Nossos Parceiros

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Domingo de Ramos na Igreja Santissima Trinitá dei Pellegrini

View Comments
28 de março de 2010 - Celebração do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor celebrada na Paróquia Pessoal da Santíssima Trinitá del Pellegrini em Roma, pelos Padres da Fraternidade Sacerdotal São Pedro.

Celebrada em latim, na forma extraordinária do rito romano.













Música litúrgica - o Ofertório

View Comments
Continuemos nossa série de textos a respeito do Próprio da Liturgia da Santa Missa em Rito Romano. Estes são os artigos anteriores:


Este sexto texto se dedica ao Ofertório.

*

Na Forma Extraordinária do Rito Romano, a “Missa Tridentina”, o Ofertório possui a sua própria antífona, assim como, já vimos, o Introito possui a sua e, logo veremos, a Comunhão também.

No Missal da Forma Ordinária do Rito Romano existem antífonas para o Introito e para a Comunhão, mas não para o Ofertório. Esta não foi a única modificação feita no Ofertório pelos executores da reforma litúrgica de 1969-1970; no Rito Novo ele se tornou consideravelmente mais curto.

Antífona do Ofertório da Solenidade da Ascensão do Senhor no Missal de 1962,
Rito Tridentino (Forma Extraordinária do Rito Romano)

Temos feito sempre alusão ao Graduale Romanum, nesta série de textos, como a fonte das peças gregorianas que se usam na Missa. Depois da reforma litúrgica de 1969-1970 foi organizado e publicado também um novo Graduale Romanum para o Rito Novo. A propósito, esta publicação foi feita não apenas por ser muito desejável, mas em cumprimento a uma determinação do Concílio Vaticano II.

Claro: quando o Concílio elaborou seus documentos, a reforma litúrgica ainda não tinha acontecido, e talvez não se esperasse que viesse a ser tão profunda. Entretanto, refiro-me às seguintes palavras:

117. Procure terminar-se a edição típica dos livros de canto gregoriano; prepare-se uma edição mais crítica dos livros já editados depois da reforma de S. Pio X.
Convirá preparar uma edição com melodias mais simples para uso das igrejas menores.

...que podem ser lidas no documento Sacrosanctum Concilium. A “edição com melodias mais simples” foi realizada no Graduale Simplex. Sem sequer pretender entrar, ainda que minimamente, em questões de interpretação do Concílio Vaticano II, fica muito claro por sua letra que seu ensinamento é o de pôr o canto gregoriano em “primeiro lugar”:

116. A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.

Certo: “primeiro lugar” não significa “exclusividade”; mas isto abordaremos em outro texto, fora desta série.

De volta ao Graduale Romanum: temos uma edição feita em 1974, que atende às necessidades do Rito Novo. Para a Forma Extraordinária, utilizamos a edição de 1961.

Entretanto, ambas nos dão antífonas para o Ofertório. Isto é natural para a Forma Extraordinária, mas não encontra correspondente no Missal do Rito Novo.

Nisto acabaríamos entrando na questão das diferenças entre os textos das antífonas do Gradual e os textos das antífonas do Missal, e este assunto poderia obscurecer um pouco o foco desta série. Em todo caso, é importante dar-se conta de que se o Missal não provê uma antífona de Ofertório na Forma Ordinária, o Graduale Romanum o faz, e sua publicação traz a autoridade de um livro litúrgico aprovado pelo Sumo Pontífice.

A IGMR, infelizmente, não dá informações claras sobre a música no Ofertório, embora algumas conclusões possam ser tiradas.

74. O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas (cf. n. 37, b) e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (cf. n. 48). O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.

Com a permissão do leitor, preciso utilizar numerosas citações da IGMR. O número 74, colocado acima, faz referência ao 48 ao falar das “normas relativas ao modo de cantar”. O 48 explica o “canto de entrada”; já o vimos quando falamos do Introito.

48. O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do Gradual simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos Bispos.
Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial (cf. n. 31).

Aplica-se, então a regra sobre quem canta (cantores e povo, cantor e povo ou cantores). Aplica-se também a regra de tomar música do Graduale Romanum ou do Graduale Simplex (e, como o canto gregoriano não é o único tipo de música permitido, pode-se usar também outra música que siga o texto destes livros).

A possibilidade de a antífona ser recitada, entretanto, não se aplica, já que para o Ofertório não existe “antífona proposta no Missal”. Esta parte, portanto, não se relaciona ao Ofertório.

Entretanto, existe a previsão de um Ofertório sem música:

142 (...) Contudo, se não houver canto de preparação das oferendas ou não houver música de fundo do órgão, na apresentação do pão e do vinho, o sacerdote pode proferir em voz alta as fórmulas de bendição, respondendo o povo: Bendito seja Deus para sempre.

Ofertório sem música não parece muito incomum, e pelo que tenho observado não poucas pessoas sabem a resposta Bendito seja Deus para sempre.

O número 142 menciona até “música de fundo do órgão”, que não aparece, na IGMR, em nenhum outro ponto que mencione o Ofertório – trata-se de música exclusivamente instrumental executada pelo órgão. Pessoalmente, gosto desta possibilidade, embora defenda o uso das antífonas do Ofertório colocadas pelo Graduale.

E por falar nas antífonas de Ofertório do Graduale, lembremo-nos de que, constantes apenas desse livro, e não do Missal, elas nos estão disponíveis apenas em latim. Se por qualquer motivo utilizamos o português (ou outra língua nacional) na Liturgia, não parece haver obstáculos para o uso de uma tradução correta e sóbria. Ademais, como os textos das antífonas são praticamente sempre extraídos da Escritura, uma simples consulta aos versículos pode prover o texto. Na pior das hipóteses, este texto entra na categoria de “outros” que, precisando da aprovação da conferência episcopal, já me parecem tê-la por simplesmente serem parte da Escritura. O leitor certamente concordará comigo que tal opção se mostra bem mais conveniente do que um famoso “canto de ofertório” usado em muitas paróquias no Tempo Pascal:

Eu creio num mundo novo
Pois Cristo ressuscitou
Eu vejo sua luz no povo
(...)
No pobre que se liberta
Eu vejo ressurreição.

Sabendo que as antífonas de Ofertório tomam seu texto da Sagrada Escritura, compreendemos imediatamente que não existe a menor necessidade de que os textos falem em pão, vinho, trigo, uva etc. É verdade que alguns cantos populares piedosos usados no Ofertório, já há algum tempo, falam nestas coisas todas; certamente não estou dizendo que seja errado. Entretanto, não há obrigatoriedade; exigir isto seria um pensamento de trilha sonora, em que o texto da música supostamente tivesse que descrever os acontecimentos.

*

As antífonas de Ofertório não diferem daquelas de Introito, quanto à estrutura de seu texto. A diferença mais notável se vê quando examinamos as partituras gregorianas: os Ofertórios são mais difíceis de cantar do que os Introitos, que em geral são um pouco menos complexos (as Comunhões, por sua vez, com grande freqüência são ainda menos complexas que os Introitos).

Por esta razão, é comum que, nos lugares onde se começa a implantar o uso do canto gregoriano, o Ofertório fique para depois – e deve ficar mesmo; parece-me mais produtivo começar pelas partes capazes de produzir resultados mais imediatos, como o Ordinário, a Comunhão, o Salmo Responsorial etc. A seu tempo, o Ofertório poderá ser feito.

O leitor me perdoe se eu me repito, mas gostaria de esclarecer novamente: estou, aqui, falando do canto gregoriano. Se a igreja (a paróquia, a capela, o instituto religioso etc.) utiliza outro tipo de música litúrgica legítimo e verdadeiramente sacro, pode ser que seu repertório específico não apresente essa dificuldade no Ofertório.

Que eu utilize o canto gregoriano como base destes textos sobre o Próprio se deve ao seu primeiro lugar no patrimônio litúrgico musical do Rito Romano. Aproveitamos assim a oportunidade de uma coisa (entender o Próprio) para já fazer outra (entender um pouco mais o canto gregoriano).

Na Forma Extraordinária, sendo o Ofertório (o rito, não a antífona) mais longo, é comum que, ao se terminar o canto da antífona, ainda reste tempo, durante o qual se pode cantar um moteto – uma composição polifônica sobre outro texto, que não a antífona do Ofertório. Este costume se encontra claramente codificado em Tra le sollecitudine, o motu proprio do papa São Pio X que provê numerosas diretrizes para a música sacra:

8. (...) Permite-se outrossim que, depois de cantado o ofertório prescrito, se possa executar, no tempo que resta, um breve moteto sobre palavras aprovadas pela Igreja.

Outra possibilidade foi trazida mais ao alcance dos grupos de canto gregoriano pela publicação do Offertoriale Triplex, em 1985. Este livro traz versículos adicionais para o Ofertório, da mesma maneira que, como vimos, é possível fazer no Introito.

No caso do Introito (e o mesmo ocorre na Comunhão), canta-se a antífona, e em seguida um versículo do salmo em tom salmódico; repete-se a antífona, e outro versículo; e assim por diante.

O Ofertório apresenta uma pequena diferença: depois de um versículo adicional, não se repete a antífona inteira, mas sua última “metade” (essa metade pode ser maior ou menor que uma “metade de verdade”). Esta é a estrutura de um responsório, tal como se pode encontrar no Ofício Divino (na Liturgia das Horas).

Abaixo, um exemplo: um responsório tomado do Ofício das Leituras do Ofício dos Fiéis Defuntos da Liturgia das Horas. A primeira parte, marcada com R, consta de quatro versos (um asterisco marca o início da segunda metade). A segunda parte, marcada com V, consta de três versos. Depois dela, é repetida apenas a parte de R que começa com o asterisco.

R - É preciso que ele reine até que tenha colocado
Debaixo de seus pés seus inimigos, todos eles,
* A morte há de ser o seu último inimigo,
A ser exterminado.
V - A morte e o seu reino devolverão todos os mortos
E a morte e o seu reino serão precipitados
No lago incandescente.
* A morte há de ser o seu último inimigo,
A ser exterminado.

Se numerarmos os versos, sua recitação (ou canto) ocorre nesta ordem: 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 3 – 4.

A repetição, no final, do trecho marcado com asterisco, é comumente abreviada nos livros (neste responsório, no livro vemos apenas * A morte.) – mas deve ser feita integralmente.

Mesmo quem não possua o Offertoriale Triplex pode utilizar estes versos adicionais, se adota o canto gregoriano em sua igreja. No link abaixo o leitor pode copiar um pdf feito por Richard Rice, do qual constam partituras gregorianas para um versículo, em tom salmódico, para cada Ofertório. As datas litúrgicas se referem à Forma Extraordinária, mas para o uso na Forma Ordinária basta consultar o nome do Ofertório respectivo.


No vídeo que deixo de exemplo, é cantado o Ofertório Sicut in holocausto, que na Forma Ordinária se aplica à Décima-Terceira Semana do Tempo Comum e, na Forma Extraordinária, ao Sétimo Domingo Depois de Pentecostes. A antífona é cantada uma única vez no vídeo, e o leitor poderá acompanhar o texto e a partitura no próprio vídeo. A direção é do professor William Mahrt, e a schola é composta apenas por mulheres.

O texto é do Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 40: “como um holocausto de carneiros, touros e milhares de gordos cordeiros, seja diante de ti, hoje, nosso sacrifício, de vosso agrado. Pois não é confundido quem em vós põe sua confiança”.

Em latim: sicut in holocausto arietum et taurorum, et sicut in milibus agnorum pinguium: sic fiat sacrificium nostrum in conspectu tuo hodie, ut placeat tibi: quia non est confusio confidentibus in te Domine.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Nós sabemos que não estamos sós... Agora, ELES precisam saber que não estão sós!

View Comments
Produção de May Feelings!

Ordenações sacerdotais no Opus Dei - AO VIVO PELA INTERNET

View Comments
Veja como aqui.

O Sacerdote e a reparação

View Comments
Trazemos um belo artigo de espiritualidade litúrgica e teologia do sacerdócio, publicado pelo Pe. Antonio Rivero, LC, professor no Seminário Interdiocesano Maria Mater Ecclesiae, em Itapecerica da Serra, SP:



O Servo de Deus João Paulo II ainda como sacerdote

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Que relação tem a reparação e o sacerdote? O sacerdote “é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hebreus 5, 1). Aqui está a razão e a relação entre sacerdote e reparação. O sacerdote não só sabe das fraquezas e pecados dos seus irmãos, os homens e mulheres. Ele mesmo é também pecador. Por isso precisa da reparação pelos pecados próprios e pelos pecados da humanidade. Porque o pecado ofende a Deus, Senhor e Pai.

Como pode o sacerdote reparar seus pecados e os pecados dos seus irmãos para poder contentar a Deus? Mediante a oração humilde, o sacrifício amoroso e a Eucaristia oferecida pela reparação dos pecados. Deus fica lastimado com cada um de nossos pecados. E ai está o sacerdote mediante a reparação dando consolo a Deus, magoado e ferido por culpa dos pecados da humanidade.

Deus fica triste com cada um de nossos pecados. E ai está o sacerdote mediante a reparação, enxugando as lágrimas de Deus, entristecido por nosso desamor e arrancando dele um bel sorriso. Deus fica com o coração aflito e coroado de espinhos por culpa dos pecados. E ai está o sacerdote com esse sacrifício voluntário e buscado, essa renuncia oferecida, essa oração elevada com coração limpo e humilde, dando a Deus um pouco de alívio para seu coração. Deus fica pisoteado, maltratado, cuspido com os nossos pecados. E ai está o sacerdote de joelhos em oração humilde, dia e noite, manhã e tarde, limpando o rosto de Deus, sujo por o nosso desprezo. Deus fica um pouco abalado e desanimado pela indiferença de tantos, que preferem seguir o seu caminho de perdição longe dEle. E ai está o sacerdote celebrando com fervor essa santa Missa para dar a Deus toda a Glória que se merece e roubada por seus filhos e filhas e pedindo pela conversão de seus irmãos.

Deus amado, consolado, animado pelo seu amigo, o sacerdote. Que mistério tão maravilhoso e tão real! Bendito sejas tu, ó sacerdote, que podes alegrar o coração de Deus com teu espírito reparador. Não deixes sofrer a Deus que te chamou a ser seu amigo íntimo e inseparável.

Aprendendo o Latim (Parte III)

View Comments

Não é fácil definir, com precisão, a pronúncia original do latim. Se assim fosse, não haveria tanta polêmica entre latinistas franceses, alemães, italianos e outros.

Nesta breve iniciação na língua latina, importam apenas alguns instrumentos práticos. Em geral, os bons dicionários latinos registram os vocábulos com pequenos sinais diacríticos para indicar se as vogais são breves (ˇ) ou longas (-). Mas o latim mesmo não tinha acentos gráficos. Trata-se, portanto, de simples recurso didático para facilitar a aprendizagem. Aqui nos limitaremos a grafar em negrito a vogal tônica das palavras proparoxítonas. A palavra que não tem vocal em negrito é paroxítona. Exemplos: honoris, pronuncia-se honóris; populus, pópulus, etc. No latim não há palavras oxítonas, com exceção, é claro, de monossílabos tônicos, por exemplo, algumas interjeições.

O grupo ti, seguido de vogal, soa como ci em português. Por exemplo: justitia (justicia). Só o segundo ti soa ci porque seguido da vogal a.

Outra importante observação: os ditongos ae, oe se pronunciam como é, mas não são necessariamente tônicos. Como não há palavras oxítonas em latim, rosae se pronuncia róse e não rosé.

Para evitar equívocos, convém pronunciar sempre o o e o e latinos como o e e e não u e i  como acontece no português. Por exemplo, se pronuncio civitate como civitati, o som i mudaria por completo a função da palavra, que deixaria de ser ablativo para se tornar dativo, como verá mais adiante.

Aqui o áudio da Oração "Santo Anjo do Senhor":




Angele Dei:
Angele Dei, qui custos es mei, me tibi commíssum pietáte supérna, illúmina, custódi, rege et gubérna. Amen.


b) Pronúncia Clássica.

O latim só tinha letras maiúsculas, as minúsculas são utilizadas por primeira vez na Idade Média. A pronúncia é por sílabas, muito parecida ao português.


Todas as vogais podem ser longas ou curtas. A pronúncia das vogais cá descrita é muito aproximada e fundamentada na evolução do latim para o português (vogais longas tornam-se fechadas, breves tornam-se abertas).

A, letra chamada em latim A, quando longo mais ou menos como em levar, quando breve como em chazinho

B, BE, como em barco

C, CE, sempre como em carro (também em -CE-, -CI-). Arcaicamente, o C também podia ser um G (cfr. CAIVS e GAIVS)

D, DE, como em deixar

E, E, quando longo como em dedo, quando breve como em vetar

F, EF, como em fevereiro

G, GE, sempre o g português em gato (também em -GE-, -GI-; nos -GUE-, -GUI- o u é pronunciado, como semivogal)

H, HACCA, só os falantes muito cultos aspiravam o H (como o inglês hen) mesmo na época clássica, para a maioria era mudo na altura

I, I, quando longo como em ruído, quando breve como em enorme

J: esta letra não existia em latim clássico, foi criada na Idade Média para fazer diferença entre o i vogal e o i consonântico para o que muitos i latinos foram evoluíndo

K, KA, como o C latino; arcaicamente havia uma diferença entre C e K, mas perdeu-se e o K só ficou nalgumas palavras: KARTHAGO (mas também CARTHAGO), KALENDA... muitas delas emprestadas da língua grega;

L, EL, como em levar

M, EM, como em muito, não nasaliza as vogais anteriores a ele

N, EN, como em nome

O, O, quando longo como em toda, quando breve como em mormente

P, PE, como em português

Q, QV, sempre antes do u semivogal, -QV-. A diferença é clara em, p.ex. CVI e QVI: em CVI o u é vogal e tónico, "cú-i", em QVI o u é semivogal e o i é o tónico, "kwí"

R, ER, possivelmente como em caro, ou talvez como em carro (rr não uvular, mas alveolar, o "clássico" europeu e como se pronúncia ainda nas zonas rurais de Portugal, em África ou na Galiza), talvez ambos dois segundo regras similares às do português

S, ES, possivelmente como em só

T, TE, como em tempo (t do padrão europeu)

V, V, nunca como o v português, sempre é vogal ou semivogal: quando vogal longo, como em miúdo, quando vogal breve como em surdo, quando semivogal como em mau. É semivogal quando diante de outra vogal, como em SOLVO ou QVARTVS. Na Idade Média, o V minúsculo grafava-se "u", o "u" afinal foi utilizado só para o som vogal e "v" para o consonântico (como no português);

X, EX, "gs" ou "ks", segundo a palavra (LEX-LEGIS, gs; DUX-DUCIS, ks)

Y, YPSILLON, como o u francês ou o ü/ue alemão, a letra é grega e não latina (este som não existe em latim), mas empregou-se para empréstimos do grego;

Z, ZETA, como o z alemão, aproximadamente "ts", também para empréstimos do grego;

Há também estes dígrafos para empréstimos gregos:

CH, como o j espanhol ou o ch alemão; também aparece em palavras latinas, nelas é talvez um K levemente aspirado, é dizer, K+H, (PVLCHER, LACHRIMA) ou apenas um simples K

PH, aproximadamente como um P aspirado (PHILOSOPHIA)

RH, como o R ou RR (RHETOR, RHOMBVS)

TH, como em inglês thin ou o c/z espanhol da península

As letras para os empréstimos gregos tendiam a ser pronunciadas com os sons mais próximos do latim, assim o Y pronunciava-s I ou V, o Z como S, CH como K, TH como T, PH como F, etc.

As letras das consoantes podem ser duplas, BB, CC, DD, FF, GG, LL, MM, NN, LL, PP, RR, SS, TT, mesmo a vogal VV (MORTVVS)... a pronúncia é como duas letras separadas em sílabas diferentes, ILLE é "IL-LE" (ou um L mais longo), têm valor fonológico, p.ex. ANVS, "A-NVS", "(mulher) velha", não é, nem se pronúncia como ANNVS, "AN-NVS", "ano", SVMVS, "SV-MVS", "nós somos", não tem a ver com SVMMVS, "SVM-MVS", "o mais alto".

Arcaicamente, as vogais longas por vezes eram escritas como duplas, nos tempos da República com um acento grave (APEX), e no Império com algo parecido a um acento agudo. Mas nunca foi universal nem unanimemente aceite. Na Idade Média, sobretudo nos livros de aprendizagem, adoptou-se o costume de grafar as vogais longas com um tracinho acima (mácron), e as breves com um u pequeninho (bráquia).

Há ditongos e tritongos (muito raros), AE, AV, EI, EV, OE, OI, VI, e pronunciavam-se com os sons correspondentes, mas muito cedo foram evoluindo para outros sons, p.ex. AE passou a ser pronunciado como um E aberto, OE como E fechado, AV como o "ou" (ow) português, etc.

Há estes grupos consonânticos: BL, BR, CL, CR, DR, FL, FR, GL, GN, GR, PL, PR, SC, SCR, SGR, SP, SPL, ST, STR, TR, a pronúncia deles é a união dos sons, mas fazem parte duma única sílaba: DRV-SVS, GNA-TVS; qualquer outro caso as consonantes fazem parte de sílabas diferentes: AR-TIS, MOR-TEM, PROP-TER, OM-NI-A

Hoje o latim é escrito empregando letras maiúsculas e minúsculas segundo as regras universais, e utilizando a diferença na escrita do u vogal e consonântico, u/v, isto é, mortuus e não MORTVVS ou unum e não VNVM, mas cave (de CAVE) e não caue (em geral: v sempre entre vogais). O emprego do i/j fica à vontade mas dentro duma coerência (ou é utilizado o j, ou não é).

As sílabas em latim são abertas se terminam em vogal, fechadas se em consoante. Uma sílaba é breve se aberta e contém uma vogal breve: fu-ga, do-mi-na, ou quando vai diante doutra vogal (ainda que tiver uma vogal longa ou um ditongo): au-re-us, om-ni-a. A sílaba é longa se fechada ou contém uma vogal longa.

No latim não há palavras oxítonas, excepto as poucas que perdem uma vogal final: educ (edúc, de educe), illic (il-líc, de illice).

As palavras com duas sílabas são paroxítonas: unda (únda), rosa (rósa).

Se houver mais de duas sílabas: são paroxítonas se a penúltima sílaba é longa, amicus (amícus), frumentum (fruméntum). Também se a última sílaba é uma partícula enclítica, fratresque (fratrésque, mas frâtres), reginave (regináve, mas regína).

Em todos os demais casos são proparoxítonas: dominus (dóminus), agricola (agrícola).

Há palavras átonas, proclíticas ("colam" por diante) ou enclíticas (por trás). As enclíticas puxam para si o acento: Inter (átona) +homines (hómines) = interhomines (interhómines); ipse (ípse) + met (átona) = ipsemet (ipsémet). Mas se não era considerada composta (como em português "porém" ou "decerto", p.ex.), não acontecia: itaque (ítaque, "então"), itaque (ita+que > itáque, "e assim").

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Transmissão ao vivo, sábado, na EWTN, de Missa cantada na forma extraordinária

View Comments


Para assistir, no sábado, clique em http://viewers.multicastmedia.com/viewer/detection.asp?alias=SF&networkID=3001844&nsn=EWTNTVEUS

Lembrem-se de que o horário é o da Costa Leste dos EUA, sempre 1h a menos do que o Horário Oficial de Brasília.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Parceiros