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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Salvos pela Liturgia: Hermann Cohen e a Benção do Santíssimo Sacramento

Frei Agostinho Maria do Santíssimo Sacramento, OCD -
(Hermann Cohen)



Hermann Cohen nasceu em Hamburgo aos 10 de Novembro de 1821, em uma grande família judaica, da tribo de Levi que se distingue pela sua riqueza e sucesso comercial.

Recebeu excelente formação educacional, seu pai, David Abraham e sua mãe, Rosalie, aderiram à Sinagoga de reforma. Apesar de nenhuma maneira piedosa, os pais ensinaram a criança fazer suas preces e fez com que ele aprendesse hebraico.


Hermann logo cedo se encantou pelo piano e apresentou talento para música, aos 12 anos já era um artista reconhecido.Descoberto seu talento sua mãe tratou de logo levá-lo para Paris afim de estudar com o célebre professor Franz Lizt.


Em 1847 um amigo de Hermann, o príncipe de Moscow, fez-lhe um convite para substituí-lo na regência de um coral na Igreja de Santa Valéria em Paris - era o mês de Maio, mês de Maria, após a Santa Missa haveria a Benção Benção do Santíssimo Sacramento.


Assim, se expressa Hermann ao recordar daquele Benção:: "minha mente encontrava-se perturbada, por assim dizer, e retirada da agitação do mundo, penetrada por algo totalmente desconhecido para ela anteriormente. fui obrigado a curvar-se, contra a minha vontade, sem dúvida. No dia seguinte, tive a mesma experiência e, de repente, o pensamento me tocou para tornar-se católico".

Dom Fernando Arêas Rifan -
Benção do Santíssimo Sacramento em Connecticut - EUA


Certa vez ao visitar a cidade de Ems na Alemanha, por causa de um concerto, procurou imediatamente uma Igreja para assistir a Santa Missa, sem esconder de seus colegas músicos a necessidade de ir ao Santo Sacrifício, mesmo antes de ter sido batizado.. Sobre este dia em Ems assim se refere Hermann:

"Pouco a pouco os cânticos, as orações, a presença - embora invisível, sentida por mim - de um poder sobre- humano, começam a agitar-me, a perturbar-me, a me fazer tremer; em uma palavra, a graça divina se apraz em derramar-se sobre mim com todas as forças.

Subitamente, no momento da elevação, sinto brotar através de minhas pálpebras um dilúvio de lágrimas que não cessa de derramar-se em abundância sobre minha face em chamas... Ó momento para sempre memorável para a saúde de minha alma! Eu te tenho presente em meu espírito com todas as sensações celestes que me trazias do alto! [...] Experimentei então o que sem dúvida Santo Agostinho deve ter sentido no jardim de Casicíaco ao ouvir o famoso ‘Tolle, lege'. [...]

Lembro-me de ter chorado algumas vezes na minha infância, mas jamais tinha conhecido semelhantes lágrimas. Enquanto elas me inundavam, senti surgir no mais fundo da alma dilacerada por minha consciência, os mais lancinantes remorsos por toda a minha vida passada.

Então, espontaneamente, como por intuição, comecei a manifestar a Deus uma confissão geral, interior e rápida de todas as enormes faltas cometidas desde minha infância. [...] Sentia, ao mesmo tempo, por uma calma desconhecida que invadiu minha alma como bálsamo consolador, que o Deus de misericórdia me perdoaria, desviaria Seu olhar de meus crimes, teria piedade de minha sincera contrição e de minha amarga dor... Sim, senti que me concedia Sua graça, e que, ao me perdoar, aceitava como expiação minha firme resolução de amá-Lo sobre todas as coisas, e desde aquele momento me converti a Ele.

Ao sair dessa igreja de Ems, já era cristão. Sim, tão cristão quanto é possível sê-lo antes de receber o Santo Batismo..."

Dom Athanasius Schneider, ORC
Missa na forna extraodrinária em Roma


Durante o Mês de Maio ele continuou indo a Igreja de Santa Valéria para a Bençãos do Santíssimo e logo passou a frequentar as Missas Dominicais ainda na mesma Igreja. Por intermédio da Duquesa de Rauzan foi apresentado ao Pe. Legrand que o instruiu. Recebeu o batismo a 28 agosto de 1847 recebendo o nome de Marie-Henri-Augustin. O batismo teve lugar na Capela de Nossa Senhora de Sion, na presença de seu fundador, Pe.Teodoro Ratisbonne.

"Meu corpo estremeceu, e senti uma comoção tão viva, tão forte, que não saberia compará-la a não ser com o choque de uma máquina elétrica. Os olhos de meu corpo se fecharam ao mesmo tempo em que os da alma se abriram para uma luz sobrenatural e divina. Encontrei-me como mergulhado num êxtase de amor, e, tal como a meu santo padroeiro, pareceume participar, por um impulso do coração, dos gozos do Paraíso e beber a torrente de delícias com as quais o Senhor inunda seus eleitos na terra dos vivos..."

Após o batismo passou a ser um grande incentivador da Adoração Noturna ao Santíssimo Sacramento e, diversas almas se converteram pelo seu testumunho. Mesmo sendo neófito, conseguiu em Roma liberação para entrar na Ordem Carmelita Descalça e recebeu o hábito da Ordem em 06 de outubro de 1849 e recebeu o nome de Frei Agostinho Maria do Santíssimo Sacramento. Emitiu os votos solenes, a 7 de outubro de 1850 em Le Broussey, (próximo a Bordeaux - França), foi ordenado sacerdote em 20 de abril de 1851. Sobre a sua ordenação, assim escreveu em carta a um amigo:

"Serei sacerdote no Sábado Santo e cantarei a Missa no Domingo de Páscoa. Nem você nem eu, querido filho, conheceremos jamais nesta vida terrena o que encerra de grandeza e majestade o temível mistério dos altares, ao qual os anjos assistem tremendo"

Frei Agostinho desenvolveu seu ministério em profundo espírito de humildade e fé, tornou-se um grande e zeloso apóstolo do Santíssimo Sacramento, mantinha contato com São Pedro Julião Eymard, São João Maria Vianney e Santa Bernadete Soubirous.

Enviando a Prússia em 1870 como capelão de prisioneiros de guerra franceses contraiu varíola ao administrar os últimos sacramentos aos prisioneiros. "Os prisioneiros me cercam desde as oito da manhã até a noite. Entreguei- me a eles, e estão me usando o quanto podem, e me usarão até me consumir"

Com o estado de saúde agravado
renovou seus votos religiosos e cantou em alta voz o Te Deum, o Magnificat, a Salve Regina e o De Profundis

Em 19 de janeiro de 1871 confessou e recebeu pela última vez a Sagrada Comunhão. Na noite do mesmo dia entregou sua alma a Deus.

"Eu sou desprendido de tudo, até mesmo de minhas próprias obras, e eu digo diariamente Nosso Senhor que eu sou completamente indiferente, quer para o sucesso ou para a ruína. Eu coloquei tudo em suas mãos e tenho em conta apenas a sua boa vontade". (Frei Agostinho Maria do Santíssimo Sacramento, OCD)

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