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terça-feira, 4 de maio de 2010

Três "porquês" para entender a Vigília Pascal

De um excelente artigo do Ir. Antonio Lemos, LC:

Meu primo Mateus tem cinco anos de idade. Ele está passando pela famosa fase dos “porquês”. Por que temos que tomar banho? Por que o seu pai tem que trabalhar? Por que a semana tem sete dias? Por que isso? Por que aquilo?

Essa estratégia dos porquês pode servir muito bem para viver melhor a liturgia nesse tempo tão especial que é a Semana Santa.

Pare de ler esse texto agora mesmo, feche os olhos e tente lembrar-se das três coisas que mais lhe chamaram a atenção na Vigília Pascal do ano passado.

O mais provável é que você se lembrou primeiro que era uma vigília, depois da benção do fogo na frente da igreja antes da missa e então do Círio Pascal. Esses são os detalhes externos que ficam gravados na memória e ajudam a compreender o sentido tão profundo da celebração da Páscoa. Mas quanto conhecemos desses detalhes para realmente aproveitar o que Deus quer nos falar através da liturgia?

Então, para entender a Vigília Pascal melhor podemos seguir o método do Mateus e fazer três perguntas. Por que a Vigília Pascal é uma vigília? Por que fazemos a bênção do fogo? Por que usamos o Círio Pascal?

1º Por que a Vigília Pascal é uma vigília?

Há dois motivos principais para que o tempo próprio para a celebração da Vigília Pascal seja depois do pôr-do-sol do Sábado Santo. Primeiramente, o sentido espiritual dado pelos judeus à celebração da Páscoa que também acontecia à noite. Deus mesmo fez uma vigília durante a noite do Êxodo para proteger o seu povo. Os judeus comemoravam a libertação da escravidão fazendo memória à vigília que Deus fez por eles.

O segundo motivo é que nós guardamos o sábado como um dia de luto, em continuação à sexta-feira santa. Na minha casa, por exemplo, minha mãe nos ensinou que desde a celebração da Ceia do Senhor na quinta-feira santa não assistíamos televisão, não jogávamos vídeo-game nem falávamos em alta voz até a Vigília Pascal.

A Ressurreição de Cristo ocorreu de noite e esperamos o dia inteiro de sábado para celebrá-la. Portanto o sábado é o dia de espera da vinda do Senhor, pois o noivo foi tirado da noiva e colocado numa tumba. Essa atitude de espera deve marcar toda a nossa vida.

2º Por que fazemos a bênção do fogo?

A celebração da Vigília começa fora da igreja com a benção do fogo. Essa tradição teve início no século IV. Havia na Europa, especialmente nos mosteiros, um antigo costume de rezar algumas orações especiais ao acender as velas que eram usadas durante a noite.

A oração que é feita durante a benção diz que a verdadeira festa pascal é a eterna festa de luz nos Céus. Esse é o símbolo de Cristo e sua vitória sobre a morte e o pecado, a vitória da luz sobre a escuridão.

3º Por que usamos o Círio Pascal?

A procissão com o Círio acendido para dentro da igreja escura é a dramatização da Ressurreição de Jesus que traz luz e vida ao mundo. Todos os presentes recebem luz do Círio Pascal para acender suas próprias velas, porque todos os cristãos participam da glória da Ressurreição como filhos da luz. Além disso, o Círio Pascal que usamos possui o sinal da cruz, as iniciais do nome de Cristo, os números representando o corrente ano e cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Cristo, os troféus do Rei vitorioso.

O mais importante é que esses três detalhes que fazem a Vigília Pascal tão especial estão direcionados à comemoração de uma preciosa verdade de nossa fé: Jesus é a luz do mundo, Ele ressuscitou e nos deu a vida eterna.

2 comentários:

  1. Qeria saber um pouco mais sobre a missa em versus deun no rito moderno (Paulo VI), se seria possivel uma postagem explicando passo a passo o rito, surgem muitas dúvidas com relação a isto!

    Desde já graça e paz por parte de Cristo nosso Senhor!

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  2. Caríssimo,

    O rito é o mesmo. Se o padre estará "de costas" (versus Deum) ou "de frente" (versus populum), ele segue as mesmas cerimônias, reza as mesmas orações... Não há distinção alguma quanto a isso.

    Não há motivo para dúvida. O padre que nunca rezou a Missa versus Deum pode celebrá-la sem sequer ter "ensaiado": basta que ocupe "o outro lado" do altar, dando as costas ao povo. É simples. Não tem mistério.

    O único cuidado é que, em algumas ocasiões, ele deve voltar-se ao povo, exatamente como na forma extraordinária.

    Talvez seja isso que o leitor queira saber... Bem, esses momentos estão nas próprias rubricas do Missal, em frases como "voltando-se para o povo, o sacerdote diz..." Uma regra bem fácil de entender é que, salvo no diálogo antes do prefácio, todas as vezes em que o padre falar ao povo, deve voltar-se a ele ("O Senhor esteja convosco", "Eis o Cordeiro de Deus", "A paz do Senhor esteja sempre convosco", "Ide em paz e o Senhor vos acompanhe", a bênção, a homilia, o Evangelho, etc).

    Uma outra possibilidade é fazer o que parece estar no "espírito" do Missal de Paulo VI. O rito moderno adota como normal, para o sacerdote mesmo, na Missa comum, a antiga posição e localização do Bispo na Missa Pontifical da forma extraordinária: Ritos Iniciais e Finais e Liturgia da Palavra na cadeira/trono, e Liturgia Eucarística no altar. No caso de uma capela menor, em casa, não dá para fazer isso, mas em uma igreja maior, com presbitério amplo, é possível: os Ritos Iniciais e Finais e a Liturgia da Palavra são celebrados na cadeira, versus populum, com um acólito segurando o Missal; no Ofertório, a cena muda-se para o altar, e lá se oferece a Missa versus Deum. Era assim na Missa Pontifical da forma extraordinária e pode ser também na Missa "comum" da forma ordinária.

    Aliás, essa distinção entre "Ritos Iniciais e Finais e Liturgia da Palavra na cadeira" e "Liturgia Eucarística no altar" pode ser usada (e RECOMENDAMOS QUE SE O FAÇA!!!) também quando se celebra a Missa versus populum (de frente ao povo).

    Em Cristo,

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