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terça-feira, 8 de junho de 2010

Musica litúrgica - a Comunhão

Sigamos, chegando ao último capítulo, nossa série de textos sobre o Próprio da Missa. Esta série começou no dia 14 de Fevereiro de 2010. Depois de quase quatro meses, chegamos à Comunhão, o último item.

Estes são os links para as postagens anteriores:


*

A Santa Missa, celebrada em Rito Romano ou em qualquer dos ritos legítimos da Igreja, traz em si o estupendo milagre da presença real de Cristo nas espécies eucarísticas. O milagre não só impressiona por si mesmo, mas também por ocorrer em todas as vezes que a Missa é celebrada, desde há quase dois mil anos: um milagre tremendo se repetindo incessantemente, um incontável número de vezes ao longo da história desde a sua primeira ocorrência, pelas mãos do próprio Deus, quando sua celebração foi instituída.

Acredito não errar demais quando digo ser este o acontecimento mais impressionante da Santa Missa. Em segundo lugar, mas igualmente fenomenal à compreensão humana, está a ideia de receber o Corpo do próprio Cristo como alimento. Isto é a Comunhão. Se ela não existisse, a transformação do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo já seria suficientemente espantosa. Mas que os fiéis sejam alimentados por estes elementos torna tudo ainda mais grandioso.

Na Missa, a Comunhão se faz acompanhar por música. Para a Forma Ordinária, eis as instruções da IGMR:

86. Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole "comunitária" da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis. Havendo, porém, um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão.


Haja o cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade.


87. Para o canto da comunhão pode-se tomar a antífona do Gradual romano, com ou sem o salmo, a antífona com o salmo do Gradual Simples ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência dos Bispos. O canto é executado só pelo grupo dos cantores ou pelo grupo dos cantores ou cantor com o povo.


Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.


88. Terminada a distribuição da Comunhão, ser for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembléia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.
Vemos que, assim como no Introito, toma-se a antífona do Graduale Romanum, ou a do Graduale Simplex; existe também a antífona do Missal, que nem sempre é a mesma do Graduale Romanum (nem é a mesma do Simplex). É interessante notar que a IGMR coloca a possibilidade de que essa antífona seja recitada pelos fiéis, ou por alguns fiéis, ou pelo leitor, ou pelo próprio sacerdote.

Desta forma, observamos mais uma vez que o Próprio da Missa, do qual a antífona da Comunhão faz parte, é essencial mesmo que a celebração não utilize música. O Próprio, de fato, é uma questão litúrgica antes de ser uma questão musical. Uma vez que o respeitemos e lhe demos a importância devida, ao utilizar música saberemos que ele não deve ser deixado de lado.

Já tivemos a oportunidade, aqui, especialmente no texto sobre o Introito, e mesmo em outros, de comentar a possibilidade de a assembleia não cantar determinadas partes da Missa (especialmente o Próprio). Normalmente, esta possibilidade não deveria causar controvérsia nem ser explicada de maneira especial, mas certos rumos tomados por algumas correntes de pensamento exigem que esta ideia seja explicada e defendida praticamente a cada vez que é mencionada.

A exigência de que a assembleia cante durante a Comunhão é especialmente sem sentido, já que a recepção do Santíssimo Sacramento não facilita o canto. Mesmo quando o fiel já tenha comungado e a espécie ou espécies não estejam mais em sua boca, é muito comum que deseje recolher-se em oração. Este espírito de recolhimento, que de outra forma permeia toda a Missa, faz com que música inadequada, prejudicial na Missa inteira, seja especialmente danosa durante a Comunhão.

Lembro-me especialmente de um conhecido canto de Comunhão, usado no Brasil em certo tempo litúrgico, que, desejoso de reproduzir as terças e notas repetidas de canções sertanejas, acaba criando uma atmosfera tão ruidosa durante este momento que muitos fiéis são colocados frente a mais um desafio: rezar e meditar apesar da música, e não com o auxílio dela.

Ocorre muito também que os fiéis se levantem para comungar e cantem até o momento em que recebem a Sagrada Comunhão; a partir de então, silenciam. Mesmo que depois voltem a cantar, existe uma inconstância no canto da assembleia, neste momento, que se coloca como mais um motivo para que, novamente, apenas o cantor ou grupo de cantores se encarreguem desta tarefa.

Terminada a Comunhão, tanto o silêncio sagrado como um canto devocional podem ser introduzidos. Na Quaresma, sem dúvida, é muito bom que se tenha o silêncio. O mesmo vale para outras celebrações com algum caráter penitencial, ou, quem sabe, Missas para Fiéis Defuntos, e mesmo no Advento. Fora dessas ocasiões, proceder a um canto devocional pode ser de grande ajuda aos fiéis. Acredito que isto varie conforme o lugar.

*

Para quem tenha lido os textos anteriores desta série, a Comunhão não apresenta grandes novidades. Apresenta, mesmo assim, algumas peculiaridades.

Assim como todos os outros itens do Próprio, a Comunhão tem seu texto específico para cada Santa Missa, a “antífona de Comunhão”. Muitas vezes esse texto é tomado do livro dos Salmos; numerosas antífonas, entretanto, utilizam texto dos Evangelhos. Um exemplo é a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, cuja Comunhão traz as palavras de Jo 19, 34:

Um dos soldados abriu-lhe o lado com a lança e, imediatamente, saíram sangue e água.

Esta comunhão se chama Unus militum, e se usa nesta data litúrgica em ambas as formas do Rito Romano.

Comunhão Unus militum
da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
em ambas as Formas do Rito Romano

Unus militum cantada por seminaristas da Diocese de Haarlem, Holanda

No vídeo a antífona é cantada do início até os 28 segundos. Segue um versículo, e aos 50 segundos a antífona surge novamente.

As melodias gregorianas para a Comunhão são de aprendizado menos difícil do que os Graduais e Ofertórios. Por esta razão, um lugar (paróquia, casa religiosa etc.) onde se deseje implantar o canto gregoriano, sem dúvida pode colocar a Comunhão entre os primeiros passos. Possivelmente o Ordinário da Missa deva ser abordado primeiro, mas não se demora muito até que se tenha habilidade para cantar também a Comunhão.

Cada Missa tem sua Comunhão própria. Entretanto, no Graduale Romanum publicado para o Rito Novo (a Forma Ordinária do Rito Romano), além de todas as Comunhões específicas, existe uma lista de sete, tomadas entre elas próprias, que são chamadas antífonas eucarísticas ad libitum. Elas podem ser cantadas em qualquer Missa.
Isto facilita muito o trabalho dos grupos de canto gregoriano. Se os cantores ainda não têm grande experiência, o fato de não poderem estudar uma Comunhão nova por semana poderia impossibilitar o uso do gregoriano nesta parte da Missa. A lista das sete antífonas é uma ajuda (e tanto!) do Graduale Romanum.

Um parêntese:
É verdade que às vezes alguns de nós reclamamos de certas imprecisões em documentos como a IGMR, o Missal, ou quaisquer outros. Com alguma freqüência constatamos que vários abusos litúrgicos encontram seu pretexto nessas lacunas (embora o simples bom senso os condene). Entretanto, não existe lacuna nem imprecisão, nos documentos da Igreja, que permita ao católico considerar, minimamente, que o canto gregoriano tenha perdido a sua honra e primazia no Rito Romano. Mesmo quem desconfia do Concílio Vaticano II pode verificar que ele mandou cultivar o gregoriano, mantendo a palavra que a Igreja sempre teve nesse aspecto. O papa Paulo VI mandou imprimir o livreto Jubilate Deo, em 1974, contendo o repertório gregoriano mínimo para toda paróquia. Foi compilado o Graduale Simplex, que até mesmo desagrada a alguns gregorianistas pela sua simplicidade, embora as fontes sejam tradicionais. O Graduale Romanum, prescrevendo a música específica de cada Liturgia, chega a um ponto quase extremo, em sua edição para o Rito Novo, de permitir que a música de qualquer dia, dentro de um certo tempo litúrgico, seja usada em outros dias do mesmo tempo litúrgico, eliminando uma dificuldade que poderia ser insuperável para alguns coros. Além disto, coloca também esta lista das sete antífonas eucarísticas ad libitum.

Fecho o parêntese.

Estas são as antífonas ad libitum:
1 – Ego sum vitis vera (Jo 15,5)
[Eu sou a videira]
Das sete antífonas eucarísticas ad libitum, quatro utilizam palavras do próprio Jesus Cristo. Esta é uma delas.

2 – Gustate et videte (Sl 33,9)
[Provai e vede]

3 – Hoc corpus (I Cor 11, 24-25)
[Isto é o meu corpo]
As palavras da consagração.

4 – Manducaverunt (Sl 77, 29-30)
[Comeram]
O salmo diz que os hebreus comeram até se saciarem, em clara aparição do maná como figura da Eucaristia.

5 – Panem de caelo (Sb 16, 20)
[O pão do céu]
No Livro da Sabedoria se fala do pão do céu, alimento dos anjos, que contém em si todas as delícias.

6 – Panis quem ego dedero (Jo 6, 52)
[O pão que eu hei de dar]
Palavras do próprio Jesus Cristo.

7 – Qui manducat (Jo 6, 57) [Quem come]
Novamente, palavras do próprio Jesus Cristo.

O leitor pode verificar que todos os textos destas sete antífonas são de temática eucarística, o que não necessariamente ocorre nas antífonas de Comunhão.
*

Muitas antífonas de Comunhão prescritas pelo Graduale do Rito Novo coincidem com aquelas dadas pelo Graduale do Rito Tridentino. No entanto, o Graduale do Rito Novo, em muitas datas, traz antífonas específicas conforme o ano litúrgico seja A, B ou C (o que não existe no Rito Tridentino).

Por exemplo: no Sexto Domingo da Páscoa (Rito Novo), existem três antífonas de Comunhão, uma para cada ano do ciclo de três anos (a antífona do ano C é a mesma usada todos os anos neste mesmo Domingo do Rito Tridentino):

-ano A: Non vos relinquam orphanos (Jo 14, 18)
-ano B: Ego vos elegi (Jo 15, 16)
-ano C: Spiritus Sanctus (Jo 14, 26).

São abundantes exemplos como este – não somente em Domingos do Tempo Comum ou da Páscoa, mas também em festas e solenidades.

*

Estou certo de que o leitor gostará muito de ouvir uma Comunhão polifônica. Já tivemos a oportunidade de ouvir o grande compositor padre Tomás Luís de Victoria, e desta vez nos voltamos para o flamengo Orlando di Lasso (1532-1594), cujo nome é citado de várias maneiras: Orlando di Lasso, Orlande de Lassus... Podemos ouvir no vídeo abaixo a Comunhão Lux aeterna, da Liturgia da Missa de Requiem. O texto:

Brilhe sobre eles a luz eterna, Senhor, na companhia de vossos santos, para sempre, pois sois bom.

em latim:

Lux aeterna luceat eis, Domine, cum sanctis tuis in aeternum, quia pius es.

... é o mesmo em ambas as formas do Rito Romano.


Comunhão Lux aeterna para Missa dos Defuntos, de Orlando di Lasso
Cantada por Pro Cantione Antiqua




*

Já concluída a série de textos sobre o Próprio da Missa, gostaria apenas de recapitular brevemente alguns pontos.

Como cada texto se devotou a uma das partes do Próprio, naturalmente certas questões deixaram de ser repetidas a cada nova parte. Mas é importante que as revejamos:

1
Obviamente, a menção ao latim não significa oposição ao vernáculo. A menção ao vernáculo não significa oposição ao latim. Desde o início, com a clareza de que ambas as opções são lícitas, não me preocupei mais em tocar neste assunto; mas agora, terminada a série, é importante sublinhar esta questão, já que às vezes ocorrem mal-entendidos.

2
Mesmo assim, convém reiterar que o latim é a língua oficial da Igreja, é a língua tradicional do Rito Romano e representa grau de solenidade maior do que o vernáculo.

3
As referências constantes ao gregoriano se devem ao fato de ele ser a música típica do Rito Romano. Falar dele não exclui outros tipos adequados de música. Falar dos outros tipos não exclui o gregoriano. Já escrevi aqui no Salvem a Liturgia sobre o status do gregoriano e da sua não-exclusividade. O texto é este.

4
Mesmo assim, a Igreja coloca que a música da Liturgia Romana deve ter parentesco com o canto gregoriano, mesmo quando não seja canto gregoriano.

5
Nenhuma das menções ao Rito Novo e ao Rito Tridentino importam em juízo de valor sobre qualquer um deles.

*

O "canto final" não faz parte do Próprio, não sendo previsto pela Liturgia, até mesmo porque neste momento a ação litúrgica já terminou. O canto final é uma prática devocional, e sua presença auxilia muito na beleza da Liturgia, a qual, utilizando música em tantos pontos, terminaria de modo muito estranho se não tivesse música também. O tipo de música utilizado, sem dúvida, merece todo o cuidado em sua avaliação. É comum, em muitos lugares, que se utilize música instrumental, ao órgão.

21 comentários:

  1. "Haja o cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade."

    Uma dificuldade que eu, como músico e cantor, sempre encontrei nas missas de que participo é com relação ao momento mais apropriado para comungar. Certa vez, em uma ordenação diaconal na minha diocese, para a qual fui convidado a tocar e cantar, vivi a situação mais inusitada da minha vida de Igreja: um ministro veio dar-me a comunhão durante o abraço da paz. Em minha paróquia, normalmente o próprio padre vem até nós, depois que ele termina de distribuir a comunhão para os fiéis. Também já vi, em outras paróquias, os cantores receberem a comunhão logo no início, antes de começar o canto de comunhão. Em outras ocasiões, já vi (e vivi) o coral se revezar: uma parte canta enquanto outra para para comungar.

    Na opinião dos leitores do Salvem, qual seria o momento mais apropriado para os cantores comungarem? É melhor que todos parem de uma vez? E, no caso particular dos músicos, é preferível que parem de tocar quando comungam?

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    1. Na minha opinião , sendo um grupo os mesmos devem se revesarem, no caso
      de uma única pessoa, este comunga primeiro, pois a pessoa deve ir ao encontro de Jesus. Na paróquia que participo, como os cantores ficam no coro, atras dos fieis, quando inicia a fração do pão, descem de 2 em 2, no caso quando e um grupo que esta cantando, assim como se é apenas uma pessoa, esta desce ee vai ao encontro de Jesus. Marinalva-cood. Liturgia Paróquial.

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    2. Na minha opinião , sendo um grupo os mesmos devem se revesarem, no caso
      de uma única pessoa, este comunga primeiro, pois a pessoa deve ir ao encontro de Jesus. Na paróquia que participo, como os cantores ficam no coro, atras dos fieis, quando inicia a fração do pão, descem de 2 em 2, no caso quando e um grupo que esta cantando, assim como se é apenas uma pessoa, esta desce ee vai ao encontro de Jesus. Marinalva-cood. Liturgia Paróquial.

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  2. Caro Laércio, que o Senhor te dê a paz!
    Em minha visão de músico e liturgista, tentarei responder, em modo de práxis. Recomendo que comunguem depois de todos os outros fiéis. Explico o pq: o canto de comunhão é um "canto processional", ou seja, acompanha a comunhão em si. Dessa maneira, não há sentido em comungar (os músicos e cantores) antes dos outros fiéis. Por isso mesmo, recomendo que o façam no final; até porque ressalta o "silêncio", que também é litúrgico, prepara com um breve instante os fiéis para o canto "pós-comunhão" (e não de "ação de graças - nome errado, pois toda a missa é uma ação de graças) e até mesmo os próprios músicos e cantores, pois enquanto uns comungam, outros já vão dedilhando, fazendo introduções ou mesmo improvisações ou ainda guardando o silêncio, que é o que recomendo.

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  3. Laércio e frei Cleiton, agradeço por tocarem nesse assunto. A sugestão do frei me esclarece bem a questão.

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  4. Frei Cleiton, eu preciso saber algo sobre o neo-catecumenato, pois fiquei sabendo que o paroco da minha paroquia era desse grupo, claro hoje ele é diocesano, mas preciso saber em que ele acredita para que eu possa ajudá-lo e me ajudar dentro da Forma correta e santa na liturgia.Preciso ficar anônima pois somos vizinhos.

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  5. Frei claiton eu estou precisando das notas para se tocar com violão o treze de maio. O Sr. poderia me ajudar?

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  6. Cara Sônia, acesse o seguinte link e terá, de modo fácil as cifras que queres. Que o Senhor te abençoe e te guarde!

    http://www.cifraclub.com.br/joana/treze-de-maio/?domain_redirect=true

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  7. Caro Anônimo,

    Em minha paróquia existem diversas comunidades neocatecumenais, algumas já bastante antigas e sólidas e outras mais recentes (inclusive, alguns parentes da minha esposa estão no Caminho). O nosso pároco, que também pertence (ou já pertenceu) a uma comunidade neocatecumenal ainda mais antiga, concilia muito bem as celebrações "reservadas" das comunidades e seus compromissos com a paróquia.

    Nunca vi nenhum problema com o Caminho Neocatecumenal (pelo contrário, eles desenvolvem um importante trabalho de catequese para adultos em minha paróquia), mas tenho ciência que o movimento cause certa estranhesa devido à sua estrutura "reservada" de celebração da Eucaristia (não sei por que, mas eles não chamam de Missa). Tal estranheza é comparável com aquela que muitos têm em relação à Opus Dei, por exemplo.

    É sabido que, em suas Eucaristias, certos abusos litúrgicos eram cometidos (as chamadas "ressonâncias" de cada leitura eram mais longas que a própria homilia, as âmbulas com as hóstias consagradas eram passadas de mão em mão no momento da Comunhão, etc.). No entanto, em 2006, o Vaticano escreveu uma carta ao Caminho solicitando adaptações em suas celebrações para que tais abusos não mais fossem cometidos.

    Não tenho um conhecimento muito profundo sobre o Caminho (eu nunca frequentei uma Eucaristia neocatecumenal), então vou parar por aqui.

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  8. Cara Anônima, que o Senhor te dê a Paz!
    Para responder à sua questão, vou utilizar-me do texto do próprio Estatuto do Neo-Catecumenato, como fonte seguríssima de conceituação, para não incorrer em "achismos".

    "As Comunidades têm a finalidade de tornar visível nas paróquias o sinal da Igreja missionária, e se esforçam por abrir caminho para a evangelização daqueles que quase abandonaram a vida cristã. Para esse fim os membros das 'Comunidades' procuram viver mais intensamente a vida litúrgica cristã, começando pela nova catequese e pela preparação 'catecumenal', ou seja, percorrendo, por um caminho espiritual, todas as fases que na Igreja primitiva os catecúmenos percorriam antes de receber o sacramento do batismo. Como se trata não de batizados, a catequese é a mesma, mas os ritos litúrgicos se adaptam ao estado de cristãos batizados, de acordo com as orientações já dadas pela Congregação para o Culto Divino. As 'Comunidades' se instituem nas paróquias sob a orientação do pároco. Os membros, uma ou duas vezes por semana, reúnem-se para ouvir a palavra de Deus, para ter colóquios espirituais, para participar da Eucaristia."
    (Da Nota da Congregação para o Culto Divino, sobre as Comunidades Neocatecumenais, de 1974; Estatutos, págs. 137-138).

    O caminho neocatecumenal (ou neocatecumenato) é um itinerário de formação cristã, iniciado na Espanha em 1964, por iniciativa do pintor Kiko Argüello e de Carmen Hernández, como resposta às novas diretrizes trazidas pelo Concílio Vaticano II, cujo objetivo consiste em abrir um caminho espiritual concreto de iniciação, renovação e valorização do sacramento batismal, que permita ao "catecúmeno" descobrir o significado concreto de ser cristão

    Mais tarde se uniria a eles o sacerdote Mario Pezzi. A Igreja Católica reconhece o Caminho Neocatecumenal como "Um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje" que busca a redescoberta do Batismo. Se encontra atualmente difundido em mais de 100 países, incluindo alguns que não são tradicionalmente cristãos como China, Egito, Coréia do Sul e Japão.

    Para mais informações a respeito, também pode acessar (confiadamente):

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_neocatecumenal

    Que o Senhor te abençoe e te guarde!

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  9. Frei Cleiton, quanto ao neocatecumenato, eles não adoram a Eucaristia e pregam que isso não se faz necessário, falando parece bonito mas o que vejo é tão horrendo que fico assustada.
    Quem conhece o Jardim da Imaculada na cidade Ocidental GO, frequenta, aprende muito sobre a nossa Igreja e quando saimos de lá nos deparamos com um mundo frio e sem sacralidade nenhuma.
    Sobre esses "erros liturgicos" o sr. tem algo para me esclarecer? Por que não Adoram Jesus Eucaristico?
    Por que colocam o bancos da igreja de forma que os paroquianos se sentem de lado de Cristo Eucaristico e não de frente como manda a Igreja?
    quando digo de lado, não quero dizer que estamos juntos, o Sacrário fica num quarto escuro, dá a impressão que Cristo esta no lugar errado, ou seja, na casa errada. o sr entendeu? continue me ajudando por favor.

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    1. A paz, caríssimo Anônimo!

      Adoram a Eucaristia sim. Eu já fui a uma adoração para os neocatecúmenos (com cantos em latim!) no seminário do Caminho. Tinha incenso e tudo o mais que manda a liturgia!

      Quanto ao sacrário, a Santa Sé permite que não seja na nave principal da Igreja. Nas grandes basílicas que nem são do Caminho, o Sacrário também fica em capela lateral. Eu tb penso que deveria ficar bem no centro, mas...

      OBS: bem antigamente, não havia sacrários. As hóstias eram consagradas somente para a Comunhão na Missa. Mas com o surgimento de algumas heresias, a Igreja viu a necessidade de manter a Hóstia no Sacrário para adoração, a fim de reavivar a sacralidade da Eucaristia.

      Posso afirmar que o Caminho Neocatecumenal é obediente à Santa Sé. As mudanças litúrgicas solicitadas foram atendidas.

      Mas o mais importante que vejo no Caminho não é a liturgia, já que esta não pertence aos neocatecumenais, mas sim a proposta de vivência cristã!

      As pessoas precisam entender que um Movimento não é liturgia... precisam parar de confundir isso ao atacarem determinados movimentos (seja Caminho, Arautos, RCC, Opus Dei, Regnum Christi, etc), e apreciar as espiritualidades que levam as pessoas a uma vivência cristã que dificilmente alcançariam nos dias de hoje vivendo somente em pastorais comunistas e Missas que não dão valor ao Sagrado.

      Excluir
  10. Cara Anônima, os que são do "Caminho neo-catecumenal" têm por preceito e lhes é próprio, retomar algumas das formas e costumes dos primeiros séculos do cristianismo (não entender aqui que era EXATAMENTE assim naquele tempo). Há dados históricos do modo como os cristãos se reuniam, mas não se privilegia uma forma ou outras. A grande questão são as ênfases, os acentos demasiados em acidentes e não no que é essencial. Neste sentido, quanto à arquitetura das suas igrejas, visam "centralizar o altar": por isso que toda a disposição dos bancos (e nalguns lugares, cadeiras), são em torno, ao redor do altar.
    Ainda quanto à arquitetura e disposição litúrgica, também aderem ao fazer uma capela lateral para o Santíssimo Sacramento. Mas, a "grande centralidade" é, de fato, "a ceia", segundo seus próprios Estatutos. Explico: para eles, é ao redor do altar, "estando à mesa", como irmãos, que se tem a grande adoração. Claro que têm seus momentos próprios de adoração em si, mas não é o foco central, assim por dizer.
    Aparentemente deixam de lado o sentido sacrifical da Santa Missa, isto é, a tem um pouco como em algumas denominações protestantes sérias, como os Luteranos, Anglicanos, etc... que para eles, o caráter da Missa não é sacrifical, mas o da ceia. Neste sentido, vale ficar e ser firmes no que o Magistério da Igreja vem enfatizando, sobretudo, com o Papa Bento XVI! Não estou dizendo aqui que eles não estão em comunhão com a Igreja; não é isso. Apenas digo que o "seu foco, aparentemente, não é o que deveria ser."

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  11. Não é propriamente errado, embora não seja mais o costume corrente, o uso de bancos laterais e não na nave central do edifício da Igreja. O uso de fileiras de bancos nas igrejas é bastante recente. Até a Idade Média os poucos bancos que tinham (geralmente reservados à idosos e crianças)localizavam-se nas laterais da igreja, isto porque na nave central localizava-se o coro. Isso não significa que as pessoas ficassem "de lado" pro altar, pois é só virar um pouquinho o ângulo do corpo. :)

    Hoje em dia, onde é possível disposições melhores para o coro (como na parte de trás, ou nos transeptos laterais, por exemplo) não há necessidade de os bancos serem laterais. Uma das igrejas atuais com bancos laterais é a igreja pralatícia do Opus Dei em Roma, mas lá os bancos são assim por uma mera questão de espaço, se não fossem laterais não haveria por onde o celebrante e os demais ministros passarem na nave lateral. ;)

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  12. Quanto ao lugar onde deve-se manter o Santíssimo Sacramento, a Igreja determina claramente que seja em um Sacrário (Tabernáculo) digno, em algum lugar de desatque do presbitério, ou em uma Capela própria.

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  13. Pergunto aos Frades e Padres, principalmente de Brasília e entorno:
    -Se Cristo colocar vocês no canto da Igreja, dentro de uma "capela", isolassem para que ninguém o incomodasse, o que vocês fariam ou sentiriam? Isso é o que estão fazendo com o Nosso Senhor, pensam que estão a serviço de Deus e na realidade estão a serviço do "encardido". NÃO EXISTE DOCUMENTO vindo da Santa Sé que ensina tirar Cristo da Casa do Pai DEle e coloca-lo numa sala.
    Frei Cleiton gostei muito do seu ensinamento,abriu novos horizontes para meus estudos quanto a essa "denominação" neocatecumenato.
    Frei divulgue o Jardim da Imaculada, ponha fotos neste blog,tire fotos do altar, mostre a todos a beleza que é o Jardim hoje com a presença dos Frades que lá se encontram.
    Que Deus ilumine e vos dê coragem de pregar somente a verdade.
    Pax et bonun.

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  14. 1. Caro Anônimo, respondo por mim e pelos meus irmãos de apostolado, aqui do SL: Entendo a sua "indignação" (e bem coerente até!) quanto ao colocar o Santíssimo Sacramento em uma capela lateral. Porém, temos que lembrar que isto é permitido pela Santa Sé e está previsto como possibilidade de "arquitetura" dentro do espaço litúrgico nas igrejas. Entendo também quando diz: "ficar isolado, colocar em um canto da igreja, para não ter incômodos" que não é o caso de O Senhor "se sentir" assim, antes, é como NÓS O VEMOS, nos aproximamos d'Ele... no fundo, aqui se trata do modo da nossa relação de intimidade com Deus, que não é intimista, ou muito menos sentimental, apesar, de como diz São Tomás de Aquino, que "a fé completa o que aos sentidos falta" (cf. música Tão Sublime Sacramento), ou seja, os nossos olhos em referência ao Senhor devem ser os da fé, que passam, sim, pelo sensível! Então, temos que melhorar o nosso modo de buscar a Deus. Já é uma grande e boa coisa o fato de querermos conhecer mais a nossa fé Católica Apostólica Romana! De fato, quando realmente estamos enraizados no Senhor, as coisas externas, isto é, tudo o que nos cerca fica em segundo plano, uma vez que a meta, foco e alvo é o Senhor mesmo e nada mais. Por isso que os adereços ajudam, mas muitas vezes atrapalham também.
    Tenhamos a coragem de, como Santo Antônio de Pádua, em seu sermão de Pentecostes, de dizer que "Cessem as palavras e falem as obras!" É um grande convite e uma boa motivação para cada um de nós que vamos, aos poucos, descobrindo e enxergando a cada dia mais, se nos abrirmos a Ele, que tudo remete ao amor com o qual devemos Amá-lo.

    2. Não publico aqui, infelizmente, fotos do Santuário Jardim da Imaculada pelo fato de o Reitor e Guardião do mesmo, não permitir que o faça. Para tanto, existe o blog dele... enfim... a nós, crentes, sejamos sempre firmes na fé e no bom combate!

    Que o Senhor te abençoe e te guarde!

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  15. Paz e bem a todos.
    Aqui na paroquia é comum o canto final ser um rock, forró, axé entre outros. Esse tipo de música é permitido?

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    1. Para se responder a essa pergunta, basta pensarmos em que medida esses estilos se aproximam do canto litúrgico por excelência, que é o gregoriano. Eu eu lhe respondo: NENHUMA. Por isso, todas as instruções da Santa Sé sobre o canto litúrgico, inclusive nos documentos do CV II e posteriores, dispõem que se deve buscar aproximar-se o quanto possível do Canto Gregoriano, de modo que, quanto mais se afaste, mais se estará longe do espírito litúrgico da música sacra.

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