domingo, 3 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
O beijo da paz no rito romano antigo
Não é fácil determinar com precisão a ligação entre o “beijo sagrado” [que está na I Pedro V, 14) e o litúrgico “bejo da paz”, conhecido em grego desde um tempo muito remoto como eirene (pax, paz). Esse último é muito primitivo, pois já está presente numa descrição da liturgia feita por São Justino Mártir (Primeira Apologia 65): “Quando completamos as orações saudamos uns aos outros com um beijo (allelous philemati aspazometha pausamenoi ton euchon), então é levado ao sacerdote o pão e o vinho.” Essa passagem indica claramente que no meio do segundo século já havia o costume – que agora tentam dizer que é distintivo das liturgias não-romanas –de trocar beijos da paz no começo do que chamamos Ofertório. As palavras de muitos Padres orientais e de certos cânons conciliares confirma as conclusões sobre o posicionamento original da Pax. São Cirilo de Jerusalém (Cat. Myst., V, 3) falando sobre o momento entre o lavabo e o Sursum Corda que precede a Anáfora ou Préfácio, diz: “Então o diácono fala em alta voz: ‘Abracemo-nos uns aos outros e nos saudemos... Este ósculo é o sinal de que nossas almas estão unidas e de que deixamos de lado toda lembrança das ofensas’.”
Muitos outros Padres (como Orígenes, Pseudo-Dionísio e São João Crisóstomo –De Cordis, 1, 3) falam de maneira similar e indicam que a Pax prece à Oblação. Mesmo o chamado “Cânon de Hipólito”, que alguns consideram um uso romano do terceiro século (Frank diz que ele é bem posterior), coloca o beijo no Ofertório. O mesmo é, sem dúvida, o caso do rito moçarábico e das liturgias galicanas. Em Roma, todavia, o ósculo da paz estava mais unido à Comunhão, e devia seguir imediatamente ao Pai Nosso como hoje em dia. Assim, o Papa Inocêncio I na sua carta a Decentius (416) reclama dos que dão a Pax antes da Consagração e insiste que ele foi concebido como um sinal de que “as pessoas dão seu assentimento às coisas já realizadas nos mistérios”.
Outro claro testemunho da mesma época está num sermão atribuído a Santo Agostinho, mas provavelmente escrito por São Cesário de Arles (P.L. XXXVIII, 1101): “Após isto [o Pai Nosso], pax vobiscum é falado, e o povo saúda uns aos outros com o ósculo que é o sinal da paz.” Os Ordinários Romanos, o Missal de Stowe (que representa o uso celta de uma época anterior), e muitos escritos litúrgicos do oitavo século comprovam que onde a influência do rito romano prevaleceu a Pax invariavelmente passou a seguir a Oração Consacratória e o Pai Nosso. É fácil entender que o uso que pôs o ósculo da paz antes do Ofertório está baseado nas seguintes palavras de Nosso Senhor (Mateus V, 23-24): Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Parece que essa posição antes do Ofertório era a regra litúrgica mesmo em Roma. Dom Cabrol (“Origines Liturgiques”, Paris, 1906 pp. 360-361) e outros estudiosos se inclinam para a hipótese de que o ósculo formava a sequência natural à comemoração dos vivos e a dos defuntos, e que esses elementos que originalmente ficavam antes do Ofertório, foram deliberadamente transferidos para outro lugar (a comemoração dos vivos e a dos defuntos foram inseridas separadamente no Cânon, e o ósculo, atraído pelas palavras “Perdoai as nossas dívidas”, foi colocado após o Pai Nosso).
Todavia, uma teoria rival, que diz que originalmente o ósculo era dado em dois momentos diferentes, um antes do Ofertório e outro antes da Comunhão, não é improvável; São João Crisóstomo, o Livro de Orações de Serapião, e Atanasius Sinaita testemunham esse rito antes da Comunhão, e a prática de beijar a mão do bispo antes de se receber a Eucaristia (Cardeal Rampolla, “S. Melania giuniore”, nota 41) possivelmente está conectada com isso. De acordo com essa segunda teoria, tanto a liturgia romana quanto as orientais, omitiram uma dessas saudações. Em todo caso, é certo que no começo da Idade Média o ósculo estava intimamente ligada a idéia de se receber a Comunhão (ver Pseudo-Egberto, “Confessionale”, XXXV, em Wasserschleben, “Bussordnungen”, p. 315), e é provável que a omissão da Pax nas missas para os defuntos devia-se ao fato de que a Eucaristia não era distribuída nelas.
Desde um tempo muito remoto, os abusos a que essa forma de saudação podem levar foram alvo de uma fiscalização cuidadosa. Tanto no Ocidente quanto no Oriente os homens e as mulheres eram separados na assembléia, de modo que o ósculo da paz só era dado entre os homens e entre as mulheres. Então, por volta do século XII ou do XIII se adotou gradualmente o costume de se usar o instrumentum pacis ou osculatorium. Ele era uma pequena placa de metal, marfim, ou madeira, decorada com imagens pias, e que tinha uma uma alça; o osculatorium era levado primeiramente ao altar, onde o celebrante o beijava no momento apropriado da Missa, e, depois, até os primeiros degraus do altar, para ser beijado pelo resto da assembléia. Contudo, com o passar dos séculos, mesmo essa prática se perdeu, de modo que a Pax só ficou presente nas missas solenes, e dificilmente era comunicada à congregação. O celebrante beija o corporal colocado sobre o altar (em muitos ritos locais ele beijava a Hóstia) e, então, coloca suas mãos sobre os braços do diácono, fazendo um movimento que direciona sua bochecha esquerda com a do diácono, mas sem tocá-la de fato. Ao mesmo tempo ele pronuncia as palavras Pax tecum, a que o diácono responde com Et cum spiritu tuo. O diácono saúda o subdiácono, e o subdiácono os outros clérigos que estão nos degraus. O Igreja ocidental não foi a única a descobrir que a cerimônia da Pax não poderia ser mantida de maneira decorosa quando os costumes se tornaram menos austeros. Entre os gregos, apenas um traço da saudação original é mantida. Um pouco antes do Credo, que precede a Anáfora, o celebrante diz “Paz a todos”, e beija os dons (velados), enquanto, ao mesmo tempo, o diácono beija o seu próprio orarion (estola).
Nos ritos siríacos, o diácono toca as mãos do sacerdote, depois move suas mãos em direção ao seu rosto e, depois, toca a dos fiéis. Dean Stanley declara que no rito copta o beijo ainda é passado de um lábio para o outro entre os fiéis, mas a verdade parece ser que cada fiel apenas saúda seu vizinho com a cabeça e toca numa de suas mãos (Brightman, "Liturgies Eastern and Western", 1896, p. 585).
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Papa Bento XVI: 60 anos de ordenação de sacerdotal hoje
O Salvem a Liturgia presta seu preito de homenagem ao "Doce Cristo na terra", agradecendo por todo o bem que Sua Santidade tem feito à Igreja, sobretudo quanto aos temas litúrgicos e à "reforma da reforma".

Ad multos annos!
Que se celebrem Missas, Ofícios e Exposições do Santíssimo pelo Papa neste dia. Que se rezem o terço e outras orações privadas.
E que, nada mal, se tome uma bela cerveja alemã por este grande Pontífice bávaro.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Corpus Christi com as monjas redentoristas de São Fidélis, RJ
Nem todos sabem, mas há um mosteiro da OSsR (Ordem do Santíssimo Redentor) vinculado à Administração Apostólica São João Maria Vianney. A OSsR é um instituto religioso da mesma família da Congregação do Santíssimo Redentor (CSsR, os redentoristas), fundada por Santo Afonso Maria de Ligório. No Brasil, estão presentes com dois mosteiros, um em Itu, SP, e outro em São Fidélis, RJ.
O mosteiro de Itu é ligado por laços de fraternidade à CSsR, os redentoristas, enquanto o de São Fidélis, por seguir a regra afonsiana antiga, está ligado aos FSsR – Filhos do Santíssimo Redentor, ou redentoristas transalpinos.
As monjas que hoje estão em São Fidélis obtiveram, pelas mãos do Núncio Apostólico, D. Sebastião Baggio, com a aprovação do Papa Paulo VI, a autorização para que seu convento usasse os usos litúrgicos e disciplinares tradicionais já em 1969, quando o restante da Ordem passava a adotar a regra reformada pós-conciliar. A autorização se deu a pedido de D. Geraldo Proença Sigaud. O primeiro mosteiro foi na cidade de Campos dos Goytacazes.
As irmãs continuaram sua prática, embora, mais tarde, junto com os problemas que ocorreram na Diocese de Campos após a resignação de D. Antônio de Castro Mayer e a criação da União Sacerdotal, tenham aderido à situação canônica irregular de Mons. Lefebvre. Com a ereção da Administração Apostólica, foram nela incorporadas e tiveram sua situação canônica trazida de volta à normalidade.
Em 2004, as monjas se transferiram ao atual mosteiro em São Fidélis.
A festa de Corpus Christi foi celebrada com especial entusiasmo nessa pequena, mas vibrante comunidade religiosa, obviamente segundo a forma extraordinária.
As fotos seguem:
O endereço do convento:
Monjas Redentoristas
Mosteiro da Santa Face e do Puríssimo e Doloroso Coração de Maria
Rua Armando Marques, s/n
28400-000 São Fidélis - RJ BRASIL
sábado, 25 de junho de 2011
Dedicação da igreja em Pinhal, RS
Seguem fotos da dedicação da Igreja da Imaculada Conceição, em Pinhal, RS. O templo é uma reitoria pertencente à paróquia Nossa Senhora dos Navegantes.
Celebrou o Bispo de Frederico Westphalen, D. Antonio Carlos Rossi Keller, concelebrou com o pároco, Côn. Paulo Kempa.
O leitor e seminarista Anderson Pelizzari nos manda as fotos e o comentário:
Como Salomão, por ordem de Deus, consagrára, solennemente o Templo em Jerusalém, assim a Santa Igreja, com bellas e commoventes cerimônias, dedica e consagra os seus templos, antes de os entregar o culto publico. Com esta consagração, torna-se sagrado o lugar ou edifício que fica reservado exclusivamente aos actos do culto divino.; usá-los para outros fins, não religiosos, seria uma profanação e até um sacrilégio. Se já os antigos respeitavam os templos, que erigiam aos seus deuses falsos, quanto mais nós, christãos, devemos tratar respeitosa e santamente os templos e igrejas que são destinados ao culto de Deus e á celebração dos mysterios divinos! “Á casa de Deus, se deve santidade”, afirma o profeta. Costuma a Igreja consagrar ou benzer solennemente os edifícios destinados ao culto público e assim, imprimir-lhes um caráter de santidade. Os anjos, avistando uma igreja catholica, dizem: “Ecce tabernaculum Dei cum hominibus!” Eis o tabernáculo de Deus entre os homens! Em nossa igreja Deus habita em pessoas, Jesus reside nella, não só de passagem, nem somente nas grandes solennidades , mas sempre, dia e noite. Elle está presente com corpo e alma, humanidade e divindade. A igreja é, de facto, a sua casa, a sua habitação.Os templos catholicos são “Casa de Deus e Porta do Céu”. Oh! Com quanta satisfação avistamos as nossas igrejas! Como somos ricos, riquíssimos! Deus habita entre nós!!!
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Fotos da celebração papal de Corpus Christi, ontem, na Basílica do Latrão
quinta-feira, 23 de junho de 2011
A Eucaristia e a humildade

"Eis que se humilha diariamente, como quando veio do trono real (Sb 18, 15) ao útero da Virgem; vem diariamente a nós ele mesmo aparecendo humilde; desce todos os dias do seio do Pai (cfr. Jo 6,38; 1,18) sobre o altar nas mãos do sacerdote." (São Francisco de Assis. Admoestationes, I, 16-18)
Hoje que a Igreja celebra a Solenidade de Corpus Christi, é oportuno fazermos uma reflexão acerca do testemunho silencioso que encerra o Santíssimo Sacramento. De fato, Jesus Cristo sendo Deus consubstancial ao Pai e ao Espírito Santo, humilhou-se na Sua Encarnação, ao assumir a frágil condição humana, e ao viver na obediência, como servo (Fl 2, 6-11). Mas também na Sagrada Eucaritsia, na qual o Senhor renova a obra da Redenção, Ele renova também a sua humilhação. Alguns autores usaram mesmo o termo grego kenosis, "aniquilamento", para definir esse ato de humildade de Jesus na Eucaristia. Pois consideremos que ele é Deus Todo-Poderoso, Rei e Senhor do Universo, Santíssimo, e que desce dos Céus sob o aspecto inofensivo do pão e do vinho, a tal ponto que se deixa ser carregado pelos homens, e mesmo expondo-se ao risco de profanação! Aparece na Eucaristia como cordeiro manso do sacrifício, tal como na Sua Paixão.
"Aí o tens: é Rei de Reis, e Senhor de Senhores. - Está escondido no Pão.
Humilhou-se até esse extremo por amor de ti." (São Josemaría Escrivá. Caminho, 538)
Assim, mesmo estando aparentemente passivo escondido sob o véu das aparências de pão e do vinho, o Senhor nos dá um grandioso testemunho de humildade. Que ao contemplarmos o Santíssimo Sacramento, sejamos humildes, reconheçamos nossos pecados, fraquezas e imperfeições e roguemos a Jesus, modelo de humildade, que nos ajude a sermos mais humildes e a abrirmos nossas fraquezas para Sua Graça afim de que por ela sejamos fortaleçidos. E que, nesse espírito de humildade, saibamos examinar bem nossa consciência afim de não receber este excelso Sacramento se estivermos em estado de pecado mortal, fazendo comunhão espiritual expressando o desejo de receber o Senhor dignamente e pedindo a Ele a Graça de um arrependimento firme e sincero, bem como de uma santa confissão. E, quando estivermos em estado de graça, peçamos a Ele que aumente sempre a nossa Graça, a fim de nos fortalecer no Amor e na prática das virtudes.
Por fim, lembremos sempre de ao passarmos diante de um Sacrário onde Cristo estiver presente de confessar-Lhe "Senhor, eu creio! Mas aumenta a minha Fé!"
Cerimônia de Corpus Christi na Igreja Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho
Hinos para a Solenidade de Corpus Christi
Dia 30 de Outubro: Peregrinação da Juventude Católica do RJ ao CRISTO Redentor
Nossa peregrinação será aos moldes das peregrinações à Chatres (veja aqui, aqui e aqui) e Luján (veja aqui).
O Pe. Anderson Batista da Silva nos acompanhará como diretor espiritual e irá celebrar a Santa Missa ao fim da peregrinação.
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Pe. Anderson Batista, Niterói. |
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Eucaristia: sacramento que nos eleva acima dos anjos e do homem inocente do paraíso
São Paulo (Quarta-feira, 04-08-2010, Gaudium Press) Neste artigo especial à Gaudium Press, o colaborador Alessandro Shurig fala a respeito da Eucaristia, afirmando, entre outras coisas, que o santo sacramento confirma o coração do homem no bem, preservando-o do pecado.
"Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça". E disse em seguida ao homem: "Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa".
Assim começava o imenso, secular, e, sobremaneira, grandioso drama da história da humanidade. Nossos primeiros pais pecaram, e nos deixaram uma amarga herança que, até o fim dos tempos, pesará em nossas tendências, em nossa psicologia, em nosso inesgotável combate contra a concupiscência que está em nós, atraindo-nos constantemente para o que é pecaminoso.
Estaria terminada - poderíamos pensar - qualquer esperança do homem de poder restituir o que havia perdido? Nunca mais se relacionaria a alma com Deus como antes do pecado original? Seu Criador, que tanto amou suas criaturas, lhes havia fechado as portas do céu por todos os séculos?
A resposta só pode ser negativa. Após quatro mil anos de fervorosa espera de patriarcas, profetas e almas justas, "surgiu para nós um Salvador", para restituir esta ordem perdida. Aquele que podia dizer ao demônio que introduziu a morte e o pecado no mundo: "Morte, eu serei a tua morte! Inferno, serei a tua ruína!". Muito além do que qualquer mente humana poderia conceber, este Salvador seria o próprio Deus feito carne, e que elevaria a natureza corrompida pela queda de nossos primeiros pais a um patamar de santidade e perfeição muito mais alto do que se não houvesse caído.
Parecerá ousada esta afirmação. Como se poderá fazer isso? Perguntariam certas almas que não têm fé na onipotência Divina.
Eis a resposta: pela paixão e morte na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, atos infinitamente meritórios, e por um instrumento - se assim a podemos chamar - que não tem uma mera força ou poder humano, mas ilimitado e divino: a Santíssima Eucaristia. São Pedro Julião Eymard, ardoroso devoto do Admirável Sacramento, ensina:"A encarnação do Verbo no seio de Maria foi o prenúncio da eucaristia. O sol radiante das almas, que as há de vivificar e regenerar, atingirá seu esplendor máximo no Augusto Sacramento. Se tudo no mistério da encarnação foi glorioso para Maria, tudo no mistério da Eucaristia é glorioso para nós."
Só este sacramento poderia dar aos homens a força necessária para vencer o pecado e o mundo, pois diz São Tomás, que da mesma forma que podemos preservar nosso corpo da morte futura, com o alimento e a medicina, ou defendendo-o dos inimigos exteriores, blindamos nossa alma da morte e do pecado por meio da Eucaristia, "que é sinal da paixão de Cristo, pela qual foram vencidos os demônios. Por onde nos diz São João Crisóstomo: Voltamos desta mesa como leões lançando chamas, convertidos em seres terríveis para o próprio diabo"
Este sacramento "confirma o coração do homem no bem. Pelo que também o preserva do pecado". Nossa luta contra nossas paixões, desde que estejamos unidos à Eucaristia, estão ganhas. Nosso adversário, vencido. Porque o efeito deste sacramento é incomensurável, "se deduz do que este sacramento representa, que é a Paixão de Cristo. Por isso, o efeito que a paixão de Cristo produziu no mundo, o produz este sacramento no homem."
Quantas lutas enfrentam os homens a cada dia, a cada instante, para se manterem na trilha do bem. Onde haurirão forças para esta pugna entre o bem e o mal? Unidos à Eucaristia, poderá o demônio enganar-nos, como fez com nossos primeiros pais? Haverá uma tentação mais forte do que a força da Sagrada Eucaristia?
Diz São Pedro Julião Eymard: "Que proteção contra o demônio! É o sangue de Jesus que, enrubescendo os lábios, torna-nos terríveis aos olhos de Satanás; tintos no sangue do verdadeiro cordeiro, o anjo exterminador não poderá penetrar em nós!". Assim, a dura lida que nos foi imposta pelo pecado original torna-se, pelos efeitos do convívio eucarístico, ocasião de triunfo e glória, maior do que se não tivesse havido pecado. Dessa maneira, se cumprem as palavras de Deus à serpente: "Ipsa conteret caput tuum". A Virgem Santíssima, que pelo seu Sim nos trouxe a Jesus Cristo, e assim, a Eucaristia, esmagará a cabeça do inimigo infernal.
Não resistimos em acrescentar aqui mais algumas palavras de São Pedro Julião, que nos enchem de surpresa e admiração:"Jesus estabeleceu a Eucaristia para reabilitar o homem que se degradara pelo pecado original... que, senhor dos animais, a eles se assemelhou. (Assim), os idólatras tão vizinhos se sentiam dos animais, pelo pecado, que os tomaram por deuses. É então que surge a invenção divina, invenção admirável. (O homem) que recebe a comunhão, une-se a Jesus Cristo e torna-se infinitamente respeitável. Não receio afirmar que, pela comunhão, somos elevados acima dos anjos, senão em natureza, ao menos em dignidade; os anjos não passam de ministros de Jesus Cristo, enquanto nós, ao comungarmos, tornamo-nos membros da família de Jesus Cristo, outros Cristo. Sem o pecado original, jamais nos teríamos elevado desse modo pela comunhão."
Também o Professor Plinio Corrêa de Oliveira tece uma bela consideração sobre este assunto:
"Nem os mais altos Anjos do Céu têm com Nosso Senhor a forma de união que nós homens temos recebendo a Eucaristia. Um Anjo não pode comungar: ele não tem corpo. Ele goza até da visão beatífica, vê Deus face a face, está inundado de todas as graças do Céu, mas a Sagrada Eucaristia ele não tem"
"Onde abundou o pecado, superabundou a graça". Todo o estrago em nós produzido pela insídia da serpente foi pedestal para que Nosso Senhor Jesus Cristo pudesse triunfar sobre o mal, e em nossas almas.
Por Alessandro Shurig
Exposição de vestes sacras em São Paulo
terça-feira, 21 de junho de 2011
Novo convite: Missa tridentina em Santa Maria, RS, dia 26 de junho
Já tínhamos anunciado que o Pe. Rodrigo passará a celebrar na forma extraordinária em Santa Maria, RS. Neste mês de junho, a Missa será no dia 26, às 18h, na mesma Capela São Miguel, à R. Paraíba, S/N, próximo à Av. Medianeira, no Bairro Nonoai.