Espalhou-se pelas sacristias paroquiais um novo jargão eclesiástico, possuindo como finalidade definir um tipo muito "característico" de seminarista, era criada assim a "pastoral do pano" e obviamente os "seminaristas do pano”.
Usando de uma perspectiva caricata certos padres demonstrando aversão pela atual atitude religiosa dos pretendentes ao sacerdócio, que não possuem mais valores morais ou utopias sociais, mas preocupam-se com rendas encontradas na "25 de março" (rua comercialem São Paulo ) e os mais novos modelitos eclesiásticos que circulam pelo bairro de Santa Cecília. (emitimos o nome da famosa grife paulistana para não sofrermos as penas legais por uso impróprio)
Infelizmente, as duas posturas possuem bases muito sólidas e exageros mais que notórios. Qual seria em sã consciência o padre que perderia metade de seu dia escolhendo bordados, alamares, tecidos italianos ou forros canadenses? Alguém com uma clara percepção de que o centro de toda a liturgia é ele, quem deve brilhar é ele e como ele não pode sair por aí desfilando uma Channel no braço ele coloca uma renda carregada de frustrações por baixo da casula altamente bordada.
Esperem caros leitores do SL! Minha senha não foi roubada e quem escreve não é um adorador de Boff encerrado em alguma taberna marxista por esse mundo afora. Quem escreve é alguém que diante de extremos mais que desnecessários sente-se incomodado e impelido a soltar algumas palavras.
Qual seria o sacerdote que em pleno uso de suas faculdades usaria durante três meses a mesma túnica, sempre suja e já com aquele cheiro muito bem definido ou ainda aquela estola com todas as cores litúrgicas e ao mesmo tempo sem ter nada de litúrgica? Quem usaria em todas as Santas Missas as mesmas alfaias ou jamais teria em seu armário uma casula? (visto que no Brasil sempre faz calor! Alguém me explica o frio de São Paulo então!)
Explico onde quero chegar caro (a) leitor (a), a linha que separa a Pastoral do Pano e a Heresia do Desleixo é muito tênue e translúcida, sendo facilmente ultrapassada por quem quer que seja. Aqueles que acusam a existência de uma escrupulosa preocupação na Pastoral do Pano, podem estar nadando a braços largos na Heresia do Desleixo e por sua vez aqueles que indicam com voz clara a falta de rendas e brocados dourados em certos sacerdotes praticantes da Heresia do Desleixo, podem do mesmo modo, estar de braços dados com a vaidosa Pastoral do Pano.
Não venho trazer o mapa de onde se encontra o Santo Graal e muito menos o endereço da famosa grife eclesiástica, venho expor da maneira mais clara possível (e espero não desrespeitar os leitores) a dor que me atinge ao ver como é raro ver uma situação onde o "bom" das duas situações esteja em harmônica consonância. Comum é ver seminaristas que gastam centenas em alvas sempre mais brocadas e bordadas, cíngulos sempre mais brilhantes e caros, batinas para cada estação do ano e não possuem sequer uma Bíblia para estudo ou um livro de espiritualidade que os acompanhe.
Muito menos raro é ver padres e seminaristas "sociais" com livros e livros espalhados por onde passam (livros nem sempre bons), discursos sociais lançados durante o café da manhã ou quem sabe durante o intervalo das aulas, e durante uma Santa Missa aparecem com uma túnica amassada, amarelada e o pior de tudo, fétida. Desejam a igualdade e mal conseguem respeitar a igualdade de narinas que o bom Deus deu a cada ser humano.
Triste ver um grupo discutindo sobre paramentos caros e todo o resto e quando questionados sobre alguma parte doutrinária ou ensinamento espiritual, sobre partes da Sagrada Escritura, mais que rapidamente mudam de assunto! Ou aqueles outros sociólogos de porta de Igreja, quando perguntados sobre qualquer coisa referente ao culto, lançam a pergunta para o grupo precedente, (que obviamente bem longe se encontra)
Tarefa nossa é demonstrar que barretes não escondem cabeças vazias e caridade com o próximo sofredor não implica em permanecer sujo durante a Santa Missa. Queremos o que a Igreja tem para nos dar e não o que as misérias humanas insistem em dispensar a bel-prazer, nossa geração quer ser como foram os verdadeiros santos, o piedoso São Felipe Neri que não deixava de fazer caridade para não sujar a batina, São Francisco de Assis que fazia caridade e não se via impedido de usar o hábito.
A ausência de utopias que nos acusam é divertidamente ilógica, ela está impressa nos mais belos vitrais, nas mais belas colunas góticas, nas ogivas que protegem a assembléia, nos santos paramentos que esperam por quem os use em vitrines de museus, nos mosteiros convertidos em hotéis de luxo, nas Igrejas vendidas para supermercados, nos padres esquecidos em asilos, nas verdadeiras obras de caridade que estão esquecidas, na misericórdia vivida plenamente e descrita nas mais simples hagiografias.
"Quem tem olhos veja".
Mostrar que o zelo pela Sagrada Liturgia não acaba em si, mostrar que o "sofrido povo de Deus" tem direito ao belo e digno é mais que necessário. Casulas realmente não enchem barrigas, mas piquetes também não glorificam ao Deus Eterno.
Usando de uma perspectiva caricata certos padres demonstrando aversão pela atual atitude religiosa dos pretendentes ao sacerdócio, que não possuem mais valores morais ou utopias sociais, mas preocupam-se com rendas encontradas na "25 de março" (rua comercial
Infelizmente, as duas posturas possuem bases muito sólidas e exageros mais que notórios. Qual seria em sã consciência o padre que perderia metade de seu dia escolhendo bordados, alamares, tecidos italianos ou forros canadenses? Alguém com uma clara percepção de que o centro de toda a liturgia é ele, quem deve brilhar é ele e como ele não pode sair por aí desfilando uma Channel no braço ele coloca uma renda carregada de frustrações por baixo da casula altamente bordada.
Esperem caros leitores do SL! Minha senha não foi roubada e quem escreve não é um adorador de Boff encerrado em alguma taberna marxista por esse mundo afora. Quem escreve é alguém que diante de extremos mais que desnecessários sente-se incomodado e impelido a soltar algumas palavras.
Qual seria o sacerdote que em pleno uso de suas faculdades usaria durante três meses a mesma túnica, sempre suja e já com aquele cheiro muito bem definido ou ainda aquela estola com todas as cores litúrgicas e ao mesmo tempo sem ter nada de litúrgica? Quem usaria em todas as Santas Missas as mesmas alfaias ou jamais teria em seu armário uma casula? (visto que no Brasil sempre faz calor! Alguém me explica o frio de São Paulo então!)
Explico onde quero chegar caro (a) leitor (a), a linha que separa a Pastoral do Pano e a Heresia do Desleixo é muito tênue e translúcida, sendo facilmente ultrapassada por quem quer que seja. Aqueles que acusam a existência de uma escrupulosa preocupação na Pastoral do Pano, podem estar nadando a braços largos na Heresia do Desleixo e por sua vez aqueles que indicam com voz clara a falta de rendas e brocados dourados em certos sacerdotes praticantes da Heresia do Desleixo, podem do mesmo modo, estar de braços dados com a vaidosa Pastoral do Pano.
Não venho trazer o mapa de onde se encontra o Santo Graal e muito menos o endereço da famosa grife eclesiástica, venho expor da maneira mais clara possível (e espero não desrespeitar os leitores) a dor que me atinge ao ver como é raro ver uma situação onde o "bom" das duas situações esteja em harmônica consonância. Comum é ver seminaristas que gastam centenas em alvas sempre mais brocadas e bordadas, cíngulos sempre mais brilhantes e caros, batinas para cada estação do ano e não possuem sequer uma Bíblia para estudo ou um livro de espiritualidade que os acompanhe.
Muito menos raro é ver padres e seminaristas "sociais" com livros e livros espalhados por onde passam (livros nem sempre bons), discursos sociais lançados durante o café da manhã ou quem sabe durante o intervalo das aulas, e durante uma Santa Missa aparecem com uma túnica amassada, amarelada e o pior de tudo, fétida. Desejam a igualdade e mal conseguem respeitar a igualdade de narinas que o bom Deus deu a cada ser humano.
Triste ver um grupo discutindo sobre paramentos caros e todo o resto e quando questionados sobre alguma parte doutrinária ou ensinamento espiritual, sobre partes da Sagrada Escritura, mais que rapidamente mudam de assunto! Ou aqueles outros sociólogos de porta de Igreja, quando perguntados sobre qualquer coisa referente ao culto, lançam a pergunta para o grupo precedente, (que obviamente bem longe se encontra)
Tarefa nossa é demonstrar que barretes não escondem cabeças vazias e caridade com o próximo sofredor não implica em permanecer sujo durante a Santa Missa. Queremos o que a Igreja tem para nos dar e não o que as misérias humanas insistem em dispensar a bel-prazer, nossa geração quer ser como foram os verdadeiros santos, o piedoso São Felipe Neri que não deixava de fazer caridade para não sujar a batina, São Francisco de Assis que fazia caridade e não se via impedido de usar o hábito.
A ausência de utopias que nos acusam é divertidamente ilógica, ela está impressa nos mais belos vitrais, nas mais belas colunas góticas, nas ogivas que protegem a assembléia, nos santos paramentos que esperam por quem os use em vitrines de museus, nos mosteiros convertidos em hotéis de luxo, nas Igrejas vendidas para supermercados, nos padres esquecidos em asilos, nas verdadeiras obras de caridade que estão esquecidas, na misericórdia vivida plenamente e descrita nas mais simples hagiografias.
"Quem tem olhos veja".
Mostrar que o zelo pela Sagrada Liturgia não acaba em si, mostrar que o "sofrido povo de Deus" tem direito ao belo e digno é mais que necessário. Casulas realmente não enchem barrigas, mas piquetes também não glorificam ao Deus Eterno.
Se não foi o mais sensato texto que eu li nos últimos tempos, foi um dos mais!
ResponderExcluirParabéns pela clareza e objetividade.
um abraço,
Giuliano
simplesmente: PERFEITO!!!!
ResponderExcluirFico imensamente feliz, desculpem se as vezes exagero na sinceridade. Hahahahaa
ResponderExcluirÓtimo. Depois de escrever o artigo "corre que o puritanismo vem aí", acho que vou escrever o "corre que o farisaísmo vem aí".
ResponderExcluircaro irmao...sem palavras!!! muito bom!!
ResponderExcluirvisitem o meu blog:
madreeternaartesanato.blogspot.com
Texto excelente, um convite ao equilíbrio.
ResponderExcluirVirtus in medium est
Este é o mais sensato comentário, pois atualmente vemos os extremos, muitos vocacionados, que passam horas falando somente dos paramentos litúrgicos e não se preocupam com coisa básicas como estudar ter uma boa formação intelectual e espiritual, outros que tem um belo discurso, mas, não o pratica, outros que acham só porque trabalha com o pobre tem que andar desleixado, o pobre admira a beleza e tenta reproduzi-la da forma que assimila, mas o povo questiona se o padre não andar bem arrumado, afinal, são os maiores colaboradores da igreja, tanto material quanto no trabalho e esforço.
ResponderExcluirParabéns ao autor pelo texto sensato e lúcido. Todo extremo leva ao desiquilíbrio. Nada adianta ter o pano mais caro, se a espiritualidade é a mais pobre possível. Uma liturgia sóbria leva-nos há uma maior intimidade com o Sagrado. Parabéns!
ResponderExcluirEquilibrio.
ResponderExcluir