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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Missa Pontifical do Arcebispo de Miami

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Fonte: Secretum Meum Mihi

Tradução: Wagner Marchiori

Informe do canal local de Miami CBS 4, de 03 de fevereiro de 2012. A nota contém um vídeo que pode ser visto aquí. Tradução ao espanhol do SMM e ao português pelo Wagner Marchiori para o Salvem.

South Miami (CBS 4) – Mais de mil pessoas lotaram uma igreja de South Miami para uma Missa especial. O arcebispo celebrou uma missa na forma extraordinária do Rito Romano, em latim, pela primeira vez aqui em 40 anos.

Foi um serviço com pompa e cerimônia, com os sacerdotes vestidos com paramentos tradicionais e levando velas. O aroma do incenso e o som dos cantos em latim e as orações encheram a Igreja da Epifania, em South Miami.

“Estamos unidos com nossos antepassados na fé que é uma outra forma de representar a unidade da Igreja”, disse o Arcebispo Thomas Wensi.

A Missa da noite dessa quinta-feira trouxe recordações a Lucy Jackson.

“Quando era mais nova a Missa era sempre em latim, sempre”, disse Jackson.
“Isto não é somente algo nostálgico para os católicos mais velhos. É algo pelo qual os jovens estão fortemente atraídos”, disse o padre Calvin Goodwin, da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, um grupo muito tradicional de sacerdotes que estava visitando a cidade.

Havia pessoas de todas as idades na igreja e Elliot Clemente, de 18 anos, notou muitas diferenças entre essa Missa de quinta-feira à noite e Missa à qual assiste regularmente. Por exemplo: “ as coisas que o sacerdote faz ou as vestimentas usuais.

Durante a Missa, o arcebispo não ficava de frente para a assistência e, em vez disso, olhava para o altar.

Apesar de não entenderem o latim, muitos dos assistentes puderam seguir a Missa.

A multidão era tão grande que acabaram-se os folhetos que ajudavam os fiéis a seguir a celebração.

Do lado de fora da igreja, algumas pessoas ficaram protestando contra a visita do Papa a Cuba. Muitas pessoas que assistiram à Missa crêem que essa visita ajudará a renovar a fé da comunidade do Sul da Flórida.


O site da internet da Arquidiocese de Miami tem a homilía pronunciada por Mons. Wenski durante a Missa, assim como um artigo (artículo) que relata o acontecimento junto com algumas imagens. LiveMass.net tem disponível o vídeo da Missa.

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

D. Francisco Barroso Filho apóia o Salvem a Liturgia

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Recebemos a seguinte mensagem:
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Caros amigos do blog Salvem a Liturgia,
Venho trazer a minha benção e aprovação ao blog Salvem a Liturgia que tanto contribui para a evangelização por meio da internet. Que este blog seja a cada dia mais fonte de estudos e de aperfeiçoamentos na liturgia. Que o povo de Deus saiba preservar a liturgia que muitas vezes no nosso dia a dia é tão criticada e que foi se perdendo com a modernização dos tempos. Sim sabemos que hoje o latim infelizmente foi perdendo o seu uso, já que o Concílio Vaticano II dentro de suas "normas"  colocou as missas na língua dos povos, sim foi um grande avanço, mas não podemos descartar a liturgia tridentina, que muito foi utilizada ao longo dos tempos.

Que o bondoso e misericordioso Deus de a cada um dos escritores deste blog as suas bençãos e graças.

+ Francisco Barroso Filho
Bispo Emérito de Oliveira, MG

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A música intolerável na Liturgia

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Quero convidar o leitor a imaginar comigo uma situação.

Suponhamos uma cerimônia, na Grã-Bretanha, em que seja cantado o tão conhecido hino nacional daquele país, "God save the Queen". O leitor sabe que essa frase significa "Deus salve a Rainha", e que quando o monarca é um homem a frase é "God save the King", "Deus salve o Rei".

Agora o leitor imagine que alguém responsável pela cerimônia queira "dar uma variada", "atrair os jovens", "atualizar-se" ou coisa assim. E então decide substituir o "God save the Queen" pela famosa "Dancing Queen", da banda sueca ABBA.

Afinal, a letra de "Dancing Queen" também fala em Rainha, ora. Está lá. E a Rainha dessa música tem dezessete anos e dança, bem mais atraente do que uma Rainha poderosa e gloriosa como "God save the Queen" pede a Deus. A Rainha do ABBA é menos distante do fiel comum, parece-se mais com a filha ou irmã dele, ou com a própria jovem fiel. Uma Rainha mais aceitável, que não seja melhor que eu em nada.

Não preciso me estender muito na imaginação. O que quero dizer é que as Missas celebradas no Brasil, em sua maioria, realizam substituições do mesmo naipe de trocar "God save the Queen" por "Dancing Queen". Isto é: uma substituição completamente absurda, para a qual ainda se procura achar uma justificativa ("mas a letra fala na Rainha").

Se o exemplo, por ser estrangeiro, estiver distante demais de algum dos leitores, sugiro imaginar uma cerimônia cívica no Exército em que os presentes não cantem o Hino Nacional Brasileiro, mas cantem "Meu país", do Ivan Lins.

A mesma substituição está acontecendo na Liturgia; obviamente este fato não é novo, tampouco acontece apenas no Brasil. Algumas pessoas não percebem que isto é absurdo porque estão dessensibilizadas; muitas delas só conhecem a Missa com a música errada; além da formação litúrgica pobre ou inexistente, e em alguns casos simplesmente distorcida.

As "bandas católicas" que fazem música pop (ou outros gêneros populares) com letras católicas exercem grande fascínio sobre um número não pequeno de fiéis. Eu gostaria de sugerir que esta influência fosse usada pelos seus próprios integrantes no sentido de deixar claro aos fiéis e aos músicos litúrgicos que esse tipo de música não se destina à Liturgia de maneira nenhuma.

Já era terrível a presença, há tempos estabelecida, de gêneros interioranos brasileiros na Missa, como guarânias, valsas, forrós, xaxados, marchas-rancho. Agora acontece esta invasão do pop. Não podemos tolerar esse tipo de situação. O leitor perceba que já se transformou a Liturgia num programa de auditório: se uma música está nas paradas de sucesso, entra. Será que ainda é necessário dizer que a Liturgia não é isso? Por quanto tempo é necessário dizer o óbvio?

Não sei por quanto tempo é necessário dizer o óbvio; mas, uma vez que exista alguém que não saiba, é preciso dizê-lo. E não existe "alguém". Existe uma massa numerosíssima.

Meu apelo é no sentido de:

1 - extirpar da Missa toda peça musical que não utilize o texto correto;

2 - retirar da Missa toda música pop (inclusive das "bandas católicas") ou de gêneros populares (não me refiro ao canto religioso popular encorajado pelo papa Pio XII).

Ainda que se tenha de dar estes passos em etapas, eles certamente levam ao caminho da correta celebração litúrgica. O ganho espiritual será tanto maior quanto mais fiel se for às verdadeiras leis litúrgicas.

Este texto se dedica a falar das coisas que não se devem fazer. Ainda daremos nossa contribuição positiva, propondo as coisas que se devem ou se podem fazer.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Vaticano informa: manípulo NÃO foi abolido

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Do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice:

O manípulo é um paramento litúrgico usado nas celebrações da Santa Missa segundo a forma extraordinária do Rito Romano; caiu em desuso nos anos da reforma litúrgica, embora não tenha sido abolido.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A língua empregada na liturgia, segundo o Catecismo da Santa Missa

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Segundo o Catecismo da Santa Missa, baseado em livro de autor anônimo do Século XIX:
P205. Que preocupação teve a Igreja quanto à língua em que os santos mistérios deveriam ser celebrados?
R. Embora a Igreja jamais tivesse afirmado que o serviço divino fosse celebrado em língua ininteligível ao povo, tão pouco ela julgou conveniente o emprego de língua vulgar, para não submeter a Missa às vicissitudes deste. 
Assim, na celebração da santa Missa, onde estão consignados a maior parte dos nossos dogmas, a Igreja se preocupou com o uso de língua vulgar e, genericamente, nunca a recomendou, - até, no Concílio de Trento, a proibiu - para evitar o grave inconveniente do surgimento de erros doutrinários, que poderiam advir das variações de sentido, comuns na linguagem viva.



P206. Inicialmente, que línguas foram empregadas na celebração da santa liturgia?

R. Nos tempos apostólicos foi utilizado o siríaco, idioma de Jerusalém de então, como o grego e o latim, muito divulgadas naquela época, as quais foram conservados como língua litúrgica, mesmo quando deixaram de ser utilizadas vulgarmente. Assim como no quirógrafo da Cruz estava escrita a sentença de morte de Cristo em latim , grego e hebraico - Jesus Nazareno Rei dos Judeus - assim, na Missa, que renova o sacrifício do Calvário, a Igreja usa palavras em latim, grego e hebraico.



P207. A Igreja do Oriente e do Ocidente utilizaram a mesma língua na celebração da santa liturgia?

R. Não. A Igreja do Oriente utiliza, até hoje, tanto o grego antigo como o moderno, enquanto a Igreja do Ocidente adotou o latim, que era a língua mais usual e mais universal.



P208. Que outros inconvenientes traria o uso da língua vulgar na celebração dos mistérios litúrgicos?

R. Além dos já apontados, quem não compreende que seria necessário multiplicar a publicação dos livros sagrados, não só para cada povo, mas para cada idioma de cada nação, e em todos os dialetos de cada língua; que seria necessário substituir as palavras conforme elas tomassem outro sentido ou se tornassem ridículas e inconvenientes; que a expressão da doutrina se alteraria infalivelmente em todas estas correções (lex orandi, lex credendi); que os fiéis que se deslocassem de uma província, ou de um país para outro, não entenderiam, absolutamente, nada; que poderiam ser introduzidos costumes e atitudes locais, quebrando a universalidade de expressão do sacrifício; e que, si se utilizassem línguas modernas, sem submetê-las às suas alterações e aos perigos delas provenientes, com o tempo voltaria a surgir a dificuldade que se pretendia solucionar, pois a própria língua pátria chegaria a ser ininteligível, como acontece, por exemplo, com o castelhano antigo? Em suma, o uso do latim na Liturgia favorece a unidade da Igreja. O uso do vernáculo na Missa, além dos inconvenientes já apontados, de certo modo, faria da Liturgia da Igreja, uma torre de Babel.



P209. Por que a Igreja conserva o uso do latim em seus ofícios litúrgicos?

R. A Igreja conserva em seus ofícios, e com suma prudência, sua antiga linguagem para manter e preservar, não só a unidade e a universalidade do santo sacrifício em si, mas também a doutrina nele contida e por ele ensinada, que é uma, invariável e eterna, como o próprio Deus que a instituiu. Os fiéis, que facilmente dispõem de traduções, e que recebem explicações em língua vulgar, com o constante e contínuo acompanhamento da liturgia em latim, irão se familiarizar com os textos sagrados e o entenderão perfeitamente. Ademais, o culto divino, em língua vulgar, perderia algo de sua misteriosa dignidade, por cuja única razão não seria, de forma alguma, conveniente que a Missa fosse celebrada em língua vulgar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Com Zelo, tudo tem conserto!

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Há alguns dias, recebi de um Padre amigo meu um pedido: tentar "salvar" um Missal da Forma Extraordinária do Rito Romano; Isto é, procurar algum meio de restaurar um bem tão valioso e tão mal cuidado ao longo dos anos, que chegou a este estado:


Havia comentado também no meu Twitter que, apesar do estado avançado de oxidação das páginas, traças corroendo e outros males decorridos da sua data de impressão (1818), teria conserto... Como de fato teve!

Nada como uma boa pitada de zelo, alinhada a bons amigos conhecedores de conservação de livros (bibliotecários especializados) para realizar tal façanha. Digo isso porque foi necessário um cuidado muito grande, devido à fragilidade em que se encontrava.

Ele passou por um processo de limpeza especial de cada página, além de desbaste, costura, filetagem e encapamento, que resultou:




Ou seja, nada como boa vontade para conservar o que se pode. Ele está pronto para voltar ao uso ordinário, em sua forma extraordinária. Já possui dono, o qual está aprendendo a celebrar a Santa Missa da maneira em que está disposto no dito Missal.


Com Zelo, tudo tem conserto!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

As vestimentas de Diáconos e Subdiáconos no Rito Dominicano tradicional

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Publicamos em primeira mão a tradução para o português deste excelente texto que nos conta um pouco da tradição litúrgica dominicana, em particular de seus diáconos e subdiáconos.

Fonte: Dominican Liturgy
Tradução: Salvem a Liturgia
Um comentário em um post muito antigo e uma discussão das tradições dominicanas com os irmãos em nossa Casa de Estudos da Província Dominicana Ocidental quanto à paramentação do diácono levaram a esta visão geral sobre os diáconos e subdiáconos e suas vestes no Rito Dominicano tradicional.

SOBRE AS VESTIMENTAS DO DIÁCONO E SUBDIÁCONO

1. No Rito Dominicano tradicional, quais são as vestimentas apropriadas para um diácono e subdiácono?

Como o sacerdote, o diácono e subdiácono vestem o amito, a alva, o cíngulo e o manípulo. Em certas ocasiões, eles vestem também a dalmática. O Rito Dominicano não segue a prática do Rito Romano de distinguir a dalmática (usada pelo diácono) da tunicela (usada pelo subdiácono), na qual a dalmática possui duas barras entre as claves (faixas verticais) e a tunicela apenas uma. Embora esta distinção seja muitas vezes vista nas Missas Dominicanas (vestimentas romanas são mais freqüentemente disponíveis), propriamente não há distinção de estilo ou nome entre as dalmáticas do diácono e do subdiácono. Você pode ver, ao lado, uma foto de um diácono e subdiácono no Evangelho, durante uma missa de Páscoa nos meados dos anos 1950, no Priorado São Alberto, o Grande, em Oakland. Ambas as dalmáticas são idênticos (e sem as tradicionais claves).

2. Em que dias o diácono e o subdiácono vestem a dalmática na Missa?

De acordo com o Caeremoniale S.O.P.(1869), n. 548-50, o diácono e subdiácono vestem suas dalmáticas:

a. Em todos os domingos;

b. Em todas as Festas com Três Leituras [1] e acima (o que, após a reforma de 1960 no calendário, significam todas as festas de 3ª Classe e acima);

c. Nas Missas Votivas em que a festa daquele dia, de acordo com o calendário, é de 3ª Classe ou acima;

d. Nas férias das Oitavas, quando a Missa do dia é própria da Oitava (após 1960, isto inclui apenas as Oitavas do Natal, da Páscoa e de Pentecostes).

e. Em Missas de Réquiem no dia da morte, sepultamento, aniversário, ou (pro causa sollemnitatis) quando rezada por uma figura pública. Já se o Réquiem substitui a missa conventual, então a dalmática é usada apenas se a missa própria do dia a exigir. Do contrário, não.

f. Antes de 1923, as dalmáticas eram também vestidas em Missas Votivas especiais da Ordem que substituíam as férias da semana. As reformas no calendário de S. Pio X aboliram estas missas votivas especiais de modo a restaurar a celebração das férias.

De outra maneira, o diácono e subdiácono vestem apenas o amito, a alva, o cíngulo, o manípulo, e, para o diácono, a estola. Os padres, é claro, sempre vestem a casula na missa. Desta forma, a dalmática não é usada: em férias que não sejam parte de uma oitava, em vigílias “verdadeiras” (i.e. não as missas antecipadas de um domingo ou dia festivo, mas a missa do dia que antecede a Ascenção, Pentecostes, São João Batista, São Pedro e São Paulo, São Lourenço, Assunção, e o Natal), e as Têmporas. Nem os nossos diáconos e subdiáconos vestem dalmáticas ou casulas plicadas [2] na Sexta-Feira da Paixão: neste dia eles vestem apenas amito, alva, cíngulo, manípulo, e, para a o diácono, a estola, apesar do prior (ou do padre) vestir o pluvial nesta celebração (Caermon. (1869), n. 1483).

3. Em que outros tempos se veste a dalmática?

De acordo com o Caeremoniale (1869), n. 551:

a. Em procissões nas quais o padre veste o pluvial.

b. Quando se canta a Genealogia e o Último Discurso de Jesus.

c. Ao assistir um sacerdote vestindo o pluvial durante a Bênção do Santíssimo Sacramento.

Deve-se notar que, no Rito Dominicano, o padre não veste o pluvial para o Asperges, a menos que uma procissão dos irmãos a preceda (a entrada dos ministros durante a Missa não é tal procissão). Durante o Asperges, contudo, todos os três ministros vestem o manípulo. Note que isto é diferente da prática romana. Eu incluí uma foto de ministros dominicanos durante o Asperges (desculpem pela qualidade) para ilustrar nossa prática. Veja também que estes ministros vestem alvas decoradas com frisos, outra tradição dominicana. Também se pode acrescentar que a prática dominicana é estar com o manípulo quando se prega. Apesar de que, na Província Ocidental, era muito comum o padre remover a casula e colocá-la sobre o altar antes da prédica. Eu suspeito que isto seja porque os dominicanos geralmente prendem o manípulo na manga da alva, o que o torna mais difícil de ser removido; assim, removiam a casula em seu lugar. A prática corrente, todavia, na Província Ocidental é de não se remover nem a casula nem o manípulo durante a pregação nas missas de Rito Dominicano.

4. Qual seria o significado disso para os dominicanos que celebram o Rito Romano moderno?

Estritamente falando, nada é exigido por estas antigas normas. Mas os novos livros litúrgicos romanos deixam muita liberdade para a paramentação do diácono. Embora as vestimentas próprias do diácono no novo rito incluam a dalmática, ela não é exigida (diferentemente da casula para os padres celebrantes). Então é possível adaptar algumas das práticas dominicanas antigas.

Usando o princípio da solenidade progressiva, seria possível, ou até mesmo preferível, para os diáconos dominicanos deixarem a dalmática de lado nas missas feriais. Isto era, de fato, a prática quando eu era um estudante na década de 1970 e 1980 em nossa Casa de Estudos em Oakland, CA. Mas se, em uma clara violação das rubricas, os diáconos não vestem amito, alva e cíngulo, mas apenas seu hábito branco (uma prática que aparenta estar morrendo na Província Ocidental, embora seja freqüentemente vista em outros lugares), então, certamente, eles devem usar a dalmática nas missas feriais para tornar sua infração menos visível para a congregação.


SOBRE OS SUBDIÁCONOS

O renascimento do Rito Dominicano tradicional em algumas províncias desde o [motu proprio] Summorum Pontificum, juntamente com seu uso continuado – e agora em expansão – em nossa Província Dominicana Ocidental, levanta algumas questões sobre o ofício e função do subdiácono. Eu tentarei respondê-las.

1. Quem podia servir como subdiácono no Rito Dominicano tradicional, anterior ao Vaticano II?

Obviamente, antes da reforma dos ritos de ordenação, qualquer frade ordenado ao subdiaconato poderia servir; assim como os padres e diáconos, previamente ordenados subdiáconos. Agora, o Caeremoniale S.O.P. (1869), n. 864, é bem explícito, e cita o Capítulo Geral de Bologna (1564) nisso: “Ninguém pode usar vestimentas litúrgicas e cantar solenemente o Evangelho se não tiver sido, pelo menos, promovido ao grau de subdiácono”. Como em uma Missa Cantada a Epístola sempre pôde ser cantada “por qualquer clérigo” (Bonniwell, Ceremonial, p. 141) – o que hoje em dia significaria qualquer irmão clerical, uma vez que a tonsura não é mais dada -, esta legislação se refere apenas à Epístola em uma Missa Solene. Então o que era e é comumente chamado de “falso subdiácono” (i.e. um homem, normalmente um clérigo, que se vestia como subdiácono e cumpria essa função) era claramente proibido. Embora o Caeremoniale chame esta prática de “abuso”, não era incomum na Ordem [Dominicana], antes do Vaticano II, que os irmãos leigos servissem como “subdiáconos” nas Missas Solenes. Na verdade, um irmão cooperador idoso (leigo) me disse que ele atuava regularmente como subdiácono nas missões e em paróquias, quando não havia padre disponível. Uma vez que, na igreja pré-conciliar, os “falsos subdiáconos” eram tolerados no Rito Romano [3], este costume parece ter sido adotado comumente também pelos dominicanos.

2. Quem pode servir como subdiácono no Rito Dominicano tradicional hoje?

Quando a Missa Solene no Rito Dominicano é celebrada hoje, um diácono ou padre poderia atuar como subdiácono, uma vez que os dois são clérigos (desde suas ordenações ao diaconato) e foram ordenados a um grau acima do subdiaconato (veja acima a norma do Capítulo Geral). Esta é a prática comum em nossa Província Ocidental. O que deve ser feito se não há padre ou diácono disponível ou se os padres e diáconos presentes não podem, por uma razão ou outra, realizar as funções de subdiácono? Hoje, os únicos ministérios dados aos padres dominicanos antes da ordenação ao diaconato são o leitorado e o acolitato (o qual pode ser chamado de “subdiaconato”, se a conferência episcopal desejar). Nenhum dos dois é canonicamente “clérigo”, porque o estado clerical agora começa com o diaconato (mesmo para aqueles que receberam a tonsura nos institutos religiosos para os quais os ritos são conferidos segundo os livros antigos).

Como anteriormente ao Vaticano II, quando se apresenta um problema para o qual nossos livros silenciam, nos voltamos à prática do Rito Romano, como rito-mãe. Para a forma extraordinária do Rito Romano, uma carta da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei (Prot. No. 24/92, 7 de junho de 1993) provê que um acólito instituído (usando o novo Rito Romano) pode servir como subdiácono, mas não deve vestir o manípulo. A justificação dada para esta decisão é que, anteriormente, permitia-se que alguém que recebeu a ordem menor do acolitato servisse, sem o manípulo, na função litúrgica de subdiácono, quando necessário. Eu não estou seguro de que esta restrição no uso do manípulo estava correta, mas isso é outro assunto. Esta carta representa a lei litúrgica corrente para a forma extraordinária do Rito Romano.

Havia, antigamente, duas outras restrições que os homens servindo como subdiáconos deveriam cumprir, além de não vestir o manípulo. Eles não poderiam colocar água no cálice e nem secar os vasos. O diácono teria que fazer estas coisas. A [comissão] Ecclesia Dei omitiu estas restrições. Foi um descuido? Provavelmente não. Uma vez que um acólito instituído moderno pode purificar os vasos (Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 279), ele pode certamente secá-los. E hoje, quando existem muitos cálices extras para os concelebrantes, eles podem ser preparados com água e vinho até mesmo por um sacristão antes da Missa – a prática atual na Basílica de S. Pedro, em Roma (“On Multiple Calices,” Zenit.org, 9 de outubro de 2007). Além disso, o dito legal “quem cala consente” leva à conclusão de que quando a Ecclesia Dei escolheu listar apenas uma restrição ao acólito que atua como subdiácono, quis implicar que quaisquer outras restrições antigas não são mais vinculantes. E com boa razão!

Pode um frade que ainda não recebeu os ministérios do acolitato e do leitorado, ou apenas recebeu o ministério do leitorado, ou, ainda mais, pode um simples leigo atuar como subdiácono em uma Missa Solene no Rito Dominicano? Eu diria que não, apesar dos irmãos leigos terem feito isto antes do Vaticano II. A resposta da Ecclesia Dei citada acima permite que sirva como subdiácono apenas aqueles homens que foram, por uma razão ou outra, instituídos no ministério do acolitato moderno. Penso que não preciso informar aos leitores que isto não significa ser delegado como Ministro Extraordinário da Comunhão ou ter sido encarregado como coroinha em uma paróquia. Eu acrescentaria que a instituição formal de leitores e acólitos no novo rito é permanente: ela não “desaparece” se o seminarista ou frade que a recebeu deixa o seminário ou a ordem antes de fazer os votos finais.

Esperamos que, além da Missae Cantatae cantada semanalmente, mensalmente ou anualmente - em nossas paróquias dominicanas da Província Ocidental -, a Missa Solene completa possa tornar-se um evento mais regular.

[1] NdT: Das Matinas, Liturgia das Horas.
[2] NdT: Casulas em que a parte inferior da frente é dobrada para dentro, não passando da cintura.
[3] NdT: pelo que me consta, ainda são tolerados; pode-se vê-los usualmente, por exemplo, nas paróquias do Instituto de Cristo Rei e Sumo Sacerdote Instituto de Cristo Rei e Sumo Sacerdote na Itália.
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