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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ordens Menores dos seminaristas da FSSP em Denton pelas mãos de S.Ex.ª Rev.ma Dom Fabian Bruskewitz

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No dia 20 de novembro de 2010, em Denton, Nebraska, ocorreu no Our Lady of Guadalupe Seminary a celebração das Ordens Menores (porteiroleitorexorcistaacólito) pelas mãos de S.Ex.ª Rev.ma Dom Fabian Bruskewitz:

Confiram as fotos de como foi esta belíssima celebração:





Uma das Ordens Menores: porteiro.









sábado, 12 de fevereiro de 2011

O rito da imposição do escapulário

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O Rito da Bênção e Imposição do Escapulário consta do Ritual Romano ou de sua separata “Ritual de Bênçãos”. O texto abaixo apresentado, em vernáculo, é o da forma ordinária, embora exista um rito adequado na forma extraordinária também.


O escapulário é uma impressionante forma de devoção católica, essencialmente mariana. Sua origem está no hábito dos carmelitas, que se compõem de um grande escapulário, o qual, adaptado, diminuído e, geralmente, adornado de figuras, veste também o fiel leigo e os clérigos não-carmelitas. A Santíssima Virgem, aparecendo ao prior da Ordem do Carmo, São Simão Stock, confirmou inúmeras graças aos que o portassem com a piedade devida e honrassem tão sagrado símbolo.



Hoje, pelo Direito, qualquer sacerdote ou diácono, mesmo que não seja frade da Ordem Carmelita nem da Ordem dos Carmelitas Descalços, pode benzer e impôr o escapulário. E, com a devida autorização, leigos podem impô-lo, mas nunca benzê-lo.



RITO DE BENÇÃO E IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Aprovado pela CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS através do Prot. 1089/96/L. Confirmado no dia 16 Julho de 1996. Sede da Congregação.

+ Geraldo M. Agnelo
Arcebispo Secretário

Sumário:

Introdução
Rito de bênção e imposição do escapulário

I. Introdução

1. A bênção e imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo sejam feitas, de preferência, durante uma celebração comunitária.

2. A imposição comporta a agregação à família carmelita. Têm a faculdade de benzer o Escapulário os sacerdotes e os diáconos; além disso, outras pessoas autorizadas podem também fazer a sua imposição.

3. Para a bênção e imposição deve ser usado o Escapulário do Carmo na sua forma tradicional. Só depois pode ser substituído por uma medalha apropriada.

4. A bênção e a imposição fazem-se conforme os ritos e orações, que vêm a seguir. A forma comum consiste nos ritos iniciais, na leitura da Palavra de Deus com as preces comunitárias, na oração para benzer e impor o Escapulário e nos ritos finais. Exprime-se assim, de maneira completa, o sentido do Escapulário na vida dos fiéis, que o recebem.

5. É necessário que numa e noutra fórmula fique bem expresso o sentido espiritual das graças anexas ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, assim como os compromissos que se assumem ao receber este sinal de devoção à Virgem Santíssima.
Ritos iniciais

6. Reunidos os fiéis diante do altar-mor ou de uma imagem de Nossa Senhora, o ministro acolhe os fiéis. Pode cantar-se um cântico adequado ou fazer-se um momento de silêncio.

Terminado o cântico ou o silêncio o ministro diz:


Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

R. Amém.

Ministro:

O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.

Ou:

A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo,
nascido da Virgem Maria,
o amor de Deus, nosso Pai,
e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
R. Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.

7. O ministro exorta os presentes a participar no rito, explicando a natureza da celebração com estas ou outras palavras semelhantes:

Durante a vida terrena de Jesus, quem tocasse, ainda que fosse somente nas orlas do seu manto, era curado. Hoje nós louvamos o Senhor porque continua a usar na sua Igreja dos meios mais humildes para mostrar-nos a sua imensa misericórdia. Nós também podemos servir‑nos destes meios humildes para glorificarmos o Senhor, manifestarmos o nosso desejo de O servir e renovarmos o nosso compromisso de fidelidade, assumido no dia da nossa consagração baptismal.

O Escapulário do Carmo é um sinal do amor materno da Virgem Maria, que nos recorda as suas iniciativas em favor dos membros da família carmelita, particularmente nas horas de maior necessidade. É um amor que pede uma resposta de amor.
O Escapulário é também sinal de comunhão com a Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, que se dedica ao serviço de Nossa Senhora para o bem de toda a Igreja. Ao recebê-lo, vós exprimis o desejo de participar no espírito e na vida da Ordem.

O Escapulário é um espelho da humildade e da castidade de Maria; pela sua simplicidade ele nos convida a vivermos com modéstia e com pureza. Vestindo-o dia e noite, torna‑se um sinal da nossa oração contínua e de particular dedicação ao amor e ao serviço da Virgem Maria.

Usando o Escapulário, renovais o compromisso baptismal de vos revestirdes de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em Maria estará garantida a vossa esperança de salvação, pois o Deus da Vida estabeleceu n’Ela a sua morada.
Leitura da Palavra de Deus
8. Um dos presentes, ou o próprio celebrante, proclama um texto da Sagrada Escritura, seleccionado principalmente entre os que no Leccionário fazem referência ao mistério da salvação ou a Nossa Senhora. Pode‑se escolher a leitura seguinte ou uma outra do Apêndice: páginas 24-32.

Fortalecei-vos no Senhor - Ef 6, 10-17


Da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios.

Irmãos:

Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos da armadura de Deus,
para poderdes resistir às ciladas do demónio.
Porque nós não temos de lutar
contra adversários de carne e osso,
mas contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo de trevas,
contra os espíritos do mal
que habitam as regiões celestes.
Portanto, irmãos, tomai a armadura de Deus,
para poderdes resistir no dia mau
e perseverar firmes, superando todas as provas.
Permanecei bem firmes,
de rins cingidos com o cinturão da verdade,
revestidos com a couraça da justiça,
de pés calçados com o zelo
de anunciar o Evangelho da paz.
Tende sempre nas mãos o escudo da fé,
com o qual podereis apagar
as setas inflamadas do Maligno.
Tomai o capacete da salvação
e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
OUTRAS LEITURAS

Antigo Testamento:


1. Prov 8, 17‑21

Eu amo aqueles que me amam.

2. Is 61, 10‑11

Envolveu‑me num manto de justiça.

3. 2 Re 2, 1.7‑13

O manto de Elias caiu sobre Eliseu.

4. Bar 5, 1‑5

Revesti‑vos da beleza de Deus.

5. Ez 16, 8‑14

A tua formosura era perfeita.


Novo Testamento:

6. Mc 5, 25-34

A mulher tocou nas vestes de Jesus e ficou curada.

7. Lc 2, 4‑7

Maria envolveu o Menino em panos.

* Rom 12, 1‑2

O culto espiritual.

8. Gal 4, 4-7

Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher.

9. Ef 4, 17.20‑24

Revesti-vos do homem novo.
9. Terminada a leitura, o ministro exorta os presentes explicando, à luz da palavra de Deus, o sentido da celebração, as graças e os compromissos que derivam do Escapulário.

Segue-se um momento de silêncio.
Preces

10. Segue-se um tempo de oração em comum. Propõem‑se algumas intenções. Podem‑se escolher as mais apropriadas ou acrescentar outras.

Ministro:


Caríssimos irmãos e irmãs.

Pela intercessão da Virgem Santa Maria, em cujo seio encarnou o Filho de Deus e habitou entre nós, supliquemos ao Pai do Céu a graça de sermos testemunhas do Evangelho com as nossas obras, e rezemos:

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que quisestes que o vosso Filho assumisse a nossa natureza humana para nos fazer participantes da vossa vida divina,

— pela intercessão da Virgem Maria, discípula perfeita do Senhor, fazei que nos revistamos interiormente da vossa graça.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que quisestes que o vosso Filho se fizesse semelhante a nós em tudo, excepto no pecado, para que, seguindo os seus passos, nos configuremos com Ele,

— pela intercessão da Virgem Maria, fazei que imitemos a Cristo e sejamos por meio das nossas obras uma oferenda agradável diante de Vós.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que nos convidais para o banquete da graça, revestidos com a veste nupcial, para nos revelardes o vosso amor,

— pela intercessão da Mãe do vosso Filho, fazei que nos revistamos com as virtudes do seu amor generoso e do seu serviço amoroso.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.
Pai Santo, que quiseste que a Virgem Maria esmagasse a cabeça da serpente,

— por sua intercessão, ajudai-nos a vencer as ciladas do maligno na nossa vida e no mundo.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que escolhestes a Virgem Maria como Filha da Nova Aliança,

— por sua intercessão, purificai os nossos corações e fortalecei a nossa fé.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que olhastes para a humildade da vossa serva para que proclamasse a vossa grandeza,

— por sua intercessão, fazei que anunciemos o vosso reino e proclamemos a vossa misericórdia de geração em geração.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que destes ao vosso Filho uma mãe que O cuidou amorosamente,

— por sua intercessão, fazei com que amemos os pobres e marginalizados, e com eles construamos um mundo mais justo e mais fraterno.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que nos envolvestes com o manto da justiça e da santidade,

— pela intercessão da Virgem Maria, santificai‑nos em Cristo e fazei‑nos cooperadores generosos na obra da salvação do mundo.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.

Pai Santo, que nos abençoastes em Cristo com toda a espécie de bênçãos espirituais e celestiais;

— pela intercessão da Virgem Maria, concedei-nos uma feliz passagem da morte para a vida eterna.

R. Concedei‑nos, Senhor, que sejamos revestidos de Jesus Cristo.
Oração de bênção
11. O ministro, com as mãos estendidas, diz:

Senhor nosso Deus,
autor da santidade e seu aperfeiçoador,
que chamais à plenitude da vida cristã
e à perfeição da caridade
os que fizestes renascer da água e do Espírito Santo,
olhai com benevolência para estes vossos servos
que receberam com devoção o Escapulário do Carmo
e vão usar diligentemente como sinal de consagração
a Nossa Senhora do Carmo.
Fazei que sejam imagem de Cristo, vosso Filho,
e, terminada a sua passagem por esta vida,
com a ajuda da Virgem Mãe de Deus,
sejam admitidos na alegria da vossa morada celeste.
Por Jesus Cristo, nosso Senhor.

R. Amém.

Faz-se a aspersão com água benta.

Imposição do Escapulário

12. O ministro impõe o Escapulário aos candidatos, dizendo:


Recebe este Escapulário,
(por meio do qual és admitido na família carmelita),
e confia no amor de tão grande Mãe.
Comporta-te de tal maneira que,
com a ajuda da Santíssima Virgem,
te revistas cada vez mais de Cristo
e a sua vida se manifeste na tua
para glória da Santíssima Trindade
e para o bem da Igreja e dos homens.

R. Amém.
13. Conforme as circunstâncias, o ministro pode dizer em voz alta a fórmula da imposição uma só vez por todas. Todos juntos respondem Amen e aproximam-se para receberem o Escapulário.

14. Terminada a imposição, o ministro dirige a todos estas palavras:


Pela bênção e imposição deste Escapulário
vós fostes admitidos na família carmelita,
dedicada à imitação
e ao serviço da Virgem Mãe de Deus,
para que possais servir com maior dedicação
a Cristo e à sua Igreja,
com o mesmo espírito contemplativo e apostólico
da Ordem de Nossa Senhora do Carmo.
Para que o consigais com maior perfeição,
eu, pelo poder que me foi concedido,
admito-vos a participar nos bens espirituais
da mesma Ordem do Carmo.

15. O ministro explica aos fiéis os compromissos e as obrigações inerentes à admissão na família do Carmelo.

Algumas fotos de cerimônias de imposição:










Também algumas de minha esposa, Aline, que faz parte da equipe deste blog. Celebrou o rito o Pe. Federico Juárez, LC, na capela dos Legionários de Cristo, em Porto Alegre, no ano de 2008. O véu era branco porque, na época, éramos noivos.

Reparem também, como, não sendo Missa nem imediatamente posterior a ela, o sacerdote usou a sobrepeliz e uma belíssima estola gótica por cima da batina.




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fotos da ordenação diaconal do ex-bispo anglicano Edwin Barnes, hoje ocorrida

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Falamos hoje pela manhã da ordenação diaconal para o Ordinariato Nossa Senhora de Walsingham de mais um ex-bispo anglicano inglês. Prometemos, na ocasião, algumas fotos.

Eis as primeiras:

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E aqui com sua esposa, Jane, também convertida ao catolicismo:

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A ordenação sacerdotal do Diác. Barnes será em 5 de março.

Hoje: ordenação diaconal de mais um ex-bispo anglicano

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O ex-bispo da "Igreja da Inglaterra" (a igreja anglicana oficial, ligada a Cantuária), Edwin Barnes, será ordenado hoje diácono da Santa Igreja Católica. A ordenação se dará pelas mãos do Bispo de Portsmouth, D. Crispian Hollis, em sua capela privada. Sua ordenação sacerdotal está prevista para 5 de março, na Catedral de Portsmouth.

O clero do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham, para ex-anglicanos, aumenta com essa ordenação.

Barnes e sua esposa, Jane, foram recebidos recentemente na Igreja Católica como membros do Ordinariato.

Assim que tivermos fotos, colocaremos no Salvem.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Rito bizantino: Procissão de São Josafá na paróquia ucraniana de Prudentópolis, PR, em novembro de 2010

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O leitor e amigo Ivan Chudzik nos mandou a seguinte mensagem:

Salve Maria!

No dia 12 de novembro é festa de São Josafat, Bispo e mártir, o qual é padroeiro da paróquia ucraniana de Prudentópolis. Mandei noutra ocasião as fotos da Divina Liturgia da Exaltação da Santa Cruz; hoje envio as fotos da procissão festiva de São Josafat após a celebração da Divina Liturgia, com presença do Superior da Ordem dos Basilianos e de vários Padres do clero basiliano.

A procissão consiste em três voltas em torno da igreja, ao som dos majestosos sinos do campanário da paróquia, com o Santíssimo Sacramento exposto. À frente do Padre Teodoro Haliski--o Superior da Ordem--, que carrega o Ostensório, estão meninas com rosas às mãos, que bradam sem parar em ucraniano: "Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos!". Também se vê jovens com os estandartes processionais.

Na terceira e última volta, o Padre faz uma estação (parada) para dar a bênção do Santíssimo Sacramento. Os sinos param, os cantos silenciam e o povo se ajoelha. A procissão recomeça até a próxima bênção, totalizando três vezes. Findada a procissão, Clero e povo retornam à igreja, onde, já no presbitério, o Padre Superior dá uma última bênção, terminando solenemente a cerimônia.

1. Primeira volta 2. Segunda volta I 3. Segunda volta II 4. Segunda volta III 5. Terceira volta I 6. Terceira volta II 7. Terceira volta III - Estandartes 8. Terceira volta IV - Primeira bênção 9. Terceira volta V 10. Terceira volta VI 11. Terceira volta VII - Segunda bênção 12. Terceira volta VIII 13. Terceira volta IX 14. Terceira volta X - Terceira bênção I 15. Terceira volta XI - Terceira bênção II 16. Terceira volta XII - Povo ajoelhado para a bênção 17. Terceira volta  XIII 18. Terceira volta XIV - Fim da procissão 19. Terceira volta XV - Reentrada na igreja 20. Terceira volta XVI - Reentrada do Clero 21. Reentrada na igreja I

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Andrea Tornielli, o novo "motu proprio" sobre a Congregação para o Culto Divino, e um passo adiante na "reforma da reforma"

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O Pe. Clécio nos brinda com uma tradução de uma excelente notícia:
Será publicado nas próximas semanas um documento de Bento XVI que reorganiza as competências da Congregação para o Culto Divino, confiando-lhe a função de promover uma liturgia mais fiel às intenções originárias do Concílio Vaticano II, com menos espaços para mudanças arbitrárias e a fim de recuperar uma dimensão de maior sacralidade.

O documento, que terá a forma de um motu proprio, é fruto de uma longa gestação - foi revisto pelo Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos e pelos ofícios da Secretaria de Estado - e é motivado principalmente pela transferência de competência sobre causas matrimoniais para a Rota Romana. Trata-se das chamadas causas do "rato mas não consumado", isto é, que dizem respeito ao matrimônio realizado na igreja mas não consumado pela falta de união carnal dos dois esposos. São cerca de quinhentos casos por ano e dizem respeito sobretudo a alguns países asiáticos onde ainda existem os matrimônios combinados com mocinhas em idade muito tenra, mas também a países ocidentais para aqueles casos de impotência psicológica para cumprir o ato conjugal.

Perdendo esta seção, que passará à Rota, a Congregação para o Culto Divino, de fato, não se ocupará mais dos sacramentos e manterá apenas a competência em matéria litúrgica. Segundo algumas autorizadas indiscrições, uma passagem do motu proprio de Bento XVI poderia citar explicitamente aquele "novo movimento litúrgico" do qual falou recentemente o Cardeal Antonio Cañizares Llovera, intervindo durante o consistório de novembro passado.

Ao Giornale, em uma entrevista publicada nas véspera do Natal passado, Cañizares havia dito: "A reforma litúrgica foi realizada com muita pressa. Havia ótimas intenções e o desejo de aplicar o Vaticano II. Mas houve precipitação... A renovação litúrgica foi vista como uma pesquisa de laboratório, fruto da imaginação e da criatividade, a palavra mágica de então". O cardeal, que não era parcial ao falar de "reforma da reforma", havia acrescentado: "O que vejo absolutamente necessário e urgente, segundo o que deseja o Papa, é dar vida a um novo, claro e vigoroso movimento litúrgico em toda a Igreja", para pôr fim a "deformações arbitrárias" e ao processo de "secularização que desafortunadamente atinge até o íntimo da Igreja".

É sabido que Ratzinger tenha desejado introduzir nas liturgias papais gestos significativos e exemplares: a cruz no centro do altar, a comunhão de joelhos, o canto gregoriano, o espaço para o silêncio. Sabe-se quanto considera a beleza na arte sacra e quanto considera importante promover a adoração eucarística. A Congregação para o Culto Divino - que alguns gostariam de rebatizar como da sagrada liturgia ou da divina liturgia - deverá pois ocupar deste novo movimento litúrgico, inclusive com a inauguração de uma nova seção do dicastério dedicada à arte e à música sacra.

Música litúrgica - o Credo

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Palestrina: início do Credo da Missa Papae Marcelli


Continuando nossa série de textos sobre o Ordinário da Missa (série esta que conheceu tão longa interrupção), passamos neste momento ao Credo, palavra latina que abre este texto que os cristãos desde cedo aprendem a recitar. É o terceiro item do Ordinário, lembrando que o primeiro é o Kyrie e o segundo é o Gloria.

À semelhança do Gloria, o Credo não está presente em todas as Missas. Mais que isto, o Credo consta da Liturgia em ocasiões ainda menos numerosas. O Gloria se canta ou recita nos Domingos que não sejam da Quaresma nem do Advento (no Rito Tridentino ausenta-se já na Septuagesima), bem como nas Festas e nas Solenidades (e, segundo a IGMR, quando houver razão pastoral, mesmo em memórias, férias, votivas).

O Credo, por sua vez, faz parte da Missa nas Solenidades (mas não nas Festas) e em todos os Domingos (incluindo os da Quaresma e os do Advento). Em algumas ocasiões especiais, em que a Liturgia inclui a renovação das promessas do Batismo, o Credo é omitido; ou, melhor dizendo, apenas parece omitido, porque o próprio rito da renovação das promessas inclui o texto do Credo adaptado à forma de perguntas do celebrante, às quais respondem afirmativamente os fiéis.

No Rito Tridentino, chamado também a Forma Extraordinária do Rito Romano, o texto é o do Credo Niceno-constantinopolitano. Esta designação se explica pelo fato de que ele se formulou no Concílio de Nicéia (donde é niceno) e no Concílio de Constantinopla (donde é constantinopolitano), no século IV. Aqui o copio em português:

Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra
De todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
Gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação
desceu dos céus

E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria.
e Se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo.
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.

Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Professo um só baptismo
Para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos,
e vida do mundo que há de vir. Amém

Na Forma Ordinária do Rito Romano, a Missa Nova, o Rito de Paulo VI introduzido em 1969-1970, o texto é o mesmo. Para alguns países existiu a permissão para se usar o Símbolo dos Apóstolos. Agora, já há alguns anos, ambos os textos estão aprovados para todos os países. O referido Símbolo dos Apóstolos, de modo geral, é mais conhecido dos brasileiros que assistem ao Rito Novo; além disso, é com ele que começa o Rosário da Virgem Maria. Em português:

Creio em Deus Pai Todo Poderoso, Criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

Ao copiar aqui ambos os textos, lembro-me de que os dois mencionam a onipotência divina. Deus é Todo Poderoso, se me permitem as letras maiúsculas de que alguns não gostam muito. Imploro a todos os sacerdotes que, todas as vezes em que o texto litúrgico diga “Todo Poderoso”, leiam de fato “Todo Poderoso”. Vejo alguns substituindo esta expressão por “Todo Amoroso” ou “Todo Misericordioso”, como se fosse necessário diminuir o poder de Deus para torná-lo aceitável aos fiéis. O poder e a misericórdia não são incompatíveis, e ninguém se deverá sentir oprimido por um Deus “Todo Poderoso”, achando que Ele não tem misericórdia. Caso algum fiel sinta isso, será bem instruído pela boa catequese.

Embora eu não veja esse abuso cometido no Credo, vejo-o cometido nas bênçãos: “Abençoe-vos Deus Todo Amoroso [sic] ... Pai, Filho e Espírito Santo”.

Toda adulteração de texto litúrgico é grave, e adulterar o Credo constitui-se em um tipo especial de crime, já que nele são enumerados os artigos da Fé. Um “roteiro de celebração” para o infame "Grito dos Excluídos" de 2007 inclui entre seus numerosos absurdos uma “Proclamação de Fé e Esperança”, no lugar do Credo:


Cremos em Deus, coração materno, criador do Céu e da Terra, cremos na força do mutirão e na força profética do povo organizado (...) cremos (...) nas alternativas de economia popular solidária (...).
Caso o leitor tenha interesse em examinar por si esse tipo de coisa, eis o link: http://www.gritodosexcluidos.org/pdf/roteiro_celebracao_2007.pdf
Por outro lado, o Credo escapou a um outro problema, nomeadamente o da música inadequada. Creio podermos dizer que nuns 90% das Missas dominicais, ao menos no Brasil, o Credo é recitado, e não cantado. O Gloria, infelizmente, não teve esta sorte. O Credo também apresenta estrutura incompatível com melodias métricas e muito regulares, o que deve ter desencorajado tentativas de musicá-lo.

Refiro-me, naturalmente, à utilização do Credo (quaisquer dos textos) no Rito Novo, em vernáculo (português, no nosso caso). Existem melodias gregorianas para o Credo Niceno-constantinopolitano em latim, além das composições polifônicas de compositores diversos, até nossos dias.

Uma consulta ao Graduale Romanum mostra que as melodias para o Credo se encontram em parte separada do livro. Além disto, são menos numerosas (seis), o que se explica pelo fato de que o Credo se tornou parte fixa da Missa relativamente tarde, no século XI.

Possivelmente o Credo mais conhecido seja o de número III. Sua pouca idade é informada pela partitura: ficamos sabendo que esta melodia é do século XVII, recentíssima em termos de canto gregoriano. Mesmo assim, temos, por exemplo, o Credo I proveniente do século XI. Abaixo, o início da partitura do Credo III.




No vídeo abaixo o leitor poderá ver e ouvir o Credo III utilizado na Basílica de São Pedro na celebração do Natal do Senhor em 2010. A frase inicial Credo in unum Deum é cantada pelo Santo Padre, após o que o coro toma sua parte, alternando com os fiéis.

Por se tratar da Missa de Natal, todos se ajoelham no trecho et incarnatus est de Spiritu Sancto ex Maria Virgine et homo factus est [e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem]. Neste vídeo, especificamente, este trecho contém harmonizações vocais da melodia gregoriana. Terminada esta parte, o Credo III prossegue normalmente.


Abaixo o leitor encontra também o mesmo Credo III cantado pelo professor Giovanni Vianini.


Nos outros textos desta série sobre o Próprio da Missa referi-me à Missa Papae Marcelli, de Palestrina (1525-1594), considerado por inúmeras pessoas o maior compositor de música litúrgica do Rito Romano. Certamente “inúmeras pessoas” deixa a autoria desse julgamento demasiado obscura, mas o leitor poderá constatar, quando ler sobre a música da Igreja Católica, que esta opinião tem muito mais adeptos do que opositores.

Um dos defensores dessa primazia de Palestrina é o regente do próximo vídeo: um padre italiano chamado Domenico Bartolucci, nascido em 1917 e feito cardeal pelo Santo Padre Bento XVI no consistório de 2010. Aqui ele rege o coro da Capela Sistina no Credo da Missa Papae Marcelli. O cardeal Bartolucci (então monsenhor Bartolucci) ocupou este cargo por muitos anos.


Mesmo que não seja a situação mais corriqueira, desejo tanto que tenhamos a sabedoria e a oportunidade de presenciar a Liturgia aptos a contemplar um Credo cantado de onze minutos!
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