumem significados cada vez mais diversos para seus vocábulos. Hoje, uma palavra tem um sentido, amanhã a mesma terá outro. Como o latim é uma língua morta, isso não ocorre. As palavras terão sempre o mesmo sentido, e assim a doutrina é corretamente transmitida, diminuindo a possibilidade de maus entendidos.

“O uso da Língua Latina é um claro e nobre indício de unidade e um eficaz antídoto contra todas as corruptelas da pura doutrina.” (Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei)

Além disso, o uso de um idioma diferente do que estamos acostumados mostra que a liturgia é algo sacro. O latim demonstraria que estamos em outro clima, em outra atmosfera. Mostraria a solenidade do momento. E isso é importante para bem compreendermos a liturgia. Imagina, estás falando em português o todo tempo. De repente, chegas na igreja, e começa o culto: "In nomine Patris et Filio et Spiritus Sanctus". Já estás em outro local. É o céu na terra. Até a língua muda!

O latim, portanto, fala muito à alma. Na Missa não precisamos entender as palavras, precisamos entender é o que está acontecendo.

De outra sorte, pergunto: é preciso que o povo entenda as PALAVRAS da Missa? Não! O que é preciso é entender a PRÓPRIA Missa! Todos entendemos todas as palavras da Missa? Claro que não. Há muitas passagens de altíssima teologia, que quase ninguém entende.

Mas isso não nos impede de colher frutos da Missa. Se o entendimento das palavras da Missa fosse necessário para cresceres espiritualmente e para apreenderes os frutos da liturgia, então só doutores em teologia iriam à Missa, só eles se beneficiariam.

Muitos analfabetos, que nem sequer sabiam seu idioma direito, iam à Missa em latim e se santificavam na Idade Média, e até poucos anos. Por acaso, eles se afastaram da Igreja por não entenderem latim? Pelo contrário, se santificaram!

Importa entender que a Missa é o Sacrifício da Cruz e nos unirmos a esse ato sublime. Não importa entender o que as palavras da Missa dizem. Ajuda? Sim, pode ajudar, mas importar não importa. E quem quiser acompanhar as palavras pode decorar a Missa em latim, como decora o português, e ainda acompanhar pelos missais e folhetinhos.

O latim, ademais, nos mostra a pertença a uma Igreja maior, universal, que fala a mesma língua. Se tivermos Missa em latim em todas as igrejas (ao lado da Missa em vernáculo), então sempre que estivermos em qualquer lugar do mundo, poderemos ir numa Missa que entenderemos, pois estaremos acostumados.

O motivo de muitos não gostarem do latim é por não terem entendido o que é a Missa, ainda. A Missa é PARA DEUS, não para os homens. Não somos nós que temos de entender as palavras, mas Deus.

Não valorizar a tradição representada pelo latim, por outro lado, é não entender nada da fé católica. Uma Missa em latim evoca a universalidade da Igreja, e mostra que a Igreja tem dois mil anos. Nossa fé não nasceu ontem. Estar em uma Missa em latim mostra-nos que estamos juntos naquilo que os santos viveram.

“O Latim exprime de maneira palmar e sensível a unidade e a universalidade da Igreja.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo I, Discurso ao Clero Romano)

E quem não gostar do latim ou não entender sua importância, não compreender seu significado no rito?

Ora, os menos esclarecidos estão saindo da Igreja por falta de formação. Por não entenderem o simbolismo litúrgico. E por causa disso, então, vamos acabar com o simbolismo, só porque eles não entendem?

Então, se muitos não entendem as letras, vamos fazer o que? Acabar com o alfabeto? Pelo contrário, vamos alfabetizá-los!

Aos que não entendem a doutrina, vamos explicá-la. Aos que não entendem os símbolos, vamos ensinar a lê-los. Em vez de acabar com o latim, vamos mostrar a importância!

Enfim, o maior uso do latim desperta nas pessoas mais reverência, mais entendimento do que realmente seja a Santa Missa, mais respeito e amor pela Eucaristia.

Cabe lembrar que quando falamos “Missa em latim” não estamos nos referindo necessariamente à chamada “Missa tridentina”, o rito tradicional, forma extraordinária do rito romano, que utiliza o Missal de São Pio V. Não. Também a “Missa nova”, o rito moderno, forma ordinária do rito romano, segundo o Missal de Paulo VI, a mesma que utilizamos na maioria de nossas igrejas, pode ser feita em latim. Na verdade, o normal é que tivéssemos uma Missa em latim no rito moderno ao menos semanalmente em todas as paróquias.

Vejam mais sobre o latim na “Missa nova” em:

http://www.veritatis.com.br/article/4213/

http://www.veritatis.com.br/article/4048/

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A crise da beleza, uma crise de fé

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Por Sem. Diego Ferracini e Pedro Ravazzano

A Santa Missa é o coração da cristandade, afinal é nesta celebração que meditamos sobre todo o amor de Deus aos homens. No altar os fiéis contemplam a mística da Verdade e conhecem os mais belos dogmas da Igreja. A sua realidade sacrificial nos obrigar a refletir e mergulhar na grandeza imensurável de Cristo, um Deus que se fez homens e com os homens viveu e pelos homens morreu para salvá-los. Entretanto, infelizmente, a Santa Missa é muitas vezes corrompida e deformada. Claro que, obviamente, os pecados do Sacerdote e a diminuição do caráter sagrado da celebração não tornam inválido o Mistério. Não obstante, e isto é inegável, os efeitos de uma Missa bem celebrada e embebida na sobrenaturalidade são bem diferentes dos efeitos de uma Missa que não honra o Sacrifício ali exaltado.

O grande problema litúrgico é oriundo de uma crise de fé. A desobediência e a falta de reverência à Santa Missa se originam da descompreensão da realidade mística que se faz presente. Não tenho dúvida de que se os fiéis, assim como os Sacerdotes, entendessem que a Liturgia não é um banquete, um símbolo, uma recordação, mas sim a renovação do Sacrifício incruento de Jesus Cristo na Cruz, ninguém ousaria banalizar e profanizar a exaltação celeste celebrada. Devemos ir à Igreja como se fossemos ao Calvário, e nos comportar diante do altar como se estivéssemos contemplando o Trono de Deus. Provavelmente, muitos fiéis achariam esta definição exagerada, mas, de fato, a Missa é o Sacrifício, o “memorial da sua morte real sobre o Calvário repete-se sempre no sacrifício do altar”, como disse S.S Pio XII na Mediator Dei. Na Ecclesia de Eucharistia S.S João Paulo II diz:
A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica.(16) O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial » (memorialis demonstratio),(17) de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se actualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrificial do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indirecta ao sacrifício do Calvário.
O desleixo de muitos fiéis só perde para o descaso dos Sacerdotes! Como é penoso perceber que muitos celebrantes sobem ao altar sem reverência e humildade. A solenidade necessária é preterida e substituída por uma falsa piedade. Sacerdotes sem casula, cânticos milenares deformados, comunhão profanada, altares pessimamente cuidados, tudo isso é sintoma de uma crise de fé. Entretanto, um dos mais representativos atestados de decadência é a aversão que certos Sacerdotes tem à beleza. Os Padres contaminados pela heresia da Teologia da Libertação e pelo modernismo em geral perderam a noção mais básica sobre a importância da dignidade dos paramentos, das imagens e da ornamentação. Claro que em si a beleza é vazia, mas como um dos atributos de Deus ela resplandece a grandeza do Mistério. A beleza se coloca com uma função pedagógica que favorece o melhor entendimento da Eucaristia.

Os teólogos da libertação fazem uma confusão em questões básicas, acreditam que a beleza e a ostentação servem apenas para exaltar o homem. Engano tão primitivo só poderia ser reflexo da perda de espiritualidade. A suntuosidade dignifica, apenas, a grandeza do Senhor. A beleza não é relativa como muitos pensam, daí que os religiosos fiéis ao espírito católico entendessem que através dela Deus poderia ser adorado de maneira mais sublime e perfeita; o homem dando ao Pai os frutos mais magnânimos de suas mãos.

Entretanto, o foco desse artigo não é a discussão sobre o sentido místico da Santa Missa. Essa breve introdução é necessária porque é justamente a falta de compreensão da realidade sobrenatural e sacrificial da celebração que impede o triunfo de um correto espírito de contrição e piedade. São Leonardo de Porto-Maurício foi um grande apóstolo da Liturgia, não porque tenha se destacado pelas suas arrebatadoras celebrações, mas porque conhecia a plenitude e a profundidade do Mistério do Altar. Os sermões que o frade proferia arrebatavam corações, convertia infiéis, santificava pecadores. Vejamos este pequeno trecho do livro As Excelências da Santa Missa:
"O Santo [São Vicente Ferrer] queria que o altar fosse ornamentado com magnificência; exigia extremo asseio nos paramentos e vasos sagrados. Confesso que a pobreza de muitas igrejas escusa-as de possuir paramentos ricos, bordados a ouro e seda; quem pode, porém, dispensar o asseio e a decência convenientes? Zelo tão ardente pelos Santos Mistérios animava o seráfico São Francisco, que, apesar de seu amor à santa pobreza, queria os altares mantidos em perfeita limpeza, e mais ainda os sagrados paramentos que diretamente servem ao Divino Sacramento. Ele mesmo punha-se muitas vezes a varrer as Igrejas.

São Carlos, em suas ordenações, mostra-se tão exigente em coisas que podem parece mesquinhas minucias, que, na verdade, é de admirar.

Para terminar, a augusta Mãe de Jesus, nosso Deus quis pessoalmente fazer-nos compreender esta necessidade, quando em uma aparição a Santa Brigida, disse: “Missa dicinon debet nisi in ornamentis mundis. “Não se deve celebrar a Santa Missa senão com paramentos convenientes, que inspirem devoção por seu asseio e decência”
Fato digno de admiração são os novos movimentos, que impulsionados por um sincero amor ao que há de belo na Santa Tradição e na Pia Liturgia pelos meios mais diferentes oferecem aos fiéis o que lhes é poupado por “preocupados pastores”. Fiéis possuem retirada a escolha, são sujeitados ao populismo reinante que arrombou as portas das Igrejas e transformou o local, o rito, em mais uma ocasião de festa ou de promoção social.

O “rito do povo”, o pão “eucaristizado”, “a assembléia celebrante”, “a palavra como pão”, mediante o uso de tais termos, como seria possível demonstrar a sacralidade presente naquele momento ou a “janela aberta sobre o Calvário” (Pe. Gianpietro- Missão Belém)?

Os movimentos, principalmente os juvenis, que estimulam a devoção para com o Santíssimo Sacramento, são estigmatizados como retrógrados ou anacrônicos e representados como fruto de uma geração saudosista de pais burgueses. Seria necessário aqui responder qual o motivo de um zelo, cuidado e até carinho para com os santos paramentos ou alfaias ser diretamente associado a uma classe social, por acaso seria fator determinante de um “amor a pobreza” o amor ao feio e ao odioso?

Gostaria aqui de lembrar os anais cistercienses, que na pessoa dos fundadores São Roberto de Molesme, Santo Estevão Harding e Santo Alberico, pedem a mais singela nudez nas igrejas (pois diferente da outras abadias que para os fundadores dificultam a contemplação com as portentosas pinturas) as capelas cistercienses devem refletir os conselhos evangélicos. Sabemos, por outro lado, que na primeira fundação um grande crucifixo dominava todo o templo em sua profunda beleza, causando admiração aos visitantes.

Os atuais “artistas” sacros entendem essa singeleza como esconder ao sagrado, o altar parece mais uma mesa jogada ao acaso em um salão de festas e a reserva eucarística na melhor das hipóteses será símbolo de alguma coisa libertadora. (uma foice-sacrário?) Os exemplos dos santos são referenciais certos de como deve ser a atitude para com o Sagrado, Madre Clélia Merloni possui uma preocupação constante com a lamparina que ardia frequentemente diante do Sacrário, a qual jamais poderia ficar apagada, nos últimos momentos de sua vida ela entenderá o significado profundo da tremula chama.

Voltando ao exemplo dos movimentos juvenis que lutam pela defesa da Liturgia (com L maiúsculo), estes são desmotivados a procurar uma intensa vida de piedade e aderir a uma causa política que é sem sombra de dúvida, muito mais emocionante.

Os modernos liturgistas fazem questão de condenar como algo nojento as antigas celebrações e procissões papais, que exaltavam um homem e causavam o sofrimento daqueles que não podiam atingir tal estado. Acusação infame que Chesterton em sua divina obra “Ortodoxia” demonstra ser no mínimo fundada em uma falta de conhecimento e acima de tudo em um problema do próprio critico esta acusação. O pensador nos lembra que aqueles suntuosos papas e bispos que apareciam em público com fausto celeste, carregavam por baixos das planetas e capas, metálicos instrumentos de penitência, ou então, quando sozinhos se entregavam a chorar os próprios pecados e os pecados do mundo e não poucas vezes dormiam sobre duras tábuas usando um burel grosseiro.

Os modernistas nos acusarão de tentar negar algo visível, não nega-se a visível suntuosidade de Santa Maria Maior, o esplendor de São Paulo Extra-Muros, as procissões respeitosas; esquecem os mundanos liturgistas que as grandes ocasiões e os faustosos momentos não aconteciam em público. Apareciam as carmelitas em público trajando cilícios e instrumentos de mortificação? Surgiriam em público papas com rostos inchados por chorar as ofensas ao Sagrado Coração? As passionistas apareciam pelas ruas rasgando os hábitos em memória da Paixão do Redentor?

Ademais, é importante frisar que a suntuosidade das celebrações romanas só são menores que o espírito de contrição, piedade e reverência ali presente. As Santas Missas papais e cardinalícias são exemplos para todos os Sacerdotes, não por conta do esplendor dos paramentos, vasos sagrados e construções, mas, principalmente, pela dignidade e respeito que se tem ao Mistério, fruto da compreensão do caráter sacrificial da celebração. Claro que a beleza também deve ser imitada, já que quando usada para resplandecer a grandeza da Eucaristia só torna mais sublime a adoração. Em tempos não muito distantes tanto as pequenas comunidades como as grandes catedrais tinham belas casulas, delicados cálices e patenas etc, simplesmente porque era ponto pacífico entre os fiéis a importância da respeitabilidade à Liturgia, reverência representada no cuidado com a beleza.

Tolos homens negam o remédio que lhes é dado, se lhes fossem tirados os faustosos cortejos que lembram a sublimidade dos Mistérios, chorariam ao ver a miséria que recobre os mais pequenos esconderijos humanos e gritariam de dor ao ver que não podem imitar os exemplos daqueles que acusam de orgulho e soberba.

Missa na forma extraordinária no Rio de Janeiro, dia 11 de julho de 2009

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No próximo dia 11 de julho, ao meio dia e meia hora, com a benção de seu Arcebispo, será celebrada no Rio de Janeiro a Santa Missa na forma extraordinária do Rito Romano. A Missa será uma primeira reunião dos católicos daquela cidade interessados no Rito Tridentino.

Compareça para dar seu apoio a essa importante iniciativa.

Na Missa, a rotina é NECESSÁRIA!

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Por Edem de Almeirda

Certa vez li um texto redigido por um protestante onde criticava o quanto enfadonho deveria ser, para Maria, ouvir, de cada católico, cinqüenta Ave-Marias por dia. Errou duas vezes: Maria aconselha a recitação do terço e, infelizmente, não são todos os católicos que o fazem diariamente.

Ele também não entendeu que o tédio não está na oração do terço, mas na pessoa que não compreende que o amor humano se constrói justamente na rotina, no ordinário, como pregou São José Maria Escrivá. Quem não ama o dia-a-dia, não ama.

Tentar eliminar a santa rotina da Missa é desencarná-la. Rechear o rito sagrado, intencionando com isso torná-lo menos aborrecido, desfigura o melhor sinal da unidade da Igreja de Cristo; e, paradoxalmente, a introdução de adornos de gosto questionável vão tornando cansativo o encontro eucarístico.

Seguindo aquele protestante que não via qualquer possibilidade de viver o amor na rotina, esses “sacerdotes-gugus” e “sacerdotes-silvio-santos” transbordam seu aborrecimento interior tentando criar uma missa surpresa a cada domingo. Aparentando uma felicidade incontida, diante de uma platéia que não tem quem lhe ensine como rezar, na realidade, desnudam sua profunda tristeza e frustração com a própria vocação.

O sacerdote que transfere para a assembléia as orações que lhe cabe apresenta um sintoma de distúrbio de identidade. Esses padres estão convencidos, por uma ideologia insidiosa, que nada valem, pois o que vale é o povo. Estão persuadidos de que nada têm a transmitir ao povo - nem a Graça, é o povo que sabe tudo. É do povo que viria o verdadeiro sacerdócio, e que seu sacerdócio nada mais é que uma forma de opressão dos leigos. A conseqüência mais perniciosa dessa forma de viver (?) o ministério é o entorpecimento da consciência, levando o padre a abandonar o Povo de Deus à sua sorte. Com a desculpa de democratizar sua liderança religiosa, se acovarda, se acomoda, deixando as ovelhas presas fáceis.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vídeos: Missa na forma ordinária, mas versus Deum

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Quem disse que só a Missa tridentina pode ser solene, cantada em latim, e celebrada versus Deum (com o padre de costas à congregação, e de frente ao sacrário)?

Eis alguns vídeos que testemunham a favor de uma Missa muito bem celebrada, com latim e padre versus Deum, no rito atual, posterior ao Concílio, tal como temos - ou deveríamos ter - em nossas paróquias.











domingo, 28 de junho de 2009

Solenidade na Missa

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Tivemos, tempos atrás, um Ano da Eucaristia, e pouco em nossas igrejas brasileiras foi feito de realmente visível e significativo para a promoção do adequado culto litúrgico. Convocado por João Paulo II para renovar a observância às normas que regem a celebração da Missa – as quais, em muitos lugares, são esquecidas e contrariadas, conforme o Pontífice mesmo denuncia na Ecclesia de Eucharistia, especialmente nos números 10 e 52 –, pela maioria o evento só foi comentado “da boca para fora”.


Na Missa Pro Ecclesia, encerramento do Conclave que o elegeu, Bento XVI ordenou que essa comemoração fosse marcada “pela solenidade e retidão das celebrações.” Noutras palavras: rigoroso seguimento das rubricas do Missal (e falo do novo, de Paulo VI); cessação de qualquer invencionice por parte dos sacerdotes; decoro e circunspeção; paramentos corretos; proibição de cantos estranhos à tradição católica e de não menos estranhas palmas e demonstrações efusivas de alegria, nada apropriadas para quem assiste, na Missa, a renovação do sacrifício da Cruz. “Peço isso de modo especial aos sacerdotes.”


Não sou eu ou algum grupo quem pede obediência ao Missal. É a lei da Igreja. É o Papa. Se alerto para esse descuido, é por grave dever de consciência, pois minha alma de católico não me deixa inerte ante os incontáveis abusos na liturgia Brasil afora, em franca oposição a Roma. Estas linhas são movidas por caridade cristã!


A casula foi quase abandonada; certos padres inserem numa ou noutra parte da Missa gestos, símbolos (cartazes, plantas, fantasias, fogo etc) e palavras que são criações suas (em total desacordo com as regras vigentes); o povo reza orações reservadas aos sacerdotes e até por eles, às vezes, é incentivado a proferi-las (o “Por Cristo, com Cristo...”, a oração da paz, v.g.); os fiéis são convidados a atos não previstos (fechar os olhos, erguer as mãos, direcioná-las ao altar no “Por Cristo”, abri-las “para receber a bênção”, e outras provas bizarras de inesgotável e anticatólica criatividade, já atacada pelo então Cardeal Ratzinger em seu “A fé em crise?”); nem sempre as músicas são apropriadas; o incenso é raro; e os ministros extraordinários – leigos – são usados na proclamação do Evangelho e, ordinariamente, na distribuição da Comunhão (contrariando a Ecclesiae de Mysterio). Exemplos de um claro desrespeito às normas litúrgicas e ao Ano da Eucaristia.


A Missa, em vários rincões da pátria, não é celebrada como deveria, como manda o Papa, como prescreve o Missal. E isso é fato! Não há o que discutir! Compare-se o texto oficial com o que é feito e tem-se o resultado.


Claro, todos dizem obedecer ao Santo Padre. Não passa disso, infelizmente. Forçoso é reconhecer que uma parte do clero desconhece ou não aplica a recente Redemptionis Sacramentum. É ela sumariamente ignorada, como se valor não tivesse. Aprovada pelo Papa, a maioria não a segue. De nada adianta falar em obediência. São precisos atos concretos. Quando o Papa manda “x” e se faz “y”, não se o está obedecendo. Não vale muita coisa dizermos que o amamos e protestarmos obediência, se não fazemos o que ele ordena. “Será abençoado por Deus quem demonstrar seu amor à Eucaristia pela fidelidade às normas da Igreja” (Cardeal Sales), e não às inovações das equipes de liturgia e dos párocos.


O discurso dê lugar à prática. É hora de estudarmos os documentos e corrigirmos as muitas falhas em nossas celebrações. Com urgência! Esse o meu apelo, essa a minha súplica.

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