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sábado, 26 de março de 2011

Liturgia e espiritualidade beneditina

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"A obra própria do beneditino, sua missão, é a liturgia. Ele faz profissão para ser, na Igreja, UMA sociedade de louvor divino, aquele que glorifica a Deus segundo as formas instituídas por ela; ela que sabe como honrar Ao Senhor e possui as palavras de vida eterna." (D. Paul Delatte, OSB)

Mais informações sobre essa abade da célebre casa monástica de Solesmes, aqui, em francês.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sermão de Sto. Antônio de Pádua sobre a Anunciação

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"10.“O anjo Gabriel foi enviado” etc.
Acabamos de ouvir de que maneira a Virgem Maria concebeu o Filho de Deus Pai. Vamos ver agora, brevemente, de que jeito a alma concebe o espírito da salvação. Na Virgem Maria vemos representada a alma fiel: “virgem” pela integridade da fé. Com efeito, diz o Apóstolo: “Eu vos prometi a um único esposo, para apresentar-vos como virgem casta a Cristo” (2Cor 11,2). “Maria”, isto é, estrela do mar, pela profissão da própria fé. “Crê-se com o coração para obter a justiça”, eis a virgem. “Com a boca faz-se a profissão de fé para obter a salvação” (Rm 10,10): eis a estrela que da amargura do mundo guia ao porto da salvação eterna. Essa virgem mora em Nazaré da Galiléia, quer dizer, “na flor da emigração”.

A flor é a esperança do fruto. Com efeito, a alma fiel espera “emigrar”, passar da fé à visão, da sombra à verdade, da promessa à realidade, da flor ao fruto, do visível ao invisível. Dizem os pastores: “Vamos até Belém, porque ali encontraremos bons pastos, o pão dos anjos, o Verbo Encarnado”. Lemos em Isaías: “Alegria dos burros selvagens, pastagem dos rebanhos” (32,14). Nos burros selvagens estão simbolizados os justos, cuja alegria será a pastagem dos rebanhos, quer dizer, o esplendor e a felicidade dos anjos, porque junto com os anjos pastarão, isto é, gozarão da visão do Verbo Encarnado. A essa virgem é enviado o anjo Gabriel, cujo nome significa “Deus me confortou”. Nele é indicada a infusão da graça divina e sem o seu conforto a alma desfalece. Por isso diz Judite: “Dai-me forças, ó Senhor, Deus de Israel, nesta hora”. “E, com o punhal, golpeou duas vezes o pescoço de Holofernes e cortou-lhe a cabeça” (13,9-10). Holofernes significa “enfraquece o boizinho engordado”. Nele é representado o pecador que, engordado com a gordura das coisas temporais, é despojado pelo diabo das virtudes e assim se enfraquece e fica doente. A cabeça de Holofernes é a soberba do diabo.

Diz Gênesis: “Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (3,15). No calcanhar é indicado o fim da vida. A Virgem Maria esmigalhou a soberba do diabo por meio da humildade, mas ele a tentou, no calcanhar, durante a paixão de seu Filho. Quem quiser arrancar de si mesmo a soberba do diabo, deve golpeá-lo duas vezes. Esse duplo golpe é a lembrança do nosso nascimento e o pensamento da nossa morte. Quem medita assiduamente sobre esses dois momentos da sua vida arranca de si a soberba do diabo, mas antes é preciso que implore o sustento da graça divina. “Agi virilmente e o vosso coração será confortado” (Sl 30,25).

11. “Entrando o anjo onde ela estava”.

Aqui é colocada em evidência a solidão da alma que mora em si mesma, lendo no livro da própria miséria e indo à busca da doçura divina: por isso ela merece ouvir dizer: “Ave!” O nome de Eva que quer dizer “ai” ou desgraça. Lido ao contrário fica Ave. A alma que se encontra no pecado mortal é Eva, ou seja, “ai” e desgraça, mas se ela se converte à penitência e ouve dizer-lhe Ave, quer dizer “sem ai”. “Cheia de graça”. Quem derrama ainda alguma coisa numa vasilha cheia perde tudo aquilo que nela coloca. Assim também na alma, se ela for cheia de graça, não pode entrar nela a sujeira do pecado. A graça penetra todos os espaços e não deixa nenhum pedacinho vazio em que possa entrar e ficar aquilo que lhe é contrário. Quem tudo compra, tudo quer possuir. E a alma é tão grande que ninguém pode preenchê-la a não ser somente Deus que, como diz São João, “é infinitamente maior que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo 3,20).

Uma vasilha bem cheia derrama em todas as partes. Da plenitude da alma recebem todos os sentidos porque, como diz o profeta Isaías, “será de sábado a sábado” (66), quer dizer, da paz interior virá a paz dos sentidos e dos membros. “O Senhor é contigo”. Ao contrário, lemos no Êxodo: “Não irei contigo, porque tu és um povo de cabeça dura” (33,3), isto é, desobediente e soberbo. É como se dissesse: “Eu iria contigo se fosses humilde!” Por isso ao humilde ele promete: “Tu és o meu servo: mesmo que tiveres que atravessar as águas eu estarei contigo e os rios não te submergirão. Se tiveres que atravessar o fogo, não te queimarás, a chama não poderá te queimar” (Is 43,2). Nas águas é simbolizada a sugestão do diabo, nos rios a gula e a luxúria; no fogo, o dinheiro e a abundância das coisas materiais; na chama, a vanglória. O servo, isto é, a pessoa humilde com quem está o Senhor, passa ileso através das sugestões do diabo, porque nem a gula nem a luxúria o cobrem. Quem está com a cabeça totalmente coberta não pode ver, cheirar, falar e ouvir distintamente. Assim, também quem estiver totalmente coberto pela gula e pela luxúria fica privado da faculdade de contemplar, discernir, reconhecer o seu pecado e obedecer. O humilde, mesmo que caminhe através do fogo das coisas temporais, não se queima com a avareza ou com a vanglória.

12. “Tu és bendita entre as mulheres”.
Lê-se na História Natural que as mulheres sentem compaixão bem mais intensamente do que os homens, derramam lágrimas bem mais do que os homens e possuem uma memória muito mais duradoura do que os homens (Aristóteles). Nessas três qualidades são indicadas a piedade com o próximo, a devoção das lágrimas, a lembrança da paixão do Senhor. Lemos no Cântico dos Cânticos: “Coloca-me como um selo em teu coração, uma tatuagem em teu braço, porque forte como a morte é o amor!” (8,6): o teu amor pelo qual morreste! Bem-aventuradas aquelas almas que possuem essas três qualidades. Entre elas é bendita, com o privilégio de uma bênção especial, a alma fiel e humilde, rica de obras de caridade. E em mérito a essa bênção, continua: “Eis que conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus”. Lemos ainda na História Natural que as mulheres grávidas sentem dores, perdem o apetite, a vista fica anuviada. Outras mulheres grávidas não gostam de vinho, porque bebendo-o perdem as forças. Isso acontece também com a alma. Quando, sob a ação do Espírito Santo, concebe o espírito da salvação: começa a arrepender-se de seus pecados, sente repugnância pelas coisas temporais, desagrada-se a si mesma, (este é o significado do anuviamento da vista); acostumada a admirar-se com gosto, não gosta do vinho da luxúria.

Por estes sinais poderás julgar se a alma concebeu o espírito da salvação que em seguida dará à luz quando der fruto na luz das obras boas. E a esse fruto dará o nome de “salvação” (Jesus), porque tudo o que faz é em vista da salvação. É a intenção - foi dito - que qualifica a obra. A alma fiel age para agradar a Deus, para obter o perdão dos pecados, edificar o próximo e alcançar a salvação. Digne-se conceder a salvação também a nós Aquele que é bendito pelos séculos dos séculos. Amém."


(Tradução: Frei Geraldo Monteiro, OFM Conv
Sermões de Santo Antônio. Ed. Messaggero - Padova,1979 - Volume III, pp. 158-161)

Recepção da veste talar no Seminário Arquidiocesano do Rio de Janeiro

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Ocorreu no dia 16 de Março, na paróquia São Pedro, RJ, a anual primeira recepção da veste talar dos seminaristas da Arquidiocese do RJ. A recepção da veste talar não é um rito litúrgico¹ (seria se fossem religiosos e houvesse isso na liturgia própria do instituto), mas apenas um ato devocional inspirado na liturgia.

Confiram as fotos:
Detalhe da sédia e do altar-mor da Igreja de São Pedro, a qual fica ao lado do Seminário São José do RJ/RJ.

Acima do altar mor se encontra uma belíssima imagem de São Pedro.
Procissão de entrada


Seminaristas do primeiro ano de filosofia que receberão a batina, como é costume devocional no seminário do RJ desde o período de Dom Eugênio Sales, o primeiro bispo a aplicar o Concílio Vaticano II na Arquidiocese.



Dom Pedro Cunha, bispo auxiliar do RJ.




Parentes e amigos dos seminaristas que receberão o hábito talar.

Momento da recepção da veste talar




Parentes e amigos trazem as vestes










Ofertório



Prefácio e oração Eucarística




Consagração


Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor. Salmo 115(116 B)


Introibo ad altare DEI, ad DEUM qui laetificat juventutem meam.
Subo ao altar de DEUS, para o DEUS que é a alegria da minha juventude.



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¹ Na forma ordinária do rito romano.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Rito do Noivado de leitores do Salvem a Liturgia, com trechos em latim, em Itapeva, SP (e, depois, álbum com fotos do meu próprio noivado)

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No dia 18 de dezembro do ano passado, um leitor do Salvem, Everton Siqueira, contraiu noivado com Letícia Cordeiro Cruz, mediante o rito próprio especificado no Ritual Romano, segundo a forma ordinária. A celebração foi feita pelo Mons. Aparecido Cravo da Costa, na Catedral de Sant’Anna, em Itapeva, SP, em vernáculo e trechos em latim, e contou com a participação de amigos e familiares do futuro casal.

Abaixo as fotos, com detalhe para o pluvial do padre:

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Eu também utilizei esse rito do noivado quando, em 2008, me comprometi com a Aline, também membro deste apostolado, e as fotos podem ser vistas clicando no link abaixo:

quarta-feira, 23 de março de 2011

Análise sacramentológica da Prece de Consagração de um Altar

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Uma das poucas coisas que reparamos durante as celebrações litúrgicas é o sentido teológico, sacramental e espiritual das palavras usadas nos textos.

A seguir, uma pesquisa feita para aclararmos um pouco mais sobre o sentido da Prece de Consagração de um Altar, que normalmente acontece durante a dedicação de uma igreja. Porém, também pode ser feita após uma restauração da mesma, pelo Bispo.

Prece de consagração de um altar

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terça-feira, 22 de março de 2011

As características das Santas Missas da Quaresma

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Apresentamos um interessante artigo do Arquimandrita João Carlos Teodoro, sacerdote católico da Igreja Greco-Melquita no Brasil, sobre as características da Quaresma bizantina, tirado de sua página na internet:

 

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A Igreja ajuda aos cristãos no seu esforço de jejuar, criando condições, que dispõem ao jejum e à penitencia. Durante a Quaresma, tudo muda na igreja, tudo é incomum: as missas, as orações, os cânticos, as melodias, as prostrações e todo o ambiente. O ambiente festivo e a solenidade são substituídos pelo arrependimento e pela purificação da consciência. Os padres se vestem em vestimentas escuras; a Porta Real se abre com menos freqüência, a iluminação é mais fraca, o sino toca menos, há poucos cânticos e mais leitura de salmos e de outras orações que predispõem à penitencia; as pessoas se ajoelham com mais freqüência.

Durante a Quaresma se repete freqüentemente a oração do Sto. Efrem o Sírio: "Senhor e Mestre da minha vida" com prostrações. A missa liturgica completa, como a mais solene de todas as missas, só é oficiada aos sábados e aos domingos, às 4as e 6as feiras durante toda a Quaresma há missas liturgicas dos Dons Pré-Santificados, que têm o caráter de penitencia.

A primeira semana tem o caráter especialmente rigoroso e suas missas são repletas de uma profundidade espiritual. Na 2a, 3a, 4a e 5a — feiras durante o grande vesperal é lido o cânone de Sto. André de Creta, que é capaz de comover até a alma mais empedernida e conduzi-la à penitencia. No sábado é lembrado o milagre do S. Teodoro de Tiro, o Megalomártir , que com a sua aparição salvou os cristão da profanação pelo sangue derramado em honra dos falsos deuses e ordenou a eles de comer o trigo cozido com mel no lugar da comida impura.

O primeiro domingo da Quaresma se chama de Domingo de Ortodoxia, que foi estabelecido em comemoração da vitória sobre os iconoclastas dos séculos 8 e 9, quando os santos ícones voltaram a ser novamente veneradas. Após a liturgia, é celebrada uma missa especial pedindo a conversão dos enganados.

O terceiro domingo da Quaresma é dedicado à adoração da venerável e vivificante cruz. No sábado, durante a missa vesperal a santa Cruz é levada do altar para o centro da igreja para adoração. Com isto, a Igreja inspira os fiéis para continuarem a jejuar, porque pela cruz Nosso Senhor retirou o poder do diabo e livra-nos dos pecados. A cruz fica no centro da igreja durante toda a quarta semana. Ao adorar a cruz, cantamos ou rezamos: "Adoramos a Tua cruz, Senhor, e glorificamos a Tua santa ressurreição."

Na quarta-feira da quinta semana, à noite, novamente é lido o Grande Cânon do Sto. André de Creta e é oferecida como exemplo a vida da Sta. Maria Egípcia, a qual, sendo uma grande pecadora, após a penitencia, se regenerou e se transformou numa santa igual-aos-apóstolos. Na sexta-feira à noite é oficiado o akáthistos em louvor da Nossa Senhora, A Qual, com a sua perfeição espiritual excedeu todos os homens e se transformou no nosso maior exemplo de inspiração.

Toda a sexta semana da Quaresma é uma preparação para a digna glorificação do Nosso Senhor, Que foi para Jerusalém para voluntariamente sofrer por nós. Na sexta-feira da sexta semana termina a Quaresma, como período designado para a penitencia. No domingo é comemorada a entrada do Nosso Senhor em Jerusalém e começa a Semana Santa — em que são lembrados os últimos dias de vida na terra do Nosso Senhor.

Durante a Quaresma, tudo nos ajuda a corrigir as nossas vidas: a abstinência da comida e de diversões, uma atenção especial nas orações em casa bem como na igreja. Desde os tempos antigos veio o costume de terminar a Quaresma com confissão e comunhão. Cada um de nós deve se preparar para a confissão, confessar sem pressa, com um profundo sentimento de arrependimento e com a intenção de modificar o nosso modo de viver. A comunhão nos proporciona uma enorme força espiritual. Por isso, é recomendável repetir a confissão e a comunhão várias vezes durante a Quaresma.

E a tradução brasileira do Missal quando vem mesmo?

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É, os EUA e a Grã-Bretanha não só fizeram uma excelente tradução para o inglês da III Editio Typica do Missale Romanum, corrigindo todas as imperfeições, como já estão editando os missais de altar para uso em seus países.

E a CNBB, quando dará à luz sua tradução mesmo? Sabemos que agora não há chance de enganar a Cúria e fazer passar uma tradução fajuta, como confessou, orgulhosamente, D. Clemente Isnard, OSB, e a tradução deverá ser fiel ao latim (ou seja, nada de “Ele está no meio de nós”, e “Deus do universo”, ou “por todos”).

Uma boa tradução é um passo na reforma da reforma…

Para dar um gostinho do que nossos irmãos católicos de língua inglesa experimentarão ao assistirem Missas na forma ordinária, no seu vernáculo, abaixo, as fotos do novo Missal da Inglaterra e do novo dos EUA.

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