A Santa Igreja Católica produziu, ao longo dos séculos, um tesouro artístico inestimável, reflexo de sua ação visando instaurar todas as coisas em Cristo. Na Música Sacra ocidental, certamente o destaque é para o Canto Gregoriano (que é o canto próprio da Liturgia latina) e a Polifonia renascentista. Infelizmente durante as últimas décadas estas duas peças foram pouco divulgadas, mesmo em âmbito eclesiástico (contrariando inclusive a exortação do Concílio Vaticano II em promover esse tesouro da música sacra, especialmente o canto gregoriano), de forma que os que conhecem ou admiram esses estilos musicais ou lutam pela sua implantação na liturgia nas paróquias são taxados de elitistas, esnobes, de gostos "muito refinados". Pelo contrário! Não desejamos que isso se torne um gosto particular nosso, mas queremos levar esse tesouro ao conhecimento e apreciação dos demais, pois entendemos que são meios de promover a Glória de Deus e de favorecer uma maior sacralidade e contemplação dos fiéis nos Ofícios Litúrgicos.
Tendo dito essas coisas a título de preâmbulo, passemos ao que gostaria de refletir nesse texto: a forma como o canto gregoriano e a polifonia renascentista expressam diferentes aspectos da relação da alma com Deus e da Criação como reflexo da Glória de Deus.
Pensemos no ritmo do Canto gregoriano, que se baseia em movimentos de impulso e repouso. Um amigo meu músico, conhecedor do canto gregoriano e de obras de espiritualidade dos grandes místicos da Igreja, fez-me notar certa vez como esses movimentos do ritmo gregoriano refletem a relação da alma com Deus, que é um constante impulso em direção a Deus seguido do repouso contemplativo no Amor Divino. Desta forma, o gregoriano favorece na alma o recolhimento e a contemplação. Assim, vemos o por quê dessa música ser a mais apropriada para a Liturgia, posto refletir o espírito de oração que devemos cultivar na liturgia.
Na Polifonia Renascentista, por outro lado, a harmonia composta por vozes distintas nos recorda como a Criação em sua diversidade refletem, cada coisa a seu modo e grau, a Glória de Deus. Assim, a polifonia é imagem da Criação que em sua harmônica desigualdade canta a Glória de Deus.
Portanto, o canto gregoriano reflete mais a relação individual da alma com Deus enquanto a polifonia é expressão do louvor que toda a Criação em conjunto tributa ao Altíssimo.
Claro que aqui trata-se apenas de uma reflexão acerca do que esses dois tipos de música provocam na sensibilidade da alma humana. Para considerar os aspectos técnicos e musicais (que não domino) e históricos (complexos demais para caberem em único post) demandaria uma reflexão de outra natureza.
Tendo dito essas coisas a título de preâmbulo, passemos ao que gostaria de refletir nesse texto: a forma como o canto gregoriano e a polifonia renascentista expressam diferentes aspectos da relação da alma com Deus e da Criação como reflexo da Glória de Deus.
Pensemos no ritmo do Canto gregoriano, que se baseia em movimentos de impulso e repouso. Um amigo meu músico, conhecedor do canto gregoriano e de obras de espiritualidade dos grandes místicos da Igreja, fez-me notar certa vez como esses movimentos do ritmo gregoriano refletem a relação da alma com Deus, que é um constante impulso em direção a Deus seguido do repouso contemplativo no Amor Divino. Desta forma, o gregoriano favorece na alma o recolhimento e a contemplação. Assim, vemos o por quê dessa música ser a mais apropriada para a Liturgia, posto refletir o espírito de oração que devemos cultivar na liturgia.
Na Polifonia Renascentista, por outro lado, a harmonia composta por vozes distintas nos recorda como a Criação em sua diversidade refletem, cada coisa a seu modo e grau, a Glória de Deus. Assim, a polifonia é imagem da Criação que em sua harmônica desigualdade canta a Glória de Deus.
Portanto, o canto gregoriano reflete mais a relação individual da alma com Deus enquanto a polifonia é expressão do louvor que toda a Criação em conjunto tributa ao Altíssimo.
Claro que aqui trata-se apenas de uma reflexão acerca do que esses dois tipos de música provocam na sensibilidade da alma humana. Para considerar os aspectos técnicos e musicais (que não domino) e históricos (complexos demais para caberem em único post) demandaria uma reflexão de outra natureza.