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sábado, 24 de agosto de 2013

"Manual da Santa Missa", novo livro de nosso Diretor Geral

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A Editora Humanitas Vivens publicou recentemente o mais novo livro do Dr. Rafael Vitola Brodbeck, Diretor Geral do Apostolado Salvem a Liturgia!.

Manual da Santa Missa pode ser adquirido pelo site da editora. O prefácio, que segue transcrito abaixo, é do estimado Prof. Felipe Aquino:

É com satisfação que escrevo o prefácio desse livro do Dr. Rafael Vitola Brodbeck sobre a Santa Missa. Antes de tudo quero louvar a sua iniciativa e disponibilidade em colocar ao público católico um Manual detalhado e bem redigido sobre o ato mais importante da nossa fé católica, a celebração da Sagrada Eucaristia.

Infelizmente a maioria do povo católico ainda não compreende até o fundo o grande significado desta Celebração, e, por isso, não participa dela com mais frequência e ardor, deixando de receber seus frutos. 
Este Manual, muito bem elaborado pelo Dr. Rafael, lastreado na "sã doutrina da fé" (Tt 1, 9), pela Sagrada Tradição da Igreja, e nas normas emitidas pela Santa Sé, traz uma explicação detalhada e minuciosa da Santa Missa em todos os seus aspectos: teológico, litúrgico, pastoral.

O Código de Direito Canônico da Igreja se refere à santa Missa como as palavras:

"Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam." (Cânon 897)

Essas palavras da Igreja condensam toda a importância da Santa Missa; e, portanto, os fiéis católicos, bem como os sacerdotes, diáconos, ministros extraordinários, acólitos, etc., devem se esmerar ao máximo para a correta celebração do Augusto "Mistério da Fé". 

Este Manual ajuda o fiel a compreender a grandeza e todo o significado da Santa Missa, desde sua prefiguração nos sacrifícios do Antigo Testamento até a celebração da Nova e Eterna Aliança por Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele torna fácil para os fiéis compreenderem as várias dimensões da Missa: sacrifício, banquete, sacramento, bem como suas finalidades e seus frutos. 

Por outro lado, podem os fiéis aprender neste Manual como participar bem da celebração, e ver respondidas muitas perguntas que o povo faz sobre a mesma. Por quem se pode oferecer a Santa Missa? Quem pode celebrar a Santa Missa? Somos obrigados a assistir a Santa Missa? Em que dias? Por quais motivos? Por que razão as regras quanto à celebração da Missa devem ser fielmente observadas? Onde estão descritas as regras litúrgicas do rito romano? Tais regras podem ser mudadas pelo padre e pelo Bispo? Em que língua deve ser celebrada a Santa Missa? Como deve ser o altar? Pode o sacerdote celebrar mais de uma Santa Missa por dia? Pode o sacerdote celebrar a Santa Missa sem ninguém assistindo?

Da mesma forma o Manual explica em detalhes as partes da Santa Missa: Ritos Iniciais, a Entrada, a Saudação, o Ato Penitencial, o Kyrie, o Asperges, o Glória, a Coleta (Oração do Dia), a Liturgia da Palavra, as Leituras, o Salmo Responsorial, a Sequencia, a Aclamação ao Evangelho, a Homilia, a Profissão de Fé, a Oração Universal, a Liturgia Eucarística, a Preparação do Altar, o Ofertório, a Oração sobre as Oferendas, a Oração Eucarística, a Doxologia, o Pai Nosso, o Rito da Paz, os cantos, o Cordeiro de Deus, a distribuição da Comunhão, etc.

O Manual apresenta ainda uma detalhada explicação sobre os ministros extraordinários da Comunhão, os paramentos usados, os gestos e os objetos usados na celebração.

Por tudo isso, e muito mais que o Manual apresenta, seu valor é grande e muito oportuno, pelo que parabenizo o Dr. Rafael por sua iniciativa. Espero em Deus que lançado na internet possa se propagar rapidamente e se tornar um importante instrumento para que os fiéis católicos possam compreender melhor a Santa Missa, "centro e ápice da nossa fé", como disse o querido e saudoso Papa João Paulo II. 

Rogo ao Senhor da Glória, que instituiu tão grande Sacramento, e a Sua Santíssima Mãe, a que mais cooperou para a nossa salvação, abençoem este Manual e seu autor, para que possam dar muitos frutos de salvação. 

Felipe Aquino
Lorena, 14 de Setembro de 2008
Na Festa da Exaltação da Santa Cruz

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A Concelebração Eucarística

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É com muita alegria que trago a notícia da publicação para o Brasil de uma importante obra de estudo sobre a Concelebração Eucarística. Trata-se da tradução feita pelo querido amigo Pe. José Eduardo sobre a relativamente recente obra do Pe. Guillaume Derville, publicada pela Editora Canção Nova.



A seguir, o texto de uma conferência feita pelo Pe. José Eduardo para a apresentação do livro:

APRESENTAÇÃO DO LIVRO

CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA, 

DO SÍMBOLO À REALIDADE


O Concílio Vaticano II, cujo cinquentenário comemoramos neste Ano da fé, foi anunciado pelo Beato João XXIII em 25 de janeiro de 1959 sem que se tivesse definido um tema específico sobre o qual se debruçaria. Sua fase preparatória, por isso, foi marcada por um certo debate nas Conferências episcopais acerca de qual matéria deveria ser especialmente focalizada pelos padres conciliares.

O card. Ratzinger, numa conferência pronunciada no ano 2000, narrou um fato interessante:

Entre os membros da Conferência Episcopal Alemã, portanto, prevalecia amplamente um consenso sobre o fato de que a Igreja devesse ser o tema. O velho bispo Buchberger, de Regensburg, (…) pediu a palavra - assim me contava o Arcebispo de Colônia - e disse: caros irmãos, no Concílio deveis sobretudo falar de Deus. Este é o tema mais importante. Os Bispos ficaram impressionados; não podiam furtar-se à gravidade destas palavras (…). Algo de análogo se pode, aliás, dizer a propósito do primeiro texto que o Vaticano II produziu - a Constituição sobre a Sagrada Liturgia. O fato de que ela se situasse no início tinha em princípio motivos pragmáticos. Mas retrospectivamente se deve dizer que na arquitetura do Concílio isto tem um sentido preciso: no início está a adoração. E portanto Deus. Este início corresponde à palavra da Regra beneditina: Operi Dei nihil praeponatur[1].

De fato, a Constituição Sacrosanctum Concilium teve como principal finalidade mostrar-nos que “a Liturgia é simultâneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força”[2], pois, pela “Liturgia (...) ‘se opera o fruto da nossa Redenção’”[3], e “esta obra da redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus, prefigurada pelas suas grandes obras no povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal”[4]. “Portanto, a liturgia (...) faz com que a graça divina, que deriva do Mistério pascal (...), santifique todos os passos da vida dos fiéis”[5].

O desejo do Concílio Vaticano II, no que tange à Sagrada Liturgia, era, então, o de fazer com que todos os fiéis nos introduzíssemos de modo mais profundo no mistério pascal e dele hauríssemos, juntamente com nossa vida pessoal de piedade, toda a graça da nossa santificação. Esta foi a razão última de todas as disposições conciliares para a reforma litúrgica. Os aspectos práticos são decorrentes destes princípios que, portanto, são essenciais para a correta hermenêutica daqueles.

Como afirmava o Card. Ratzinger,

a maior parte dos problemas ligados à aplicação concreta da reforma litúrgica tem relação com o fato de que não se teve suficientemente presente que o ponto de partida é a Páscoa. Prestou-se demasiada atenção às coisas puramente práticas, com o risco de perder de vista aquilo que está no centro. Me parece essencial retomar esta orientação como critério de renovação e aprofundar, assim, no que o Concílio unicamente tinha querido esboçar[6].

A respeito da concelebração, o texto da Sancrosanctum Concilium afirma: “a concelebração, que manifesta bem a unidade do sacerdócio, tem sido prática constante até ao dia de hoje, quer no Oriente quer no Ocidente. Por tal motivo, aprouve ao Concílio estender a faculdade de concelebrar”[7].

É aqui que se insere a primeira utilidade do livro que hoje temos o prazer de apresentar. A disciplina da concelebração não foi propriamente uma novidade inserida pelo Concílio, mas, mais exatamente, uma prática já existente, agora oportunamente ampliada pela autoridade da Igreja.

Nesta obra, Mons. Guillaume Derville, com invejável erudição, nos apresenta uma documentação vasta sobre o uso da concelebração na história da Igreja, no Ocidente e no Oriente, dando-nos uma visão panorâmica de tudo aquilo que, na mais pura tradição eclesial, sempre se entendeu a respeito. Conhecê-lo me parece vital para se compreender com precisão o espírito com o qual o Concílio quis ampliar sua possibilidade.

Na sequencia, o livro nos apresenta uma minuciosa exposição dos documentos pós-conciliares para aplicação da reforma litúrgica, inclusive textos pouco conhecidos, e tantas outras disposições canônicas, que nos fornecem as condições para percebermos com clareza em quais limites o Magistério quis balizar a disciplina concernente a esta prática.

Todas estas determinações destinam-se, contudo, àquela finalidade principal alegada como motu da reforma conciliar: urge que concorramos à sagrada liturgia como via de acesso ao mistério pascal. A isto, também, devem servir as concelebrações.

Por isso, especial relevo têm as riquíssimas considerações teológicas feitas pelo autor relativamente ao tema, começando pelo profundo sentido da unidade do presbitério, mostrando que suas raízes sacramentais são permanentes, radicadas no sacramento da ordem, e, portanto, prévias à própria concelebração, antes, são um seu pressuposto necessário. Em outras palavras, o fundamento da fraternidade sacerdotal é a presença de Cristo no sacerdote e, portanto, a concelebração não pode ser reduzida a um mero sinal desta fraternidade, pois, como ele mesmo afirma, “todo o mistério da Eucaristia manifesta a unidade da Igreja, haja ou não a concelebração”[8].

Ademais, o autor apresenta uma interessantíssima reflexão acerca da peculiar identificação do sacerdote com Cristo, colocando em evidência que, em determinadas situações, o que está em jogo é a reta distinção entre o sacerdócio ministerial e o sacerdócio comum de todos os fieis, a própria compreensão da natureza do ato sacramental dos concelebrantes no ato celebrativo, e a autoconsciência do concelebrante como um autêntico celebrante, sendo de vital importância, assim, a clareza do sinal na ação litúrgica: como, por exemplo, a nitidez da pronúncia da fórmula da consagração, a correta repetição dos gestos e palavras de Cristo, a relevância do lugar em que o concelebrante se encontra relativamente à distância do altar, a importância dos paramentos, entre tantos outros elementos. Estes aspectos, sem dúvida, embora pareçam secundários, podem ser importantes quando um sacerdote avalia a possibilidade de concelebrar ou não, ressalvando-se sempre o direito que tem de abster-se.
A este respeito, vale a pena recordar que, no sínodo da Eucaristia, os Padres sinodais reconheceram o alto valor das concelebrações, especialmente aquelas presididas pelo Bispo com seu presbitério, os diáconos e os fiéis. Contudo, solicitaram aos organismos competentes que estudassem melhor a prática da concelebração quando o número dos celebrantes for muito elevado[9].
Recolhendo esta proposta, o Papa Bento XVI, na Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, afirmou que
a assembleia sinodal deteve-se a analisar a qualidade da participação nas grandes celebrações que têm lugar em circunstâncias particulares e nas quais se encontram, para além dum grande número de fiéis, também muitos sacerdotes concelebrantes. É fácil, por um lado, reconhecer o valor destes momentos, especialmente quando preside o bispo rodeado do seu presbitério e dos diáconos; mas, por outro, em tais ocasiões podem verificar-se problemas quanto à expressão sensível da unidade do presbitério, especialmente na Oração Eucarística, e quanto à distribuição da sagrada comunhão. Deve-se evitar que estas grandes concelebrações criem dispersão; providencie-se a isto mesmo por meio de adequados instrumentos de coordenação, e organizando o lugar de culto de tal modo que permita aos presbíteros e aos fiéis uma plena e real participação. Entretanto, é preciso ter presente que se trata de concelebrações com índole excepcional e limitadas a situações extraordinárias[10].
Parece evidente, pelo próprio teor dos textos magisteriais, dos quais faz eco fiel o brilhante estudo que apresentamos, que, no que diz respeito às concelebrações, precisamos nos examinar: quando concelebro, sou consciente de que estou realmente celebrando, confeccionando a Eucaristia?, esforço-me por envolver-me no ato celebrativo com a mesma compenetração de quando sou o celebrante principal?, minha autoconsciência, enquanto concelebro, é de estar exercendo, efetivamente, um ato sacramental, ou sinto-me como um fiel a mais, paramentado, no meio da assembleia?, quando concelebro, faço oração, ou melhor, entro na oração de Cristo na Igreja desde a minha condição de sacerdote in actu sacramental?

São perguntas que saltam aos nossos olhos na leitura deste texto, com tantas outras considerações que nos beliscam interiormente, pondo em relevo a importância fundamental de nossa intimidade com Cristo na ação litúrgica, de nos confundirmos com ele enquanto agimos in persona Christi, de O tocarmos nas espécies sacramentais, de O contemplarmos desde uma perspectiva única, privilegiada, instransferível.

Hoje, apresentamos ao público de língua portuguesa esta obra de inestimável valor, com a consciência de que ninguém sairá intacto de sua leitura. Certamente, este estudo mudará o nosso modo de encarar a concelebração eucarística e, sobretudo, nos ajudará a aproveitarmos melhor nossas próprias celebrações, pelo rico conteúdo de doutrina e espiritualidade com o qual estão carregadas estas páginas.

Como afirmava o Papa Bento XVI, “celebratio é oração e diálogo com Deus:  Deus conosco e nós com Deus. Portanto, a primeira exigência para uma boa celebração é que o sacerdote entre realmente neste diálogo”[11].



[1] Ratzinger, Joseph, A Eclesiologia do Concílio Vaticano II, Roma 2000.
[2] Concílio Vaticano II, Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 10.
[3] Ibidem, n. 2.
[4] Ibidem, n. 5.
[5] Ibidem, n. 61.
[6] Ratzinger, Joseph, I 40 anni della Costituzione sulla Sacra Liturgia in Opera Omnia, pp. 775-776.
[7] Concílio Vaticano II, Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 57 § 1.
[8] Derville, Guillaume, Celebração Eucarística, do símbolo à realidade, Canção Nova, São Paulo 2013, Cap. II.
[9] Cf. Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, Propositiones, n. 37.
[10] Bento XVI, S.S, Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, n. 61.
[11] Bento XVI, S.S,  Discurso ao clero de Albano.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

A piedade litúrgica do Papa Francisco: actuosa participatio

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Há quem diga que o Papa Francisco pouco tem a nos ensinar em matéria de liturgia. É verdade que tal tarefa não seria das mais fáceis para o sucessor - seja ele quem fosse - do Papa Bento XVI, um brilhante teólogo e um católico com um profundo entendimento da Sagrada Liturgia, manifesto não somente em todo seu ofício na Congregação Doutrina da Fé como também durante seu pontificado. E falo em católico porque o Papa Emérito Bento XVI não é um daqueles liturgistas teóricos - de bela retórica, entretanto, de vivência nula -, mas alguém de quem, por sua ars celebrandi, se pode dizer que penetra nos sagrados mistérios.

Bem, este breve texto do Pe. Gaspar S. C. Pelegrini, que reproduzimos na íntegra abaixo, faz notar certos gestos e atitudes do Sumo Pontífice os quais, aos olhos do observador atento, demonstram que Francisco também tem a Sagrada Liturgia como centro de sua espiritualidade, como "fonte e ponto culminante" (Lumen Gentium, 11) de toda sua vida cristã e, portanto, de sua ação evangelizadora e da alegria que ele sempre manifesta.

Já adianto meus comentários ao texto. A piedade litúrgica do Papa, manifesta em seu comportamento durante as ações litúrgicas, nos mostra que devemos imitá-lo e "saber distinguir os diversos momentos e o que convém a cada um", como disse o Pe. Gaspar. Vou um pouco mais longe: digo que o Santo Padre está nos ensinando, com todo o seu modo de ser, o real sentido de actuosa participatio, a participação ativa tão querida pelo Concílio Vaticano II (Sacrosanctum Concilium, 14), e, ao mesmo tempo, tão distorcida. 

Afinal, temos um Papa muito alegre e afável, expansivo (no bom sentido do termo), extremamente sorridente e bem-humorado, que até parece tornar a conhecida expressão "o doce Cristo na terra" mais real. E que gosta de estar no meio do povo, e faz questão disso. Ora, poderia-se esperar que ele transmitisse esse seu modo de ser para a liturgia, para torná-la "mais próxima do povo", mais "participativa", como escutamos freqüentemente por aí. Mas não. Durante a liturgia o Santo Padre se porta sereno, compenetrado, tem um olhar ascético, muito profundo. E demonstra assim que a participação ativa, plena e frutuosa não é somente externa, mas também interna (Sacrosanctum Concilium, 19).


***

(Os grifos são nossos, bem como as fotos ilustrativas, retiradas do Facebook.)

A Missa do Papa


Certamente ainda se vai escrever muito sobre a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. As alocuções do Santo Padre, seus gestos, etc.

Eu peço licença para falar de um ponto que muito vem me impressionando: a Missa do Papa. Participando da Jornada, pude constatar com meus olhos o que eu já vinha observando desde o dia seguinte à eleição do Papa Francisco: como ele celebra.

Durante missa com os seminaristas em Roma
Quando ele está no papamóvel, ou nos diversos encontros com o povo, ele acena, brinca, gesticula, sorri, abraça, etc. Mas quando ele vai celebrar a Santa Missa, a impressão é que é outra pessoa. Olhos baixos ou fechados, recolhimento, tom de voz mais grave, orações pausadas, etc.

Santo Padre cativando o povo com sua alegria e carisma
Creio que é mais um gesto de Francisco que precisamos imitar. Devemos saber distinguir os diversos momentos e o que convém a cada um.

Ao meu ver, houve até momentos na Jornada (no Glória da Missa de envio, por exemplo), em que faltou “sintonia”, digamos assim, entre o modo de celebrar, entre a atitude do Papa e o modo de cantar de alguns componentes do coral. Os olhos baixos e recolhidos do Papa, sua atitude de oração não combinavam com alguns do coral que batiam palmas, ou balançavam as mãos ou sorriam para as câmeras. Isso, a meu ver...

Ao fundo, o Sumo Pontífice, recolhido, durante a Missa de Envio da JMJ 2013
Há uma oração que parece ter um valor especial para o Papa, pois ele a reza de um modo diferente, mais pausado ainda: é a oração antes da paz: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos...” Na forma extraordinária do Rito Romano, esta oração é a primeira das três que antecedem a comunhão e a rubrica determina que o celebrante deve rezá-la, bem como as outras duas, olhando para a hóstia consagrada. Pois, é assim que o Santo Padre a reza, chegando a interrompê-la um pouquinho para contemplar o Senhor Sacramentado.

Um último ponto, é como o Papa termina sua Missa sempre voltando-se para nossa SenhoraSempre que há uma imagem da Virgem Maria no altar, ele se dirige até ela, oscula, põe a mão e faz o sinal da Cruz.

Papa Francisco durante visita à Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Que possamos imitar os muitos gestos de Francisco, de modo especial seu “modus celebrandi”, seu modo de celebrar. No que depende de cada um de nós, procuremos superar as faltas de sintonia entre celebrante, coral e povo. Que no altar, no coral e na assembleia, todos realmente estejam “una voce”, ou seja a uma só voz, com os mesmos sentimentos e as mesmas atitudes.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Igreja Senhor dos Passos em Cuiabá-MT

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Santa Missa - Forma Ordinária do Rito Romano - realizada no dia 27 de Junho de 2013 - dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Igreja Senhor dos Passos em Cuiabá-MT, por ocasião da Festa de nossa Co-Padroeira. A Santa Missa foi presidida pelo Cura da Catedral de Cuiabá o Rev. Pe. Edimilto Mota e concelebrada pelo Reitor do Santuário Eucarístico de Nossa S. do Bom Despacho o Rev. Pe. Kleberson Paes e, pelo Padre Marcos Roberto Ferruci.

A Igreja Senhor dos Passo é uma Capela pertencente à Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá: uma das mais antigas Igrejas de Cuiabá, patrimônios Artístico, Cultural, Religioso e Histórico da nossa querida Cidade de Cuiabá. Esta localizada à Rua Sete de Setembro com Voluntários da Pátria, 360, Centro, em Cuiabá-MT. Na Igreja Senhor dos Passos são rezadas todas as quartas e sextas-feiras a Santa Missa às 12h (Meio dia). Nas quartas a Santa Missa é rezada em honra a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e nas Sextas em honra ao Senhor dos Passos.















segunda-feira, 8 de julho de 2013

Uma opção interessante para a Oração Universal

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Uma opção interessante a ser considerada para a Oração Universal no Rito Romano moderno trata-se do conjunto de orações compostas pelo Secretariado Nacional de Liturgia (SNL) da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Diferentemente daquelas orações que encontramos com certa frequência nos folhetos litúrgicos publicados no Brasil, estas, ao que pude averiguar, não se tratam nem de orações-recado - que procuram dar indiretas aos fiéis - nem são munidas de um conteúdo fortemente ideológico.

Algumas das orações compostas pelo Secretariado - para os domingos, principais solenidades, missas rituais, missas dos Comuns e de Exéquias - estão disponíveis gratuitamente, bem como formulários para que as preces sejam cantadas.

A CEP, contudo, publicou estas e também orações para as missas feriais em formato impresso, divididas em três volumes. O primeiro contém basicamente aquelas orações disponíveis online, mas também mais algumas preces recolhidas de liturgias antigas (índice e exemplo nas fotos abaixo). Os outros dois volumes são para cada um dos anos litúrgicos das missas feriais, anos pares e ímpares.

Publico algumas fotos que fiz quando tive contato com os referidos livros. É possível comprá-los pela internet. Foi-me indicada a Livraria Ferin (de Portugal), mas é possível encontrar os livros em outras livrarias, também nas brasileiras.












Algumas melodias são disponibilizadas duplamente, também em encarte,
de modo a para facilitar o seu uso pelo coro ou equipe de música.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Demais Orações Eucarísticas do Missal Romano "ganham" São José

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QUA, 19 DE JUNHO DE 2013 09:16
POR: CNBB / RÁDIO VATICANO

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, por meio de um de um decreto emitido no dia 1º de maio passado, inseriu São José no texto das Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano. “Pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus, São José de Nazaré, colocado à frente da Família do Senhor, contribuiu generosamente à missão recebida na graça e, aderindo plenamente ao início dos mistérios da salvação humana, tornou-se modelo exemplar de generosa humildade, que os cristãos têm em grande estima, testemunhando aquela virtude comum, humana e simples, sempre necessária para que os homens sejam bons e fiéis seguidores de Cristo”, afirma o texto.

“Na Igreja Católica os fiéis, de modo ininterrupto, manifestaram sempre uma especial devoção a São José honrando solenemente a memória do Esposo da Mãe de Deus como Patrono celeste de toda a Igreja; de tal modo que o Beato João XXIII, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, decretou que no antiquíssimo Cânone Romano fosse acrescentado o seu nome. O Sumo Pontífice Bento XVI acolheu e quis aprovar tal iniciativa manifestando-o várias vezes, e que agora o Sumo Pontífice Francisco confirmou, considerando a plena comunhão dos Santos que, tendo sido peregrinos conosco neste mundo, nos conduzem a Cristo e nos unem a Ele”, explica o decreto.

A partir de agora, no texto das Orações Eucarísticas II, III e IV da terceira edição típica do Missal Romano, o nome de São José deve ser colocado depois do nome da Bem-aventurada Virgem Maria como se segue: na Oração Eucarística II: “ut cum beata Dei Genetrice Virgine Maria, beato Ioseph, eius Sponso, beatis Apostolis”, Na Oração Eucarística III: “cum beatissima Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum beatis Apostolis”; na Oração Eucarística IV: “cum beata Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum Apostolis”.

Para os textos redigidos em língua latina utilizam-se as formulas agora apresentadas como típicas. A Congregação fará a tradução nas línguas ocidentais mais difundidas; para as outras línguas a tradução devera ser preparada, segundo as normas do Direito, pelas respectivas Conferências Episcopais e confirmadas pela Sé Apostólica.
ATUALIZAÇÃO:

O Fr. Z disponibilizou uma digitalização da tradução - da conferência episcopal norte-americana - do decreto, que replicamos aqui.

O decreto em português está disponível no site do Vaticano. As fórmulas em português (de Portugal, ao menos) ficarão assim:
Na Oração Eucarística II:
"com a Virgem Maria, Mãe de Deus, com São José, seu esposo, os bem-aventurados Apóstolos...";

Na Oração Eucarística III:
"com a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, com São José, seu esposo, os bem-aventurados Apóstolos...";

Na Oração Eucarística IV:
"com a bem-aventurada, Virgem Maria, Mãe de Deus, com São José, seu esposo, os Apóstolos...".

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Música na liturgia: orientada ao canto gregoriano

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Publicamos tradução e adaptação de trechos do artigo “'Oriented toward gregorian chant'? What does this phrase mean?”, da Irmã Joan L. Roccasalvo, C.S.J.*, publicado na Catholic News Agency. Os grifos são nossos.

Foto: Gabriel Gilder (FutureFashion)

Características da Música Orientada ao Canto Gregoriano

Para começar, música da liturgia deve soar diferente de música da rua, música de um show de rock, música cantada em uma discoteca ou música para filmes. Ela difere dos sons tipicamente associados com música romântica. É oração que se canta, oração que carrega a marca do silêncio. A orientação para o canto gregoriano envolve melodia, ritmo, tipos de som e harmonização.

Melodia. Melodias baseadas no paradigma do canto apresentam as seguintes características. Primeiro, a melodia se move para cima ou para baixo, de forma gradual. Ela quase não tem saltos mais amplos do que uma terça. Segundo, se os intervalos maiores do que uma terça são usados ​​para intensificar um texto, eles são seguidos por uma subida ou descida gradual. Um amplo intervalo ascendente de uma quinta é seguido por progressão escalar descendente; um amplo intervalo descendente de uma quinta é seguido por uma progressão escalar ascendente. Esta estrutura melódica foi quase sempre seguida por J. S. Bach. O perfil de uma linha melódica parece-se com uma onda suave. Melodias cantadas com afetação ou maneirismo peculiar não são compatíveis com a orientação para o canto gregoriano.

Ritmo. O Ritmo baseado no paradigma do canto é flexível e não tem batida vertical, por exemplo: 1-2; 1-2-3; 1-2-3-4; 1-2-3 4-5-6. Esses acentos caem verticalmente na primeira batida, ou, se não, em uma batida sincopada, algo similar ao jazz. Ritmos bruscos, pesados e frenéticos encontrados na cultura popular não são compatíveis com a orientação para o canto gregoriano. O ritmo que mais se aproxima do canto gregoriano é o padrão de subidas e quedas de ondas suaves. A batida ou tactus sobe e desce, e move-se direcionadamente, mas sem uma batida sobe-desce cadenciada.

Som. A voz é o instrumento natural que expressa os sentimentos do coração de forma mais significativa do que um instrumento musical. O órgão, o rei de todos os instrumentos, é preferível se suporta levemente as vozes. Os instrumentos de metal que, por sua própria natureza, clamam proeminência, devem ser usados ​​com moderação ou em ocasiões especiais. Nem eles nem qualquer instrumento musical devem sobrepor as vozes. Na Missa da Ressurreição, de Randall DeBruyn, os instrumentos de metal sobrepõem-se as vozes com seu barulhento som percussivo, o que a torna uma composição de missa inapropriada.

Harmonia. A maioria do canto é monofônico, cantado sem instrumentação. Mas alguns cânticos se prestam bem à harmonização. Hoje, até mesmo o canto gregoriano foi colocado em harmonias simples. As harmonias não devem assemelhar-se ao complexo estilo contrapontístico que foi banido na época da Contra-Reforma. Em conclusão, a música orientada para o canto gregoriano é a música que foi reduzida e purificada a partir do som secular.

Música Litúrgica Contemporânea: os Ordinários e os Próprios da Missa

Hoje ninguém advocaria que o canto gregoriano seja a única música cantada nas comunidades paroquiais. Esperemos que os mosteiros de clausura permitam que suas 3.000 ou mais melodias floresçam para o bem de seus hóspedes e para os tempos. A continuidade do tesouro musical da Igreja não reclama meramente o passado, também acolhe a música contemporânea que carrega a marca do transcendental.

Há uma ênfase renovada em duas direções, ambas essenciais para a participação plena dos fiéis na Missa. Primeiro, estamos testemunhando uma renovação no cantar a Missa. Ou seja, cantar as partes do Ordinário: Kyrie, Gloria, Sanctus e o Agnus Dei. Existem 18 Missas com ordinários em canto gregoriano no Liber Usualis, o livro litúrgico contendo as peças completas de canto gregoriano em latim para cada Missa do ano [NdT.: em se tratando do Ordinário da Missa, as missas em gregoriano estão tanto no Liber Usualis como no Graduale Romanum. Contudo, este último é o livro de hinos litúrgicos próprios da Missa, trazendo também os hinos em gregoriano para o Próprio, tendo sido reeditado em 1974, conforme a reforma litúrgica. Já o primeiro é mais abrangente, traz também hinos para o Ofício Divino, e não foi reeditado após a reforma litúrgica]. As Missas mais fáceis são a XVI e a XVIII, que podem ser cantadas durante a Quaresma e o Advento.

Segundo, há um interesse renovado em cantar o Próprio (as partes móveis) da Missa em vernáculo, devido aos ricos textos retirados do Velho e do Novo Testamentos. Nos anos pós-conciliares testemunhou-se muitas paróquias abandonarem as partes do Próprio prescritas para a Missa: a Entrada (ou Intróito), o Gradual [NdT.: e mesmo o Salmo Responsorial, que durante muito tempo foi substituído por um “canto de meditação”], a Antífona de Comunhão.
***

O artigo termina mencionando alguns compositores que seguem esta orientação ao gregoriano, que mencionaremos a seguir. 

Para composições em inglês, a Irmã Roccasalvo destaca os compositores do Corpus Christi Watershed, um apostolado dedicado à difusão da bela música litúrgica, bem conforme a orientação ao gregoriano retratada neste artigo. Dentre os compositores de música “moderna, acessível e bela” cita: Kevin Allen, Fr. Samuel Weber Bruce E. Ford, Jeff Ostrowski, Aristotle A. Esguerra, Arlene Oost-Zinner, Brian Michael Page, Richard Rice, Ian Williams, Kathy Pluth, David Frill, Chris Mueller, Richard Clark, Noel Jones, Charles Culbreth, Jacob Brancke e outros. 

Mas a influência do canto gregoriano vai muito além. A irmã também lembra a música da comunidade monástica francesa ecumênica de Taizé, “que criou música de silêncio e encanta aqueles que a cantam - ou melhor, rezam-na”, com hinos de ritmo livre como “Jesus, remember me when you come into your kingdom.” e “Stay here, remain with me, watch and pray”. Bem como os salmos do Pe. Joseph Gelineau, S.J., que “expressam uma pureza cristalina que é absoluta beleza, se cantadas adequadamente, e a música de Richard Proux, “que merece menção, bem como sua adorável revisão da The Community Mass” [NdT: é um arranjo de missa originalmente de 1971, bem conhecido nos Estados Unidos, revisado por Proux para a nova tradução do Missal Romano. É possível ouvi-la aqui].

“Toda música apropriada à igreja - polifonia, motetos, saltérios protestantes e outros hinos encontraram modos de adaptar seus próprios estilos às melodias e ritmos do cantochão. A música sacra das escolas Elizabetana e Anglicana, da Ucrânia e da Rússia, hinódia Protestante Reformada e muitos compositores contemporâneos também pertencem ao tesouro ampliado da Igreja, porque a sua estrutura assemelha-se a do canto gregoriano”. Hinos protestantes clássicos como “Old One Hundredth”, “For All the Saints”, “Lift High the Cross”, e muitos outros, todos beberam do gregoriano.

Mesmo grandes compositores também sofreram grande influência do gregoriano, como David Wilcox, Lucien Deiss, Leo Sowerby, Noël Goemanne, Flor Peters, e Healy Willan. E também compositores como JohnTavener e Arvo Pärt, que basearam quase todas suas composições em cantochão.


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Dito isto, podemos dizer que também visualizamos esta mesma ênfase aqui no Brasil, embora o processo não esteja tão adiantado. Podemos citar como exemplo o trabalho sendo feito pela Arquidiocese de Campinas.

Certamente a nova tradução do Missal para o português, que ansiosamente aguardamos, será o ponto de partida para uma nova e renovada safra de música adequada à liturgia, pois orientada ao canto gregoriano.


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