O Fr. Robson Malafaia Barcellos, OFMConv, nos envia uma seleção de fotos da Semana Santa celebrada no Carmelo de Petrópolis, onde é capelão. Da união entre carmelitas e franciscanos conventuais, saiu uma grande dignidade litúrgica.
Domingo de Ramos
Quinta-feira Santa
Sexta-feira Santa
Vigília Pascal
Domingo de Páscoa com a tradicional procissão do Santíssimo
Continuando nossa série de sugestões para uma "reforma da reforma" a ser feita pela Igreja (e não por sacerdotes ou leigos, à revelia das normas emanadas pela Santa Sé), mencionemos as cores litúrgicas em ambas as formas do rito romano.
Na grande maioria dos casos, a reforma de Paulo VI manteve as cores clássicas da liturgia tradicional. Sem embargo, algumas mudanças causaram espécie em um não pequeno número de fiéis e clérigos. E isso pelo despropósito, pelo gosto por novidades, e pela ruptura do significado que tais cores davam às datas específicas.
Um primeiro ponto, então, em uma eventual e futura unificação do rito romano, é recuperar para este a cor preta como obrigatória em funerais, Missas de exéquias e Missas do dia de Finados. A opção de roxo nunca foi parte do rito romano para tais celebrações. A própria IGMR atual, referente à forma ordinária, ao rito romano moderno, diz que o preto pode continuar sendo usado onde for costume. Ora, se o roxo nunca foi prescrito nem usado, então o costume era, por óbvio, somente o preto, de modo que a própria IGMR se contradiz ao apresentar a opção de roxo. Na "reforma da reforma" entendida como um movimento atual de resgate dos usos tradicionais na forma ordinária, o Salvem recomenda que se use o preto com cada vez mais frequência. Já na "reforma da reforma" entendida como um movimento futuro de unificação dos ritos antigo e moderno, somos da opinião de que se deve prescrever como única cor litúrgica para tais celebrações o preto, excluindo o roxo.
Outra questão é quanto às cores da Semana Santa. Elas foram mudadas do rito antigo para o novo, e pensamos que, embora movidos por boas intenções, tais mudanças não se justificam perante o grande simbolismo das prescrições tradicionais. Volte-se, pois, em uma futura unificação, ao esquema de 1962: Domingo de Ramos com roxo (e não com o vermelho atual); no Ofício de Quinta-feira Santa, roxo (mantendo-se o branco apenas para a Missa); roxo também na desnudação dos altares; Sexta-feira Santa Paixão, preto para a Solene Ação Litúrgica, com roxo para a Comunhão (e não o atual vermelho de mártires: Cristo não é mártir, mas o Salvador, e o preto demonstra nosso luto pela morte do Senhor); Solene Vigília Pascal, começando com o roxo e mudando ao branco ou dourado quando começar a Missa propriamente dita.
Enfim, no Rito do Batismo, parece-nos muito saudável recuperar o simbolismo do ritual antigo, começando as cerimônias com o roxo e só mudando ao branco ou dourado após os exorcismos.
Hoje, 16 de abril de 2012, o
Santo Padre Bento XVI, gloriosamente reinante, completa 85 anos de vida. Apesar da avançada idade, o Papa é bem ativo,
como podemos verificar neste resumo de seus sete anos de Pontificado:
Realizou viagens internacionais a
vinte e três países e vinte e seis viagens na Itália; esteve presente a quatro
Sínodos dos Bispos e três Jornadas Mundiais da Juventude; proferiu diversos discursos; editou três
Encíclicas e diversos atos magisteriais, em especial o motu proprio Summorum Pontificum, que restabeleceu e regulamentou o
uso da forma extraordinária do Rito Romano (Liturgia Tridentina); conclamou um
Ano Paulino e um Ano Sacerdotal, e, no âmbito pessoal, publicou duas de suas
produções intelectuais, as obras “Jesus
de Nazaré” e o livro-entrevista “Luz do mundo”. Ademais, o Papa enfrentou, com humildade e
determinação, situações difíceis como a crise dos abusos sexuais, e tem mantido
o diálogo visando a total reintegração da Fraternidade Sacredotal São Pio X à
comunhão eclesial.
Na oração do Regina Coeli deste
Segundo Domingo da Páscoa, Bento XVI pediu aos fiéis que rezem por ele, para
que o Senhor lhe dê as forças necessárias para cumprir a missão. O Apostolado Salvem a Liturgia! atende a este pedido e
deseja vida longa, saúde e força ao nosso Sumo Pontífice para que a lista de
suas realizações continue aumentando.
A pergunta que dá título a este texto talvez não seja muito popular, mas acredito que possa captar a atenção de alguns dos leitores, seja surpresos com o fato de que possa haver dois Alleluias numa Missa, seja pela oportunidade de ler sobre um aspecto litúrgico que já lhes é conhecido.
A presença de dois Alleluias se dá tanto na Forma Ordinária quanto na Forma Extraordinária do Rito Romano, isto é, tanto na liturgia aprovada pelo papa Paulo VI e posta em uso em 1969 quanto na chamada Missa Tridentina.
Para que possamos falar dos dois Alleluias, é preciso que nos lembremos do Gradual. Na maioria das igrejas em que se celebra a Forma Ordinária o Gradual não é utilizado, dando lugar ao Salmo Responsorial previsto no Lecionário. Entretanto, o Gradual continua sendo a opção tradicional, com séculos de uso; ele consta, inclusive, do Graduale Romanum, o livro de partituras litúrgicas por excelência; e estou falando mesmo da sua edição de 1974, publicada para a Forma Ordinária.
Tal é a música do Rito Romano.
Consideremos, a partir de agora, o Gradual como o canto próprio para se seguir à Primeira Leitura.
Completamente distinto do Gradual é o Alleluia, que antecede o Evangelho. Na Forma Ordinária, o Alleluia só se omite na Quaresma, e na Extraordinária se omite a partir da Septuagésima (algumas semanas mais cedo), dando lugar ao Trato.
Na Forma Ordinária, portanto, a ordem é:
1. Primeira Leitura
2. Gradual
3. Segunda Leitura (se houver; em caso negativo, passa-se ao próximo item)
4. Alleluia
5. Evangelho
Na Forma Extraordinária não existe a Segunda Leitura, e os itens restantes mantêm sua posição.
Entretanto, quando chega o Tempo Pascal, em ambas as formas do Rito Romano, ocorre uma explosão de Alleluias em toda a Liturgia, tanto na Missa quanto no Ofício Divino. Na Missa, uma manifestação desse imenso júbilo é a substituição do Gradual por um Alleluia:
1. Primeira Leitura
2. [primeiro] Alleluia
3. Segunda Leitura (se houver)
4. [segundo] Alleluia
5. Evangelho
Ambos os Alleluias são cantados com um versículo, na forma Alleluia - versículo - Alleluia.
Durante a Quaresma, a penitência e o caráter mais recolhido nos davam, na Missa, um Gradual e um Trato; o júbilo pascal, em compensação, nos dá dois Alleluias! E o Gradual propriamente dito só volta depois de Pentecostes.
Porém, a Oitava da Páscoa traz uma pequena diferença. Ali encontraremos, desde o Domingo de Páscoa até a Sexta-feira, um Gradual. Mas não qualquer Gradual: trata-se do Haec dies; um cântico pascal que nos faz viver, em cada dia da Oitava da Páscoa, o próprio dia da Páscoa; um grande dia prolongado.
Nesta solenidade, a assembléia dos fiéis, alimentada no regaço materno da santa Igreja, formando um só povo e uma só família, adorando a Unidade da natureza divina e o nome da Trindade, canta com o Profeta o salmo da grande festa anual: Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos (Sl 117,24). [Da Segunda Leitura do Ofício das Leituras da Quarta-feira na Oitava da Páscoa, da Homilia Pascal de um autor antigo]
Gradual do Domingo da Páscoa da Ressurreição
Em cada um desses seis dias (do Domingo até a Sexta-feira, lembremo-nos), o Haec dies se faz alternar por um diferente versículo de salmo. Cinco deles são tomados do Salmo 117, e na Terça-feira, excepcionalmente, um versículo do Salmo 106.
Domingo da Páscoa da Ressurreição - Sl 117, 1 - Confitemini Domino, quoniam bonus: quoniam in saeculum misericordia eius. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque eterna é a sua misericórdia.
Segunda-feira - Sl 117, 2 - Dicat nunc Israel, quoniam bonus: quoniam in saeculum misericordia eius. Diga agora Israel quão bom é o Senhor, pois sua misericórdia é eterna.
Terça-feira - Sl 106, 2 - Dicant nunc, qui redempti sunt a Domino: quos redemit de manu inimici, et de regionibus congregavit eos. Assim digam os que o Senhor remiu, os que livrou da mão do opressor.
Quarta-feira - Sl 117, 16 - Dextera Domini fecit virtutem, dextera Domini exaltavit me. A mão direita do Senhor se levantou, a mão direita do Senhor me exaltou.
Quinta-feira - Sl 117, 22.23 - Lapidem, quem reprobaverunt aedificantes, hic factus est in caput anguli: a Domino factum est, et est mirabile in oculis nostris. A pedra que os pedreiros rejeitaram, ficou sendo a pedra angular; foi o Senhor que fez isto: maravilha aos nossos olhos.
Sexta-feira - Sl 117, 26.27 - Benedictus qui venit in nomine Domini: Deus Dominus, et illuxit nobis. Bendito o que vem em nome do Senhor! O Senhor é Deus, ele nos iluminou.
No Sábado o Gradual dá lugar a um Alleluia; e seu versículo é o próprio Haec dies, do Salmo 117 do qual se tiraram quase todos os versículos citados anteriormente:
Haec dies, quam fecit Dominus: exsultetmus, et laetemur in ea. Esse é o dia que o Senhor fez para nós; alegremo-nos e nele exultemos.
No dia seguinte, o Segundo Domingo da Páscoa, às vezes chamado Quasimodo, devido às primeiras palavras de seu Introito, e também chamado in Albis. Na Forma Ordinária, é também a Festa da Divina Misericórdia instituída pelo Beato João Paulo II. Neste ano de 2012, cai na data em que se publica este texto, 15 de Abril. Na vigília desta festa faleceu o papa no ano de 2005, e no próprio Domingo da Misericórdia de 2011 foi beatificado por seu sucessor Bento XVI.
Canta aqui o professor Giovanni Vianini. À Misericórdia Divina confiamos todo o nosso trabalho!
Introito do Segundo Domingo do Tempo Pascal:
Como crianças recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual, aleluia! (1Pd 2,2)
Por não ser do conhecimento de muitos, o Sacro Triduum de Páscoa, na forma Extraordinária do rito romano, fazemos, com muita alegria, a postagem das fotos abaixo que, por si, não simplesmente esboçam a solenidade de tais celebrações, mas mostram, de fato, a sacralidade com que foram vividas.
Santa Missa In Coena Domini.
Entrada do Bispo, Dom Fernando Arêas Rifan
Saudação
O canto da Epístola
Durante o canto do Evangelho
Lava-Pés
Sexta-feira da Paixão do Senhor
O único dia do ano em que o Bispo entra com a Capa Magna recolhida
Prostração no Faldistório: luto pela Paixão do Senhor
Sermão das Sete Palavras
Orações Solenes
Descobrimento da Cruz
Adoração da Santa Cruz
O Diácono trazendo o Santíssimo para a comunhão
Procissão do Senhor Morto
Sábado Santo: Vigília Pascal
A procissão chegando à porta, para o início da Vigília
Bênção do Fogo
Bênção do Círio Pascal
O Diácono incensando o Círio Pascal
Canto do Exsultet - A Solene Proclamação da Páscoa
Ladainha de Todos os Santos
Bênção da água batismal
Mistura dos Santos Óleos na água batismal
Renovação das promessas do batismo
Com o canto do "Gloria in excelsis Deo", o desvelamento dos santos
Já não há mais morte nem luto; Tudo se fez novo.
"Cristo Ressuscitou! Aleluia!"
"Deus meus et Omnia!"
Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor
A procissão de entrada
Uma inversão de uso, tal como pode acontecer na Forma Ordinária, usando a Casula Romana,
aqui, na Extraordinária, o Bispo usa a Casula Gótica
O canto do Evangelho
Incensação durante o Ofertório
Após a Consagração, a Elevação do Corpo do Senhor
(Detalhe: mesmo na forma Extraordinária, a Casula Gótica é erguida)