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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Missa Solene da Assunção de Nossa Senhora

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Por Juliana R. Lima

Em uma missa lindamente celebrada, Pe. Gaspar e os diáconos Sidnei e Adriano nos brindaram com uma liturgia riquíssima no Mosteiro de S. Bento em honra a N. Sra. da Assunção, padroeira do Estado de São Paulo junto com o grande Apóstolo dos gentios. Mas mais ainda: ela é padroeira da basílica abacial dos monges. Por isso era festa da padroeira hoje lá.

Foi uma missa solene e com diácono e sub-diácono. A Epístola e o Evangelho foram cantados pelos dois diáconos. A Epístola pelo Dc. Sidnei e o Evangelho pelo Dc. Adriano. Em seguida, Pe. Gaspar brindou-nos com um lindo sermão, onde falou sobre Nossa Senhora, e cujo áudio você pode ouvir aqui.

Ele explica de maneira belíssima o mistério da Assunção e como devemos tomar a Virgem de modelo para as nossas vidas.

Veja algumas fotos dessa missa belíssima:






















E após a missa, fui falar com o Pe. Gaspar. Ele está muito feliz com o que viu da nossa pequena comunidade em São Paulo. Ainda não somos uma paróquia pessoal, é fato. Mas caminhamos para isso, se Deus nos ajudar. E ele falou estar muito bem impressionado e que dava a sua bênção a todos daqui. Ele sabe do nosso pequeno blog, sabe que estamos em comunhão com a Adm. Apostólica e com a Igreja e que trabalhamos para a nossa fé e para a glória de Cristo e sua Igreja.

Na sacristia, conversando com o Dc. Adriano e um dos monges, vejo esse paramento belíssimo, que foi usado pelo padre na missa:
Veja que casula linda. Toda bordada à mão. Esses paramentos são da dedicação da basílica, de 1922 e o abade fez questão que eles usassem tais paramentos. É uma riqueza, um luxo só

É muito bom ver a Igreja tão bem representada e uma missa belíssima. A coleta de hoje foi toda destinada ao seminário da Administração Apostólica, do qual o Pe. Gaspar é reitor. Afinal, agosto é mês das vocações. Esperamos ter contribuido com pelo menos um pouco para ajudar a formar sacerdotes santos.

Lembrando que domingo que vem tudo volta ao normal e quem participa das aulas sobre magistério com o Pe. Jonas, a aula é às 20:30 no salão da S. Gonçalo. Entrem pelo portão de trás da igreja. Quem não foi, vá. A aula é excelente e um aprendizado que não tem preço.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A arte de celebrar a Liturgia

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Por D. Alfred C. Hughes, Arcebispo Emérito de New Orleans, Louisiana, Estados Unidos.

Artigo publicado no Clarion Herald, jornal oficial da Arquidiocese de New Orleans, em 08/08/09. Original em inglês disponível em:

http://www.clarionherald.org/pdfs/2009/08_08_09/header/page02.pdf

Tradução: Fabiano Rollim

O Arcebispo Malcolm Ranjith (Ex-) Secretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, recentemente proferiu uma palestra na Gateway Liturgical Conference em St. Louis. Ele tocou na questão central que precisamos enfrentar se quisermos realizar a visão expressa na Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II: a arte de celebrar a Sagrada Liturgia.

Primeiro, ajuda-nos reconhecer que o termo arte geralmente se refere a habilidades criativas que contribuem com a beleza. Entretanto, da forma como isso se aplica à Sagrada Liturgia, as habilidades humanas são subordinadas à realidade divina que está acontecendo. Quando o foco é no humano, separado do divino, a celebração da Liturgia sofre.

Não deve haver qualquer tensão entre a arte de celebrar e a plena, ativa e frutuosa participação de todos os fiéis. Infelizmente, no primeiro estágio de implementação da Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II, uma grande ênfase foi dada no aspecto externo da participação do povo. Como resultado, o foco na plena participação pendeu mais na direção do envolvimento de ministros leigos na Liturgia do que nas disposições interiores requeridas para fazer a participação mais frutuosa. Na Sagrada Liturgia é Cristo quem age. O que é incrivelmente importante é que nós somos interiormente unidos a Ele na oferta sacrifical que Ele fez uma vez historicamente e que é re-presentada na celebração sacramental da Liturgia. O Senhor é o artista. A nossa parte é estar unidos a Ele.

Logo, a arte de celebrar bem não é apenas questão de executar uma série de ações reunidas em uma unidade harmoniosa, mas uma comunhão profundamente interior com Cristo e sua ação auto-sacrifical e salvífica. Isto significa que o sacerdote precisa entrar em uma atitude profundamente reverente, totalmente concentrada e humilde, de fé e oração. Seu senso de temor tem que ser tangível. Seu desejo de viver o que está celebrando tem que ser reconhecido em sua vida.

Mais ainda, a Sagrada Liturgia é uma ação que foi confiada à Igreja. O celebrante não é dono da Liturgia. Ela não é sua para que possa alterá-la. A Liturgia é um presente, um tesouro, a ser respeitada e recebida com senso de reverência e protegida contra uma secularização inapropriada.

O próprio Cristo é o principal celebrante. O Papa Bento XVI, na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis (N.23), afirma esta verdade vigorosamente: “É necessário que os sacerdotes tenham consciência de que, em todo o seu ministério, nunca devem colocar em primeiro plano a sua pessoa nem as suas opiniões, mas Jesus Cristo. Contradiz a identidade sacerdotal toda tentativa de se colocarem a si mesmos como protagonistas da ação litúrgica. Aqui, mais do que nunca, o sacerdote é servo e deve continuamente empenhar-se por ser sinal que, como dócil instrumento nas mãos de Cristo, aponta para ele. Isso exprime-se de modo particular na humildade com que o sacerdote conduz a ação litúrgica, obedecendo ao rito, aderindo ao mesmo com o coração e a mente, evitando tudo o que possa dar a sensação de um seu inoportuno protagonismo”.

Um dos grandes riscos ao celebrar a Missa voltado para o povo é que o sacerdote será tentado a atrair a atenção para si mesmo. Somos todos humanos. Mas o centro da ação é Cristo. A forma como falamos e agimos tem que atrair a atenção para esta verdade. Logo, um senso de temor e mistério deve perpassar a celebração com o silêncio apropriado e num espírito de oração. O que fazemos é Liturgia Divina. É eclesial em sua forma. Não deve estar sujeita a ajustes pessoais. É por isso que a correta arte de celebrar envolve aderência fiel às normas litúrgicas em toda a sua riqueza.

O Santo Cura D´Ars certa vez escreveu: “Todas as boas obras juntas não se igualam ao valor do sacrifício da Missa, porque elas são boas obras de homens, e a santa Missa é a obra de Deus. O martírio não é nada em comparação a isso; ele é o sacrifício que o homem faz de sua vida a Deus; a Missa é o sacrifício que Deus faz ao homem de seu Corpo e seu Sangue”.

Deus nos conceda a todos nós que somos sacerdotes a graça de realizar e cumprir este papel maravilhoso de tal forma que verdadeiramente propiciemos a “plena, ativa e frutuosa participação de todos os fiéis”.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Procissão em Belém do Pará

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D. Orani João Tempesta, OCist, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, em procissão quando ainda era Arcebispo de Belém do Pará.

Colocamos essa foto aqui como exemplo de respeito do Prelado às tradições litúrgicas. Uma procissão segundo o rito moderno, forma ordinária, com liturgia em vernáculo mesmo, mas toda solene, com pluvial, e dois diáconos de dalmática, segundo as pontas do referido paramento.

Que bom se toda procissão fosse assim...


domingo, 16 de agosto de 2009

Pela Missa no rito moderno celebrada em latim, como deseja o Papa

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A Missa no rito romano conforme o Missal de São Pio V (dita “Missa tridentina”) começa a ser celebrada de modo mais generoso Brasil afora. Também o Veritatis Splendor se soma na campanha, junto aos Bispos, para que tenhamos, em cada Diocese, um local de culto segundo a forma tradicional do rito romano.

Todavia, não é só a “Missa tridentina” que é celebrada em latim. Muitos não se dão conta, mas o rito reformado por Paulo VI e João Paulo II, que atualmente é o normativo na Igreja Latina, a Missa que normalmente temos nas nossas paróquias (claro que, livres dos numerosos abusos litúrgicos que se espalharam, infelizmente), também é em latim. Sim, pode-se celebrar a chamada “Missa nova” em latim. E o Papa vem pedindo que o faça!

Vejam mais sobre isso em:

Sobre a Missa em latim

A confusão entre missa em latim e o rito tridentino

Leitor pergunta sobre a Missa em latim

Novo leitor pergunta sobre Missa em latim

Nesse sentido, não só nosso apostolado conclama a que peçamos aos Bispos a “Missa tridentina” em uma igreja da Diocese, mas também que conversemos com nossos párocos para que a “Missa nova” seja celebrada, em cada igreja, ao menos uma vez por mês em latim. O idioma da Igreja Ocidental não deve ficar restrito à forma tradicional da Missa romana: o rito reformado, pós-Vaticano II, também deve valorizá-lo, conforme pede o Santo Padre.

Essa “Missa nova” em latim não precisa de autorização do Bispo, eis que é a Missa normativa no rito romano, é o mesmo rito romano reformado, atual, em uso, apenas com mudança da língua. Basta conversarmos com os padres que conheçamos e sejam fiéis ao Magistério e à disciplina da Igreja.

A língua oficial para a celebração da Santa Missa e de todos os atos litúrgicos, no rito romano, em ambas as formas, tradicional (tridentina) e moderna (renovada), é o latim. O Concílio Vaticano II, ao contrário do que muitos pensam, não aboliu o uso do idioma latino, antes o incentivou. “Salvo o direito particular, seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos latinos.” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 36, § 1)

Há, isso sim, uma permissão para que a Missa seja oferecida em vernáculo, i.e., nas línguas nacionais dos vários países. Pode-se, além disso, dizer determinadas partes da Missa em latim e outras em vernáculo.

Portanto, a regra é que a Santa Missa, em rito romano, deva ser celebrada em latim, permitindo-se que seja oferecida em vernáculo.

“A Língua Latina é a língua própria da Igreja Romana.” (Sua Santidade, o Papa São Pio X, Encíclica Inter Pastoralis Officii) “O uso da Língua Latina é um claro e nobre indício de unidade e um eficaz antídoto contra todas as corruptelas da pura doutrina.” (Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei) “Que o antigo uso da Língua Latina seja mantido, e onde houver caído quase em abandono, seja absolutamente restabelecido. – Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso da Língua Latina nos sagrados ritos da Liturgia.” (Sua Santidade, o Papa Beato João XXIII. Encíclica Veterum Sapientia) “Providencie-se que os fiéis possam juntamente rezar ou cantar em Língua Latina as partes do Ordinário que lhes competem.” (Concílio Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 54) “O Latim exprime de maneira palmar e sensível a unidade e a universalidade da Igreja.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo I, Discurso ao Clero Romano) “A Missa se celebre quer em língua latina ou quer noutra língua, contanto que se usem textos litúrgicos que têm sido aprovados, de acordo com as normas do direito. Excetuadas as Celebrações da Missa que, de acordo com as horas e os momentos, a autoridade eclesiástica estabelece que se façam na língua do povo, sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo Sacrifício em latim.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instrução Redemptionis Sacramentum, 112) “A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as directrizes do Concílio Vaticano II: exceptuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano.” (Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 62)


sábado, 15 de agosto de 2009

O Movimento Litúrgico do século XX

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Alguns abusos foram cometidos pelo Movimento Litúrgico. E pérolas foram descobertas e aproveitadas. A própria reforma da Semana Santa por Pio XII e o código de rubricas do Beato João XXIII incorporado no Missal de 1962 (versão em uso para a forma extraordinária do rito romano) foram conseqüências claras e explícitas do Movimento Litúrgico.

Mas, querendo fazer o bem, alguns se excederam e tiveram idéias influenciadas pelo arqueologismo (ou antiquarianismo). A Mediator Dei, de Pio XII, condenou os abusos e ficou com que era bom. Não se pode negar, entretanto, que determinadas idéias arqueologistas estavam presentes na reforma de Paulo VI - o que em nada compromete a sua autoridade nem desmerece o rito dito moderno.

Impossível, contudo, avançar sem falar sobre esse Movimento, que foi importantíssimo para o catolicismo do século XX.

Não posso deixar de citar alguns nomes que dele fizeram parte. Uns foram um tanto exagerados e cometeram sérios equívocos, outros conservadores demais, mas todos quiseram fazer algo para que o povo entendesse melhor o que se celebrava.

D. Prósper Guéranger, OSB
D. Lamber Beauduin, OSB
Pe. Adrian Fortescue
Pe. Romano Guardini
Fr. Pius Parsch, OSA
D. Odo Casel, OSB
Pe.
Gerald Ellard, SJ
Pe. Josef Andreas Jungmann, SJ
Pe. Louis Bouyer
Mons.
Annibale Bugnini, CP
D. Ildefons Herwegen, OSB

Ações do Movimento Litúrgico foram a publicação de vários manuais de rubricas e cerimônias para os padres, a edição de missais bilíngües para que os fiéis acompanhassem a Missa, a autorização que conseguiram da Santa Sé para que os sacramentos, fora da Missa, fossem celebrados em vernáculo (principalmente o Matrimônio), o incentivo à Missa dialogada, a insistência no canto gregoriano (em virtude de certas polifonias que eram muito rebuscadas e demoradas) etc. Todos tentaram recuperar a simplicidade do rito romano, uns mediante reformas que respeitariam o desenvolvimento orgânico (sem mutilar o que foi acrescentado de modo natural ao rito, ao longo dos séculos), outros mutilando-o.

Links:
http://en.wikipedia.org/wiki/Liturgical_Movement
http://www.britannica.com/eb/article-9048559/Liturgical-Movement
http://findarticles.com/p/articles/mi_qa3818/is_200001/ai_n8894854
http://en.wikipedia.org/wiki/Romano_Guardini

sábado, 8 de agosto de 2009

Seleção de perguntas e respostas (verdadeiras) sobre normas litúrgicas

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1º É realmente necessário, na hora de rezar o Pai-Nosso, erguer as mãos como o sacerdote? Se sim, pq?

Pelo contrário! Não se deve erguer as mãos.

2º Na hora da comunhão o sacerdote deve sempre comungar primeiro?

Sim, e só a comunhão do celebrante é necessária para a licitude da Missa. Se os fiéis não comungarem, não há problema, mas o celebrante é obrigado.

3º O sacerdote pode, antes de comungar (logo após o Cordeiro de Deus), alertar os fiéis que estiverem em pecado que eles não poderão comungar?

Claro! Pq não poderia?

4º Nas missas durante a semana, é permitido trocar a primeira leitura por um trecho da vida de um santo? Pq eu fui até uma Igreja de São Francisco e lá eles leram a vida desse santo no lugar da primeira leitura...Eu achei mto estranho.

Estranho e ERRADO! É preciso fazer o que está no Missal, ler o que está no Missal... As leituras são as propostas, pelo Lecionário, para o dia (exceto em dias feriais do Tempo Comum, quando outras, em ocasião especial, podem ser escolhidas; ou nas Missas Votivas e Rituais, quando há Lecionário específico).

Aqui no Rio não se costuma levantar as mãos durante o Pai Nosso, mas é costume dar as mãos. Isto é errado?

Sim. O que não está previsto, não se deve fazer. Não há sentido litúrgico no ato, além disso.

Quando se ora: Por Cristo, com Cristo...levanta-se a mão ou não?

A chave para entender as normas litúrgicas é se perguntar: pra que serve tal ato?

Aplica nesse caso: qual o sentido de levantar a mão, estendendo-a ao altar? É tornarmo-nos participantes do oferecimento que o padre faz, não? Ora, se não se pode dizer a oração com ele, justamente porque o oferecimento é algo específico de sua condição sacerdotal, pq iríamos fazer a mesma coisa que dizer a oração, só que de outro modo (levantando as mãos)?

--> Neste ponto, um interlocutor tenta contra-argumentar:

"Levantar as mãos é uma atitude orante. Pode significar súplica, louvor e entrega a Deus." - Assim definem alguns autores.

É sabido que o Batismo e a Crisma conferem o Sacerdócio Comum dos fiéis (1Pd2,4-6); todos os fiéis são cooferentes do sacrifício do Cristo Sacerdote e são cooferecidos com Cristo Hóstia em cada Eucaristia.

É sabido também que a Doxologia Final é o verdadeiro e próprio ofertório da missa.

Logo, o gesto de levantar as mãos nesse momento tem sentido. Pode não estar previsto no Missal, mas sentido tem.

Por essa tua definição, o sacerdócio comum dos fiéis em nada se diferencia do sacerdócio hierárquico.

Reitero que não há sentido em elevar as mãos no "Por Cristo", nem em nome do sacerdócio comum dos fiéis, dado que tal ato é próprio do sacerdócio hierárquico. O "Por Cristo" nada mais é do que o oferecimento do sacrifício recém efetuado. Ora, é próprio do sacerdócio oferecer o sacrifício da Missa, que com a Cruz possui uma identidade substancial.

Entender que o gesto tem sentido à luz do sacerdócio comum dos fiéis é desvalorizar o sacramento da Ordem, e dessacralizar a Missa, já tão pouco crida e entendida como sacrifício. Os ritos da Missa devem apontar para a sua substância sacrifical e, para tal, colabora a previsão de palavras, gestos e cerimônias que ressaltem o sacerdócio hierárquico, o poder de tornar presente a Cruz durante a Missa, a ação in Persona Christi.

O modo pelo qual oferecemos, com o sacerdote, o sacrifício da Missa, é distinto. Tanto é assim que, em latim, o celebrante convida os fiéis, antes da Oração sobre as Oferendas: "Ora, irmãos, para que o meu e o vosso sacrifício sejam aceitos por Deus Pai onipotente." Não bastaria dizer "nosso" em vez de "meu"+"vosso"? Não. Pois essa distinção de termos implica na distinção de sacrifícios, na distinção de modos de participação no sacrifício. O padre sacrifica, oferecendo a substância do sacrifício da Cruz, tornando-a realmente presente. Nós sacrificamos pelo sacrifício de louvor, i.e., pela união com os sentimentos, a inteligência e a vontade de Cristo que no altar renova, de modo incruento, seu sacrifício.

É lícito ao sacerdote omitir as 2 leituras e o salmo da Missa de Domingo quando esta é a chamada Missa das Crianças?

A Liturgia da Palavra não pode ser mutilada. A supressão de leituras só ocorre, dentro das regras, e com suficiente motivo, na Solene Vigília Pascal.

Missa com Crianças NÃO tem rito próprio: apenas muda-se a Oração Eucarística, utilizando-se uma das duas que estão no Missal especialmente para tal.

A prática de suprimir leituras, embora comum, é proibida.

Na minha paróquia era comum o seminarista presidir a celebração da missa das 17h.

Se não é sacerdote, não é Missa. Missa é o sacrifício de Cristo na Cruz tornado novamente presente. Sacrifício pressupõe sacerdote. Sem sacerdote, não há sacrifício. Sem sacrifício não há Missa.

Insisto que não se trata de decorar regras litúrgicas, mas de entender a teologia por trás disso.

celebração pode ser feita por um seminarista??

Bem, ordinariamente, o Rito da Sagrada Comunhão com Celebração da Palavra de Deus, que é composto da Liturgia da Palavra e da distribuição da Santíssima Eucaristia, só pode ser feito quando não se pode celebrar Missa (seja porque o padre já celebrou no dia e não pode binar, seja porque não há tempo, seja porque o padre está suspenso da autorização de celebrar Missa, seja por qualquer outro motivo). Mesmo esse rito, que se chama, popularmente, de "celebração", deve ser feito por sacerdote e diácono. O leigo só pode presidi-lo em casos excepcionais, de falta de sacerdote mesmo.

Já uma celebração sem distribuição da Comunhão é um rito não-litúrgico e, como tal, pode ser presidido por leigos.

Sempre entendi que a Santa Ceia remete ao sacrifício da cruz. Entretanto já ouvi alguns defenderem a idéia de que já naquela última refeição Jesus ofertava realmente seu corpo e sangue, como se naquela ceia tivesse acontecido a primeira transubstanciação. Não entendo essa hipótese, porque o sacrifício ainda não havia acontecido.

Então pergunto, na última ceia, o que os apóstolos comeram e beberam já era o corpo e sangue de Cristo, ou era vinho e pão? Se já era corpo e sangue, como isso foi posível antes do sacrifício da cruz?

Assim como a Missa atualiza o Sacrifício da Cruz, a Santa Ceia o antecipa.

Missa, Cruz e Ceia são uma só realidade, com a mesma identidade substancial. Assim como o Corpo e o Sangue de Cristo tornam-se presentes na Missa pela perpetuação da Cruz, igualmente tornaram-se presentes na Última Ceia pela antecipação da Cruz.

Por isso, os elementos foram, sim, transubstanciados.

Tenho dúvidas quanto ao momento em que dizemos: "Cordeiro de Deus que tirais..." 1. Ele pode ser cantado? Porque dependendo de onde assisto a missa, a equipe de música embala logo após o cumprimento da "Paz de Cristo".

Existem cantos na Missa e cantar a Missa. Toda a Missa pode ser cantada. Infelizmente, isso é raro no Brasil, ainda mais em latim.

O Cordeiro não é um canto de Missa, mas uma parte do Ordinário da Missa. Como tal, pode ser recitado ou cantado.

2. No momento em que proclamamos "Cordeiro de Deus..." não devemos estar virados para o altar? Complementando a primeira questão: porque ou quando o Padre diz "Cordeiro de Deus..." as pessoas ficam se abraçando ou quando a equipe de música canta as pessoas continuam dispersas...

Pois é... Aí um dos problemas da tal "música de paz", que não existe!

Outra coisa que me incomoda muuuuuuito é quando inventam de cantar: "Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo..."

(erguendo os braços)
"Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, te aclamar, (salva de palmas) Deus Trino de Amor!"

De fato, é antilitúrgico, e ainda um erro teológico, pois a invocação tradicional diz apenas uma vez "em nome de", para significar que, embora três Pessoas, é um só Deus.

Ou então quando alguém toma o microfone depois da oração pós-comunhão e começa com as invenções: "Agora eu queria..."

Se for depois da pós-comunhão não pode. Mas na Ação de Graças, é possível, sim, rezar orações em voz alta, e mesmo espontâneas, desde que ordenadas, calmas, sem euforia.

Não gosto nem quando

Não é nem questão de gostar, caríssimo. É desobediência mesmo.

em vez da invocação à Ssma. Trindade, o padre diz: "Bom dia".

Sim. A Missa não é para o povo, mas para Deus. Não é o padre falando com o povo, e sim o padre, com o povo, falando para Deus. Logo, o "bom dia" deve ser para Deus, hehehe, e esse "bom dia" é dado nas diferentes orações litúrgicas previstas. A saudação ao povo é dada no início, após o sinal-da-cruz, e é com ela que o padre deve saudar o povo.

Há um tempo li num site não-tradicionalista um professor dizendo que mulheres não devem fazer as leituras. Isto é correto?

Não. A IGMR não proíbe, a Cúria Romana já disse que pode, os maiores especialistas em liturgia (entre eles, o Mons. Peter Elliott, que é minha fonte de consulta permanente) dizem que pode. Aliás, nas Missas do Papa seguidamente mulheres fazem leituras.

O que não pode é uma mulher receber o ministério ("ordem menor") de leitor. Mas servir como leitora em Missas, sem o ministério instituído, pode.

O momento imediatamente depois que comungamos, o que fazer? Uma oração de agradecimento? Pedidos? Um Pai-Nosso? Alguma outra oração específica para o momento? Ou essa parte é livre e de escolha individual?

Fazer uma ação de graças, conforme a piedade de cada um. Agradece-se a Deus pelo dom recebido da presença de Cristo na alma. Pode-se pedir algo, contemplar, simplesmente, agradecer por outros favores, dialogar com Jesus.

Comunidades (paróquias, movimentos, associações) podem, após o período de silêncio necessário à ação de graças pessoal, ter um momento de ação de graças comum: um canto, uma oração etc.

Os membros do Regnum Christi, por exemplo, sempre rezam, individualmente, algumas das muitas orações sugeridas em nosso Manual: "Oração a Jesus Crucificado", "Oração de Clemente XI", "Oferecimento de Santo Inácio de Loyola", "Alma de Cristo", "Oração a Cristo Rei" etc. E, nas nossas Missas, além dessa ação de graças pessoal, rezamos, em comum e em voz alta, a "Oração pelo Papa" e a "Oração pelo Diretor Geral". Em determinadas solenidades, a "Oração pela fidelidade dos membros do RC e dos Legionários de Cristo".


O breviário (o livro que contém a Liturgia das Horas, Ofício Divino) do rito novo (não sei se no antigo há) traz, como apêndice, algumas orações sugeridas para o sacerdote após a Comunhão (algumas delas são as que usamos no Manual de Orações do RC).

Eu fiz um encontro de formação com o Frei Joaquim Fonseca, Coordenador de música-litúrgica da CNBB, ele nos ensinou bater palmas no Glória, além de ensaiarmos uns minutos antes com a Assembléia, para q todos cantem. E eu 'sabia' que só na Quarema não podia bater palmas. Mas com o que escrevestes, pposso concluir que na Missa palmas não debem existir de maneira alguma?

Na Missa não se bate palma. Missa é Cruz. Diante da Cruz, quem bateria palmas?

O tal frei pode ser assessor de liturgia da CNBB, mas continua errado. Aliás, isso só explica o motivo do estado lamentável de nossas celebrações. Aqueles que deveriam ensinar o certo são os primeiros a fazer o errado.



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