Também o tema do lecionário deve ser enfrentado na reforma da reforma, rumo a uma unificação do rito romano.
Um ponto positivo da reforma de Paulo VI, dando origem ao que hoje se chama forma ordinária, foi a introdução de uma leitura a mais, geralmente do Antigo Testamento, nos Domingos e solenidades (antigas festas de 1ª classe). Outro ponto positivo foi a criação de um lecionário ferial, evitando que nos dias de semana se repetisse, como no rito antigo, as leituras do Domingo precedente.
Mantidos esses dois pontos, penso que se deva buscar a unificação do lecionário fortemente na forma extraordinária. Um ciclo anual apenas e não trienal, conforme o lecionário tradicional, que tem sua origem em São Jerônimo, acrescido de uma leitura do AT: preserva-se a lista de leituras do rito tridentino, com uma leitura a mais que nos vem do rito moderno. E o Salmo, que no rito novo pode ser o Responsorial rezado ou cantado ou o Gradual cantado, deve ser unificado também, voltando-se ao padrão de antes: o Gradual. Fica muito estranho que tenhamos duas opções de texto, uma para rezar ou cantar, e outra para cantar, e perde-se a riqueza das melodias gregorianas, deixadas de lado por conta do Responsorial. Enfim, além do ciclo anual dominical, mais um ciclo anual ferial, com leituras para cada dia do ano, conforme prevê o rito novo (apenas que, diferentemente deste, não será bienal, mas anual).
Os ciclos anuais e não trienais nem bienais são mais naturais, mais conforme o ano “comum”, e ainda ajudam, pedagogicamente, a fixar as leituras no fiel. Do que adianta o fiel ler o máximo possível a Escritura, em um ciclo trienal e outro bienal, se não tira proveito das mesmas pela fixação? Melhor que leia menos passagens, mas transforme essa leitura em vida prática. Isso, sim, é verdadeira utilidade pastoral.