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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Família é família – artigo sobre o Ordinariato, os ex-anglicanos, sua liturgia etc

O presente artigo encontra-se originalmente, em inglês, no excelente blog The Anglo-Catholic, e foi traduzido gentilmente por nossa amiga e leitora Carla Fabiana Mont’Alvão, a quem agradecemos a caridade para com nosso apostolado.

Família é família

Pe. Chori Seraiah

Companheirismo e fraternidade não são os únicos motivos pelos quais estou entrando no Ordinariato, mas estão no topo da lista. Passei uma hora desta noite, com quatro irmãos católicos maravilhosos em nossa sala, contando-lhes sobre a minha jornada do Protestantismo para a Igreja Católica. Eles vieram, generosamente (embora não nos conhecêssemos antes), para nos ajudar a trazer o piano (na verdade era um piano pequeno). A ajuda original era a esposa de um diácono da Igreja Católica Cristo Rei, aqui em Des Moines. Ela tinha visto um post que escrevi um tempo atrás sobre Católicos Anglicanos e ofereceu-me ajuda quando chegamos. Acontece que nós realmente precisávamos de ajuda para tirar nosso piano da garagem (o máximo que minha esposa e eu fomos capazes de movê-lo) e trazê-lo para casa. Somos muito gratos a todos eles, e somos gratos que o Senhor nos tenha abençoado com estes irmãos generosos.

Sentamo-nos em nossa sala, depois de nos conhecermos por cerca de dez minutos (o tempo que levou para levar o piano pra dentro de casa e depois nos sentar), e conversamos como se fôssemos amigos de longa data. Há uma coisa que sempre apreciei em relação à Igreja Católica, mesmo quando eu ainda era um protestante convicto. O lado “família” da coisa. Alguém uma vez me disse, "uma vez católico, sempre católico", e ele estava se referindo a esse lado “família" que estou tentando descrever. Como Batista, quando alguém dizia que era Batista, eu tinha sempre que fazer algumas perguntas de sondagem para determinar "que tipo de Batista?" Como Presbiteriano, era diferente. Haviam presbiterianos de “baixo escalão”, de “alto escalão” e presbiterianos reformados. Depois me tornei anglicano e tive que aprender todo um novo conjunto de siglas. Jogadores diferentes, mesmo jogo.

De um modo geral, os católicos são católicos, e todos eles tendem a considerar o outro como parte da "família católica". É algo que falta nos círculos Anglicanos de hoje (e praticamente inexistente no protestantismo em geral). É, obviamente, o mesmo que ocorre com as igrejas anglicanas, tão fragmentadas e divididas, numa sopa de letrinhas de denominações anglicanas independentes, que é preciso um cartão de pontuação para distingui-las. Muitos de nós nos acostumamos ao fato de termos que descobrir "que tipo de anglicano" alguém é, quando lhe somos apresentados. O que não deveria ocorrer.

Como é que nos acostumamos a esse tipo de divisão e ainda chegamos a considerá-la apenas como coisas dos dias de hoje? Se eu preciso verificar se o meu irmão é de "Apolo"ou "de Paulo"ou "de Cefas"(1 Coríntios 1:12), então alguma coisa está terrivelmente errada. Eu sei que as coisas não são perfeitas na Igreja Católica, mas o senso de família que eu tenho encontrado é bastante semelhante ao antigo conceito hebraico de "aliança” que ajudou a manter a coesão entre nossos antepassados judeus. Quando o Ordinariato vier, eu não quero perder a herança que me foi dada no anglicanismo. Estou feliz que a Constituição Apostólica nos permite manter a maior parte destas coisas, e eu nunca vou escondê-las.

No entanto, eu também não quero ser um "tipo"de católico. Eu preferiria que as pessoas não dissessem, "ele é um ‘daqueles’ católicos". Deveria ser primeiro que somos católicos e, em seguida, se alguém quiser saber nosso tipo de espiritualidade, podemos contar-lhes das bênçãos especiais do catolicismo medieval Inglês que fomos autorizados a manter. Quando falarmos sobre liturgia, podemos mencionar que muitas das coisas desenvolvidas fora da Igreja Católica depois da Reforma, foram retomadas e protegidas, para que possam florescer plenamente. Se alguém disser: "Você é um padre católico? Mas você é casado?!" Eu poderei contar-lhes sobre as bênçãos que o Papa Bento nos concedeu quando disse que nós poderíamos manter isto também. Eu não quero me apresentar como "Oi! Eu sou um ‘daqueles’ católicos". Família é família, e devemos ser capazes de dizer "eu sou católico" e permitir que nossas tradições e liturgias especiais sejam aspectos de quem somos, e não a substância do que somos. Como disse um dos visitantes hoje à noite, "que dias maravilhosos estamos vivendo!"

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